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Romário Camilo lutou contra a tetraparesia e foi aprovado em vestibular na IFBA

Em contato com a Reda??o do portal AD Alagoas, membro desde 2004 da Assembleia de Deus do campo de Barragem Leste, em Delmiro Gouveia-AL, sugeriu a divulga??o de seu testemunho, que foi noticiado no ano passado num dos maiores sites de not?cias do Pa?s, o G1, empresa da Globo. Agora, o jovem assembleiano foi novamente tema de mat?ria em rede nacional de sites seculares. Desta vez no Terra.com. Segue abaixo, na ?ntegra, seu testemunho:

Dia 10 de setembro de 2007. Na cidade de Paulo Afonso, na Bahia, um garoto de 17 anos ? assaltado e baleado na regi?o cervical. A bala fica alojada entre os nervos conhecidos como C4 e C5 e Rom?rio da Silva Camilo fica sem movimentos nos membros inferiores e superiores. Ap?s cirurgia, considerada de grande risco, pois a possibilidade do garoto ficar tetrapl?gico era alta, devido ao traumatismo raquimedular, Camilo permaneceu durante 18 dias internado. Quando saiu, n?o estava tetrapl?gico, mas sim com uma sequela: a tetraparesia.

Janeiro de 2012. Por meio do Sistema de Sele??o Unificada (Sisu), o jovem, aos 21 anos, ? aprovado no vestibular de Engenharia El?trica do Instituto Federal da Bahia (IFBA). Mesmo com todas as limita?es causadas pela tetraparesia, que comprometem sua for?a e os movimentos dos membros abaixo da ?rea de les?o.

"Desde cedo sempre fui focado e esfor?ado. Desde minha inf?ncia tinha o sonho de me tornar professor, assim como meu irm?o. Com o tempo mudei de pensamento e, no come?o de 2007, iniciei o Ensino M?dio junto ao curso de eletrot?cnica", conta Camilo. Considerado um dos melhores alunos do curso, teve que abandon?-lo ap?s o ocorrido em setembro daquele ano.

Temporariamente. Logo ap?s sair do hospital, ele come?ou a fisioterapia. "Fiquei os primeiros 17 dias deitado, sem for?a nenhuma, quando em um pequeno esfor?o consegui movimentar um pouco a perna esquerda. Foi uma grande alegria", diz. "Depois de mais alguns dias, consegui movimentar o dedo indicador do bra?o direito", completa. Era s? o come?o.

O objetivo era voltar aos estudos. Ainda em 2007, conseguiu ter alta e ir para casa, utilizando um colar cervical. Em janeiro de 2008, deu seus primeiros passos p?s-acidente. Mas ele queria voltar a escrever. "Lembro-me dos esfor?os para reaprender a escrita b?sica. Foram cerca de cinco meses at? conseguir. Com caligrafia boa, s? depois de 10 meses", explica. Pronto, em 2009, voltou ao Ensino M?dio.

A tetraparesia ainda prevalece no corpo de Camilo, que sofre com as varia?es de for?a e amplitude de movimentos no bra?o direito (mesmo assim, pratica nata??o). Lutando contra a situa??o, se formou em 2011 e resolveu que prestaria diversos vestibulares. Foi aprovado em quatro. Al?m do curso que far? na IFBA, passou em Direito na Faculdade Sete de Setembro (Fasete), em Paulo Afonso; em Matem?tica Aplicada na Universidade Federal de Sergipe (UFS); e em Matem?tica na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

"S?o tantas pessoas que sofrem com a falta de acessibilidade e falta de equipamentos adequados para portadores de necessidades especiais, que preciso ter isso na mente e aliar isso com tudo o que aprendi estudando. Por isso escolhi Engenharia El?trica", conta. "Sigo com minha cabe?a erguida e decidido a ajudar no que for poss?vel a todos, dentro da minha ?rea", diz o jovem.

Toda hist?ria de supera??o traz uma mensagem. E qual ? a que Camilo pretende passar? "Que for?a de vontade, f? em Deus, dedica??o e perseveran?a s?o a receita para o sucesso de qualquer indiv?duo. N?o podemos desistir daquilo que queremos, temos que lutar at? alcan?ar os nossos objetivos", fala. Desde o assalto que mudou sua vida em 2007, se passaram quatro anos. O que poderia ser o fim apenas se mostrou o caminho para que, daqui cinco anos, Camilo se forme engenheiro. E n?o ser? a tetraparesia que atrapalhar?.

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