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05/12/2025

É pecado o crente ter árvore de Natal?

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Por Pr. Adriano Oliveira

A chegada da internet foi algo revolucionário na questão da democratização da informação e do conhecimento. Ela realmente estreitou distâncias porém é um grande mar de informações muitas vezes erradas onde na maioria das vezes, sem bases bíblicas ou históricas. 

Existem pessoas que combatem o dízimo, o Batismo com O Espírito Santo, o Dispensacionalismo, entre outros assuntos se utilizando de informações extra bíblicas, deuterocanonicas e até mesmo de obras disponibilizadas pelas redes sociais. Quando não, de comentaristas heréticos que não citam fontes confiáveis e tem muita gente engolindo “gato” por “lebre”. 

Da mesma forma quando o assunto gira em torno de alguns pontos polemizados como é o caso do Natal, da árvore de Natal e dos adornos natalinos. Atribuindo ao paganismo. 

Acerca do Natal e adornos natalinos nosso nobre *pastor Presidente Reverendo José Orisvaldo Nunes de Lima* sábia e prudentemente se expressou: 

“Ultimamente uma parcela dos evangélicos “descobriu” que quem celebra o Natal está celebrando uma festa pagã do deus mitra que era celebrada em Roma cada 25 de dezembro em comemoração do nascimento do deus sol. Dizem que quem celebra o Natal de Jesus, está firmando uma aliança com as trevas e dando legalidade a Satanás para atuar em suas vidas.

Quero esclarecer aos leitores que se formos cortar de nossa fé tudo que tem um correlato pagão vamos até ter que rasgar  nossas Bíblias.

Observe: O grande teólogo Agostinho dizia que Satanás é o “Simius imitatio Dei.” Traduzindo do latim: “Satanás é o macaco imitador de Deus”. Assim sendo não é a Bíblia, nem a fé nem as práticas cristãs que imitam Satanás, mas sim, Satanás que qual macaco quer imitar as coisas de Deus para confundir.

… Os que condenam o Natal como festa pagã celebram seus aniversários com bolos revestidos de glacê branco e velinhas acesas, mas desconhecem que tal prática originou-se no paganismo dos celtas: o bolo representa a deusa lua e a luz das velas o seu brilho.”

Como surgiu a Árvore de Natal?

Existe uma raiz histórica bem definida sobre o surgimento da árvore de Natal, e ela não tem relação com idolatria bíblica.

Mas o que a Bíblia , a Teologia e a História falam a esse respeito?

Inicialmente precisamos percorrer a linha da história pra entendermos a origem histórica e  o porquê da árvore de Natal, assim como os adornos natalinos,  não serem reprovados e nem vistos como algo errado no meio protestante e cristão. 

Primeiro, se retrocedermos até o século oitavo e até mesmo antes dessa época, nós vamos perceber que as tradições germânicas que vem antes do cristianismo, revelam que antes do Natal cristão, povos germânicos e também nórdicos utilizavam de árvores esverdeadas durante o período do frio invernal como representação simbólica de vida, renovo e esperança. Em nenhum ponto se relacionavam com o espiritual ou religioso. Não tinha nada a ver com adoração por se tratar de apenas um símbolo cultural presente no período de inverno.

Quando chegamos na reforma protestante,  em pleno século XVI, a tradição mais aceita vai defender que a forma atual da árvore de Natal nasceu na Alemanha. E é de ciência de todos que o pai da Reforma Protestante, Martinho Lutero, ao fazer uma de suas rotineiras caminhadas noturnas, observou as luzes das estrelas que estavam brilhando com muita intensidade entre os Pinheiros. E quando chegou em casa, resolveu dar asas a imaginação, montando uma árvore e colocando nelas velas acesas. E através de tal experimento aproveitou pra ensinar teologicamente a seus filhos e a sua própria esposa, que Jesus Cristo, da mesma forma que aquelas luzes brilhavam na árvore, era a luz que veio ao mundo. Sendo exatamente aí onde nasceu a árvore de Natal como representação simbólica protestante e cristã.

A partir daí vai começar uma popularização da árvore de Natal entre os luteranos e protestantes. 

Entre o período do século XVI ao século XVIII, eram vistas árvores natalinas em quase todos os lares  alemães  cristãos e protestantes. 

Ou seja , a árvore de Natal era vista, espiritualmente como a luz de Cristo, a esperança no meio do frio, tendo suas folhas verdes representando simbolicamente a vida eterna. Era um tipo de mensagem Evangelistica voltada para as pessoas

No século XIX nós temos a tão esperada chegada da árvore de Natal na Inglaterra . Foi aí que a árvore se tornou conhecida e famosa em todo o globo terrestre. 

Quando na ocasião o príncipe alemão Albert, levou a novidade para corte britânica. Nessa época os principais jornais e folhetins começaram a difundir as imagens da família real em torno da árvore natalina. E foi nesse momento que o costume se espalhou por todo o planeta. 

Neste mesmo século os imigrantes alemães, expandiram a ideia da árvore de Natal não só para o restante da Europa como também para os Estados Unidos da América do Norte. 

Historicamente foi a partir desse momento que a árvore de Natal se tornou um símbolo em todo o mundo da época natalina.

A Bíblia condena a Árvore de Natal?

Não há  base bíblica nenhuma para dizer que árvore de Natal é pecado.

Inclusive as Sagradas Escrituras não proíbem colocar a árvore de Natal e não há relação nenhuma com ato de ser pecado.

O que a Bíblia condena é a idolatria.

O que precisamos entender inicialmente é que tudo aquilo que NÃO envolve adoração (ou pecado moral) NÃO vai te afastar de Deus. O problema não está na árvore, mas no coração que esquece Jesus. Divinizar elementos e colocá-los à altura de Deus, isso sim, é pecado.

Em outras palavras, o pecado é adorar qualquer coisa ou objeto em lugar de adorar a Deus.

Árvore de Natal não passa de mais um simples enfeite natalino. Ou seja, um símbolo cultural. E decoração natalina não te afasta de Deus; o que afasta é um coração vazio d’Ele. 

“O PECADO NÃO ESTÁ NO OBJETO, MAS NA INTENÇÃO DO CORAÇÃO !”

Não idolatre a árvore, mas também não condene quem a usa como enfeite natalino. Maturidade é equilíbrio.

Se folhearmos as Sagradas Escrituras vamos perceber que Paulo foi enfático ao registrar na primeira carta aos Coríntios capítulo seis versículo 12 que 

"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm...

Em outras palavras claras , NÃO É PROIBIDO. 

Apenas DEVE SER USADA DE FORMA SENSATA E EQUILIBRADA.

Precisamos lembrar algo interessante , que quando Paulo se expressa aos Romanos no capítulo 14 versículo 17, ele vai ser enfático em dizer que “O Reino de Deus não é comida nem bebida”, e por analogia “NEM DECORAÇÃO”.

Por que os cristãos do mundo todo e nós evangélicos aceitamos a árvore de Natal? 

Inicialmente porque ela é símbolo de vida (a cor verde reflete simbolicamente a luz de Cristo). O símbolo das luzes  é sinônimo de alegria em família e acima de tudo faz parte de todo o cenário que celebra não outra coisa senão o nascimento de Jesus Cristo. E nada disso vai ferir os Princípios da ortodoxia bíblica e da fé cristã. 

Então não precisa ser um “expert”na Teologia para entender que árvore de Natal não passa de um adorno natalino. E se não passa de uma simples decoração, cuja representação emblemática trata de alegria e do nascimento de Cristo para os cristãos, então é permitido, lícito e saudável. 

A árvore é enfeite; Jesus é o motivo.

Então em resumo, a árvore de Natal não tem origens no paganismo e nem na idolatria. como visto a versão atual da árvore de Natal nasceu no século XVI , exatamente no berço do cristianismo protestante. E o próprio pai da reforma protestante, Martinho Lutero, é considerado o maior incentivador do uso da mesma como símbolo de Cristo, luz esperança. 

Atualmente a árvore de Natal é um símbolo cultural. Sem vínculo heretico. O que passar disso é puro excesso de religiosidade, paranóia e exageros.


Bibliografia

Alister McGrath. Teologia Histórica.

Bächtold-Stäubli, Hanns (ed.). Handwörterbuch des deutschen Aberglaubens.

Cardoso, Luiz Sayão. O Natal e Suas Origens: Perspectivas Bíblicas e Históricas.

Encyclopaedia Britannica – Verbete: “Christmas Tree”.

Forbes, Bruce David. Christmas: A Candid History.

Frazer, James George. The Golden Bough.

Hutton, Ronald. The Stations of the Sun: A History of the Ritual Year in Britain.

Koenig, Andreas. German Christmas Traditions: The Evolution of the Tannenbaum.

Miles, Clement A. Christmas in Ritual and Tradition, Christian and Pagan.

Morris, William. Christmas Traditions: Pagan Origins and Christian Adaptations.

Restad, Penne L. Christmas in America: A History.

The Encyclopedia of Religion (ed. Mircea Eliade) – Verbete: “Christmas” e “Trees”.

The Oxford Dictionary of Christian Lore and Legend – Verbete: “Christmas Tree”.


Pr. Adriano Oliveira

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