No auge da juventude, somos pegos em reflexões pessoais e espirituais. Daí surgiu esta breve reflexão que quero compartilhar com toda a Igreja de Cristo que entende a necessidade de buscarmos uma espiritualidade mais profunda. Estamos vivendo em um tempo em que a moralidade da nossa sociedade está decaída, mas fiel é Deus que sempre prepara um escape.
Esta breve reflexão mostrará que Deus não perdeu o seu amor por nós, basta somente reconhecermos que necessitamos estar cada dia mais próximos dEIe. Por isso, vamos fazer um breve paralelo entre a juventude atual e a igreja de Laodiceia, com base em Apocalipse 3.14-22. Com a Bíblia ao Iado, medite em cada palavra e que sua vida seja edificada.
1. A IGREJA DE LAODÍCEÍA
É importante apontarmos para vocês o contexto social que era predominante na época de Laodiceia. Era uma cidade com muitas riquezas, e podemos afirmar que eram integralmente autossuficientes. Estas características levaram os seus habitantes a se tornarem complacentes e a confundir “prosperidade material” com espiritualidade. Que entendimento atual!
Historicamente, Laodiceia, atualmente situada na Turquia, sofreu pressões da cultura predominante na época, que priorizava com muito fulgor a riqueza e o status social. Isso dificultava a vivência de uma fé autêntica e engajada. As filosofias da época davam mais valor ao que se conquistava à vista (material) do que ao ganho espiritual. Uma realidade mais que atual. Vivemos dentro de um contexto muito materialista, em que só tem valor quem detém o poder. Mas é sempre bom lembrar que o material não é nossa prioridade (LC 12:15).
Com este pensamento, a Igreja acreditava severamente que não precisava de mais nada “... Rica sou, e estou enriquecida, e de nada tenho falta...” (AP 3:17a), ignorando sua verdadeira necessidade, “... e não sabes que és coitada...” (AP 3:17a), de um relacionamento mais aprofundado com Cristo. Devemos ter cuidado para que a nossa prosperidade material, social, acadêmica não afete diretamente o nosso relacionamento com o SENHOR. Lembre-se sempre que “... Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (LC 12.20). A pergunta sempre será: estamos com a nossa vida espiritual voltada para apresentar uma conduta ilibada diante de Deus, ou estamos voltados apenas para o nosso desenvolvimento pessoal-material?
A complacência espiritual da igreja de Laodiceia, através da sua pseudo-autossuficiência, resultou em uma fé morna e apática. Em vez de buscar fervorosamente a presença de Deus, a comunidade estava confortável em sua rotina (AP 3:17a), e esta condição fica como exemplo para que a nossa juventude entenda a necessidade de ter uma fé vibrante e ativa (HB 11.6). Não faça do seu desenvolvimento pessoal uma fortaleza para sua autossuficiência, somos dependentes de Deus e precisamos entender que temos a necessidade de buscar um profundo relacionamento com Ele (TG 4.8).
Para fechar este breve resumo sobre a igreja de Laodiceia, é importante lembrar da sua desconexão com a sua realidade espiritual. Apesar de toda a sua riqueza, a igreja estava, na verdade, “miserável, infeliz, pobre, cega e nua” (AP 3.17b). Essa desconexão de Laodiceia com a sua verdadeira realidade pode ser vista como uma crítica à superficialidade da vida religiosa e à necessidade de um autoconhecimento e de um profundo arrependimento (SL 32.5). Se nós não reconhecermos a nossa condição diante de Deus, por certo, crescerá a lepra espiritual, o que nos tornará insensíveis espiritualmente, e nunca reconheceremos a nossa condição de necessitados de uma profunda restauração (SL 80:3).
2. MATERIALISMO E SATISFAÇÃO
Quantos jovens hoje em dia são voltados para uma vida lasciva? Estão emaranhados pelos laços do pecado. Pecados que são gerados e popularizados diariamente. Nas redes sociais encontramos os excessos que são transmitidos como algo leve, espontâneo e normal, coisas que nos amarram ao poste da autossuficiência, na razão de “saber o que é melhor para mim”. “Se te faz bem, que mal tem?” Esta é a afirmação mais popular e difundida entre a juventude da atualidade.
Isto nos faz lembrar da característica mais absurda da igreja de Laodiceia, “... vejo que não és frio, nem quente” (AP 3.15b). A mornidão espiritual! Essa condição pode ser vista como um reflexo da sua brandura em relação aos pecados, algo que muitos jovens enfrentam ao se depararem com questões de identidade e propósito em um mundo que valoriza a superficialidade espiritual (2 CO 4.4).
Igual à igreja de Laodiceia, muitos jovens cristãos atuais podem, de forma semelhante, se sentir satisfeitos com a vida na pós-modernidade, focando apenas em realizações materiais e esquecendo-se de cultivar uma vida espiritual ativa. Ouvimos relatos de jovens que viram a noite em farras, desejam uma riqueza instantânea ou procuram uma vida de exageros, mas estes mesmos não sabem o que é oração, não sabem o que é a leitura das Sagradas Escrituras ou o que é a intimidade com Deus. Preocupados e complacentes com a “felicidade” do agora, mas apáticos ao desenvolvimento espiritual. Onde estamos pondo Deus em nossas vidas? Será que Ele ainda está sendo o nosso foco principal? Ou já o deixamos totalmente de Iado?
A mornidão também aponta para a superficialidade, como foi mencionado no parágrafo acima. A falta de um compromisso profundo com a fé levou Laodiceia a este estágio de mornidão. Os jovens de hoje podem se sentir atraídos por experiências superficiais. A superficialidade da alegria momentânea causada pelo consumo de drogas, a superficialidade do prazer atrelado à pornografia e à masturbação, a superficialidade de relacionamentos ligados pela prática do sexo antes do casamento, a superficialidade do sucesso em detrimento da exposição exagerada da vida nas redes sociais, a superficialidade cultural atrelada aos grandes “besteiróis” dos conglomerados midiáticos e, a pior de todas, a superficialidade espiritual atrelada genuinamente à preguiça, à apatia e à autossuficiência no relacionamento com Deus.
A falta de visão de Laodiceia chama a nossa atenção. Uma igreja que estava miseravelmente destruída, no seu mais profundo “sono”. A Igreja era rica de bens, mas miserável e pobre espiritualmente; eram aparentemente felizes, mas profundamente infelizes espiritualmente; eram bem trajadas por fora, mas espiritualmente nuas; tinham boa visão material, mas eram cegos espirituais. E quantas vezes não nos encontramos na mesma situação? Não podemos deixar que a falta de visão de Laodiceia se apodere das nossas vidas, mas que compremos roupas para nos vestirmos e colírios para que se abram os nossos olhos espirituais (AP 3:18).
Uma conclusão unanime é que: não existe nada pior neste mundo que um cristão morno. Um cristão que é o famoso “Raimundo”: pé na igreja e pé no mundo. Este é totalmente miserável! Este não pode desfrutar da paz e da alegria do Reino de Deus porque ele se sente culpado pelo seu pecado; e ele também não pode “se divertir” com o pecado, porque ele sabe que é errado. Esses “cristãos” são espiritualmente inúteis! O chamado ao arrependimento para Laodiceia era para que eles parassem de brincar e escolhessem a quem eles queriam realmente servir: A DEUS OU AO DIABO. Esta pergunta permanece até hoje: a quem você está servindo? (JS 24.15).
3. UM CHAMADO AO ARREPENDIMENTO
“O SENHOR disciplina a quem ama, e educa todo aquele a quem recebe como filho.” (HB 12.6). Após Deus descrever a igreja de Laodiceia como “morna” (AP 3.16) e “miserável, infeliz, pobre, cega e nua” (AP 3.17). Este diagnóstico de Deus foi importante para começar o processo de arrependimento, pois o arrependimento exige que os membros reconheçam a sua verdadeira situação espiritual e deixem de Iado a sua terrível autossuficiência (AT 3.19).
Deus faz um convite para reflexão, quando no cap. 3 e v.18 o SENHOR afirma que “aconselho-te que de mim compres ouro puro”, o chamado para conhecer a nossa condição tem um preço, tem o preço da renúncia das nossas ações indecentes. A compra do ouro também aponta para uma busca por valores espirituais sólidos, autênticos e duradouros; e nos mostra que não devemos confiar nas riquezas materiais muito divulgadas neste mundo.
A nudez da igreja de Laodiceia nos aponta para uma vulnerabilidade espiritual. Não reconhecer o perigo de ter o nosso inimigo ao redor (1 PE 5.8) nos deixa espiritualmente nus. Hoje, essa nudez, assim como em Laodiceia, está impregnada em nossa juventude pela falta de fé e de discernimento espiritual. Uma geração que está despida diante do inimigo, dando efusivas brechas para que ele entre em sua vida. Por isso, Deus conclama com urgência a necessidade da compra de vestes, vale ressaltar, vestes brancas. A busca por fechar todas as brechas de nossas vidas está totalmente atrelada a uma busca pela santidade. Precisamos urgentemente de vestes brancas, santidade, pois sem ela não veremos a Deus (HB 12.14b).
A compra de colírio, recomendada por Deus para que os olhos fossem abertos, é uma das maiores necessidades de nossa juventude da atualidade. Estamos em uma sociedade que é cega em sua própria prepotência e que não consegue reconhecer Deus como seu Senhor. Precisamos urgentemente de colírio para que a nossa visão seja reposicionada, não na nossa aparente força e sucesso, mas nEIe que tem todo o poder nos céus e na terra (HB 12.2a).
Outra imagem forte no chamado ao arrependimento é quando, no cap. 3 e v. 20, temos a figura de Cristo do Iado exterior batendo à porta. Isto simboliza a disponibilidade de Deus para entrar na vida dos crentes, mas também um apontamento para uma resposta ativa da nossa parte. Ele bate à porta, mas só entra se nós abrirmos. O arrependimento envolve uma escolha consciente de abrir-se para uma nova relação com Ele. Jesus fica parado na porta de toda “igreja” esperando ser convidado a entrar e ter um relacionamento pessoal com o seu povo. Se na sua vida Cristo parece distante, pode ter certeza de que é porque você escolheu deixá-lo do Iado de fora e distante.
Este chamado ao arrependimento é atemporal, oferecendo uma oportunidade de transformação e renovação espiritual. Esse convite ressoa especialmente hoje, incentivando todos a avaliarem sua vida espiritual e buscarem uma relação autêntica e comprometida com Deus. Os crentes em Cristo nunca devem deixar Jesus do Iado de fora com a porta trancada. Ele é o Deus de amor e o Deus do universo que não somente morreu por nós, mas que também está esperando para nos abraçar com seu amor (SL 59.17).
4. CONCLUSÃO
Assim como a igreja de Laodiceia enfrentava uma crise de identidade, muitos jovens lutam para encontrar seu Iugar no mundo. É essencial que busquem uma identidade que não seja apenas definida por expectativas externas, mas que reflita valores espirituais mais profundos. Ser “quente” ou “frio” é um chamado para definir a nossa autenticidade espiritual. A juventude cristã precisa se manifestar de forma genuína, mesmo que isso signifique ir contra a corrente do oceano do mundo.
Permitir a entrada de Cristo mostra a importância de uma relação espiritual-pessoal. Isso pode com muita certeza ajudar os jovens a encontrar força e direção em um mundo que, dia após dia, está cada vez mais imerso no pecado.
Ao refletirmos brevemente em Apocalipse 3.14-22, é possível traçar estes paralelos entre os desafios enfrentados pela juventude da atualidade e os problemas que a igreja de Laodiceia enfrentava. A mensagem de arrependimento e busca por autenticidade ressoa fortemente, lembrando aos jovens que, em meio a pressões e dificuldades da atualidade, há sempre a possibilidade de renovação da aliança e um chamado para viver espiritualmente de maneira verdadeira.
Vivamos o dia de hoje como se Cristo voltasse agora!
Soli Deo Gloria.
Laliton Elias dos Santos Filho
22/10/2024
Interaja com o Portal AD Alagoas e envie sugestões de matérias, tire suas dúvidas, e faça parte do nosso conteúdo.
participe »Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Templo Sede
Av. Moreira e Silva, nº 406, Farol
Horário de Cultos
Aos Domingos 09:00h - Escola Dominical
Aos Domingos 18:30h - Culto Evangelístico
As Terças-feiras 18:30h - Culto de Doutrina
As Quarta-feiras 10:00h as 17hs - Círculo de Oração
As Sextas-feiras 18:30h - Culto de Oração