Guerras, rumores de guerras, conflitos armados e tensões estão espalhados por todo o mundo. O presente século pode ser um dos mais conturbados da humanidade, de acordo com vários especialistas.
O Guiame publicou uma matéria onde o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), especializado em defesa militar, afirmou que podemos viver a “década mais perigosa” já vista em toda a história.
Os gastos militares no mundo aumentaram 9% no ano passado, chegando aos US$ 2,2 trilhões (quase R$ 11 trilhões na cotação da época), um valor sem precedentes. Enquanto isso, aumenta a fome e a insegurança para mais de 700 milhões de cidadãos de várias nacionalidades.
Não há previsão de paz, pelo contrário, a cada ano aumenta o número de nações que guerreiam violentamente pelos motivos mais banais, entre eles, disputas por territórios e poder governamental.
Com isso, o número de mortos relacionados às guerras e combates armados subiu 5 vezes mais em 2023, comparado com os números no início deste século.
Guerras em curso
No momento, há pelo menos 8 grandes guerras acontecendo, além de dezenas de conflitos armados, conforme reportagem da BBC News Brasil. Entre elas, a guerra entre Israel e Hamas que teve início em 7 de outubro de 2023.
A guerra entre Rússia e Ucrânia vai completar 2 anos em 24 de fevereiro deste ano. Outra guerra que escalou foi a da Etiópia e Tigré (Frente de Libertação do Povo do Tigré) que acontece porque milícias rebeldes querem derrubar o governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed.
Na sequência da lista vem Burkina Faso, onde mais de 2 milhões de pessoas estão deslocadas por conta do conflito armado entre forças do governo e os grupos terroristas Al Qaeda e Estado Islâmico, desde 2016.
A guerra civil na Somália se intensificou desde seu início, em 1991. Desde meados do ano 2000, assumiu um tom islâmico militante, com a ascensão do grupo terrorista Al Shabbab, aliado da Al Qaeda, que tenta derrubar o governo local.
Vale mencionar que, nos países onde a guerra acontece entre governo e grupos terroristas, o objetivo é instalar uma visão radical da lei islâmica, onde até mesmo crianças são recrutadas para lutar.
No Sudão, conforme a ONU, uma crise humanitária inimaginável está se desenrolando. A guerra começou em abril de 2023 e já deixou quase 6 milhões de deslocados e mais de 25 milhões necessitam de ajuda humanitária, ou seja, mais da metade da população.
O golpe militar em Mianmar, em fevereiro de 2021, fez piorar o nível de violência no país do Sudeste asiático, onde mais de 13 mil crianças morreram e 1,3 milhão de pessoas estão deslocadas.
O Iêmen enfrenta uma guerra civil há quase 10 anos, com alarmantes níveis de sofrimento. O país onde se originou o movimento político-religioso dos Houthis tem o apoio do Irã e segue a linha islâmica xiita.
Nigéria e Síria também vivem conflitos sangrentos, protagonizados por terroristas islâmicos que querem tomar o governo a qualquer custo e dominar territórios. A guerra na Síria vai completar 14 anos em março deste ano.
Guerra ou conflito?
De acordo com Giulia Granchi da BBC News Brasil em Londres, a definição mais adotada por grupos internacionais de estudo adota o número de mortos como parâmetro para definir a diferença entre guerras e conflitos.
Quando há pelo menos 1.000 mortos no período de 1 ano, é considerado uma guerra. Já o conflito armado (disputa por territórios ou governos) se define quando há pelo menos 25 mortos durante 1 ano.
“Várias organizações têm alertado para um aumento de conflitos armados nos últimos anos. Paul B. Stares, do Council of Foreign Relations — um grupo de pesquisa nos EUA que mapeia os conflitos globais — disse que entre os fatores para o aumento de conflitos estão as crescentes tensões econômicas e sociais.
Por que não ouvimos falar sobre todas as guerras?
Há países em guerra que ganham mais visibilidade na mídia do que outros. Segundo a jornalista da BBC News, isso acontece porque algumas guerras podem envolver outros países, inclusive aqueles que possuem armas nucleares.
As guerras entre Israel x Hamas e Rússia x Ucrânia são as duas que mais se destacam nesse sentido. Outro fator que torna a guerra mais evidente na mídia está a proximidade com grandes centros populacionais. Além disso, há nações que restringem a entrada de jornalistas e ONG´s e não permitem o registro através de fotos e vídeos, por isso não há circulação nas redes sociais.
Muitos líderes impedem que as informações se espalhem, já que haverá uma pressão internacional pelo cessar fogo e os corredores humanitários. Para o povo, porém, se o mundo tomar conhecimento das guerras, haverá mais oportunidades de socorro e ajuda humanitária.
Da Redação/AD Alagoas
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