“Não tenho dúvidas de que superaremos as trevas juntos, como sempre fizemos, e sairemos deste conflito mais fortes do que nunca.” A fala do presidente de Israel, Isaac Herzog, pontuou um marco importante na guerra de Israel contra o Hamas: os 100 dias.
Os combates iniciaram logo após a invasão e o massacre perpetrado pelo grupo terrorista palestino em solo israelense, na manhã de 7 de outubro.
A investida do Hamas deixou 1.200 mortos e cerca de 5.400 feridos em Israel, além de 240 pessoas levadas reféns para a faixa de Gaza, cidadãos israelenses e de diversas nacionalidades, inclusive brasileiros.
100 dias
Ao se pronunciar sobre o tempo decorrido do conflito, Herzog descreveu de forma dramática o período enfrentado pelo país:
“Cem dias se passaram desde que a vida foi interrompida, os céus escureceram e nós, todos nós, fomos expostos a um caldeirão fervente e horrível de terror e ódio profundo desencadeado sobre nós. Cem dias de uma guerra imposta a nós, um teste para toda a nação. Um teste ao nosso coração coletivo, coragem, determinação, retidão, força, apoio mútuo, unidade e aos valores e princípios que nos definem como nação”.
O presidente israelense disse que “nestes tempos difíceis, não podemos deixar de refletir sobre os sacrifícios das nossas filhas e dos nossos filhos, que morreram tanto como civis como como soldados”.
Herzog enalteceu o desempenho dos militares que estão na linha de combate:
“A sua bravura, o seu compromisso, o seu amor pela vida e a sua dedicação aos ideais que nos são caros são um testemunho da força que existe em todos os nossos corações.”
‘Provação árdua e dolorosa’
Ele também destacou a condição das pessoas sequestradas pelos terroristas do Hamas, dizendo que “não devemos e não podemos esquecer, nem por um momento, os reféns e os desaparecidos.”
E continuou: “É difícil imaginar uma provação mais árdua e dolorosa do que a das famílias cujos entes queridos estão nas mãos dos assassinos do Hamas. Todos nós fazemos uma oração, ecoando as palavras do profeta: ‘E vossos filhos e filhas retornarão às suas fronteiras’”.
Em sua manifestação pelo centésimo dia de guerra, Herzog lamentou “a perda dos heróis caídos, sua coragem, santidade de vontade e autossacrifício que permearam a ferocidade da batalha”.
“Choramos pelas muitas vidas, demasiadas, exterminadas brutalmente – vítimas de violência monstruosa e antissemita. No entanto, lembramos que mesmo nas horas mais sombrias, testemunhamos a força, a coragem, a resiliência e a compaixão que nos definem como povo. Cometemos um erro grave e doloroso ao não estarmos preparados. Mas o maior erro é o do inimigo”, disse.
Massacre de idosos e crianças
O presidente de Israel também mencionou a violência e massacre perpetrado pelos terroristas contra civis vulneráveis, como idosos e crianças.
“O inimigo, cujos ‘grandes herói’ assassinaram, massacraram, violaram e massacraram indiscriminadamente crianças, idosos, meninas, meninos, queimaram casas com pessoas dentro e cometeram os piores crimes contra a humanidade. Um inimigo para quem o manual de Hitler, ‘Mein Kampf’ [em português, como "Minha Luta"], tem um lugar de destaque nas suas casas, cujos acampamentos de verão para crianças eram centros de lavagem cerebral assassina e de ódio cego”.
E continuou: “Um inimigo que pensa que nos conhece e menospreza a bravura dos nossos filhos e filhas até ver com os seus próprios olhos como ‘um povo se levanta como uma leoa e se ergue como um leão’”.
Geração de força
Herzog fala sobre o desempenho inspirador dos jovens israelenses, chamados por ele em sua manifestação de “geração TikTok”, diante da fúria de seus “inimigos”.
“As forças de coragem em nosso meio irromperam de maneira inspiradora. Vimos como a ‘geração TikTok’ emergiu como uma geração de força histórica, cuja bravura ficará gravada nos anais da história israelita”.
“Encontrei-me com os combatentes e comandantes, os líderes da frente – feitos de aço, ansiosos por enfrentar o inimigo, com o juramento de ‘Nunca mais’. Todos nós testemunhamos a força das comunidades e das famílias deslocadas, a bravura dos nossos feridos nos hospitais, a fé inabalável e o orgulho das famílias enlutadas, o voluntariado e a responsabilidade mútua na sociedade israelita – tanto judeus como árabes – a determinação dos nossos aliados que estão ao lado do nosso lado, liderado pelos Estados Unidos, e as comunidades judaicas em todo o mundo que estão conosco como um só, por vezes com risco pessoal. Ninguém pode derrotar um povo assim, uma nação tão unida e determinada”.
O presidente finalizou dizendo que “apesar dos desafios que temos pela frente, não tenho dúvidas de que emergiremos das sombras deste conflito mais fortes e mais determinados do que nunca. Juntos, como uma nação, superaremos as trevas, ressuscitaremos das cinzas, reconstruiremos, replantaremos, semearemos, afixaremos mezuzá nas casas, transformaremos todo e qualquer inferno em um paraíso, como sempre fizemos.”
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