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19/12/2023

‘Hamas expôs extremismo e antissemitismo ocidental’

O egípcio Majed El Shafie falou que a guerra de Israel contra o Hamas uniu os judeus, expôs o pior do extremismo e o antissemitismo no Ocidente

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO JERUSALEM POS

Majed El Shafie é um defensor dos direitos humanos e fundador da One Free World International (OFWI). Seu ativismo pelos direitos humanos começou no Egito, seu país natal, de onde mais tarde precisou fugir após ter sido severamente torturado e condenado à morte por sua conversão ao Cristianismo.

Em uma entrevista ao Jerusalem Post na segunda-feira (18), El Shafie falou sobre a guerra entre Israel e o Hamas, e disse que gostaria de agradecer ao Hamas por “mostrar ao mundo a face feia do extremismo” e “o aumento do antissemitismo nos países ocidentais – porque ninguém tinha consciência de quão ruim era”.

Após se converter do Islã ao Cristianismo, El Shafie passou a morar no Canadá. Em sua entrevista ele também disse que organização terrorista fez o que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não conseguiu: unir Israel.

“E gostaria de agradecê-los por unir o povo judeu e ativá-lo.”

El Shafie disse ainda que o Hamas “foi capaz de lembrar [aos judeus] sua alma judaica. Então, essa é a minha mensagem para as famílias que perderam seus filhos: vocês não estão sozinhos. A história aqui não é o que aconteceu em 7 de outubro; a história aqui é o que aconteceu depois de 7 de outubro.”

Em visita a Israel pela segunda vez desde o massacre do Hamas, El Shafie terá reuniões no Ministério das Relações Exteriores, onde apresentará um relatório da sua organização de direitos humanos One Free World International (OWFI): “Anatomia de um Ataque: A Verdade por Trás do 7 de Outubro”, que terá pontos divulgados pelo Guiame.

Ele também se reunirá com autoridades de segurança, sobreviventes do massacre e famílias de reféns.

"Não perca sua alma para o ódio"

El Shafie deixou mensagem de amor cristão aos israelenses, dizendo: “Você precisava se lembrar de quem você é. A minha mensagem ao povo israelense é ‘não perca a sua alma para o ódio; não perca a esperança na paz’”.

E continuou: “Só o amor pode nos salvar; só a justiça e o perdão podem nos salvar. Não permitam que o Hamas vença”.

Cristão evangélico e se autodenominando “homem espiritual”, El Shafie disse que sua crença na Bíblia e em seus valores é a razão pela qual ele estava em Israel e defendendo o estado judeu.

Deixando o Islã

El Shafie cresceu no Egito em uma das famílias proeminentes do país. Inicialmente criado como muçulmano, recebeu ensinamentos de desprezo pelos judeus. Seu tio, Hussein El Shafie, renunciou ao cargo de vice-presidente do Egito após a assinatura do acordo de paz com Israel.

Ele conta que desde muito jovem ficou perturbado com a perseguição das minorias no Egito, levando-o a fazer perguntas e expressar suas preocupações.

El Shafie lembra que começou a ler mais e estudar sobre o Cristianismo. Com a ajuda de um amigo cristão, ele finalmente se converteu e, aos 18 anos, tornou-se um ativista cristão.

Após ser descoberto, El Shafie foi preso e torturado.

“Se eu tirasse a jaqueta que estou usando agora, você poderia ver as cicatrizes dessa tortura, que ainda existem por me crucificar e colocar sal e limões em minhas feridas abertas”, disse.

Após ser colocado em prisão domiciliar e posteriormente condenado à pena de morte, El Shafie conseguiu escapar através do Sinai. Atravessando a fronteira, chegou a Israel, onde conseguiu status de refugiado.

Ele foi detido em uma prisão em Beersheba, aguardando um julgamento para comprovar sua condição de refugiado. Após cerca de 18 meses, a Suprema Corte israelense o libertou. Posteriormente, encontrou refúgio no Canadá, onde permanece desde então.

Vida a serviço de Deus

El Shafie fundou a OWFI, uma organização na vanguarda de missões de resgate para minorias religiosas em diversos países, incluindo Afeganistão e Paquistão.

Sua organização de direitos humanos desempenhou um papel crucial na libertação de meninas Yazidi das mãos do ISIS e prestou auxílio à minoria muçulmana uigure na China.

“O Hamas está determinado a cometer um segundo Holocausto em Israel”, disse El Shafie. “Não devemos concordar com um cessar-fogo.”

O ativista de direitos humanos disse que o relatório de sua organização é vital porque não foi escrito por um israelense ou palestino, ou por um muçulmano ou um judeu, mas por um cristão de origem egípcia.

“Estou apenas olhando as evidências e acho que isso é o mais importante.”


Da Redação/AD Alagoas
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