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19/11/2020

Por que Deus recompensa o Jejum?

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Por Tiago Cavalcanti Alves


Resumo da conclusão do Livro Fome de Deus,
buscando Deus por meio do Jejum e da Oração,
John Piper, Editora Cultura Cristã.


Bem-aventurados vós, os que agora tendes fome, porque sereis fartos. Lucas 6:21

 

Aonde reside o segredo do jejum? Por que Deus responde ao Jejum? Por que ele nos recompensa mais em nossas orações quando nos dispomos a buscá-lo através da abstenção de alimentos?

A recompensa da prática do Jejum é prometida por Jesus: “e teu Pai, que vê (seu jejum) em secreto, te recompensará”, (Mateus 6:18). Nos últimos 4 artigos, trabalhamos os inúmeros benefícios do jejum para desenvolvermos uma vida mais piedosa diante de Deus. Dentre eles, destacamos o poder de intensificar nossas orações, de fortalecer o nosso arrependimento, de expressarmos nossa devoção a Deus, de controlarmos a nossa carne, de descongestionar nossas vidas, de aumentar a nossa fé, de nos capacitar para andarmos no poder do Espírito, de nos empoderar para enfrentarmos certo tipos de batalhas espirituais. E olhe que esta lista não é exaustiva, e sim, meramente exemplificativa. Neste artigo, buscaremos compreender o porque de tantos benefícios.

Primeiro, precisamos entender o que precisamos rejeitar em nossa compreensão da prática de jejuar. A abstinência de alimentos é desenvolvida pela humanidade por razões religiosas, culturais, políticas e de saúde. De fato, é “uma prática encontrada em todas as sociedades, culturas e séculos”[1]. Diversas religiões praticam o jejum de alimentos, até mesmo pessoas não religiosas praticam por motivos de saúde[2]. Isto posto, observemos o apóstolo Paulo manifestando preocupações com possíveis distorções do entendimento da igreja na prática do jejum. Primeiro, em 1 Timóteo 4:1-5 ele destaca o perigo de deixarmos de olhar para o alimento como uma dádiva de Deus que deve ser recebido com ações de graças. Segundo, ele combate em Colossenses 2:20-23 o risco de entendermos o jejum como um fim em si mesmo, como um caminho de santificação própria que levará os homens a castigar seus corpos numa prática moralista que se afasta do evangelho de Jesus. Percebamos, portanto, que existem linhas tênues que fazem divisão entre o jejum cristão e o não cristão.

O próprio Jesus defendeu o fato de que seus discípulos não deveriam jejuar nos dias em que o noivo estava presente. Até então, o jejum era, em geral, acompanhado de tristeza, quebrantamento e desespero geralmente associado ao pecado ou algum perigo. Por isso, falou: “Podem, acaso, estar tristes os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles?”, Mateus 9:15. Mas, então, Jesus disse: “Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo, e nesses dias hão de jejuar.”, Mateus 9:15. Em seguida, Jesus defende algo crucial colocando lado a lado duas ilustrações: “Ninguém põe remendo de pano novo em veste velha; porque o remendo tira parte da veste, e fica maior a rotura. Nem se põe vinho novo em odres velhos; do contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho, e os odres se perdem. Mas põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se conservam.”, Mateus 9:16-17. O vinho novo e o remendo novo representam o novo jejum que é baseado no mistério que o noivo veio e triunfou sobre o pecado, sobre a morte e sobre o inferno. O jejum cristão é baseado na realidade espiritual encontrada na nova aliança em que Jesus nos remiu com o seu sangue e fez habitar o seu Espírito em nós. O jejum é proposto por Jesus para os seus seguidores praticarem após sua partida como um meio de expressar a necessidade e a fome da presença do noivo e na intensificação do seu reino[3]. Assim defende o autor: “A novidade do nosso jejum é esta: sua intensidade vem, não do fato de que nunca tenhamos provado do vinho da presença de Cristo, mas porque provamos de modo tão maravilhoso pelo seu Espírito que não podemos nos satisfazer até a chegada da consumação da alegria. O novo jejum, o jejum cristão, é uma fome de toda a plenitude de Deus (Ef 3:19), provocada pelo aroma do amor de Jesus e pelo gosto da bondade de Deus no evangelho de Cristo (1 Pe 2:2-3)”[4].

Após a explanação de algumas advertências dadas pelo apóstolo Paulo e alguns contornos dados por Jesus[5] acerca da prática do jejum, estamos prontos para apresentarmos respostas acerca da pergunta chave deste artigo: Por que Deus recompensa o Jejum? De forma direta e simples: porque o jejum cristão, “o novo jejum”, é um meio para edificar a nossa fé e de nos aproximarmos da glória de Deus a partir da intensificação da nossa vontade diante da fraqueza do nosso corpo. Vejamos em mais detalhes estes dois motivos.

1.  Um meio para edificação da nossa fé

O jejum edifica nossa fé para experimentarmos a mesma sensação de Cristo quando respondeu a Satanás em meio a um jejum de 40 dias: “nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus”, Lucas 4:4. Em outro episódio em que a fome estava presente, após ter interagido com a mulher samaritana, Jesus responde de forma entusiasmada aos seus discípulos que estavam lhe oferecendo comida: “Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis ... A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra”, João 4:32-34. A fé se firma na obra consumada de Cristo e nos traz a “firme convicção”, um forte desejo pela consumação futura. Quanto mais contentamento temos em Cristo, mais a nossa insatisfação por termos mais de Cristo aumentará, mais o nosso desejo pelo seu reino, por sua presença e pela consumação da nossa regeneração se intensificará. E tudo isso está diretamente relacionado a nossa fé, conforme definição de Hebreus 11:1: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem”. A nossa fé anda de mãos dadas com o jejum cristão. Jesus afirmou isso quando explicou o motivo pelo qual seus discípulos fracassaram em expulsar o demônio de um menino epiléptico, Jesus deixou claro o motivo do fracasso dos seus discípulos: “por causa da vossa pequena fé”, Mateus 17:20, e em seguida, Jesus apontou o caminho para eles edificarem a fé para enfrentarem aquele tipo de situação: “Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum”, Mateus 17:21.

De uma forma sobrenatural, o novo jejum nos exercita para experenciarmos mais a fome e a sede da presença de Deus. A debilidade provocada pela abstenção de alimentos, algo tão instintivo e natural do nosso ser, tem a capacidade de fazer jorrar saciedade e ao mesmo tempo fome da presença de Deus em nosso interior desobstruindo-nos das “preocupações deste mundo” e da “sedução das riquezas” que sufocam a semente do evangelho em nossas vidas como verdadeiros espinhos.

2.  Um meio de atrairmos a glória de Deus para nossas vidas

Segundo o autor, Deus comprometeu-se em sua palavra recompensar os atos do coração humano que exprimem a impotência humana e a esperança em Deus[6]. Em Isaias 55:1-3, Deus oferece pão, vinho, água e fino manjares a todo aquele que manifestar fome e sede da sua presença, que sejam capazes de se desprenderem das coisas que não são espirituais. Em Apocalipse 21:6 e 22:17 mais uma vez oferece sua benevolência apenas àqueles que manifestarem sede por sua presença. No texto em epígrafe, Lucas 6:21, Deus se compromete em saciar apenas os que tem fome. Nas bem aventuranças narrada por Mateus, Deus promete o reino apenas para os pobres de espírito em Mateus 5:3, bem como consolo apenas para os que choram e a herança da terra para os humildes, conforme Mateus 5:4-5. Este é um princípio válido em todas as Escrituras, Deus trabalha para aqueles que nele espera (Isaías 64:4). Um coração quebrantado e contrito é agradável a Deus (Salmos 51:17). De alguma forma, Deus se interessa em responder os desejos do coração daqueles que se agradam dele (Salmos 37:4-5) e de se tornar galardoador dos que o buscam (Hebreus 11:6). Sem dúvida, há algo bastante intrigante na glória de Deus que se ver atraída pela manifestação de fraqueza humana e que se aperfeiçoa em nossas fraquezas (2 Coríntios 12:9).

Em todas as Escrituras Deus está comprometido em zelar pela sua glória:

·  Deus elegeu o seu povo antes da fundação do mundo para a sua glória, Efésios 1:6;

·  Criou a humanidade para a sua glória, Isaias 43:7;

·  Escolheu Israel para sua glória, Isaías 49:3;

·  Libertou os hebreus do Egito para a sua glória, Salmos 106:7-8;

·  Restaurou Israel do exílio por causa da sua glória, Isaíais 48:9-11;

·  Enviou o seu Filho para manifestar a sua glória para todos os povos, Romanos 15:8-9;

·  Enviou o Espírito Santo para glorificar o seu Filho, João 16:14;

·  Ordenou seu povo a fazer todas as coisas para a sua glória, 1 Coríntios 10:31;

Essa lista ainda poderia prosseguir com muitos outros textos que apontam o comprometimento do Senhor com sua glória. De fato, o zelo do Senhor por sua glória é uma nítida expressão do seu amor para conosco, pois a nossa vida é profundamente transformada quando experimentamos a sua glória. Em outro momento, pretendo discorrer com mais detalhe nesta direção. Por hora, basta destacarmos as vantagens detalhadas por Paulo no texto de Efésios 3:17-19 acerca dos benefícios de sermos tocados pela glória de Deus. Paulo especifica uma lista que nos acontecerá segundo as “riquezas da glória de Deus”:

·  Fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior, vrs 16;

·  Cristo habitar em nosso coração, vrs 17;

·  Pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, vrs 17 a 19;

·  Sejamos tomados de toda plenitude de Deus, vrs 19.

É pouca coisa? Uau !!! O contato com a glória de Deus muda tudo em nossas vidas!. E o jejum se apresenta como uma ferramenta dada por Deus para nos dedicarmos a Ele dentro da concepção da Nova aliança, expressando nossa fome, nosso desejo e nossa sede por mais dele em nossas vidas e com isso edificando a nossa fé e atraindo a glória de Deus para nossas vidas. De alguma forma, quando nos privamos de algo tão necessário para nossa sobrevivência, quando nos expomos à fragilidade e à debilidade dos nossos corpos mediante a falta do alimento físico, atraímos a glória de Deus para nossas vidas porque passamos a buscá-lo com maior inteireza de coração (Jeremias 29:13) e também porque o seu poder (sua glória) se aperfeiçoa (é atraída) em nossa contrição, em nossa fraqueza e em nosso quebrantamento. Segundo o autor, “O jejum dá glória a Deus quando ele é evidenciado como uma dádiva de Deus que tem o objetivo de conhecer mais a Deus e deleitar-se mais nele. Deus é glorificado em nós quando o nosso objetivo é que as nossas ações demonstrem que estamos completamente satisfeitos nele.”[7]. O autor conclui o livro desta forma: “A resposta final (Porque Deus responde ao Jejum?) é que Deus recompensa o jejum porque o jejum expressa o clamor do coração de que nada na terra pode satisfazer a nossa alma a não ser Deus. Deus deve recompensar esse clamor porque ele é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos nele”[8].

O desafio é jejuarmos e orarmos não por um peso de responsabilidade ou de obrigação, mas como uma expressão de amor, de fé, de necessidade, de paixão e de fome e sede por termos mais da presença do noivo e do seu reino em nossas vidas, somente desta forma estaremos atraindo a sua glória para tocar em nossas vidas conforme as suas riquezas descritas pelo apóstolo Paulo no texto de Efésios 3:16-19.



[1] Página 20 do livro em questão.

[2] O prêmio Nobel de Medicina foi conferido Yoshinori Ohsumi em 2016 que exaltou os benefícios na longevidade oriundos da autofagia na prática do jejum. Fonte: https://veja.abril.com.br/saude/quem-faz-jejum-vive-por-mais-tempo-diz-nobel/, visitado em 18/11/2020 as 12h e 3 min.

[3] Por isso que Jesus nos ensinou orar pelo seu reino: “venha o teu Reino”, Mateus 6:10.

[4] Página 32 do livro em questão.

[5] Jesus trouxe instruções acerca da prática do jejum para seus seguidores em outra passagem: Mateus 6:16-18.

[6] Página 137 do livro em questão.

[7] Página 35 do livro em questão.

[8] Página 139 do livro em questão.

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