O pastor Moisés Lino Balbino, de 50 anos, missionário enviado há poucos meses para a Argentina pela Assembleia de Deus em Alagoas, faleceu na tarde deste sábado (15), no país onde estava residindo. Segundo informações de familiares repassadas ao Portal AD Alagoas, o obreiro passou mal durante a semana e o seu quadro de saúde piorou muito nessa sexta-feira (14), quando ele precisou ficar internado em uma unidade de saúde.
O corpo dele deve ser trasladado para o Brasil nos próximos dias para que os parentes possam providenciar o sepultamento em Alagoas. Ainda não há datas definidas.
Na última terça-feira, durante o culto de doutrina celebrado na igreja-sede do Farol, o pastor Paulo Mesquita, secretário de Missões da Assembleia de Deus em Alagoas, pediu as orações pela recuperação do pastor Moisés. Ele informou, na ocasião, que ficou sabendo que o missionário havia passado mal, sofrido uma queda brusca de pressão, mas que estava tudo bem. Entretanto, os parentes foram pegos de surpresa com o agravamento do estado de saúde.
O sobrinho do pastor Moisés, Bruno Lino, disse ao portal, na manhã deste sábado, que o tio estava em coma desde essa sexta-feira e respirava com ajuda de aparelhos. O quadro evoluiu muito rapidamente. Exames atestaram que o pastor Moisés teve complicações no cérebro e não tinha conhecimento do problema. A doença apareceu depois que procedimentos mais complexos foram realizados. Moisés teve uma forte dor de cabeça e, no hospital, já ficou entubado.
A confirmação do falecimento somente foi dada na tarde deste sábado por membros da própria família que está na Argentina.
Histórico
O obreiro e a família foram, oficialmente, apresentados como novos missionários escolhidos pelo ministério local no Culto de Santa Ceia do mês de março. Eles partiram para Argentina dias após. Viajaram o pastor Moisés, a esposa dele, irmã Maria Elba Silva Lino e mais três filhos do casal: Moézio Leivas Silva Lino, Moarly Abnner Silva Lino e Nicolas Endrio Silva Lino.
Eles iriam se instalar na cidade de Colón, na província de Córdoba, distante 220 km de Buenos Aires. O campo nesta localidade estava sem um líder, já que o pastor Damião Teixeira retornou a Alagoas há mais de um mês. Além de continuar o trabalho que estava sendo feito, os novos missionários tinham mais uma missão: fundar uma congregação na cidade de Jesús Maria, a 820 km de Cólon.
Revelação da cidade
A chamada para a obra missionária na vida do pastor Moisés aconteceu há quase 26 anos. Ele relatou ao portal que Jesus revelou a cidade de Jesús Maria no ano de 1987, em um sonho. Até ano passado, nenhuma indicação oficial tinha sido dada pelo ministério no sentido de escolher novos missionários para Argentina. “Foram vinte e cinco anos da minha vida esperando que se cumprisse o chamado de Deus. O pastor-presidente já vinha tratando do assunto comigo há uns anos, mas nada de oficial”, contou, à época.
Em 1995, o pastor Moisés diz que estava liderando o campo em Santana do Mundaú e, após uma festividade, ouviu do pastor-presidente indício de que a revelação estaria prestes a se cumprir. “O pastor José Antonio era o pregador e, ao término do movimento, disse que me via fazendo missões transculturais [fora do país]. Eu era militar e professor de colégios em Maceió e São Miguel dos Campos. Minha esposa era professora concursada, trabalhava quarenta horas semanais e deixamos tudo por causa do nome de Jesus”, lembrava.
A certeza da ida
Há pouco tempo, o pastor Moisés tinha sido comunicado pelo próprio pastor José Antonio dos Santos que a obra de missões o esperava. A pretensão inicial seria enviá-lo para o Pananá, na América Central, “No gabinete, ele me revelou para onde iríamos e perguntou o que eu achava. Fiquei calado, já que tinha a certeza de que ele sabia qual era a minha real chamada”, recordava.
As conversas foram mudando de rumo e chegou até a Argentina, país que estava na mente do futuro missionário. “Depois de algum tempo, ele me disse que, na verdade, eu iria para Argentina e que mandaria outro depois para o Panamá. E o maravilhoso disso tudo é que ele sabia que era pra Argentina, mas não o nome da cidade que Deus me mostrou em 1987. Quando falou Jesús Maria... meu Deus! O fôlego desapareceu. Deus é maravilhoso”, completava.
Depois que ouviu o anúncio de que o sonho seria concretizado, o pastor se lembrou dos momentos em que foi tentado a esquecer da chamada. “Ouvi muitas críticas, palavras de desânimo, propostas para mudar de convenção, mas permaneci em meu lugar, pois não tinha dúvidas de quem tinha me chamado. E, agora, chegou a hora de cantar o hino da vitória”. Em novembro, o presidente da igreja o apresentou aos obreiros na reunião ministerial. Na ocasião, ficou referendada a escolha da família para a obra missionária.
Biografia do pastor
O pastor Moisés Lino Filho nasceu em 1º de março de 1963. É filho de Moisés Lino Balbino e Antonia Maria Balbino. Casou-se em 08 de junho de 1985 com Maria Elba Silva Lino, com quem teve quatro filhos (além de Moézio, Moarly e Nicolas, é pai de Nicaula Larissa Silva Lino).
Foi batizado nas águas em 28 de agosto de 1982 e com o Espírito Santo no dia 02 de junho de 1982. Recorda que fora separado ao diaconato em agosto de 1987; ao presbitério, em agosto de 1989; ordenado a evangelista, em agosto de 2003; e a pastor, em agosto de 2010.
Começou a dirigir congregações em 1990. A primeira foi a do Trapiche da Barra. Depois, passou por Franco Jatobá, Bom Parto e Chã de Bebedouro, todas na capital. Daí, partiu para o campo e liderou Santana do Mundaú, Mata Grande, Anadia, Olho d’Água das Flores, Piranhas e Piaçabuçu.
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