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Artigos

Pb. Tiago Cavalcanti Alves
Presbítero e coordenador do Departamento de Missões, Evangelismo, Integração e Discipulado (DEMID) do templo sede Farol. Bacharel em Engenharia de Telecomunicações, pós-graduado em Contabilidade e Auditoria, exerce o cargo de Auditor Fiscal no município de Maceió. Cursando mestrado em Aconselhamento Bíblico pelo Seminário e Instituto Bíblico Maranata – SIBIMA. Autor de dois livros: Conhecendo o amor de Deus e Formação de Discipulador com Ênfase na Escola Bíblica, publicados pela editora AD SANTOS, ambos utilizados pela Assembleia de Deus em Alagoas para a formação de discipuladores, evangelização e consolidação de novos convertidos. Casado com Alexsandra de Freitas Cavalcanti Alves e pai de três filhos.
08/02/2023

Gilgal, removendo a humilhação do Egito

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Josué 5 é um recorte da história de Israel que revela a grandeza e a beleza do nosso Deus (Is 64:4). Antes da conquista da terra prometida, uma nova geração estava sendo desafiada a se consagrarem ao Senhor e a compreenderem a importância da obediência pactual.

Veremos neste relato lições preciosas que serão aplicadas à vida e os desafios da Igreja neotestamentária. O paralelo de Israel e a igreja do Senhor Jesus, escolhidos como uma missão sacerdotal (Ex 19:5-6), como povo escolhido e vocacionado para representar o Reino de Deus na Terra para que a multiforme sabedoria do evangelho seja conhecida e celebrada em toda a terra (Ef 3:5-10). “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança”, Rm 15:4.

Após a libertação do Egito, o povo de Israel tinha um percurso de aproximadamente 200km até chegar à terra prometida. Um percurso em meio ao deserto com muitos desafios, mas que certamente poderiam contar com o cuidado e atenção do poderoso Deus de Abraão, Isaque e Jacó que se revelará com tanto amor e cuidado para com a nação na poderosa libertação do Egito. Entretanto, apesar da libertação física do Egito, o coração daquele povo ainda se voltava constantemente para uma mentalidade de escravo e de incredulidade (At 7:39). Em meio a provação, a humilhação de uma mentalidade que hora ou outra se voltava para o Egito endurecendo o coração para a bondade de Deus atrapalhou o progresso daquele povo. Eles não puderam entrar na terra por causa do coração incrédulo e perverso que diante da provação sempre se afastavam de crer em Deus e voltavam a contemplar a humilhação do Egito em seus corações.

O texto de Hb 3:12-19 comenta a saga os hebreus nesta peregrinação de 40 anos trazendo-nos uma exortação para perseverarmos na fé em Cristo, para não endurecermos o nosso coração com a incredulidade:

12. Cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo.

13. Pelo contrário, encorajem-se uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama "hoje", de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado,

14. pois passamos a ser participantes de Cristo, desde que, de fato, nos apeguemos até o fim à confiança que tivemos no princípio. Hebreus 3:12-14

Extrairemos lições desta advertência de incredulidade x perseverança (fé) na jornada dos hebreus em direção a terra prometida e destacaremos a aplicação à nossa vida cristã. O paralelo das histórias se estabelece nos fatos a seguir: também passamos por uma recente libertação, a escravidão do pecado (Ef 2:1-3), e a feiura de toda ação pecaminosa que deixa de crer na bondade e na suficiência de Deus através de um coração que passa pelo um processo de endurecimento pela incredulidade.

1)  A REJEIÇÃO DE 1 GERAÇÃO E A HUMILHAÇÃO DO EGITO

Quando todas as necessidades eram atendidas o povo estava bem em sua jornada, alguns momentos de júbilo e de adoração acompanhavam o povo após as manifestações sobrenaturais da presença de Deus. Entretanto, quando algo começava a faltar, quando a provação se apresentava perante o povo, o que estava dentro do coração vinha à tona: “Pois a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom, do seu bom tesouro, tira coisas boas, e o homem mau, do seu mau tesouro, tira coisas más”, Mt 12:34-35. O povo rejeitava o governo de Deus e expressava lamento e anseio pela vida que tinha no Egito. A murmuração insistia em trazer à tona a humilhação  do Egito, feria o coração de Deus e limitava (entulhava) o progresso espiritual daquele povo. Vejamos alguns destes episódios:

a)  Diante da perseguição do exército de Faraó no Mar Vermelho: Ex 14:11

b)  Diante da escassez de alimentos no deserto: Ex 16:11

c)  Diante da sede no deserto de Sim: Ex 17:3

d)  Diante do relato dos espias: Nm 14:1-2

e)  Perante as águas de Meribá: Nm 20: 3-5

f)  Ao contornar a terra de Edon: Nm 21:5

Em todos estes episódios podemos identificar que o Egito e sua humilhação nunca saiu do coração daquela geração: "Mas nossos antepassados se recusaram a obedecer-lhe; pelo contrário, rejeitaram-no, e em seus corações voltaram para o Egito.” Atos 7:39.

A geração que saiu do Egito não conseguiu se afastar da humilhação do Egito e acabou sendo rejeitada: “sofrerão a conseqüência dos seus pecados e experimentarão a minha rejeição” (Nm 14:34); Visto que deixaram de seguir (desviastes) ao Senhor, ele não estará com vocês" (Nm 14:43). Passaram 40 anos no deserto sem circuncidar os seus filhos e sem celebrarem a páscoa. Eram circuncidados no corpo, mas afastados do Senhor.

APLICAÇÃO 1:  RAIO X DO DA OPERAÇÃO DO PECADO EM NOSSOS CORAÇÕES: A INCREDULIDADE

Para nos atrair na armadilha do pecado, Satanás agirá para nos enganar e nos cegar para o valor do nosso Deus. Em todos estes momentos de murmuração, assim como em todos os momentos em que escolhemos pelo pecado em nossos corações, nosso coração passa a deixar de discernir e confiar na bondade e na suficiência de Deus. Passamos a enxergar o pecado como algo bom, agradável e desejável a partir da incredulidade dos nossos corações. Perceba que não estou falando apenas da ação da murmuração, e sim da operação de toda ação pecaminosa em nossos corações. O pecado sempre estará associado ao que cremos em nossos corações (Pv 4:23).

APLICAÇÃO 2: A HUMILHAÇÃO DO EGITO – PESSOAS QUE NÃO SE AFASTAM DO SEU PASSADO

a)  O exemplo de um dependente químico na luta da dependência química. Afirmações como: “Uma vez viciado, sempre será viciado” sustentam a humilhação do Egito em seus corações e entulham a transformação do evangelho. Roupantes e ameaças quando tem o seu desejo frustrado. Já acompanhei um caso em que um jovem que viveu muitos anos na dependência química, ao se sentir contrariado por sua vó quando foi comprar algumas peças de roupa e ela viu o total da compra e pediu para o neto diminuir porque não conseguiria pagar, momento em que aquele jovem afirmou: “como a senhora não vai fazer o que eu quero, então vou voltar para as drogas agora mesmo, porque lá eu consigo dinheiro com a criminalidade e consigo as coisas que eu quero”. Situação em que aquele jovem ficou 72h sem dá qualquer sinal para sua família, voltando assim mais uma vez à humilhação do Egito que não havia sido removida do seu coração. Para maiores aprofundamento na luta do tratamento do vício numa visão bíblica, recomendo a leitura do livro: O coração do vício, Mark E. Shaw, editora Peregrino.

b)  Relacionamento conjugal. Mágoas e raízes de amargura. Erros do passado que não conseguem ser superados. Diante de um pequeno tropeço ou desentendimento, estigmas e cicatrizes são expostas: “Você/eu é e sempre será assim” Eu fui um tolo em acreditar na sua/minha mudança”. Para um maior aprofundamento do evangelho e da superação da humilhação do Egito em um relacionamento conjugal, recomendo a leitura do livro Quando pecadores dizem SIM, Dave Harvey, editora Fiel.

c)  Diagnósticos de “doenças” psicológicas como Transtorno Bipolar, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Medo Paralisante, Anorexia, Transtorno da Identidade Dissociativa dentre outros. Diagnósticos que afastam a culpa e o arrependimento, e ao mesmo tempo também eliminam a esperança de transformação do evangelho. Para maior aprofundamento nestes exemplos, recomendo a leitura do livro Aconselhando Casos Difíceis, Stuart Scott e Heath Lambert, editora Peregrino

APLICAÇAO 3: A DISCIPLINA (CORREÇÃO) DO SENHOR

Assim como aquela geração se perdeu 40 anos no deserto, poderemos perder muita coisa, inclusive nossa salvação, se não perseverarmos em guardar firme a nossa fé (Hb 3:14). Quando não perdemos a salvação e o relacionamento com Deus, sofreremos as consequências dos nossos pecados e dos ídolos que levantamos em nossos corações (Ez 14:1-9). A disciplina do Senhor é uma expressão do seu cuidado e do seu amor e também uma manifestação do seu zelo para com a santificação do seu nome.  Do seu cuidado e do seu amor para revelar o erro e o desvio do nosso coração, para não vivermos uma religiosidade superficial com consciências cauterizadas (Is 29:13). Quando o Senhor nos disciplina ele revela a necessidade que temos de mudança e de quebrantamento para que voltemos a Ele “enquanto se pode achar” (Is 55:6-9).

O capítulo 5 de Josué mostra como Deus removeu a humilhação do Egito do coração da nova geração dos israelitas: Disse mais o Senhor a Josué: Hoje retirei de sobre vós o opróbrio do Egito; por isso o nome daquele lugar se chamou Gilgal, até ao dia de hoje. Josué 5:9

A palavra Gilgal no original quer dizer “uma roda”, por isso o nome foi dado para representar a rolagem (retirada) da humilhação do Egito do coração dos hebreus. Mas como o Senhor removeu sobre a nova geração a humilhação do Egito? Josué capítulo 5 mostra que foi através da disciplina de exclusão da velha geração, através da restauração do pacto da circuncisão (demarcação) e da celebração da Páscoa. Vamos falar um pouco mais sobre a disciplina do Senhor, sobre a circuncisão e sobre a Páscoa nos próximos artigos.


Autor: Tiago Cavalcanti Alves
08 de fevereiro de 2023

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