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Artigos

Pb. Tiago Cavalcanti Alves
Presbítero e coordenador do Departamento de Missões, Evangelismo, Integração e Discipulado (DEMID) do templo sede Farol. Bacharel em Engenharia de Telecomunicações, pós-graduado em Contabilidade e Auditoria, exerce o cargo de Auditor Fiscal no município de Maceió. Cursando mestrado em Aconselhamento Bíblico pelo Seminário e Instituto Bíblico Maranata – SIBIMA. Autor de dois livros: Conhecendo o amor de Deus e Formação de Discipulador com Ênfase na Escola Bíblica, publicados pela editora AD SANTOS, ambos utilizados pela Assembleia de Deus em Alagoas para a formação de discipuladores, evangelização e consolidação de novos convertidos. Casado com Alexsandra de Freitas Cavalcanti Alves e pai de três filhos.
28/06/2020

Memorização, meditação e oração para alcançar a Piedade!

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Resumo do capítulo 3 e 4 do Livro Disciplinas
Espirituais para a vida cristã, Donald S. Whitney, 
Editora Batista Regular.


Após vermos, no resumo anterior, os benefícios da Absorção Bíblica como uma disciplina espiritual, bem como os benefícios de ouvirmos, lermos e estudarmos as Escrituras Sagradas. Trabalharemos dentro nesta mesma direção, desta vez, abordando os benefícios de um comprometimento maior com a memorização, a meditação e a prática da oração com as Escrituras. Como destacado no Resumo do capítulo 1, estamos diante do desafio de entendermos que o ouro da Piedade não é encontrado na superfície do cristianismo e que é necessário cavar nas profundezas com as ferramentas das disciplinas espirituais[1] e com a determinação de um atleta olímpico[2].

A memorização dos textos sagrados fomentará a meditação a qualquer hora do dia e em qualquer lugar; “Como eu amo a tua lei! Medito nela o dia inteiro”, Salmos 119:97. Coloca a disposição a “espada do Espírito” para estarmos firmes contra as astutas ciladas do Diabo, como foi com Jesus na tentação no deserto. Fomentará nossa comunhão com o Espírito Santo que fluirá trazendo a nossa memória textos previamente memorizados que se aplique a situação que estiver a nossa frente apontando o caminho para seguirmos[3]. Na construção das epístolas de Efésios e de Colossenses podemos correlacionar o enchimento do Espírito Santo de Efésios 5:18 ao desafio estabelecido por Paulo em Colossenses 3:16, “a palavra de Cristo habite ricamente em vós”. Precisamos encarar com seriedade o desafio de amarmos ao Senhor nosso Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de toda a nossa força, guardando sua palavra em nossos corações, “atando-a na nossa mão, colocando por faixa em nossa testa e escrevendo nos batentes das portas das nossas casas”[4]. Precisamos memorizar as porções que mais falam ao nosso coração, que mais nos iluminam em nossos caminhos, que mais nos desafiam em nossas debilidades, para que tenhamos o cuidado de observá-las diligentemente no discernimento de que elas não são palavras vãs, antes é a nossa própria vida que está em jogo[5].  Precisamos estimular a prática da memorização em nossas famílias e em nossas igrejas, como defendido por Dallas Willard: “Como pastor, professor e conselheiro, tenho visto repetidamente a transformação de vida, exterior e interior, que resulta da simples memorização e meditação nas Escrituras. Pessoalmente, eu jamais me incumbiria de pastorear uma igreja ou de orientar um programa de educação cristã que não incluísse um plano contínuo de memorização das maravilhosas passagens das Escrituras para pessoas de todas as idades”[6].

Na parábola do semeador, ao trabalhar encontramos quatro tipos de solos[7], Jesus explica a existência de um solo rochoso, onde a semente não consegue formar raízes em profundidade. O solo rochoso também representa um solo que não é capaz de reter a água, por maior que seja a precipitação de chuvas naquele lugar. Como defende o autor do livro em questão: “Apenas ouvir ou ler a Bíblia, por exemplo, pode ser como uma pequena precipitação no chão duro. Independentemente da quantidade ou intensidade da chuva, a maioria foge e pouco penetra. A meditação abre o solo da alma e permite que a água da Palavra de Deus infiltre profundamente. O resultado é uma extraordinária fecundidade e prosperidade espiritual”[8]

Faz parte do processo de meditação diante do significado e a aplicação do texto bíblico a elaboração de perguntas que nos levem ao processo de reflexão. Fazer perguntas ao texto é uma das melhores maneiras de meditar. Quanto mais perguntas você elaborar e responder sobre um versículo das Escrituras, mais o entenderá e com mais clareza verá como aplica-lo. O autor do livro apresenta alguns exemplos de perguntas dirigidas à aplicação do texto em nossas vidas: “Este texto revela algo que eu deva crer a respeito de Deus?”, “Este texto revela algo por que eu deva louvar, agradecer ou confiar em Deus?”, “Este texto revela algo por que eu deva orar por mim mesmo ou por outras pessoas?”, “Este texto revela algo por que eu deva tomar uma nova atitude?”, “Este texto revela algo por que eu deva tomar uma decisão?”, Este texto revela algo que eu deva fazer por causa de Cristo, de outros ou de mim mesmo?”[9].

As conclusões do processo de meditação devem ser consolidadas[10] diante de Deus em nossas orações. A meditação fará a transição de forma suave entre o estudo e a oração. Somente após o processo de meditação nas verdades espirituais extraídas do texto bíblico ou de alguma expressão contida em louvores espirituais, poderemos edificar nossa concentração, eliminando a distração dos nossos pensamentos, e colocar paixão nas nossas palavras perante o Senhor. Conforme o autor, o processo funciona da seguinte maneira: “Após a absorção de uma passagem das Escrituras, a meditação permite que pensemos profundamente naquilo que Deus nos disse e digiramos e depois falemos com Deus em expressiva oração sobre o que foi mostrado. Como resultado, oramos sobre o que encontramos na Bíblia, agora personalizado por meio da meditação. E não somente temos algo substancial a dizer em oração, e a confiança de que estamos orando os pensamentos de Deus a Ele, mas fazemos suavemente a transição à oração com paixão por aquilo que estamos orando”[11].

É preciso atentar para a correlação que existe entre o processo de meditação e a oração, até mesmo a relação destes com a memorização. Do mesmo jeito que a meditação deve nos levar à oração, o processo de memorização do texto bíblico pode ser interligado ao processo de oração em cima do texto em questão. Enquanto relemos ou reescrevemos o texto bíblico tantas vezes quantas forem necessárias até que ele seja consolidado em nossa memória, faremos uma transição suave neste processo para orarmos com paixão as palavras do texto que estamos memorizando à medida que ele vai sendo cravado em nossos corações. Convém destacar também, que faz parte do processo de meditação/oração a autoconfrontação, entendida como o ato de examinar áreas cinzentas e intangíveis de atividade da mente e do coração e ministrar verdades espirituais para si mesmo, a exemplo de Davi no Salmo 103 e em Salmo 42:5. Outro elemento que deve ser inserido no processo de meditação/oração é o louvor e a adoração. Um estabelecerá o caminho para o outro, ambos se interligarão e se incentivarão reciprocamente; um servirá para dar vida ao outro.

O autor do livro destaca diversas citações dos Puritanos Ingleses que viveram de 1550 a 1700 para demonstrar quão notavelmente comum era a conexão entre a meditação e a oração, que servirão para fixar estas verdades firmemente em nossa vida de oração:

“Assim, em nossas meditações, entremear monólogo e oração; às vezes falando a nossos próprios corações, e às vezes, a Deus, é, eu reconheço, o degrau mais alto que podemos alcançar nesta tarefa celestial. (...) a mistura delas, assim como a música, será mais atraente; já que um serve para dar vida à outra. E nosso falar conosco mesmo em meditação deve ocorrer antes de nosso falar com Deus em oração” (Richard Baxter)[12].

“As orações de Davi não foram suas palavras apenas, mas suas meditações; como a meditação é a melhor preparação para a oração, assim a oração é a melhor fonte da meditação. Meditação e oração andam juntas” (Matthew Henry, acerca do Salmo 19:14)[13].

“A meditação é um tipo intermediário de incumbência entre a Palavra e a oração, e diz respeito a ambas. A Palavra alimenta a meditação e a meditação alimenta a oração. Tais incumbências devem estar sempre intimamente relacionadas; a meditação deve seguir o ouvir e anteceder a oração. Ouvir e não meditar é improdutivo. Podemos ouvir e ouvir muitas vezes, mas será como colocar algo em um saco furado... É temerário orar e não meditar. O que absorvemos pela Palavra digerimos pela meditação e liberamos pela oração. Essas três incumbências devem ser ordenadas para que uma não atropele a outra. Os homens ficam estéreis, áridos e desvigorados em suas orações por não se exercitarem em pensamentos santos” (Thomas Manton, em sua mensagem sobre a meditação de Isaque em Gênesis 24:63)[14].

Por qual razão nossos desejos nossos desejos, assim como uma flecha arremessada por um arco fraco não atingem o alvo? Simplesmente esta: não meditarmos antes de orar... A maior razão por que nossas orações são ineficazes é que não meditarmos antes de fazê-las (William Bates)[15]

“Tal como a irmã da leitura, assim é a mãe da oração (a meditação). Embora o coração do homem seja muito indisposto a orar, se tão somente ele puder entrar em meditação sobre Deus e as coisas de Deus, seu coração logo começará a orar... Comece lendo ou ouvindo. Prossiga meditando; termine em oração... Ler sem meditar é improdutivo; meditar sem ler é lesivo; meditar e ler sem orar em ambos é deixar de ser abençoado.” (William Bridge)[16]

Peter Toon, escritor britânico moderno, resume o ensino puritano sobre o processo meditação/oração: “Ler a Bíblia e não meditar foi visto como um exercício infrutífero: melhor é ler um capítulo e meditar após a leitura do que ler vários capítulos e não meditar. Semelhantemente, meditar e não orar foi como se preparar para uma corrida e nunca sair da linha de largada[17]

Por fim, concluímos que a memorização, a meditação, a autoconfrontação, a adoração e a oração podem ser identificadas com o processo defendido pelo Salmos 1º, “tem o seu prazer na Lei do Senhor e na sua Lei medita dia e noite”, e deve ser praticado com perfeita comunhão entre si em nossos momentos devocionais construindo um relacionamento diário de prazer em Deus e em sua Palavra.



[1] Veja Lucas 6:46-49 e Lucas 14:25-35.

[2] Ver 1 Timóteo 4:7-9 e 1 Coríntios 9:24-25.

[3] De acordo com Isaías 30:21, Salmos 119:11 e 105.

[4] Conforme Deuteronômio 6:5-9

[5] Conforme Deuteronômio 32:46-47.

[6] Citado na página 53 do livro em questão.

[7] Passagem de Mateus 13:3-9 e 18-23.

[8] Página 49 e 50 do livro em questão.

[9] Página 71 do livro em questão.

[10] Consolidar no sentido de enraizá-las em nossos corações.

[11] Página 86 do livro em questão.

[12] Página 87 do livro em questão.

[13] Página 87 do livro em questão.

[14] Página 87 e 88 do livro em questão.

[15] Página 88 do livro em questão.

[16] Página 88 do livro em questão.

[17] Página 88 do livro em questão.

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