Resumo do
capítulo 2 e 3 do Livro Disciplinas
Espirituais para a vida cristã, Donald S.
Whitney,
Editora Batista Regular.
A absorção da palavra de Deus é apresentada como a principal disciplina espiritual, nada pode substituí-la, essencial para uma vida piedosa. Ouvir, ler, estudar, memorizar, meditar e a oração nas escrituras são subdisciplinas da Absorção Bíblica e que devem ser encaradas com a disciplina de um atleta olímpico[1]. Entretanto, pesquisas apontam que um número expressivo de cristãos tem ignorado completamente este desafio, até mesmo ministros do evangelho que não encontram mais tempo em sua agenda para se alimentarem da palavra de Deus, apenas a utilizam como um instrumento de trabalho para preparação dos seus sermões.
O cristão depende da Palavra de Deus para sobreviver, Como colocou o evangelista americano D. L. Moody: “Assim como um homem não consegue comer o suficiente para seis meses, ou inspirar de uma vez ar bastante para encher seus pulmões e mantê-lo vivo por uma semana, ele também não consegue armazenar graça par a futuro”[2]. Precisamos nos alimentar diariamente da palavra de Deus, Jesus declarou ser o pão da vida em João 6:35, fazendo menção ao maná que desceu do céus e deveria ser desfrutado em porções diárias reforçando a nossa dependência diária de nos alimentarmos da sua Palavra. Uma ilustração chama atenção[3]; dois irmãos, maravilhados com os frutos encontrados em uma árvore, deliciaram-se com aqueles frutos tanto quanto desejaram. Quando voltaram, um separou todos os frutos restantes e levou para casa. O outro irmão, contudo, levou a árvore toda e plantou-a em sua propriedade. A árvore floresceu, produzindo regularmente fartas colheitas, de modo que o segundo irmão sempre tinha frutas quando o primeiro não tinha nenhuma. Simplesmente ouvir a palavra de Deus é ser como o primeiro irmão. Você pode colher muito fruto daquilo que ouviu e até levar para a casa o suficiente para alimentá-lo por alguns dias, mas, a longo prazo, isso não se compara a ter a sua própria árvore. Por meio das disciplinas de ler, estudar, memorizar e meditar a árvore torna-se nossa para aproveitarmos dos seus frutos diariamente.
A paixão pela leitura da palavra de Deus ganha destaque no exemplo de superação de um novo convertido gravemente ferido numa explosão onde perdeu a visão e ambas as mãos na cidade de Kansas[4]. Uma de suas maiores frustações foi a impressão de que ele não mais poderia ler a Bíblia. Após saber de uma senhora na Inglaterra que lia braile com os lábios, criou esperança de fazer o mesmo, mas logo descobriu que os terminais nervosos de seus lábios haviam sido lesados demais para distinguirem os caracteres. Porém, um dia, quando levou as páginas da Bíblia em braile aos lábios, sua língua tocou alguns caracteres em relevo e ele pôde senti-los. Na época em que a história deste homem foi citada no livro A Maravilha da Palavra de Deus de Robert L. Sumner, este homem já havia lido a Bíblia em braile toda por quatro vezes através de sua língua.
A diferença entre a leitura da palavra de Deus e o seu estudo ganha destaque na seguinte ilustração[5]: cruzar um lago límpido e brilhante em um barco a motor é comparado à leitura bíblica que, de forma rápida, nos fornecerá uma visão geral do lago e de sua profundidade. Ao passo que o estudo da palavra de Deus pode ser comparado a um passeio no mesmo lago com o barco com um fundo de vidro, permitindo a exploração visual abaixo da superfície para uma observação serena e clara dos detalhes que normalmente aqueles que simplesmente leem o texto deixam de perceber. Passo a lembrar de uma experiência que tive quando em um passeio a barco em uma praia no litoral de Pernambuco, fomos surpreendidos com um fundo de vidro no barco e, no meio do passeio, o barco parou para um mergulhador retirar do fundo do mar alguns seres vivos para que pudéssemos explorá-los de uma forma mais intensa, as crianças ficaram eufóricas; ouriço do mar, estrela do mar, cavalo marinho, polvo, algas marinha ... imagine a experiência. Como Jerry Bridges coloca: “A leitura nos dá amplitude de vista, mas o estudo nos dá profundidade”[6]
A disposição de examinar as escrituras de forma criteriosa e disciplinada é apresentada como um caráter nobre para os bereanos em Atos 17:11. A disposição do coração de Esdras em Esdras 7:10 ganha um significado instrutivo na sequência estabelecida no versículo: (1) “tinha decidido dedicar-se”, (2) “a estudar a Lei do Senhor”, (3) “e a praticá-la”, (4) “e a ensinar os seus decretos e mandamentos aos israelitas”. Paulo também se levanta como um exemplo a ser seguido, no final da sua vida, quando estava na prisão, escreveu o capítulo final de sua última epístola do Novo Testamento solicitando a Timóteo que quando vinhesse visitá-lo trouxesse uma capa, os livros e os pergaminhos deixados na casa de Carpo[7]. O coração voltado ao estudo da palavra de Deus acompanhou Paulo até os últimos momentos da vida de Paulo. Que possamos seguir este caminho: o caminho dos bereanos, o caminho de Esdras e o de Paulo, que possamos separar tempo para ouvirmos, lermos, estudarmos, praticarmos e ensinarmos a palavra de Deus, que possamos possuir um plano de leitura de estudo mensal da Palavra, com metas e aferições, buscando a abstenção, a resolução e a disciplina de “um atleta olímpico”, somente desta forma poderemos nos apresentar a Deus com um coração reto[8]. Falaremos sobre as demais subdisciplinas da Absorção Bíblica no próximo resumo, a saber: a memorização, a meditação e a oração através das escrituras. Até breve!
[1] Ver 1 Timóteo 4:7-9 e 1 Coríntios 9:24-25.
[2] Na página 35 do livro em questão.
[3] Na página 45 do livro em questão.
[4] Na página 37 e 38 do livro em questão.
[5] Apresentada na página 38 do livro em questão.
[6] Citado na página 38 do livro em questão.
[7] Conforme 2 Timóteo 4:13.
[8] Conforme Salmos 119:7-11
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