Imagine-se em uma noite clara, olhando para um céu cravejado de estrelas, enquanto uma pergunta ecoa em sua mente: “De onde viemos?” Talvez essa questão surja em uma conversa descontraída com amigos na calçada, durante um café no intervalo do trabalho, ou em um debate acalorado na sala de aula. Nas redes sociais, é comum ouvir vozes que retratam a fé e a ciência como adversárias implacáveis, como se acreditar em Deus fosse renunciar à razão. A visão secularista moderna, herdeira do Iluminismo e do humanismo, afirma que fé e razão (razão como sinônimo de lógica e ciência) são incompatíveis, insiste que a ciência deve banir a fé para o reino das superstições. Mas será que esse confronto resiste às evidências? Devemos iniciar esta análise em busca da resposta entendendo que sobre este assunto, o escritor aos Hebreus nos diz que “a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem” (Hb.11.1), assim, resta mais do que evidente que, longe de ser um obstáculo à ciência, a fé cristã, quando entrelaçada com a razão, revela a ciência como uma aliada - um mapa para decifrar a criação divina para as respostas aos “porquês” que tanto intrigam filósofos e cientistas e toda a humanidade.
Na fala do próprio Jesus, conforme registrada pelo evangelista Marcos (Mc.12.30), quando Ele explicando acerca do resumo e dos propósitos de toda a lei, nos convoca a amar a Deus “de todo o coração, de toda a alma, e de todo o entendimento e de todas as forças”, restando por notório e irrefutável que a fé é racional, é lógica, em absoluto – não exclui a razão para sua compreensão e vivência! Nossa mente – nosso intelecto – é peça-chave nessa adoração, e a ciência, em vez de inimiga, é uma expressão vibrante desse amor.
Assim, ao não nos aprofundarmos no estudo e na compreensão das bases da fé cristã, e ao vivermos sua superficialidade, somos envolvidos por conceitos seculares em uma falsa dicotomia que busca se aproveitar do argumento de autoridade cientificista, bem como do despreparo e do comodismo dos cristãos, e através da desinformação e de um pensamento raso e desfundamentado na própria ciência que tem-se propagado uma falsa dicotomia e ausência de compatibilidade entre a fé e a razão. É sobre esse relevante assunto que iremos debater a seguir e demostrar a total compatibilidade entre fé e razão.
Por Trás da Ciência – Pessoas
Antes de mergulharmos, vamos despir essa entidade chamada “ciência” de seu manto de infalibilidade. A ciência não é um ser com opiniões ou desejos, como um oráculo sussurrando verdades absolutas. A ciência é uma ferramenta – um método humano – moldada por pessoas. São as pessoas que constroem teorias, defendem ideias e, por vezes, usam a ciência como um selo de autoridade, como se o rótulo “científico” tornasse algo intocável. Mas ideias não são sagradas só por serem científicas. Elas precisam ser testadas, questionadas, porque vêm de mentes humanas – cheias de sonhos, agendas e, sim, erros – pessoas produzem ciência e não ciência produz pessoa!
E aquela narrativa secularista que joga a fé contra ciência? Não é a ciência falando! são pessoas, com suas agendas e cosmovisões, tentando moldar a história. E pessoas erram! Quando tratamos a ciência como dogma (ou a dotamos de uma personalidade infalível) — como verdade inquestionável só por carregar esse nome (ciência) — damos a ela um status de fé cega, exatamente o que os secularistas dizem combater ao propor a exclusão da fé afirmando sua incompatibilidade com a ciência e a razão.
A história está cheia de “verdades científicas” que caíram por terra: A cortina da ciência pós-moderna, bordada com promessas audaciosas, rasgou-se por diversas vezes ao ser puxada pelo escrutínio do tempo e dos questionamentos dos verdadeiros cientistas na busca pelo legítimo conhecimento, revelando a fragilidade das 'verdades científicas' que se diziam eternas, revelando a fragilidade das outrora propagadas "verdades cientificas absolutas".
Tomemos como exemplo a teoria dos órgãos vestigiais — outrora aclamados como provas inquestionáveis da evolução humana. Esta teoria afirma que órgãos como o apêndice ou as amígdalas, são supostamente sobras inúteis do nosso passado animal, atualmente a própria “ciência” reconhece que esses órgãos nada possuem de vestigiais, eles desempenham papéis vitais: o apêndice auxilia na imunidade, as amígdalas protegem contra infecções.
Até os terceiros molares, os famosos dentes do siso, foram taxados de relíquias evolutivas – mas pense numa era sem dentistas, sem escovas de dente ou fio dental, na ausência de higiene bucal, os dentes permanentes são perdidos ao longo da vida adulta, desgastados por dietas rústicas ou infecções, os sisos, erupindo já em idade adulta, serviram e servem como substitutos, garantindo a mastigação e a sobrevivência. Longe de serem “vestígios”, são uma solução engenhosa que evidenciam um criador, um designer inteligente.
A vesícula biliar, outro alvo da teoria dos órgãos vestigiais, foi menosprezada como um órgão secundário — mas, em verdade, atualmente se compreende seu papel fundamental para a digestão humana, ela contém bile, essencial para digerir gorduras, e sua ausência pode complicar a saúde digestiva. O cóccix (porção final da coluna vertebral), tido por muito tempo por “vestígio de um rabo nos humanideos antepassados e hoje inútil”, é um imprescindível ponto de ancoragem para os músculos pélvicos, crucial para a postura e o movimento. Essas “verdades” desmoronaram, e atestam o que a bíblia afirma acerca da perfeição da criação e apontam para a inevitável existência de um criador.
Outro ídolo caído da dita “ciência” foi a hipótese do "DNA lixo", que descartava a maior parte do nosso genoma como resíduos evolutivos; hoje, sabemos que essas sequências regulam processos biológicos críticos, são verdadeiros manuais de instrução dos processos bioquímicos para os organismos vivos.
Até mesmo o Homem de Piltdown, um célebre humanídeo aclamado pela teoria da evolução por muito tempo como o "elo perdido" na evolução humana, foi exposto e desmascarado como uma farsa, um fóssil improvisado (montado – uma fraude) que enganou (propositalmente) os cientistas, acadêmicos e toda a comunidade que cegamente seguem a ciência como entidade dogmática há décadas.
Tais “tropeços” e “equívocos” a nós impostos pela dita “ciência” por verdades absolutas que se contrapõem a fé, revelam, na verdade a insatisfação de homens e sua insubordinação a verdade absoluta expressa em Cristo (Jo.14.6), buscam em essência nos confundir, mas em verdade findam por nos impelir a “abrir a cortina” e ver o que as evidências realmente nos dizem sobre a fé, a razão e a correlação entre estas como expressão da única verdade.
Com raízes no Iluminismo e no humanismo, a “ciência moderna” insiste que a razão e a ciência devem relegar a fé a um passado supersticioso. Mas será que essa narrativa resiste às evidências? O escritor aos Hebreus nos ensina que “a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem” (Hb.11:1). Longe de ser um obstáculo, a fé cristã, quando entrelaçada com a razão, revela a ciência como uma aliada, um mapa para decifrar a criação divina.
O evangelista Marcos nos convoca a amar a Deus “de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento e de todas as forças (Mc.12:30)”. Nossa mente – nosso intelecto – é peça-chave no amor a Deus e em sua adoração, e a verdadeira ciência, em vez de antagonista e opositora, é uma expressão desse amor, nosso culto (adoração a Deus) é um convite a racionalidade (entendimento, lógica, razão), conforme nos ensina o apóstolo Paulo (Rm.12.1).
A ideia secularista de que fé, razão e ciência não podem coexistir é frágil—tanto filosoficamente quanto cientificamente. Com cinco verdades impactantes — das falhas do experimento da “sopa primordial” à lei da biogênese, do ajuste fino do universo aos mistérios do Big Bang, até as descobertas genéticas de Mendel e seus desdobramentos que na atualidade chegam a pesquisa acerca da “Eva mitocondrial” e o “Adão cromossômico-Y” — veremos como fé e ciência não se opõem em um processo irreconciliável, mas em verdade se completam, revelando, através das lentes da própria ciência, um Criador cuja assinatura está gravada em toda a criação.
O Equívoco Filosófico do Secularismo —A gênese da falsa dicotomia entre fé e razão
O Iluminismo trouxe avanços ao valorizar a razão, mas errou ao pintar a fé como irracional, doutra banda, o humanismo secular abraçou o cientificismo, que nada mais é que não a crença de que só a ciência produz conhecimento válido. Tais premissas que regem a ciência na atualidade são falhas, como argumenta Alvin Plantinga: “O cientificismo é autocontraditório, pois a afirmação de que ‘só a ciência produz conhecimento’ não pode ser provada cientificamente” (PLANTINGA, 2011, p. 34).
A ciência desvenda o “como” do universo, mas a fé cristã responde ao “por que” – o propósito por trás da criação. O escritor aos Hebreus nos diz: “Pela fé, entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.” (Hb.11.3) Aqui, a fé não nega a razão; ela a amplia, guiando-nos a um Criador e sendo parte do processo de sua revelação a nós seres humanos.
Amar a Deus com todo o entendimento (Mc.12.30) significa usar a razão para explorar a criação, para compreender e se maravilhar com as obras de suas mãos, com o cuidado em cada detalhe da criação. A ciência, como dizia Francis Bacon, é um dom divino para ler o “livro da natureza”. A visão secularista, ao forçar uma escolha entre fé e ciência, ignora que ambas são faces da mesma busca pela verdade.
A Ciência Aponta para um Criador
A ciência moderna oferece evidências que desafiam a narrativa secularista e ecoam a cosmovisão cristã. Vamos explorar cinco verdades científicas que reforçam a harmonia entre fé e razão.
Os Limites do Big Bang: Um Início que Exige Fé – A teoria do Big Bang descreve o universo surgindo de uma singularidade (explosão singular) há 13,8 bilhões de anos. A primeira reflexão que devemos fazer é: mas explosões criam caos – destroem, não constroem. Pense num carro explodindo: você espera ver peças organizadas ou destruídas? Galáxias, estrelas e DNA denotam ordem/organização, não desordem.
Além disso, conforme a física, a segunda lei da termodinâmica – lei da entropia – informa que esta (entropia) aumenta com o tempo, levando o sistema a desorganização. Trazendo para o nosso universo, com o passar do tempo a lógica entrópica informa que este vai ficando mais desorganizado e não se organizando em galáxias, sistemas solares, criando estrelas.
Conforme a lei da entropia, e o que se constata das observações científicas, o universo caminha para a desordem e o caos, assim, jamais seria possível que o passar do tempo organizasse o universo em galáxias, sistemas estrelares, e por consequente gerasse vida, organizando a matéria como equivocadamente propõe a teoria do Big Bang – do caos a ordem.
William Lane Craig observa: “A baixa entropia inicial do universo aponta para um design, não acaso” (CRAIG, 2008, p. 152). Para tentar explicar o inexplicável, “a ciência” diz que – as leis da física colapsam na “era de Planck” (10-43 segundos após o início – um ínfimo instante), ou seja, elas não se aplicam em um momento inicial o que torna o modelo incoerente e ainda mais confuso e contraditório.
Stephen Hawking admite: “As leis da ciência não explicam aquele momento” (HAWKING, 1988, p. 46). Explicar esse início exige um salto de fé – seja em Deus ou em hipóteses como multiversos, sem evidências empíricas. O escritor aos Hebreus nos lembra que crer em Deus é o fundamento (a chave para a compreensão) para busca e compreensão da verdade (Hb.11.6).
O Ajuste Fino do Universo: Condições Excepcionais para a Vida – A Terra é uma anomalia cósmica! Com esta afirmação cientificamente averiguada, entendemos que as condições galácticas, do sistema planetário solar, do bioma terra são a exceção na imensidão do universo. Com sua atmosfera rica em oxigênio, água líquida e distância precisa de sua estrela, o Sol, estando em uma “faixa habitável”, com as constantes físicas – como a força gravitacional e a constante eletromagnética – ajustadas com precisão assombrosa, Hugh Ross estima que a probabilidade de todas essas condições surgirem por acaso em um mesmo lugar e na mesma sincronia é inferior a 1 em 10138 (ROSS, 2018, p. 127). Comparada aos desertos gelados de Marte ou às atmosferas tóxicas de Vênus, a Terra é uma “joia rara”. Tal ajuste fino, extremamente improvável em outros lugares do cosmos, ecoa Salmos 19:1: “Os céus proclamam a glória de Deus.” Para o cristão, é evidência de um design intencional, de um projetista e executor, não existe aleatoriedade.
A “Sopa Primordial” que Não Cozinhou Vida – se tentar explicar a origem do universo somente com os argumentos “científicos e racionais” como propõem o pensamento exclusivamente cientificista, oriundo do iluminismo e humanismo, explicar a origem da vida então se mostra uma tarefa muito mais complexa. Na escola e nos meios de comunicação somos levados a acreditar que “a ciência” já foi capaz de reproduzir vida a partir de matéria inorgânica, contudo tal afirmação é inverídica e não resiste a uma análise mais atenta a este respeito, conforme os próprios requisitos científicos, vejamos.
As Fragilidades do Experimento da Sopa Primordial Em 1953, o experimento de Miller-Urey tentou recriar as condições atmosféricas da Terra primitiva para demonstrar que a vida poderia surgir espontaneamente. Misturando gases como metano, amoníaco, hidrogênio e vapor d’água, e aplicando descargas elétricas para simular raios, o experimento produziu aminoácidos, os blocos básicos das proteínas. Embora celebrado como evidência da abiogênese e ensinado nos currículos escolares e acadêmicos, o experimento apresenta algumas fragilidades significativas.
Primeiro, a composição atmosférica usada – rica em gases redutores – é hoje questionada, pois, evidências geológicas sugerem que a Terra primitiva tinha uma atmosfera oxidante, com dióxido de carbono e nitrogênio, menos propícia à formação de moléculas orgânicas (MEYER, 2013, p. 234).
Segundo, os aminoácidos produzidos eram uma mistura de formas “canhotas” e “destras” (o que cientificamente, conforme a química se denomina por quiralidade), enquanto a vida requer apenas a forma “canhota” (surgir as duas formas inviabiliza o processo de surgimento da vida assim como proposto no experimento), um problema não resolvido.
Terceiro, o experimento não gerou vida, mas apenas moléculas simples, muito distantes da complexidade de uma célula. Como diz Stephen Meyer, “a distância entre aminoácidos e uma célula funcional é maior que a distância entre uma pedra e uma escultura” (MEYER, 2013, p. 236).
Essas incoerências sugerem que a abiogênese permanece meramente especulativa, muito longe da “certeza” ensinada nas escolas, apontando para uma causa inteligente, como descrito em Hebreus 11:3, onde a vida surge pela palavra de Deus.
A verdade é que, somente vida gera vida: A Lei da Biogênese formulada a partir dos experimentos de Louis Pasteur no século XIX consolidou cientificamente a lei da biogênese que afirma: a vida só surge de vida preexistente! Pasteur provou que microrganismos não emergem espontaneamente em ambientes esterilizados, refutando a abiogênese espontânea (PASTEUR, apud STROBEL, 2004, p. 72).
Apesar das tentativas, como o experimento de Miller-Urey, a ciência não conseguiu replicar a transição de matéria inanimada para vida. Essa lacuna reforça a ideia de uma causa inteligente, ecoando Hebreus 11:3, onde a vida é um milagre divino,
As Descobertas de Mendel e a Eva Mitocondrial – Gregor Mendel, monge e cientista pioneiro da genética, lançou as bases científicas deste campo da biologia moderna com seus famosos experimentos em ervilhas. Suas leis revelaram uma ordem na teia da vida, mas também um desafio: as mutações, embora parte da natureza, são em sua maioria deletérias – prejudicam mais do que constroem, prejudicando o indivíduo alvo de tais mutações, e estão limitadas em gerações, pois inexoravelmente levam à degeneração genética da população, não ao seu progresso.
Estudos modernos, como os de John Sanford, reforçam que essas alterações no DNA por meio das mutações e que relataram impulsionar o progresso evolutivo dos seres vivos, em verdade acumulam-se como um peso que leva à degeneração genética, não à evolução. Sanford aponta: “A acumulação de mutações deletérias é um processo entrópico” (SANFORD, 2005, p. 45)
Contra a visão de Darwin, que propôs as mutações como o motor da evolução, na prática, verifica—se que a probabilidade de dois indivíduos sofrerem mutações simultâneas e ainda serem compatíveis para reprodução é ínfima, quase um milagre. Tal fragilidade desafia a ideia de um progresso “cego” e sempre benéfico como propõe Darwin e aponta para um design intencional um controle “minucioso de qualidade”, como Gênesis 1.27 sugere, com a criação “à imagem de Deus”.
A genética também nos presenteia com outra pista fascinante. O Projeto Genoma Humano e os estudos subsequentes rastrearam uma “Eva mitocondrial” e um “Adão cromossômico-Y” — ancestrais que remontam de 100.000 a 200.000 anos atrás (data apontada pelos estudos), com raízes na África Oriental. Esses indivíduos, identificados por marcadores no DNA mitocondrial e no cromossomo Y, sugerem uma população fundadora pequena.
Como observa Ann Gauger: “Os dados genéticos apontam para uma origem específicas, consistente com uma narrativa de unidade” (GAUGER, apud MEYER, 2013, p. 89). Embora a ciência não confirme um casal único, a proximidade geográfica e temporal desses ancestrais ressoa com Gênesis 2.7, onde Deus forma o homem do pó.
Longe de rivalizar com a fé, a genética convida a contemplar um Criador que teceu a humanidade com propósito, desafiando-nos a amar a Deus com toda a mente, como Marcos 12.30 nos chama.
Pangeia, Teoria da Deriva Continental e o Irrefutável Eco do Dilúvio: Em 1912, Alfred Wegener lançou uma ideia que redesenhou a geologia: os continentes, hoje separados, já foram um supercontinente, a Pangeia, que começou a se fragmentar há cerca de 200 milhões de anos (conforme apontado pelos cientistas). Como peças de um quebra-cabeça cósmico, as costas da África e da América do Sul se encaixam com precisão, e os fósseis como os de Mesosaurus e Glossopteris, são encontrados em ambos os continentes (curiosamente nas regiões de “encaixe”), confirmam o lento balé das placas tectônicas, uma dança escrita na crosta terrestre e são um convite ao observador moderno, mas algo mais profundo ressoa nas páginas de Gênesis 7:11: “No dia em que se romperam todas as fontes do grande abismo, e as comportas dos céus se abriram.”
Geólogos criacionistas, como Andrew Snelling, propõem que o Dilúvio bíblico — um cataclismo narrado em Gênesis 7–8 — desencadeou uma convulsão tectônica de escalada épica. As “fontes do abismo”, descritas como erupções hidrotermais e magmáticas, liberaram para além da água contida nas profundezas da terra, uma colossal energia, capaz de acelerar a ruptura da Pangeia num período geológico intensificado (SNELLING, 2014, p. 89). Esse evento teria fragmentado o supercontinente, com ondas titânicas moldando os continentes que conhecemos.
Evidências gritam essa história: fósseis marinhos, como trilobitas, coroam os picos dos Himalaias, prova de que o fundo oceânico foi erguido pela integridade de placas. As cordilheiras dos Andes e Himalaias, cicatrizes de forças tectônicas colossais, refletem a violência desse processo. O afastamento entre as placas africana e americana, ainda ativo no Atlântico Sul, e as vastas megasseqüências sedimentares — posições globais de rochas aluviais — sugerem um evento de ocorrências bíblicas.
Longe de contradizer a ciência, o Dilúvio oferece uma lente que ilumina os dados, apontando para a mão de um Criador, como Salmos 19:1 proclama: “Os céus proclamam a glória de Deus.” Essa busca pela verdade, unindo fé e razão, nos desafiamos a amar a Deus com toda a mente (Marcos 12:30).
Fé e Ciência na Vida Real
Essas verdades não ficam presas em livros—elas pulsam no seu dia a dia. Pense numa estudante de biologia, tensa com a evolução, ela descobre Francis Collins, que vê a evolução como a paleta de Deus (COLLINS, 2007, p. 153), e estuda com paixão, glorificando a Deus com sua mente (Mc.12:30). Ou um engenheiro projetando uma ponte, inspirado pelo ajuste fino do universo, aplicando física com a certeza de que a ordem reflete um propósito divino.
Imagine uma mãe ensinando seus filhos a cuidar do jardim, ligando Gênesis 2:15 — “cultivar e guardar” — à ecologia, mostrando que fé e ciência unem forças para proteger a Terra, um psicólogo cristão, sabendo que a oração reduz ansiedade (Jo.10.10), ajuda pacientes a encontrar equilíbrio, ou um professor de geografia, usando a deriva continental para explicar o Dilúvio, conectando Gênesis à geologia numa aula cativante. No trabalho, na escola, em casa — fé e ciência se entrelaçam, guiando decisões com propósito e sabedoria.
Um Chamado à Harmonia
A visão secularista ignora as evidências de um universo ordenado por um propósito divino. Nos evangelhos sinóticos, Jesus nos chama a amar a Deus com todo o entendimento (Mt.22.37-40; Lc.10.27), um convite a usar a razão para explorar a criação. A ciência, como descrito em Salmos 19.1, revela a glória de Deus.
O secularismo vende uma falsa dicotomia, um inexistente embate entre fé e ciência, contudo, as evidências da própria ciência desmontam essa farsa. Da dança das placas tectônicas ao intricado código do DNA, a criação proclama a glória de Deus (Sl.19.1). Jesus nos chama a amar a Deus com toda a mente/entendimento/razão/intelecto/compreensão (Mt.22.37), unindo fé e razão numa busca vibrante pela verdade.
Como cristão, como pesquisador, como ser humano: rejeite o mito da falsa dicotomia entre fé e razão, num café com amigos ou num debate nas redes sociais, em sala de aula, ou numa pausa no trabalho em uma conversa informal, deixe a ciência ser sua parceira, guiando ao Criador. Como Mendel, maravilhe-se com a ordem, como o salmista, contemple os céus. A verdade—seja num fóssil ou num versículo—sempre aponta para Ele, Deus, o nosso criador!
Então, caro leitor, rejeite o mito da oposição que propaga esta falsa dicotomia entre fé e ciência/razão. Seja você um estudante questionando a origem da vida, um profissional fascinado pelo cosmos ou um curioso navegando nas redes sociais, abrace a ciência como um caminho para conhecer Deus. Como Mendel, veja a ordem na criação, como o salmista, contemple os céus, e, como Jesus nos ensina, ame a Deus com todo o seu entendimento – porque a verdade, seja numa sequência de DNA ou num versículo, sempre aponta para Ele.
¹Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. ²Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. ³Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. ⁴A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até ao fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol...
Salmos 19:1-4
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