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Artigos

Orisvaldo Wesley Nicácio de Lima
24/12/2024

O NASCIMENTO DE JESUS E O DIA 25 DE DEZEMBRO POR SUA DATA NATALINA

“Dois mil e vinte e cinco anos” após o acontecimento que marcou a história da humanidade, seria possível estabelecer a data específica do nascimento de Jesus?


ÁREAS DE INTERESSE: Cristologia; História do Cristianismo; História das Festas Cristãs; Exegese e Hermenêutica.


INTRODUÇÃO

É fato indiscutível que o surgimento do personagem Jesus de Nazaré na história da humanidade é o seu evento mais relevante, sendo considerado um marco que divide nossa história e nossa organização cronológica entre "antes de Cristo" e "depois de Cristo" (a.C. e d.C.), o ano de seu nascimento em nossa cultura define o ano “zero” de nosso calendário, o verdadeiro marco inicial de nossa era.

Billy Graham, conselheiro de diversos presidentes norte americanos, certa feita, refletindo acerca do grande feito da humanidade em levar o homem a lua, proeza esta do povo estadunidense, disse: "O maior evento da história não foi o homem subindo até Deus, mas Deus descendo até o homem".

Independentemente das religiões, seja na aceitação ou não de Jesus Cristo como Salvador, quer seja ateu ou crédulo, religioso ou Laico, nossa vida cotidiana é marcada por ciclos, festividades, hábitos, costumes, cultura, ética, comportamento e relacionamentos, todos eles intrinsecamente ligados à vida e à obra de Jesus, que tem por marco o seu nascimento na cidade judia de Belém em pleno domínio do império Romano, há cerca de dois mil e vinte e cinco anos atrás.

Para nós os cristãos, muito além das questões seculares, como afirmado pelo apóstolo Paulo aos Gálatas (Gl. 4:4), o nascimento de Jesus representa "a plenitude dos tempos", o evangelista Mateus (Mt.1.23) relata que o seu nome é Emanuel, que significa Deus conosco, um Deus habitando entre nós os humanos, fato este que torna sua data de nascimento evento relevante e deveras significativo, digno de comemoração, por ser a grande dádiva de Deus para a redenção de nossos pecados.


O DIA 25 DE DEZEMBRO E A COMEMORAÇÃO NATALINA

Tradicionalmente, comemoramos sua data natalina no dia 25 de dezembro de cada ano, associando-a aos significados de dádiva, confraternização, valorização dos relacionamentos, renovação de ciclos, caridade e amor ao próximo. No entanto, uma questão se faz latente: será que Jesus realmente nasceu em um 25 de dezembro? Quem apontou tal data em nosso calendário? Será que é realmente relevante para a cristandade saber o exato dia em que Jesus nasceu? E você, caro leitor, já se deparou com esse questionamento?

Embora o Natal seja uma das celebrações mais populares do mundo, a data exata do nascimento de Jesus permanece um mistério, envolto em controvérsias históricas e teológicas. A escolha do dia 25 de dezembro como data natalina é fruto de um processo complexo que envolve elementos religiosos, culturais e políticos, com forte influência do sincretismo religioso dos primeiros séculos da cristandade.

Diversos estudiosos, alguns curiosos e também os "palpiteiros de plantão" têm se dedicado a compreender este tema e chegam a algumas conclusões que nos levam a razoavelmente perceber que não foi em um 25 de dezembro que nosso Redentor nasceu. Vejamos algumas considerações:

Marcelo Craveri, O Nascimento de Jesus: História e Mitologia. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006. p. 65: "A escolha de 25 de dezembro foi influenciada pela tradição judaica e pelas festas pagãs."

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Thomas Talley, As Origens do Ano Litúrgico . Nova York: Pueblo Publishing, 1986. p. 91: "A escolha de 25 de dezembro foi influenciada pela festa romana de Saturnália."

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Roland H. Bainton, O Nascimento do Cristianismo . São Paulo: Editora Hagnos, 2003. p. 123: "A data de 25 de dezembro foi escolhida para substituir as festas pagãs do solstício."

Polêmicas a parte, algumas das razões para questionar o dia 25 de dezembro como data natalina são embasadas nas evidências e razoabilidade dos fatos assim como narrados nos evangelhos em contraponto às condições geográficas e fáticas. Em 25 de dezembro, na região onde os relatos acerca do nascimento de Jesus ocorreram, é inverno, o que torna inviável que pastores estejam cuidando de ovelhas a céu aberto no campo, como descrito no Evangelho de Lucas (Lc. 2:8-20).

Além disso, não seria uma época favorável para longas viagens nas condições da época, especialmente para uma mulher grávida prestes a dar à luz (Lc. 2:1-5) como era o caso de Maria e assim igualmente inviável a realização de um senso que exigisse longas viagens dos habitantes da terra expondo-os a riscos desnecessários.


BUSCANDO UM CONCENSO RAZOÁVEL PARA A VERDADEIRA DATA DO NATAL

Considerando tais inconsistências em correlação a data proposta em 25 de dezembro, surge a pergunta: seria possível determinar a data real do nascimento de Jesus? A resposta é que, embora não possamos identificar uma data exata, é possível chegar a uma aproximação. Através do relato bíblico em seus detalhes, podemos chegar a uma aproximação bastante razoável para um período estimado acerca do mês em que Jesus nasceu.

Com base nas informações fornecidas por Lucas, encontramos algumas sugestões que nos ajudam a calcular esses dados:

  • Lucas 1:5 e 24 – Isabel, mãe de João Batista, engravidou no período em que seu marido Zacarias servia no templo, durante o turno sacerdotal de Abias.
  • Lucas 1:26 – Maria ficou grávida no sexto mês da gravidez de Isabel.

Para aproveitar ao máximo tais informações na busca da compreensão acerca do nascimento de Jesus, inicialmente é preciso compreender o que é o "turno de Abias" e como tal informação se correlaciona com o nosso calendário gregoriano. Em 1 Crônicas 24:10, o rei Davi organiza o serviço sacerdotal anual em 24 turnos de 15 dias cada, correspondendo o turno de Abias ao oitavo turno, que, por sua vez, decorria na segunda quinzena do quarto mês do calendário judaico.

Importante se faz a compreensão de que o calendário judaico não é idêntico ao nosso calendário ocidental possuindo algumas peculiaridades, por tanto, uma correspondência direta entre o quarto mês judaico e o nosso mês de abril não é válida. O primeiro mês judaico é Nissan, que corresponde em nosso calendário gregoriano ao período compreendido entre meados de março a meados de abril. Sendo assim, o turno de Zacarias, no qual ele recebe a visita do anjo Gabriel (Lc.1.11) ocorreu na segunda quinzena de Tammuz, correspondente à primeira quinzena do mês de julho em nosso calendário ocidental.

Assim, tendo terminado seu turno de serviço no templo, conforme o relato bíblico (Lc.1.23) Zacarias retorna para casa, sendo este mês (julho) em sua segunda quinzena quando Isabel provavelmente concebeu a João Batista.

Tendo Maria concebido no sexto mês da gravidez de Isabel, em simples soma de meses, Jesus foi concebido no ventre de Maria no mês judaico de Tevet, que, por sua vez, corresponde a segunda quinzena de dezembro e a primeira quinzena de janeiro em nosso calendário ocidental. Consequentemente, nove meses depois, o mês provável para o nascimento de Jesus é o mês judaico de Tishrei, que corresponde a segunda quinzena de setembro e a primeira de outubro em nosso calendário ocidental

Assim, em considerando as informações do relato lucano em seu evangelho, os costumes e o calendário do povo judaico, esta abordagem que aponta o provável período compreendido entre os meses de setembro e outubro como janela possível para uma provável data de nascimento de Jesus se mostra bastante razoável.


DE POSSE DESTA INFORMAÇÃO, AINDA NOS FAZ SENTIDO COMEMORAR O NATAL A CADA 25 DE DEZEMBRO?

Após esta análise detalhada, surge uma questão pertinente: se a data de 25 de dezembro para o nascimento de Jesus é pouco provável, por que continuamos a comemorar esse dia, especialmente nós, cristãos? A resposta é simples: o que importa não é a exatidão de uma data, mas sim, verdadeiramente o significado que carrega o evento comemorativo carrega. O nascimento de Cristo representa a dádiva divina para a redenção da humanidade.

O nascimento de Cristo é e deve ser sempre rememorado e ensinado as próximas gerações em seu significado original, a maior dádiva que a humanidade recebeu.

Há muito tempo que a sociedade vem secularizando o verdadeiro sentido do Natal, os verdadeiros símbolos natalinos (manjedoura, reis magos, Maria e José, o próprio menino Jesus, solidariedade, amor ao próximo e etc.) vem sendo substituídos por personagens que não se relacionam em nada com o evento natal e seu significado.

Por isso, comemoramos essa data, independentemente de sua exatidão. Ela serve para nos lembrar da importância de Jesus em nossas vidas, além de ser uma oportunidade para pregar o Evangelho, compartilhar amor e solidariedade, e ainda renovar nosso compromisso com Deus levando a todos o real sentido do natal e a mensagem da redenção até que Ele venha.

Isaías 9:6: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros; e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz."

Glória, pois, a Ele! Feliz Natal!

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