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AD Alagoas / Lições Bíblicas

29/11/2025

Lição 9: VONTADE — O que move o ser humano

Comentário da lição bíblica para o fim de semana com o Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


Introdução: 

“Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.” (Gl 5.16).

 “Guiada por Deus, a vontade é uma bênção extraordinária, vital para a existência humana”.

-A vontade é a prova da liberdade existente no homem.

-Nesta lição, vamos refletir biblicamente sobre a vontade humana - faculdade essencial que, quando guiada por Deus, se torna uma poderosa ferramenta para escolhas sábias e vida frutífera. 

-Nas lições anteriores estudamos sobre duas das principais faculdades da alma: o intelecto e a sensibilidade. Vimos a relação entre o que pensamos e sentimos e como pensamentos e sentimentos podem influenciar a vontade e as decisões. Pensar, sentir, desejar e agir costumam compor um mesmo fenômeno na experiência humana. É fundamental compreender como isso funciona à luz da Palavra de Deus. Nesta lição estudaremos mais especificamente a respeito da vontade.

-Ao explorar o conflito entre carne e Espírito, estimule seus alunos a entenderem como pensamentos e desejos moldam ações. Que esta aula seja marcada por despertamento espiritual e prática cristã consciente.

 -Explicar o conceito bíblico de VONTADE como capacidade dada por Deus para escolher e agir; 

-Mostrar como os DESEJOSS podem escravizar o ser humano, mas também como a redenção em Cristo capacita o crente a vencer a carne e viver guiado pelo Espírito; 

-Ensinar a identificar o processo de TENTAÇÃO, compreendendo como o desejo se desenvolve até o pecado.

I – A VONTADE UMA FACULDADE DA ALMA.

- Na continuidade do estudo sobre a doutrina bíblica do homem, analisaremos a vontade, uma das faculdades da alma.

- O Dicionário Básico de Filosofia, de Hilton Japiassu (1934-2015) e Danilo Marcondes (1953- ) define vontade como “disposição para agir. Exercício da atividade pessoal e consciente que resulta de um desejo e se concretiza na intenção de se obter um fim ou propósito determinado”.

- Mário Ferreira dos Santos (1907-1968), em seu Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais, vontade “…para os platônicos é a faculdade que tende apenas para o verdadeiro bem. Esta definição não considera a moção psicológica, mas apenas a moral. Também ao definir-se a vontade como a faculdade que tende para os objetos materiais, pois ela ora escolhe uns, ora escolhe outros, não se inclui aquela moção. Ela tende para a apreensão, pelo intelecto, dos bens que são apresentados através da cognição subjetiva. É assim um grau mais perfeito do intelecto, pois sendo mais perfeito o seu objeto, é aquela, portanto, mais perfeita. O intelecto tem como objeto o ser enquanto tal, mas a vontade tende para o objeto enquanto apetecível…”.

- Watchman Nee (1903-1972) afirma que “…A vontade é a faculdade que permite ao homem tomar decisões. Querer ou não querer, escolher ou não escolher são operações típicas da vontade. Ela é o "leme" que nos permite navegar pelo mar da vida. Podemos considerar a vontade nosso verdadeiro ego, pois é ela que realmente o representa. A ação da vontade é nossa própria ação. Quando dizemos "eu quero, eu decido", é a nossa vontade que está querendo ou decidindo. Ela atua pelo homem inteiro. Nossas emoções expressam simplesmente o que sentimos. A mente diz apenas o que pensamos. A vontade, porém, comunica aquilo que queremos. Por isso, ela é o principal elemento do nosso ser. É mais profunda do que a emoção e a mente. Desse modo, na busca do crescimento espiritual, não podemos negligenciar nossa vontade.…” (O homem espiritual. Trad. de Délcio de Oliveira Meireles, p.457).

- A vontade, portanto, apresenta-se como a manifestação da escolha entre um bem ou outro, uma decisão na realização de uma determinada atitude, a fim de que se alcance algo.

- Tem, portanto, o movimento em uma determinada direção, o que diferencia a vontade do intelecto. Como ensina Tomás de Aquino (1225-1274), “…a vontade move o intelecto e todas as virtudes da alma (…) move todas as potências da alma para os atos próprios delas, excetuando as virtudes naturais da parte vegetativa, independentes do nosso arbítrio.…” (Suma Teológica I, q.82, art.4).

- Assim como a Bíblia é clara ao apontar que Deus é soberano e Senhor de todas as coisas, também é explícita ao mostrar que o homem foi criado com livre-arbítrio, ou seja, com liberdade de escolha, clareza tal que nenhum dos polemistas a respeito da salvação do homem, ao longo da história da humanidade, ousou discordar desta verdade bíblica, que é assumida por todas as correntes de pensamento, qual seja, a de que Deus criou o homem com livre-arbítrio, com liberdade de escolher entre o bem e o mal.

-“As nossas escolhas refletem nossa maturidade espiritual. -Teologicamente, a vontade revela o conflito entre carne e Espírito e a necessidade de rendição ao senhorio de Cristo. -Pedagogicamente, ela desperta consciência e responsabilidade diante das decisões diárias.

-Pergunte a você mesmo: “Eu faço o que quero”, “Sigo meu coração”, “Minha vontade é lei”?

II - A VONTADE E O CONFLITO, ENTRE CARNE E ESPÍRITO.

1-Conforme Gálatas 5.16-21, existe um conflito constante entre a carne (desejos humanos) e o Espírito Santo dentro do crente, onde escolher andar em um, significa não satisfazer o outro. A vida de quem pratica as “obras da carne” resulta na perda da herança do Reino de Deus: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (vv. 19-21). Dessa forma, o texto descreve uma luta espiritual interna constante entre os desejos da natureza humana (carne) e a vontade do Espírito Santo.

2- Na carta aos Romanos, o apóstolo Paulo explica o sentido de carne (do grego sarx) como natureza pecaminosa: “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser” (Rm 8.5-7). Nesse contexto, o termo “carne” refere-se à natureza humana pecaminosa e egoísta, em contraste com o “espírito” que é a orientação para Deus. A “carne” representa a inclinação humana para o pecado, os desejos egoístas e as paixões que se opõem à vontade divina. Em um sentido mais restrito e literal, “carne” também pode descrever o corpo físico (do grego soma), mas a maior parte do seu significado teológico está ligada à condição humana em sua relação com o pecado. Isso significa que a “carne” simboliza a fraqueza e a tendência inerente do ser humano para o pecado tornando-se a sede de satisfação dos próprios desejos que busca por “autojustificação”, em vez de confiar na Graça de Cristo.

3- O “andar na carne” significa viver dominado por impulsos pecaminosos (sem perder o livre-arbítrio) e afastado dos princípios espirituais e da orientação divina. Em Romanos 6.6, o sentido do “corpo do pecado” que foi crucificado com Cristo, resulta na emancipação do poder do pecado na carne: “sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado”. A única forma de superar esse conflito é ser guiado pelo Espírito Santo, o que conduz a uma nova identidade e ao desenvolvimento do fruto do Espírito: “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei” (Gl 5.16-18). A passagem instrui a viver pelo Espírito Santo, o que impede a satisfação dos desejos da carne. A carne deseja o oposto do que o Espírito deseja, pois com o ato de desobediência, a vontade humana foi corrompida pelo pecado, tornando-se escravizada ao mal e não mais capaz de buscar a Deus ou escolher o que é bom por si mesma, uma vez que o pecado rompeu o vínculo de obediência com Deus, a harmonia entre eles e a harmonia com a criação, resultando em separação e uma natureza humana marcada pela escolha de desafiar a ordem divina. Portanto, a condição pós-Queda é de fraqueza e culpa, e a vontade humana (sozinha), sem a intervenção divina, não pode libertar-se da escravidão do pecado.

-CONCLUSÃO: Apesar de nossa tendência pecaminosa, não podemos encarar os desejos apenas de forma negativa. A vontade humana é uma faculdade essencial para a nossa existência. Quando guiada por Deus é uma grande bênção, responsável por nos mover para pequenas e grandes realizações. Como é bom amanhecer motivado todos os dias! O ânimo e o entusiasmo fazem parte de uma vontade sadia e ativa. São dados por Deus e servem para nos impulsionar para as tarefas cotidianas, independentemente da fase da vida (Sl 92.12-14; Jl 2.28; Tg 4.15).



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