INTRODUÇÃO
- No início do estudo da doutrina bíblica do homem, analisaremos a tricotomia do ser humano.
- O homem é tricotômico, ou seja, composto de corpo, alma e espírito. Pois o homem foi criado como corpo, alma e espírito.
O homem é o único ser do universo que possui tanto uma dimensão material (o corpo), quanto uma dimensão espiritual (alma e espírito).
Esta “tricotomia” demonstra claramente que o homem foi criado para ser o elo entre o Universo e o seu Criador, tendo, por isso, uma dimensão material, que o permita estar em contato com as criaturas terrenas, como também uma dimensão espiritual, que não só lhe proporcione uma individualidade(a alma), como o contato com Deus (o espírito).
I - O QUE A BÍBLIA FALA DA CRIAÇÃO DO HOMEM
- O HOMEM FOI CRIADO CORPO, ALMA E ESPÍRITO (espírito humano)
-(1Ts 5.23 )E o próprio DEUS de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor JESUS CRISTO.
-(Hb 4.12 )Porque a palavra de DEUS é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.
-(Lc 23.46) JESUS, clamando com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou. Creio que JESUS estava entregando de volta o espírito do homem JESUS, pois o corpo estaria na sepultura e a alma no Hades daqui a pouco.
· Alguns são a favor da tese da dicotomia, tese esta que não aprovamos, falamos também sobre os que acreditam na tricotomia, mas que na verdade na hora da morte querem juntar espírito e alma como se fossem um só, indo os dois para o inferno; nesse caso também discordamos, pois acreditamos que JESUS ao dizer "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito (letra minúscula) estava se referindo aos espírito dado por DEUS quando ELE nasceu aqui na terra como homem, humano, depois sabemos que seu corpo foi sepultado e sabemos também que sua alma foi colocada por expiação, ou seja, foi encontrada no inferno que era nosso lugar; é só ver Is 53. Depois de estudarmos então a Bíblia, certamente saberemos que somos espírito, possuímos uma alma e moramos em um corpo; se morrermos crentes sabemos que nosso espírito vai para DEUS que o deu, nossa alma para o paraíso (até o dia do arrebatamento) e nosso corpo irá ao pó (até o arrebatamento).
· Na minha opnião os animais não possuem alma como a alma humana, com o livre-arbítrio e o poder de criar, mas certamente possuem alma, mas não o espírito, pois a Palavra de DEUS diz: "(Sl 150.6 )Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!". O homem foi criado à imagem e semelhança de DEUS o homem e não outra criatura qualquer, também no futuro, na Nova Jerusalém não é visto nenhum animal.
-Dando início ao estudo da doutrina bíblica do homem, veremos a sua estrutura tricotômica.
- De pronto, devemos considerar que, entre os estudiosos da Bíblia, existem duas correntes de pensamento a respeito do modo de ser do homem.
- Segundo a dicotomia, o homem seria formado apenas de corpo e alma, sendo que alma e espírito seriam a mesma coisa. Esta postura, entretanto, embora tenha encontrado muitos adeptos, não é a que melhor se apresenta na Bíblia Sagrada. Embora haja trechos das Escrituras em que há uma consideração da alma e do espírito como sendo uma só parte do homem, tais passagens devem ser compreendidas tão somente como trechos que dizem respeito à parte imaterial do homem, parte esta que, muito adequadamente, é denominada por Paulo de "homem interior" (Ef.3:16).
-Alma e espírito têm algumas semelhanças, mas isto não quer dizer que sejam a mesma coisa, mas, ao revés, é um indicativo de que são partes distintas do homem.
- Pelo que se percebe da história da Igreja, o pensamento dicotômico ingressou na teologia como resultado da grande influência que a filosofia grega exerceu nos primeiros estudiosos que desenvolveram a doutrina dicotômica.
- A maior parte dos primeiros teólogos que defenderam esta linha de pensamento eram oriundos da filosofia neoplatônica, ou seja, de uma corrente filosófica que se desenvolveu a partir do século III d.C., exatamente no período em que o Cristianismo alcançava um grande crescimento, inclusive entre as elites sociais e intelectuais do Império Romano.
- Os filósofos neoplatônicos baseavam seus pensamentos na filosofia de Platão, filósofo grego que viveu no século III a.C., que entendia que o homem era composto de corpo e de alma.
- Há, inclusive, quem ache que Platão tenha sido, de alguma forma, influenciado em seu pensamento por crenças hinduístas, em especial as referentes à reencarnação e à pré-existência da alma.
- Para Platão, o homem seria constituído de duas partes: o corpo e a alma. O corpo seria a parte física do homem e, como tal, desprezada por Platão, que via na matéria um mal em si, a fonte de toda a imperfeição humana; já a alma, imortal, seria a parte imaterial do homem, ou seja, a parte sem matéria, que seria a reprodução de um mundo verdadeiro, o chamado "mundo das ideias".
- Percebemos, portanto, que a concepção de que o homem seja formado de corpo e de alma é resultado da incorporação de pensamentos que são alheios às Escrituras, advindos da filosofia grega e, já pela origem, são pensamentos que não podem ser considerados como sendo genuinamente bíblicos.
II – A NATUREZA TRICOTÔMICA DO SER HUMANO
2.1 O corpo. No hebraico, a palavra para corpo é “basar”, e no grego, “soma”. O corpo é a parte tangível, visível e temporal do homem (Lv 4.11; 1Rs 21.27; Sl 38.4; Pv 4.22; Sl 119.120; Gn 2.24; 1Co 15.47-49; 2Co 4.7). É a porção que se separa na morte física. A Bíblia relata a criação do corpo humano (Gn 1.26-28; 2.18-25), cuja estrutura revela uma complexidade que a teoria da evolução não consegue explicar (Renovato, 2019, p. 22). O corpo é o invólucro do espírito e da alma (Gn 35.18; Dn 7.15), o “homem exterior”, que se corrompe, envelhece e é mortal. O ser humano, como criatura perecível, é descrito assim: “porque toda a carne é como a erva” (1Pd 1.24). Rejeitamos, portanto, a ideia de que o corpo seja a prisão da alma e do espírito ou que seja inerentemente mau e insignificante, pois ele é templo do Espírito Santo e templo de Deus, uma vez que o Espírito habita em nós (1Co 3.16,17; 6.19). O corpo é de grande valor, pois Deus o ressuscitará: “Assim também a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará em incorrupção” (1Co 15.42) (Silva, 2017, p. 78).
2.2 A alma. A palavra hebraica para alma é “néfesh”, que ocorre 754 vezes no Antigo Testamento. Conforme Gênesis 2.7, seu significado primário é “possuidora da vida”. Biblicamente, a alma é: sede do apetite físico (Nm 21.5), das emoções (Sl 86.4), dos desejos bons ou maus (Ec 6.2; Pv 21.10), das paixões (Jó 30.25), do intelecto (Sl 139.4), do afeto (Ct 1.7), da vontade (Jó 7.15) e da moralidade (Gn 49.6) (Silva, 2017, p. 80). “Alma” é um termo polissêmico — uma mesma palavra com vários significados dependendo do contexto. Pode referir-se: (a) a animais (Gn 1.20,24,30; 9.12,15,16; Ez 47.9); (b) ao sangue, essencial à existência física (Gn 9.4; Lv 17.10-14; Dt 12.22-24); (c) ao apetite físico (Nm 21.5; Dt 12.15,20,21; 23.24; Jó 33.20; Sl 78.18; 107.18; Ec 2.24; Mq 7.1); (d) às emoções (Jó 30.25; Sl 86.4; 107.26; Ct 1.7; Is 1.14); (e) à vontade e à ação moral (Gn 49.6; Dt 4.29; Jó 7.15; Sl 24.4; 25.1; 119.129,167); (f) a um indivíduo ou pessoa (Lv 7.21; 17.12; Ez 18.4); ou pode ser usada com sufixo pronominal para denotar o próprio “eu” (Jz 16.16; Sl 120.6; Ez 4.14) (Douglas, 2007, p. 39). No Novo Testamento, o termo equivalente é “psiqué”, com o mesmo significado (Ef 6.6; Fp 1.27; Cl 3.23; Rm 11.3; 16.4; 1Co 15.45; 2Co 1.23; Fp 2.30; 1Ts 2.8). A alma é a parte imaterial do ser humano, tanto cognitiva quanto emotiva, podendo relacionar-se com o sagrado (Rm 7.25) ou com as impurezas do pecado (Rm 8.7 – ARA) (Brunelli, 2016)
2.3 O espírito humano. No Antigo Testamento, a palavra hebraica “ruah”, derivada de um verbo que significa “respirar” ou “soprar”, é usada cerca de 400 vezes. Pode ser traduzida como “sopro” (Sl 18.15), “vento” (Gn 8.1) ou “espírito”. No Novo Testamento, o termo grego “pneuma”, ligado ao verbo “soprar” ou “respirar”, pode significar “sopro” (2Ts 2.8) ou “vento” (Jo 3.8), mas mais frequentemente refere-se a “espírito”, seja de Deus, do homem ou de outros seres espirituais (Tenney, 2008, p. 534). A Bíblia ensina que o espírito humano: (a) pode ser despertado (Ed 1.1,5) ou perturbado (Gn 41.8); (b) alegra-se (Lc 1.47) ou é quebrantado (Êx 6.9); (c) prontifica-se (Mt 26.41) ou se endurece (Dt 2.30); (d) pode ser paciente (Ec 7.8), soberbo ou humilde (Mt 5.3); (e) necessita de autodomínio (Pv 25.28); (f) é por meio dele que se adora ao Senhor (Jo 4.23,24), sendo o centro da devoção a Deus (1Co 14.15).
CONCLUSÃO: A restauração em Cristo nos traz equilíbrio e nos concede uma nova natureza moral. Quando o homem aceita Jesus e recebe a salvação, passa a ter “a mente de Cristo” (1Co 2.16). Seus padrões morais tornam-se pautados pela Palavra de Deus. As definições de certo e errado ajustam-se ao padrão de santidade divina (1Co 1.2; 6.11; Hb 10.10; 12.14; 1Pd 1.15,16; Ap 22.11). Sua mente é renovada no Senhor (Rm 12.2), busca as coisas do alto (Cl 3.1) e é guiado pelo Espírito Santo (Jo 14.26). Assim corpo, alma e espírito, podem serem equilibrados e viverem para glorificar a Deus.
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