INTRODUÇÃO
Na sequência do estudo das promessas de Deus, estudaremos hoje a promessa da vida abundante. Jesus nos prometeu dar vida em abundância.
Existe uma compreensão humana errônea acerca de vida abundante. Muitos acreditam que ela está baseada em uma vida de conforto, riquezas, saúde, longevidade, ausência de sofrimento. Assim também pensam e ensinam os seguidores da Teologia da Prosperidade. Mas, será isso mesmo o que alude Jesus quando disse: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (Jo 10.10b). Não são poucas as pessoas que conceituam qualidade de vida ou vida abundante como: conforto, riquezas, saúde, longevidade, ausência de sofrimento etc. É o que também creem e ensinam os adeptos da Teologia da Prosperidade. Contudo, nesta lição, definiremos o verdadeiro significado do termo “vida abundante” que se referiu Jesus em um de seus sermões.
I – O QUE É A VIDA A LUZ DA BÍBLIA:
- Na sequência do estudo das promessas de Deus, estudaremos hoje a promessa da vida abundante.
- Para entendermos o que é “vida abundante”, precisamos, por primeiro, falar do que é “vida”.
- O Dicionário Michaelis diz que “vida” é “o conjunto de propriedades, atividades e funções (replicação, mutação, reprodução, entre outras) que caracterizam e distinguem um organismo vivo de um morto”.
- A vida, portanto, é um conjunto de propriedades que permitem distinguir um organismo, que, por crescer, desenvolver-se, modificar-se e se reproduzir, mostra ter nele uma força, uma dádiva.
- A primeira vez que a palavra “vida” surge na Versão Almeida Revista e Corrigida é em Gn.2:17, precisamente quando se está a descrever a criação do homem, quando se diz que Deus soprou nas narinas de Adão e lhe deu “fôlego de vida”.
- A palavra hebraica aqui é “hay” (חי), “substantivo feminino que significa um ser vivente, um animal, uma fera, uma alma vivente. O sentido básico é seres viventes…” (Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Dicionário do Antigo Testamento, verbete 2416, p.1634).
- Elucidativo que o termo surja em referência ao homem, a nos mostrar que a vida atinge sua plenitude no ser humano que, a um só tempo, é um ser espiritual e material, o que o distingue de todos os demais seres, que, ou só são espirituais (Deus e os anjos) ou só materiais (animais, vegetais e minerais).
- A referência, ademais, faz-se, por primeiro, em relação à vida espiritual, pois o “fôlego de vida” não é o oxigênio, mas, sim, o próprio espírito que Deus faz exsurgir naquele boneco de barro, a nos revelar, também, que a vida humana não é meramente biológica, mas, sim, algo que transcende a esta matéria, algo que se une à matéria para gerar um ser todo especial.
- Também o texto revela que a vida tem origem em Deus. Foi Deus quem soprou nas narinas daquele boneco de barro, a nos demonstrar que Deus é a vida. Aliás, não por acaso, ao iniciar a sua revelação de Cristo Jesus como Filho de Deus, o evangelista João tenha dito que em Jesus estava a vida e a vida era a luz dos homens (Jo.1:4), o que é repetido pelo próprio Senhor, quando disse ser Ele a vida (Jo.14:6).
- Em ambos os textos, João se utiliza da palavra “dzoé” (ζωή), “… com o sentido de existência, vida, em um sentido absoluto e sem fim (…) vida abençoada, vida que satisfaz (…) vida eterna…” (Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Dicionário do Novo Testamento, verbete 2222, p.2225).
- Notamos, portanto, que a vida aqui é, primacialmente, a vida espiritual, a existência eterna, o que nos permite verificar que somente se tem esta vida quando há a ligação entre Deus, que é a vida, o ser Autoexistente (por isso mesmo, apresenta-se para Moisés no monte Horebe como “Eu sou o que sou” – Ex.3:14), expressão que Cristo Se deu a Si mesmo, no evangelho segundo João, algumas vezes (Jo.6:35,48,51; 8:12,18,23,24,58; Jo.10:7,9,11; 11:25; 12:46; 13:19; 14:6; 15:1,5; 18:37), e o homem.
- Vida, portanto, significa esta comunhão entre Deus e o homem, comunhão esta que permite ao homem ser o que o Senhor quer que ele seja, a saber, Sua imagem e semelhança, com poder de domínio sobre a criação terrena (Gn.1:26-28).
- Isto é distinto da vida meramente biológica, que também foi dada ao homem, mas não somente a ele, mas também a animais e vegetais, que é a palavra grega “bios” (βίος), “…o estado presente da existência (…) a vida presente…” (Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Dicionário do Novo Testamento, verbete 979, p.2115).
- Esta vida biológica recebeu um término quando da entrada do pecado no mundo, porquanto o Senhor, entre os castigos dados por causa da queda, estabeleceu a morte física, que seria a separação entre o corpo e o homem interior, pois o pó deveria tornar à terra de onde fora tomado (Gn.3:19).
II – O SIGNIFICADO NA BÍBLIA DE VIDA ABUNDANTE
Para entendermos o significado da expressão “vida abundante” examinaremos a palavra “vida” e por conseguinte o termo “abundante”, a fim de compreendermos o que Jesus queria dizer com esta expressão:
-No grego, há duas palavras usadas para o termo: “vida”. A primeira é bios: que é a vida comum, não somente aos seres humanos, mas a todos os animais (Gn 2.7;7.22). A segunda é zoeh: que significa a vida que o pecador recebe ao nascer de novo; é a vida sobrenatural que procede do próprio Deus (Jo 5.24; Rm 6.4). Portanto, enquanto bios é a vida extensiva, zoeh é a vida intensiva. O adjetivo “abundante” que indica qual tipo de vida a que Jesus se refere, segundo Aurélio, significa: superabundante (em quantidade) e superior em (qualidade); já que Cristo veio redirecionar nossa atenção para valores eternos (Mt 6.19,20). Está claro que ele não se referia a quantidade, mas a qualidade de vida (Gl 2.20).
Diante disso, podemos concluir que a expressão “vida abundante” diz respeito a um nível de vida superior ao da existência. Pois a vida bios, é terrena e passageira. Porém, a vida zoeh é espiritual e eterna. Ela é desfrutada, parcialmente no presente (Pv 15.15), e por conseguinte totalmente no porvir (Cl 3.4), por aqueles que nascem de novo.
CONCLUSÃO:
A vida abundante consiste em vida eterna. A vida que Cristo trouxe ao homem foi a vida eterna. Esta é experimentada parcialmente no presente (Jo 3.15,36; I Jo 5.11-13) e completamente no porvir (Lc 18.30; Rm 6.22; Gl 6.8), quando no arrebatamento da Igreja o nosso corpo mortal se revestirá de imortalidade e a nossa corrupção será revestida pela incorruptibilidade. Então, tragada será a morte na vitória. Aleluia! (I Co 15.52-54). A vida abundante ou vida eterna por meio de Cristo, inclui todas as condições, todos os efeitos e operações do Espírito Santo sobre o homem, tanto no aspecto presente quanto no futuro.
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