Siga-nos nas redes sociais Facebook Twitter Instagram

AD Alagoas / Lições Bíblicas

23/11/2024

LIÇÃO Nº 8 – A PROMESSA DE PAZ.

Comentário da Lição Bíblica para o fim de semana com o Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


INTRODUÇÃO

Na sequência do estudo das promessas de Deus, estudaremos a promessa da paz.

- A paz é a terceira qualidade do fruto do Espírito mencionada por Paulo em Gl.5:22. A paz não é um estado de ausência de conflitos, como tem entendido o mundo desde as eras mais antigas, mas o resultado da restauração da comunhão entre Deus e o homem por intermédio de Cristo Jesus.

- Tendo paz com Deus, mediante a reconciliação operada pelo sacrifício de Cristo na cruz do Calvário, o homem produz a paz de Deus e passa a ser um agente da transmissão deste estado de completude, equilíbrio e harmonia aos demais homens. O filho de Deus é, sobretudo, um pacificador (Mt.5:9).

Veremos a definição da palavra paz; citaremos algumas promessas da paz na Bíblia; destacaremos as três dimensões da paz; explicaremos que só em Jesus podemos alcançar a verdadeira paz; e, finalmente, elencaremos como desfrutar a verdadeira paz.

I - DEFINIÇÃO DO TERMO PAZ

Segundo o dicionário Aurélio (2004, p. 1514), “paz” significa: “ausência de lutas, violências ou perturbações sociais, tranquilidade pública, concórdia, harmonia”. O dicionarista Houaiss (2001, p. 2158) define a paz como “relação entre pessoas que não estão em conflito; acordo, relação tranquila entre cidadãos; ausência de problemas e de violência; situação de uma nação ou de um estado que não está em guerra”. E, o pastor Claudionor de Andrade, no seu Dicionário Teológico define a paz da seguinte maneira: “Do hebraico shalom; do grego eirene; e do latim pacem. Paz, na língua hebraica (língua em que se escreveu a quase totalidade do Antigo Testamento), é “shalom”, que, muito provavelmente, é a palavra hebraica mais conhecida no mundo. A ideia israelita de “shalom” é diferente da idéia que se disseminou posteriormente entre os povos, mormente entre os gregos. “…As palavras hebraicas se formam a partir de radicais. A raiz da palavra shalom é formada pelas letras shim, lâmed e mem. A palavra shalem, que significa quitar, tem a mesma raiz de shalom. Podemos, então, entender que, quando não temos dívidas, sejam elas da espécie que forem - financeiras, promessas, compromissos, deveres religiosos, morais - conseguimos estar em paz; shalem significa também - completo, íntegro, o que indica que paz significa integridade - a pessoa alcança a paz ao se tornar completa, íntegra.…” (MALCA, José Schorr e COELHO, Antonio Carlos. Shalom é mais do que paz. “…Basicamente, o vocábulo empregado no Antigo Testamento com o sentido de ‘paz’, shãlôm, significa ‘algo completo’, ‘saúde’, ‘bem estar’.…” (FOULKES, F. Paz. In: DOUGLAS, J.D. O Novo Dicionário da Bíblia. v.2, p.1233).

- Assim, a primeira vez em que a palavra é empregada nas Escrituras Sagradas, na versão Almeida Revista e Corrigida, é em Gn.15:15, quando é utilizada pelo próprio Deus a Abrão, na revelação que o Senhor deu ao patriarca sobre a formação da nação hebréia, quando diz que Abrão iria a seus pais em paz, ou seja, que morreria em boa velhice, quando tivesse completado a sua peregrinação.

- Em Gn.26:29, a expressão é utilizada por Abimeleque e seus oficiais, para dizer que tinham deixado Isaque partir com todas as suas riquezas, com todo o seu patrimônio, completo e inteiro, sem que lhe tivessem tocado. Também, na chamada “benção arônica”, é dito que o Senhor levante o rosto sobre cada israelita, ou seja, se faça presente na vida de cada israelita e, assim, lhe dê a paz, ou seja, a completude, a integridade espiritual (Nm.6:26). Em Jó 22:21, vemos explicitamente dito que ter paz é estar unido a Deus.

- Notamos que a paz, portanto, dentro do conceito do Antigo Testamento, é um estado de integridade, ou seja, um estado em que a pessoa se sente completa, se sente amparada, se sente segura, se sente inteira, o que somente é possível quando o homem está em comunhão com o seu Criador.

Nas Escrituras, paz não significa apenas ausência de guerras, ou de conflitos. De acordo com os profetas e apóstolos, é a serenidade que o Espírito Santo nos infunde no coração mediante a fé que depositamos na providência divina (Is 26.3; Fp 4.7). Como fruto do espírito, a paz é a profunda quietude do coração firmada na convicção de que deus está no comando de todas as coisas (Gl 5.22,23) (2019, p. 295).

II - A PROMESSA DA PAZ NA BÍBLIA

Deus criou o ser humano para viver em paz e em harmonia na Terra. Porém, desde que o pecado entrou no mundo que o ódio, a maldade e a violência passaram a fazer parte da História da humanidade. Já nos primeiros capítulos da Bíblia, lemos acerca do assassinato de Abel (Gn 4.8); da maldade de Lameque (Gn 4.23); e que a terra se encheu de violência (Gn 6.5). Hoje não é diferente. O mundo vive em constantes guerras e conflitos intermináveis. A falta de paz é notória em todos os níveis da sociedade. Falta paz no trânsito, nas indústrias, nas escolas e em muitos lares. Porém, uma das promessas mais gloriosas da Bíblia é a paz. Diversas vezes o Senhor promete abençoar o seu povo com paz. 

III – A NATUREZA E OS FRUTOS DA PAZ

- A paz, ao lado do amor e do gozo, é uma das qualidades do fruto do Espírito que estão vinculadas diretamente ao relacionamento entre Deus e o homem.

- Quando o homem aceita a Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador, recebe o amor de Deus, pois passa a ser morada de Deus, como também passa a ter alegria espiritual, vez que desfruta da satisfação de sentir a presença de Deus. Pois bem, este amor e esta alegria são acompanhados da paz, pois o homem, ao ser salvo, é enxertado na videira verdadeira, que é Cristo (Jo.15:1,4 e 5) e é, então, integrado em Jesus, tendo a sensação de que está completo, de que está inteiro. Aquele “vazio” que sentia em sua vida não mais sente, porque a sensação de inteireza e de integridade passa a dominar a sua vida. Este sentimento é a paz com Deus.

- O perdão dos nossos pecados nos justifica, isto é, nos torna justos. Nós, que éramos pecadores, ao aceitarmos Jesus, somos purificados pelo sangue de Jesus (I Jo.1:7), porque cremos em Jesus e, por isso, passamos a ter paz com Deus (Rm.5:1). Ter paz com Deus é nos sentirmos um com Deus (Jo.17:20-23), de tal modo que possamos exclamar como Paulo que não mais vivemos, mas Cristo vive em nós (Gl.2:20).

- A paz, ao lado do amor e da alegria, portanto, constitui num dos elementos essenciais e básicos da mudança do caráter de uma pessoa que aceita a Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador, de forma que esta é uma qualidade que está associada a diversas qualidades que surgem na vida do crente. Por isso, as Escrituras, frequentemente, associam a paz a outras qualidades, que estão ligadas a diversos aspectos da vida humana. Senão vejamos:

1) Na vida espiritual – A paz com Deus é resultado direto da salvação (Rm.5:1). Deste modo, a paz influencia diretamente a vida espiritual de alguém. “...A paz vem da calma certeza de que o desígnio de Deus para conosco (tal como para com Cristo) será perfeitamente realizado...” (R.N. CHAMPLIN. Paz. In: Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.5, p.141). A paz é o resultado da vivificação do nosso espírito, que volta a ter ligação com o Espírito de Deus e, por causa disto, as Escrituras relacionam a paz com:

a) a graça – Por diversas vezes, a Bíblia associa a graça com a paz. “Graça e paz” é expressão frequente na Bíblia, principalmente nas saudações das epístolas paulinas. Graça, sabemos, é o favor imerecido, é a boa vontade de Deus para com os homens, como disseram os anjos aos pastores de Belém no anúncio do nascimento de Jesus (Lc.2:14 “in fine”). Esta boa vontade de Deus para com os homens, este favor imerecido ensejam no homem a paz, pois, ao sabermos que Deus quer nos salvar independentemente do que somos, isto é a melhor prova de que precisamos para estar tranquilos e certos de que não é por nossos méritos que nos completamos em Cristo, mas única e exclusivamente pelo Seu amor. O salvo não fica ansioso e inquieto para produzir boas obras para alcançar a salvação, porque sabe que é salvo pela graça, pelo favor imerecido de Deus.

b) o amor – Já vimos que amor, alegria e paz são qualidades do fruto do Espírito que dizem respeito ao relacionamento entre Deus e o homem. Ora, sabemos que a nossa reconciliação com Deus é resultado do Seu amor. Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, que é a nossa paz. Se não fosse o amor de Deus, não teríamos paz. Por isso, a paz está estritamente ligada com o amor divino. Somente o amor de Deus pode preencher o coração do homem e lhe dar a paz. O amor de Deus nos dá paz, pois Ele é Deus de amor e de paz (II Co.13:11).

c) a vida – Paz é completude, é integridade, como temos visto. Ora, se paz é comunhão com Deus, temos que paz é vida, pois vida nada mais é do que a restauração da comunhão entre Deus e o homem. Morte é separação. Vida é comunhão e, como a paz é o resultado desta comunhão, torna-se evidente que onde há paz, há vida. Por isso, Paulo diz que a inclinação para o Espírito é vida e paz (Rm.8:6) e o salmista que os anos do salvo, que é o que observa a Palavra do Senhor, são anos de vida e paz (Pv.3:2). O concerto que Deus firmou com a tribo de Levi é chamado de concerto de vida e paz (Ml.2:5) e como este pacto do sacerdócio levítico é figura do nosso sacerdócio, devemos nunca nos esquecer que Deus tem prometido aos fiéis vida e paz.

d) a alegria – “O reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm.14:17). A alegria espiritual é resultado da salvação, é um sentimento perene de satisfação. Ora, esta satisfação está relacionada com a integridade, com o sentimento de completude que nada mais é do que a paz. Portanto, a paz e a alegria andam juntas, pois a satisfação em que consiste a alegria é o resultado direto, é quase que um outro lado do sentimento de inteireza, de ser completo com a vinda de Deus em nós, que é a paz. Deus é Deus que enche de gozo e de paz (Rm.15:13).

2) Na vida moral – A salvação muda o caráter do homem. Desta forma, suas atitudes passam a ser impregnadas de um alto senso de moralidade, pois passa a ter o mesmo caráter moral de Deus, a correta moralidade, a moralidade que foi criada para o próprio homem. A paz tem influência direta sobre a vida moral do ser humano, tanto que as Escrituras relacionam a paz a qualidades morais do homem, tais como:

a) a santidade – o salvo é uma pessoa santificada, ou seja, que foi separada do pecado. O perdão dos pecados gera a santificação, de modo que a paz sempre está relacionada com a santidade. O escritor aos hebreus associou ambas as qualidades, ao dizer que devemos seguir a paz com todos bem como a santificação (Hb.12:14). Os sacrifícios na antiga aliança que não eram para perdão de pecados, ou seja, os sacrifícios feitos por quem não estava em pecado, eram denominados de “sacrifícios ou ofertas de paz”, a indicar, claramente, que o estado de santidade, de separação do pecado, é um estado de paz (I Sm.16:4,5). Daí porque dizer a Bíblia que os ímpios, ou seja, os pecadores não têm paz (Is.48:22; 57:21). Por isso, não há qualquer possibilidade de paz para o homem que não abandona o pecado (Is.59:8).

b) a justiça – “O efeito da justiça será a paz” (Is.32:17a). Paulo afirmou que a justificação pela fé produz a paz com Deus. Sabemos que a paz é a comunhão com Deus e esta comunhão só é possível mediante a remoção dos nossos pecados. Ora, quando os nossos pecados são perdoados, nós nos tornamos justos, pois pecado é injustiça, é iniquidade (I Jo.3:4). Por isso o profeta disse que o efeito desta justiça é a paz. Os juristas (i.e., os estudiosos do direito e da lei) não cansam de dizer que somente haverá paz quando houver justiça, que é impossível alguém construir a paz se não estabelecer a justiça. Por isso, o reino milenial de Cristo será o governo perfeito sobre a face da Terra, pois nele justiça e paz se beijarão (Sl.85:10). A justiça, na vida moral, resulta em dar a cada um o que é seu. O homem dará a cada um o que é seu quando tiver plena noção de sua posição diante de Deus, algo que provém do estado de paz com Deus, resultante da justificação pela fé. “ O fruto da justiça semeia-na na paz, para os que exercitam a paz.” (Tg.3:18).

CONCLUSÃO: O mundo precisa de pacificadores, ou melhor, do Pacificador, Jesus Cristo. Como representante de Cristo, todo crente deve ser um pacificador (1) entre Deus e o homem, e (2) entre as pessoas que têm conflitos. A melhor forma de ser pacificador em ambos os casos é fazer que as pessoas se convertam em servos de Jesus Cristo, apresentando-as ao Salvador. (...). Os cristãos podem proteger-se contra a violência física; podem até proteger seus familiares, e outras pessoas; mas sua meta principal é procurar a paz. (...).

- Pede-se ao cristão que faça sacrifícios a fim de promover a paz. (...). Devemos buscar a direção de Deus em circunstâncias individuais para saber como resolver o conflito, sem permitir que o mal tenha oportunidade de crescer. (...). Como pode um cristão fazer os necessários sacrifícios para ganhar os perdidos, se seus objetivos principais são a defesa de seus direitos pessoais? Como se poderá alcançar as pessoas que vivem nas piores condições em nossa sociedade, se os crentes se recusam a sair de suas casas confortáveis ? As instruções de Jesus não indicam que seus seguidores nada farão. Seu chamado é para a ação, mas tal ação deve basear-se na direção que ele imprime, e não nas experiências emocionais....” (VIDA Radiante, v.4, p.33-7).

- É triste vermos que poucos são os crentes, nos nossos dias, que se dispõem a assumir uma postura ativa na pacificação no meio da sociedade. Verdade que é princípio bíblico que não devemos nos intrometer em questões alheias (Pv.26:17), mas também devemos lembrar que é questão da Igreja trazer mensagem de paz, pregar o Evangelho da paz.



O conteúdo e as opiniões expressas são de inteira responsabilidade de seu autor.

Rádio Online

Ouça

Cadastro

Cadastre-se e receba as últimas novidades do Portal AD Alagoas.

Correspondente

Interaja com o Portal AD Alagoas e envie sugestões de matérias, tire suas dúvidas, e faça parte do nosso conteúdo.

participe »
Lições Bíblicas
Estudos Bíblicos
Correspondente - Enviar Matéria

Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Templo Sede
Av. Moreira e Silva, nº 406, Farol

 

Horário de Cultos

Aos Domingos 09:00h - Escola Dominical

Aos Domingos 18:30h - Culto Evangelístico

As Terças-feiras 18:30h - Culto de Doutrina

As Quarta-feiras 10:00h as 17hs - Círculo de Oração

As Sextas-feiras 18:30h - Culto de Oração

Facebook Twitter Instagram
Siga-nos nas Redes Sociais
Utilizamos cookies para coletar dados e melhorar sua experiência, personalizando conteúdos e customizando a publicidade de nossos serviços confira nossa política de privacidade.