Texto: Deuteronômio 29.1,9-12; Hebreus 8.6-13
INTRODUÇÃO:
I – PROMESSAS X OBEDIÊNCIA X SENHORIO.
- Na sequência do estudo das promessas de Deus, hoje analisaremos a relação que há entre a promessa divina e a obediência do homem.
- As Escrituras demonstram que o mundo foi criado pelo próprio Deus. Esta é a primeira afirmativa bíblica: "No princípio criou Deus os céus e a terra"(Gn.1:1). Assim fazendo, as Escrituras deixam bem claro que todo o universo pertence a Deus, já que foi Deus quem o criou.
- Tendo criado o mundo, portanto, Deus tem, por direito de criação, o senhorio, o domínio sobre todo o universo (Sl.24:1). Deus é o Senhor de todas as coisas, inclusive dos seres criados, o que inclui o homem.
- Este senhorio é reforçado, também, pelo fato de que Deus sustenta todas as coisas criadas (Hb1:3), não as abandonando, de modo que, diante disto, Ele Se mantém como sendo o senhor de todas as coisas, pois o abandono faria com que perdesse tal domínio.
- Mas há, ainda, uma terceira razão para que Deus seja o Senhor de todos os homens, que é a redenção operada por Cristo Jesus na cruz do Calvário. Morrendo na cruz em nosso lugar, com o preço de Seu sangue, Cristo comprou toda a humanidade (I Co.6:20; I Pe.2:17,20; Ap.5:9,10).
- Nesta aquisição, o Senhor Jesus adquiriu todos os homens e, assim, definirá o destino de cada qual conforme a resposta dada à Sua obra salvífica (II Tm.4:1; I Pe.4:5).
- Tendo em vista que Deus é o Senhor, a consequência lógica inevitável é que somos Seus servos e, bem por isso, estabelece-se uma relação assimétrica entre nós e Deus, ou seja, somos servos do Senhor e, por isso mesmo, temos obrigações a cumprir, temos de Lhe ser obedientes.
- Não é por acaso, portanto, que a primeira manifestação dada por Deus ao homem registrada nas Escrituras é uma ordem – “E ordenou o Senhor ao homem dizendo” (Gn.2:16).
- Esta realidade foi bem explanada pelo Senhor Jesus no Seu ensino registrado em Lc.17:7-10, em que nos ensina que o servo não é convidado para se chegar e se assentar à mesa depois que volta do campo, mas, antes, lhe é mandado cumprir o seu serviço diante do senhor, até que ele se satisfaça e, ao final e ao cabo, o senhor não lhe parabeniza porque fez o que lhe foi mandado, pois é o seu dever cumprir as ordens recebidas, ainda concluindo Cristo que o servo não é louvado por ter cumprido o que lhe foi mandado.
- Esta é a situação do servo, a de subalternidade em relação ao senhor, devendo, pois, cumprir todas as ordens que lhe sejam dadas, não esperando qualquer louvor ou recompensa por ter feito tão somente o que se lhe mandou.
- O relacionamento entre o senhor e o servo, portanto, é assimétrica, ou seja, não é uma relação de igual para igual, mas, sim, uma relação de alguém que manda e que estabelece as regras e o que deve ser feito, como também quando e como, e o servo, que deve tão somente cumprir o que lhe foi mandado.
- Em se tratando do ser humano, Deus quis dar ao homem um lugar de proeminência entre a criatura terrena, fazendo-Lhe mordomo, ou seja, o servo principal, com poder de administração sobre o restante da criação do planeta (Gn.2:26,28).
- Diante desta decisão divina, o Senhor estabeleceu um relacionamento especial com a humanidade, onde o homem serviria a Deus voluntariamente, ou seja, recebeu o homem o livre-arbítrio, a faculdade de escolha, a fim de que obedecesse, ou não, ao Senhor.
- Ao dar ao homem o livre-arbítrio, o Senhor tornou possível a desobediência e fez com que a obediência fosse algo que surgisse da vontade do homem, não uma consequência inevitável do senhorio divino que, frise-se, em nada se alterou com a concessão do livre-arbítrio.
- A palavra “obediência” bem de “obedecer”, cujo significado, segundo o Dicionários Michaelis, é o de “submeter-se à vontade de outra pessoa; estar sob o comando ou autoridade de alguém; agir de acordo com o estabelecido e regulamentar, cumprir, observar; não resistir (a um sentimento, a um chamado); ceder a; estar ou ficar sujeito a uma força ou influência”.
- A palavra tem origem em “oboediscere” ou “oboedire”, palavra latina cujo significado é o de “escutar com atenção”.
- A palavra hebraica mais utilizada para “obedecer” é “šama’” (שכןצ) cujo significado é de “...ouvir com inteligência (muitas vezes, com implicação de atenção, obediência etc. (...) Verbo que significa ouvir, obedecer, ser considerado, fazer ouvir, proclamar, soar alto. O verbo basicamente significa ouvir, e em contexto expressa várias conotações ao lado dessa acepção...” (Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Dicionário do Antigo Testamento, verbete 8085, p.1978). A esta palavra corresponde o aramaico “š’ma’, que também é encontrada nas Escrituras.
- A Concordância Bíblica Exaustiva Joshua também aponta a palavra hebraica “y ͤ qāhāh” (יקחח), cujo significado é “obediência”.
- Em o Novo Testamento, a palavra grega “peithō” (πειθω), cujo significado é “... convencer (por argumentos verdadeiros ou falsos); por analogia pacificar ou conciliar (por outros meios justos) (...) persuadir, particularmente comover ou influenciar por palavras gentis ou motivos...” (Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Dicionário do Novo Testamento, verbete 3982, p.2347).
- A palavra antônima desta é “apeitheō” (απειθεω), cujo significado é “descrer (de forma voluntária e perversa):—não crer, desobedecer, não obedecer, desacreditar” (Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Dicionário do Novo Testamento, verbete 544, p.2078).
II– BÊNÇÃOS PROVENIENTES DA OBEDIÊNCIA A CRISTO
1. Bênçãos espirituais
1.1. É o Espírito Santo que rege a vida dos que fazem parte do Novo Concerto (2Co 3.4-6)
1.2. Somos abençoados na área espiritual com a ajuda do Espírito Santo (Rm 14.17)
2. Justiça e Paz
2.1. Quem obedece a Cristo vive piedosamente em sua presença e em justiça (Mt 5.6).
a. Temos uma vida de retidão proveniente da fé (1Co 6.11)
b. Temos paz interior (Fp 4.17; Jo 14.27)
2.2. A obediência a Cristo gera em nós justiça e paz em meio às turbulências do mundo
3. Alegria no Espírito Santo
3.1. A alegria proveniente de uma relação com Cristo é:
a. A marca da vida de quem anda na justiça e tem a paz de Cristo.
3.2. A Bíblia mostra que a alegria é um fruto do Espírito Santo (G1 5.22).
a. Essa alegria não está condicionada aos ambientes externos da nossa vida
b. Essa alegria é consequência de uma vida cheia da presença do Espírito Santo.
3.3. - Outra promessa condicional que depende da obediência é a promessa do revestimento do poder ou batismo com o Espírito Santo. Jesus mandou que os discípulos ficassem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder (Lc.24:49).
- Jesus, pouco antes de subir aos céus, com a Igreja então existente toda reunida, com mais de quinhentos irmãos (I Co.15:6), renovou a promessa, dizendo que seriam batizados com o Espírito Santo não muito depois daqueles dias (At.1:5).
- Entretanto, era necessário que perseverassem em oração e súplicas até o momento do derramamento do Espírito Santo (At.1:14). Por isso mesmo, de mais de quinhentos irmãos que tiveram conhecimento da promessa, só quase cento e vinte foram revestidos de poder (At.1:15). E por que isto? Porque a condição do recebimento do revestimento de poder é a perseverança em oração e súplicas.
- Quem persevera em oração e súplicas alcança a promessa do revestimento de poder, pois a promessa diz respeito a todos os salvos (At.2:39).
- Ante estes exemplos, vemos, pois, a inexistência de vinculação entre promessas de Deus e obediência.
CONCLUSÃO:
Nesta lição, estudamos a respeito da obediência como relacionamento com Deus tanto na perspectiva do Antigo Testamento quanto do Novo. Vimos que, a despeito do Novo Pacto ter superado o Antigo, o princípio da obediência a Deus e à sua Palavra permanece o mesmo. Dessa forma, há promessas de justiça, paz e alegria no Espírito Santo para quem obedece aos mandamentos do Senhor Jesus. São promessas condicionadas à nossa obediência a Cristo.
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