INTRODUÇÃO
Nesta lição, observaremos o plano de
Hamã contra Mardoqueu; Daremos o conceito de humilhação. Ao refletirmos sobre
este enredo, nosso objetivo é analisar como a justiça e a providência divina se
manifestam através das reviravoltas da história, mostrando que os planos
humanos podem ser frustrados diante do propósito de Deus. Os humilhados serão
exaltados e os exaltados serão humilhados.
I - A DEFINIÇÃO DE HUMILHAÇÃO
- O dicionário Houaiss (2001, p. 1555) define humilhação como: “ação
em que alguém humilha, rebaixa, diminui o valor de outra pessoa ou coisa;
rebaixamento moral; afronta, diminuição, ação em que uma pessoa é
diminuída”. A Bíblia tem vários versículos que mencionam a humilhação,
incluindo: “Pois todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele
que se humilhar será exaltado” (Mt 23.11-12); “Humilhai-vos, pois, debaixo
da poderosa mão de Deus, para que vos exalte a seu tempo, lançando sobre
ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pd 5.6-7).
- Características de Hamã.
- Hamã, cujo nome persa significa “magnífico”, foi o
primeiro-ministro do rei Assuero e o arquiteto da quase destruição dos
judeus na Babilônia exílica.
- Sua trama foi desfeita por DEUS através da rainha Ester e seu tio
Mardoqueu. Conheça 10 fatos sobre este notório vilão bíblico: 1. Ele foi o
antagonista da história de Purim
- Hamã, como descrito em Ester 3:5-6, foi o primeiro-ministro que
tramou a aniquilação dos judeus no império persa. Até hoje se comemora
anualmente sua queda e a reversão de seus planos no feriado de Purim,
conforme Ester 9:22.
- Todo ano, durante a Festa de Purim, se lê o livro de Ester
publicamente na sinagoga. Sempre que o nome de Hamã é mencionado, o
público bate os pés e exclama: “Que esse nome seja apagado!”
- Isso é uma espécie de vaia. Para os judeus em todo o mundo, Hamã
simboliza todos aqueles que tentaram destruir o povo de Israel. 2. Ele era
descendente de Amaleque
- Hamã era um “agagita“, o que pode indicar que ele vinha de uma
região do império conhecida como Agague, ou que era descendente de Agague,
o rei dos amalequitas (1 Sm 15:8). Agague pode ser um título honorífico.
- Se for o último caso, fica fácil entender por que Hamã nutria tanto
ódio pelo povo de Israel: DEUS havia declarado guerra contra os
amalequitas e desejava que seu nome e memória fossem apagados da face da
Terra.
- Esta história remonta ao período do êxodo de Israel do Egito (Êx
17:8-15), quando os amalequitas atacaram os hebreus exaustos que estavam
na retaguarda (Dt 25:18).
- Após ordenar a Josué que lutasse contra Amaleque, Moisés intercedeu
por Israel no topo da montanha, resultando na vitória de Josué.
- DEUS disse a Moisés para registrar num livro que Ele havia
declarado guerra aos amalequitas devido ao que haviam feito ao Seu povo.
- Antes de entrar na Terra Prometida, Moisés lembrou os israelitas do
ataque traiçoeiro dos amalequitas (Dt 25:17-19).
- Foi Saul, o primeiro rei de Israel, quem recebeu de DEUS a ordem
para destruir os amalequitas (1 Sm 15). Saul falhou na missão e perdeu a
coroa.
- Por não ter cumprido completamente a ordem do Senhor, alguns
amalequitas sobreviveram, e um de seus descendentes, Hamã, decidiu
exterminar seu antigo inimigo, o povo judeu.
- É interessante notar que, enquanto o rei Saul, um benjamita, não
destruiu os amalequitas, Mordecai, também um benjamita (Et 2:5), entrou na
batalha e derrotou Hamã.
- Para completar, o fundador do povo amalequita era um descendente de
Esaú (Gn 36:12), e Esaú era inimigo de seu irmão Jacó. 3. Ele usou
bajulação para alcançar o poder
- Em algum momento entre o sétimo e o décimo segundo ano do reinado
de Assuero (v. 7; 2:16), o rei decidiu nomear Hamã como seu
primeiro-ministro sobre o império.
- Note que Mardoqueu havia salvado a vida do rei e nem sequer recebeu
uma palavra de agradecimento, quanto mais uma recompensa. No entanto, o
perverso Hamã, que nada havia feito para o reino, recebeu uma promoção!
- É provável que Hamã tenha utilizado bajulação e lisonja para
conquistar essa nova posição de poder, pois era um homem que se
especializava em tais práticas.
- Orgulhoso, seu objetivo era obter poder e reconhecimento. Assuero,
sendo um homem fraco e manipulável, suscetível a bajulação e ansioso para
agradar, facilitou o caminho para Hamã alcançar seu objetivo.
- Alguns estudiosos da Bíblia veem em Hamã uma figura do “homem da
iniquidade” que surgirá no futuro e exercerá seu domínio implacável sobre
a humanidade (2 Ts 2; Ap 13).
- Hamã recebeu grande autoridade do rei, assim como Satanás concederá
grande poder ao governante mundial perverso conhecido como anticristo (Ap
13:2, 4).
- DEUS permitiu que Hamã fosse nomeado para esse cargo elevado com
propósitos a cumprir por meio dele (Rm 9:17).
- A maneira como as pessoas agem quando estão em posição de
autoridade revela seu caráter. Usam sua autoridade para promover a si
mesmas ao invés de ajudar os outros. Glorificam a si mesmas ao invés de
darem glórias a DEUS.
- Daniel recebeu um cargo elevado semelhante ao de Hamã, mas usou sua
posição para servir a DEUS e ajudar os outros (Dn 6).
- A diferença entre Daniel e Hamã é que Daniel era um homem de DEUS e
uma pessoa humilde, enquanto Hamã era um homem do mundo e uma pessoa
arrogante. 4. Ele foi um homem vaidoso
- Hamã não se contentou apenas em ter um cargo elevado e usá-la para
seu benefício pessoal; ele também buscou o máximo de reconhecimento
público e honrarias.
- Embora os povos do antigo Oriente estivessem acostumados a oferecer
projeções de preferência, o rei teve que publicar um édito especial em
favor de Hamã, caso contrário, o povo não se curvaria diante dele.
- Hamã era um homem insignificante com um cargo significativo. Outros
nobres mais dignos não estavam interessados em reconhecê-lo.
- Isso é mais uma indicação de que Hamã não conquistou sua nomeação
por mérito, mas por usurpação. Se fosse um oficial digno, os outros
líderes o reconhecidos de bom grado.
- O orgulho cega as pessoas quanto ao seu verdadeiro caráter e as
leva a insistir em obter aquilo que não merece. Hamã, sem dúvida, era um
homem limitado, mas sua vaidade dava uma falsa aparência de
grandeza.
II- A HUMILHAÇÃO DE HAMÃ (Et 6.1-14)
- 1. Ajuda de Mardoqueu ou Mordecai lembrada (Et 6.2) “Achou-se
escrito que Mardoqueu ou Mardoqueu ou Mordecai é quem havia denunciado a
Bigtã e a Teres, as dois eunucos do rei, guardas da porta que tinham
procura- do matar a rei Assuero.”
- E depois do primeiro banquete de Ester, já em seus aposentos, o rei
não consegue dormir. Ele pede então que o livro dos feitos memoráveis seja
lido e ouve a respeito de uma conspiração contra sua vida que havia sido
evitada mediante um gesto oportuno de Mardoqueu ou Mordecai (Et 219-23), o
rei surpreende-se ao descobrir que o benfeitor não recebera qualquer
recompensa. Resolve então que este deveria ser premiado sem demora. Já
estava quase amanhecendo. O rei pergunta quem está no pátio e lhe
respondem que é Hamã; este estava aguardando para ver o rei e conseguir
autorização para enforcar Mardoqueu ou Mordecai.
- 2- Mardoqueu ou Mordecai honrado (Et 6.11)
- “Hamã tomou as vestes e o cavalo, vestiu a Mardoqueu ou Mordecai, e
o levou a cavalo pela praça da cidade, e apregoou diante dele: Assim se
faz ao homem a quem o rei deseja honrar.”
- O rei então pergunta a Hamã: “Que se fará ao homem a quem o rei
deseja honrar? (Et 6.6). Imediatamente, Hama dá a sua sugestão, De tão
arrogante, Hamã pensou que o rei estava querendo honrá-lo. Ele mesmo
sugeriu as honrarias que adoraria receber: um desfile real pela praça da
cidade, para que todos vissem e ouvissem como o rei se agradava dele.
- O rei aceitou, mas planejava dar esse galardão ao homem que Hamã
julgava ser seu inimigo, embora o rei não tivesse nenhuma ciência disso. O
pior de tudo foi Hama ter sido encarregado de exaltar e fazer cumprir
publicamente as honrarias ao homem para o qual fora requerer uma sentença
de morte, para quem se atrevera a preparar a forca. Ainda foi obrigado a
proclamar que o rei se agradava dele. Era uma estonteante humilhação.
- Ali estava o odiado Mardoqueu ou Mordecai que não se prostrava
diante de Hamã, montando o cavalo real com as vestes púrpuras, enquanto.
Hama puxava o cavalo a pé pela praça da cidade, apregoando diante dele:
‘Assim se faz ao homem a quem o rei deseja honrar.
CONCLUSÃO: Nesse enredo, vemos a Providência Divina.
A providência divina é manifesta em
Assuero que, no meio de sua insônia, decidiu ouvir a leitura das crônicas reais
onde ficou constatada a participação do judeu Mardoqueu ou Mordecai na salvação
da vida do rei, sem que recompensa alguma lhe fosse dispensada até aquele
momento. Deus age através da história e na história. Na sua Providência ele age
ao favor daqueles que se humilham debaixo de sua poderosa mão. (1Pe 5:6)
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