INTRODUÇÃO
O Casamento de Rute com Boaz tipifica o Casamento da Igreja com Cristo. De modo empolgante, o escritor detalha o processo legal pelo qual Boaz se tornou o legítimo resgatador e se casou com Rute, de modo que o filho deles foi o herdeiro de Elimeleque. Cristo nos resgatou e nos tornou de sua família.(Ef 2:19)
I- O COMPROMISSO DE BOAZ COM RUTE (Rt 4.1-5)
Rute permaneceu no lugar da benção, esperando a sua vitória chegar(Gn 32:26)
1. O processo legal (Rt 4.1) “Boaz subiu à porta da cidade e assentou-se ali. Eis que o resgatador de que Boaz havia falado ia passando; então, lhe disse: Ó fulano, chega- te para aqui e assenta-te; ele se virou e se assentou.”
Do terreiro da debulha Boaz subiu à porta da cidade, um ponto de reunião de todas as pessoas; o lugar para comunicar as notícias, fazer negócios e administrar a justiça, um centro de decisões da vida social da cidade. Boaz estava ali para resolver a questão da redenção de uma viúva e da propriedade de um parente. Havia, na sociedade israelita, uma lei que atuava nos casos de heranças, de cuidado das viúvas e a provisão de herdeiros para viúvas sem filhos. A causa em questão era decidir formalmente qual dos homens, Boaz ou o parente mais chegado, seria o resgatador da família de Elimeleque.
Boaz, uma autoridade reconhecida na cidade, esperava o parente resgatador passar por ali. Este, ao ser avistado, foi convidado para aproximar-se, assentando-se de imediato. Para formar um quórum legal, que pode ser chamado de júri, Boaz convidou dez homens dos anciãos da cidade para servirem de testemunhas, caso fosse necessário, os quais poderiam certificar e validar qualquer transação.
2. O outro resgatador (Rt 4.4) “Resolvi, pois, informar-te disso e dizer-te: compro-a na presença destes que estão sentados aqui e na de meu povo; se queres resgatá-la, resgata-a se não, declaramos para que eu o saiba, pois outro não há senão tu que a resgate, e eu, depois de ti. Respondeu ele: Eu a resgatarei.”
Boaz explica ao parente sobre o caso em questão. Ele diz: “resolvi, pois, informar-te”, indicando que era dele a iniciativa de fazer aquela reunião. E lhe disse que comprasse “a parte da terra” na presença das testemunhas e do povo, tendo em vista a situação de Noemi, viúva e sem herdeiros.
Evocando o propósito da remissão e o dever legal de resgatador, Boaz oferece ao parente duas opções: a) se desejasse servir como parente-resgatador, que o
fizesse; b) se não interessasse ou se sentisse impedido, que declarasse. Boaz lhe diz que não havia outro resgatador, só eles dois. É possível que isso tenha estimulado o ego do parente diante do único concorrente, então disse: “Eu a resgatarei”. Com isso, o parente assume seu dever de ser o resgatador de Noemi.
3. Uma condição inesperada (Rt 4.5) “Disse, porém, Boaz: No dia em que tomares a terra da mão de Noemi, também a tomarás da mão de Rute, a moabita, já viúva, para suscitar o nome do esposo falecido, sobre a herança dele”.
Antes do parente se dirigir às testemunhas e declarar que faria a redenção da propriedade (cf. v.9), Boaz explica que, ao comprar a terra de Noemi, também teria de se casar com Rute para suscitar o nome do esposo falecido sobre a herança dele.
Ao tomar conhecimento dessa obrigação, ele declinou do seu direito em favor de Boaz e justificou que não poderia efetuar o resgate para não prejudicar a herança dele. Esse prejuízo poderia ser pagar pela terra e ter de entregá-la ao primeiro filho que teria com Rute, o herdeiro legal de Elimeleque. E, ainda mais, ter suas despesas aumentadas com o sustento de Rute e de Noemi.
Então, respondeu a Boaz dizendo: “Redime tu o que me cumpria resgatar”. Para eximir-se de qualquer prejuízo pessoal, repete diante das testemunhas e do povo: “porque eu não poderei fazê-lo” (v. 6) e descalçou a sandália. Assim, ele cumpriu a formalidade legal exigida.
Agora, Boaz tem a posse do direito de remir a terra de Elimeleque, casar-se com Rute e prover um herdeiro para a família de Noemi. Ele cumprirá a promessa que fizera a Rute de ser o seu resgatador: “Eu o farei, tão certo como vive o Senhor” (3.13).
-Era uma lei a questão do descalçar a sandália, Era uma lei a questão do Levirato:
(Deuteronômio 25.5)” Quando irmãos morarem juntos, e um deles morrer, e não tiver filho, então a mulher do falecido não se casará com homem estranho, de fora; seu cunhado estará com ela, e a receberá por mulher, e fará a obrigação de cunhado para com ela. 6 E o primogênito que ela lhe der será sucessor do nome do seu irmão falecido, para que o seu nome não se apague em Israel. 7 Porém, se o homem não quiser tomar sua cunhada, esta subirá à porta dos anciãos, e dirá: Meu cunhado recusa suscitar a seu irmão nome em Israel; não quer cumprir para comigo o dever de cunhado. 8 Então os anciãos da sua cidade o chamarão, e com ele falarão; e, se ele persistir, e disser: Não quero tomá-la; 9 Então sua cunhada se chegará a ele na presença dos anciãos, e lhe descalçará o sapato do pé, e lhe cuspirá no rosto, e protestará, e dirá: Assim se fará ao homem que não edificar a casa de seu irmão;
10 E o seu nome se chamará em Israel: A casa do descalçado.
– Veja a lei do Levirato em (Gênesis 38.1)” Naquele tempo, Judá, apartando-se dos seus irmãos, foi para a casa de um homem de Odolão, chamado Hira. 2 Judá viu ali a filha de um cananeu, de nome Sué, e desposou-a, unindo-se a ela. 3 Ela concebeu e deu à luz um filho, ao qual chamou Her. 4 Concebeu novamente e deu ao mundo um filho, e deu-lhe o nome de Onã. 5 E teve ainda um filho, que chamou Sela. Judá estava em Achzib na ocasião desse nascimento. 6 Judá escolheu para Her, seu primogênito, uma mulher chamada Tamar. 7 Her, porém, o primogênito de Judá, era mau aos olhos do Senhor, e o Senhor o feriu de morte. 8 Então Judá disse a Onã: "Vai, toma a mulher de teu irmão, cumpre teu dever de levirato e suscita uma posteridade a teu irmão." 9 Mas Onã, que sabia que essa posteridade não seria dele, maculava-se por terra cada vez que se unia à mulher do seu irmão, para não dar a ele posteridade. 10 Seu comportamento desagradou ao Senhor, que o feriu de morte também.
A família do Rei Davi, portanto, tinha três mulheres gentias: Tamar, Raabe e Rute.
- Veja a lei do Levirato sendo mencionada para JESUS:
(Mateus 22. 23 )”No mesmo dia chegaram junto dele os saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram, 24 Dizendo: Mestre, Moisés disse: Se morrer alguém, não tendo filhos, casará o seu irmão com a mulher dele, e suscitará descendência a seu irmão. 25 Ora, houve entre nós sete irmãos; e o primeiro, tendo casado, morreu e, não tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão. 26 Da mesma sorte o segundo, e o terceiro, até ao sétimo; 27 Por fim, depois de todos, morreu também a mulher. 28 Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será a mulher, visto que todos a possuíram? 29 Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus. 30 Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu. 31 E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo: 32 Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.
- Era uma lei a questão da remissão, Era uma lei a questão do Jubileu. (Levítico 25.25) Quando teu irmão empobrecer e vender alguma parte da sua possessão, então virá o seu resgatador, seu parente, e resgatará o que vendeu seu irmão.
26 E se alguém não tiver resgatador, porém conseguir o suficiente para o seu resgate,
27 Então contará os anos desde a sua venda, e o que ficar restituirá ao homem a quem a vendeu, e tornará à sua possessão.
28 Mas se não conseguir o suficiente para restituir-lha, então a que foi vendida ficará na mão do comprador até ao ano do jubileu; porém no ano do jubileu sairá, e ele tornará à sua possessão.
Obs: -TIPOS E ANTÍTIPOS NO LIVRO DE RUTE:
*TIPO DE CRISTO REMIDOR – BOÁZ
II- O CASAMENTO DE RUTE (Rt 4.7-12)
-A benção do casamento de Rute reside no fato de que ela se voltou para Deus antes de procurar um marido (2.12; 2.16,17; 3.10). Rute, originalmente moabita e seguidora do deus Camos, um deus pagão, não conhecia o Deus vivo. No entanto, após a morte de seu marido, ela deixou sua terra, sua família e seus deuses, e abraçou a fé no Deus de sua sogra. Rute se converteu ao Deus vivo, declarando: “Aonde quer que tu fores, irei também; aonde quer que pousares, ali pousarei; o teu povo será o meu povo, o teu Deus será o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu também e ali serei sepultada. Que o Senhor me castigue com toda severidade, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti” (Rt 1.16,17). Em casamentos mistos [entre crentes e não crentes], um dos erros graves é escolher primeiro o parceiro em vez de buscar a vontade de Deus; seguir os próprios desejos ao invés da orientação divina.
2.1- O Casamento à luz da Bíblia é União heterossexual (Heteros = diferente) + (sexual = sexo). O relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, ou seja, entre um macho e uma fêmea “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). Qualquer união sexual fora desse padrão, como o homossexualismo, por exemplo, se constitui violência ao plano original divino (Lv 18.22; Dt 23.17). Visto que, o objetivo principal do casamento é a procriação e, biologicamente, a prática homossexual não pode cumprir esse propósito. Por isso, em (Rm 1.26-28), Paulo diz que tal comportamento é: (1) “contrário à natureza”; (2) “sentimento perverso” e (3) “coisas que não convêm”.
2.2 União Monossomática (mono = um) + (soma = corpo). Deus, de um ser humano, fez dois (Gn 2.21,22), e de dois “macho e fêmea” tinha em mente, com o casamento fazer um “e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2.24-c). Logo, Adão e Eva poderiam ser considerados não apenas um corpo, mas como duas almas e espíritos unidos pelos laços conjugais. Este é mais um mistério do casamento “serão ambos uma carne” (Gn 2.24). A expressão em destaque diz respeito a um nível de relacionamento tão íntimo entre um casal, ao ponto de fazerem com que o marido e a esposa se tornem uma só pessoa, de tal forma que beneficiando ou afetando um logo se atingirá o outro. De modo que amar a esposa, na perspectiva paulina é amar o seu próprio corpo (Ef 5.28-b).
2.3 União indissolúvel. A Sagrada Escritura nos revela que no projeto de Deus, o casamento é indissolúvel “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b). A expressão “apegar-se” no hebraico dãbaq significa: “apegar-se, grudar-se, esconder-se”. Usado no hebraico moderno no sentido de “colar, aderir”, dabaq traduz a forma substancial de “cola” e também as ideias mais abstratas de “lealdade e devoção”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto (pessoa) ser único a outro (Vine, 2002, p. 42). Três termos na Bíblia nos atestam a indissolubilidade do casamento. Vejamos: Deus diz: a) “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b); b) Jesus diz: “Deus ajuntou” (Mt 19.6); e Paulo diz: c) “Porque a mulher... enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei” (Rm 7.2). Está claro em toda a Escritura que o casamento deve ser para toda a vida. No Antigo Testamento, por exemplo o profeta Malaquias repreende os judeus por tratarem de forma leviana o matrimônio. O Senhor deixa claro que DETESTA o divórcio (Ml 2.16), pois do marido e da mulher fez um só (Ml 2.15). No Novo Testamento, o Senhor Jesus, falou explicitamente contra o divórcio (Mt 19.6). A perspectiva paulina segue o mesmo padrão (Rm 7.2,3; 1Co 7.10,11,39). Portanto, a vontade de Deus para o casamento é que cada cônjuge seja único até que a morte os separe (Mc 10.7-9). A única exceção se dá em caso de traição (Mt 19.9).
2.4 União monogâmica (mono = um) + (gamós = casamento). Monogamia, é o sistema de constituição familiar pelo qual o homem tem uma só mulher e a mulher um só marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento (Gn 2.18). O apóstolo Paulo foi enfático quanto ao casamento monógamo “cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (1Co 7.2). Vemos que o casamento de Rute e Boaz foi tudo conforme a Bíblia, por isso Deus abençoou.
CONCLUSÃO: Concluímos que Deus fez assim, através de um milagre colocou Rute na genealogia de Davi e posteriormente na de Jesus (Rt 4.22) “Boaz gerou Obede, Obede gerou Jessé, e Jessé gerou a Davi”(Mt 1:5). O autor, encantado com o fim da história, exalta o menino Obede com um brado de alegria. Este é o pai de Jessé, o pai de Davi. Portanto, um antepassado ilustre que certamente contribuiria para a certificação da autenticidade do reinado de Davi, além de ser um descendente de Judá, uma das suas principais famílias da qual o próprio Davi descendia. Nesta lista, Boaz ocupa o sétimo lugar, o de antepassado honrado, um notável e reconhecido. Boaz, o herói da história e o honrado ancestral de Davi. Em todos os eventos retratados em Rute, é entendido que a providência divina é contínua ao longo da História, do presente e do porvir.
A figura do resgatador (goel) aponta profeticamente para o nosso Redentor, que nos concedeu o direito de participar legitimamente da família de Deus e sermos eternamente Seus herdeiros(Rm 8:17).
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