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AD Alagoas / Lições Bíblicas

08/06/2024

Lição 10- DESENVOLVENDO UMA CONSCIÊNCIA DE SANTIDADE

Comentário da Lição Bíblica para o fim de semana com o Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


INTRODUÇÃO

- Prosseguindo o estudo da vida cristã como “o Caminho”, refletiremos sobre a necessária santidade do cristão.

- O caminho da salvação é “o Caminho Santo” (Is.35:8), de modo que não se pode trafegá-lo sem ser santo, até porque, sem a santificação, ninguém verá o Senhor (Hb.12:14).

-Estamos caminhando para o final de nossa jornada, e na aula de hoje precisaremos analisar o desdobramento mais importante desde o dia em que resolvemos andar com Cristo: manter-se ao seu lado na caminhada. Hoje estudaremos sobre Santidade e seus desdobramentos. Veremos nesta aula a perspectiva bíblica da santidade, a santidade posicional e o início do conflito entre a carne e o Espírito.

I – A SANTIFICAÇÃO POSICIONAL.

- Na epístola que Paulo escreveu aos romanos, o principal texto bíblico a respeito da salvação, um dos pilares da Reforma Protestante, o apóstolo discute como o homem alcança a sua justificação, uma vez que é um contumaz pecador e, por causa disto, merecedor da condenação divina, vez que se trata de um ser que, por natureza, é injusto, já que pecado é iniquidade, é injustiça (I Jo.3:4).

- O apóstolo demonstra que esta justificação é devida única e exclusivamente à fé que temos em Jesus Cristo que, por nós, pagou o preço da salvação, morrendo na cruz do Calvário em nosso lugar, embora jamais tenha pecado, a fim de permitir que, mediante a fé n’Ele, sejamos perdoados dos nossos pecados e postos numa posição de justiça, uma vez que os nossos pecados são imputados ao Senhor e a justiça do Senhor é dada, gratuitamente, a cada um daqueles que crê em Jesus. É esta imputação da justiça de Cristo em nós em que consiste a justificação. Por isso, a partir do momento em que cremos em Jesus, passamos a ser justificados e mudamos de posição diante de Deus que não nos vê como éramos, mas que, agora, por causa de Cristo, nos vê como pessoas justas.

- Ao mudarmos de posição diante de Deus, alcançamos o que os estudiosos da Bíblia denominam de “santificação posicional”, “…ato soberano de Deus, mediante a obra de Cristo (Hb.10:9-10)…” .

- Esta santificação não se deve a qualquer obra humana, mas à vontade de Deus (Hb.3:1; Rm.1:7) e, por isso, é perfeita e completa. A partir do instante em que aceitamos a Cristo como nosso Senhor e Salvador, nossos pecados são perdoados, somos justificados e, por isso, passamos a ser “santos de Deus”. Por isso, todo pecador arrependido e remido pelo Senhor Jesus é um “santo”, não tendo, pois, cabimento, procedimentos como os de “canonização” ou “beatificação”, como vemos em alguns segmentos religiosos.

- Esta circunstância, porém, não retira o fato de que permanecemos com a “velha natureza”, ou seja, embora, ao crermos em Jesus, estejamos, de pronto, livres do poder do pecado, pois Jesus nos liberta (Jo.8:36), bem como adquirimos uma nova natureza, pois nascemos de novo (Jo.3:5), o fato é que não nos livramos, de imediato, do “corpo do pecado”, ou seja, embora nasçamos de novo, este “corpo da morte” (Rm.7:24) ainda continua convivendo com o homem, pois ainda ele não alcançou a glorificação, o instante em que ingressaremos na dimensão celestial, sendo como o Senhor Jesus já é desde a Sua ressurreição (I Jo.3:2).

- É esta situação de conflito que se cria a partir do momento da nossa justificação que levou o apóstolo Paulo a tratar do conflito entre a carne e o espírito, também na sua carta aos Romanos.

- Este conflito entre as duas naturezas que passam a conviver no homem que se arrepende, se converte, é gerado de novo e justificado pela fé em Cristo é um dos pontos principais para que entendamos o significado da salvação e da vida do cristão enquanto estiver sobre a face da Terra. Muitos não conseguem compreender perfeitamente o significado da vida cristã e, por isso, acabam se envolvendo com o pecado, porque não apreendem este precioso ensinamento das Escrituras. O próprio Jesus, certa feita, disse que havia trazido para o mundo paz, mas, sim, espada, ou seja, guerra, conflito (Mt.10:34), passagem bíblica que causa algum desconforto em muitos, já que parece contradizer o profeta, que afirma que Jesus seria o Príncipe da Paz (Is.9:6) e a própria palavra do Senhor, que afirmou que trazia uma paz perfeita (Jo.14:27).

II - MARCAS DA SANTIFICAÇÃO

-A santificação como marca de uma vida guiada pelo Espírito. Para um cristão cuja vida é consagrada a Deus, a divisão entre “secular” e “sagrado”, em certo sentido não são duas coisas diferentes. Ao viver para a glória de Deus, a vida do servo de Deus em todos os aspectos deve ser marcada pela santidade, como exorta o apóstolo Pedro: “[...] em toda a vossa maneira de viver” (1Pd 1.15; ver Sl 103.1; 1Ts 5.23). Nenhum aspecto da nossa vida está excluído desse imperativo divino, até mesmo atividades comuns, como comer e beber, devem ser realizadas para a glória de Deus, como afirma o apóstolo Paulo: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1Co 10.31). Semelhantemente o apóstolo Paulo nos encoraja a nos manter puros no corpo e no espírito (2Co 7.1; ver 1Co 7.34). Sendo assim, nosso procedimento deve resplandecer o caráter de Deus, a santidade daquele que nos chamou por Seu Filho para a salvação (Rm 8.29; Ef 1.4) (Lopes, 2012, p. 50 ).

-Segundo Perlman (2009, pp. 255,256 – acréscimo nosso), são meios divinamente estabelecidos para a santificação do homem: “o sangue de Cristo (Hb 10.10,14; 13.12; 1Jo 1.7), o Espírito Santo (1Co 6.11; 2Ts 2.13; 1Pd 1.1,2; Rm 15.16) e a Palavra de Deus” (Sl 119.9; Jo 17.17; 15.3; Ef 5.26; Tg 1.23-25; 1Pd 1.23), que atuam interna e externamente. Notemos algumas características relacionadas a uma vida santa:

-Desprendimento (1Pd 1.13-a). Os povos do oriente usavam túnicas longas, e quando desejavam andar mais rápido ou sem impedimento, prendiam a túnica com um cinto (Êx 12.11). A imagem é a de um homem que prende as pontas do manto a seu cinto, ficando livre, assim, para correr. Aos que desejam viver uma vida piedosa, devem se abster de tudo que sirva de atrapalho em sua caminhada: “[...] deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1), evitando qualquer distração que impeça a sua conduta (2Tm 2.4), ocupando a mente com o que de fato é puro (Fp 4.8).

-Obediência e reverência (1Pd 1.14,17). Antes da conversão a Cristo o homem por natureza, é filho da desobediência (Ef 2.2). O apóstolo Pedro ressalta que agora, após a experiência da salvação, não podemos mais viver nas práticas do passado que determinavam o nosso modelo de vida (1Pd 1.14,15); “não vos amoldeis” significa não entrar no esquema, no modelo. Originalmente, a palavra significava assumir a forma de alguma coisa, a partir de um molde de encaixe, os cristãos são chamados a “mudar de forma”, e a assumir o padrão de Deus (Rm 12.2), vivendo respectivamente de maneira reverente, ou seja, tendo a atitude de quem fala cada palavra, cumpre cada ação e vive cada momento consciente de Deus tendo consciência de que nossas atitudes serão julgadas pelo justo juiz (Dt 10.17; Rm 2.11; 1Pd 4.17).

III – A SANTIFICAÇÃO COMO SEPARAÇÃO PARA DEUS

- Mas, embora a santificação seja, em primeiro lugar, uma separação do pecado, não se esgota aí esta figura que é descrita pelo apóstolo ao tratar dos efeitos da justificação. A separação do pecado é, sem dúvida, um importantíssimo prisma da santificação, mas se a isto se reduzisse a vida espiritual, não teríamos a “vida em abundância” prometida pelo Salvador (Jo.10:10b).

- Jesus não só afirmou que Seus discípulos estariam em comunhão com Ele, sendo ramos da videira verdadeira, como também disse que estes ramos produziriam frutos (Jo.15:2,16). Não temos, portanto, apenas um comportamento negativo, uma abstinência que é importante e base para estabelecer a unidade entre Deus e o salvo, através de Cristo, mas, além deste “não-fazer”, existe também um “fazer”, um conjunto de ações positivas, de atitudes afirmativas, que caracterizam o servo do Senhor.

- Por isso, os estudiosos da Bíblia, ao falar da santificação, afirmam que, ao mesmo tempo em que ela é uma separação do pecado, é, também, uma separação para Deus. O salvo não apenas é mantido separado do pecado, não apenas é liberto do pecado, mas também é posto numa posição de serviço, de destaque e de designação por parte do Senhor, para que produza obras que levem à glorificação do Seu nome.

- Jesus, gerado por obra e graça do Espírito Santo (Lc.1:35), manteve-Se sem pecado durante toda a Sua existência terrena, mas, além de viver separado do pecado, também foi separado para Deus, a fim de fazer bem e curar a todos os oprimidos do diabo (At.10:38), para consumar a obra da salvação, glorificando o nome do Pai (Jo.17:4). Nós, como membros do corpo de Cristo (I Co.12:27), devemos, igualmente, repetir o que fez o nosso Mestre, seguindo as Suas pisadas (I Pe.2:21).

- A santificação envolve a nossa disposição para produzir fruto, ou seja, para sermos instrumentos nas mãos do Senhor para a glória do Seu nome. Isto somente se dará se tivermos atitudes que denunciem a nossa nova natureza. A conduta do cristão deve ser totalmente diferente das dos demais homens, porque temos um propósito, que é o de fazer com que os homens glorifiquem ao nosso Pai que está nos céus (Mt.5:16).

- Em Lv.20:26, Deus diz a Israel que o havia separado dos outros povos para que eles fossem Seus. Vemos aqui as duas dimensões da santificação: de um lado, a separação dos outros povos, ou seja, a separação do pecado; de outro, a separação para que Israel fosse propriedade peculiar de Deus entre as nações (cf. Ex.19:5,6), i.e., uma separação para Deus.

- Esta separação para Deus envolve, portanto, num primeiro instante, a consciência por parte do salvo de que ele agora não mais vive, mas é Cristo que vive nele (Gl.2:20). Quando somos salvos, devemos estar conscientes de que a salvação traz a nós um propósito divino para nossas vidas. Não mais andamos segundo a nossa vontade, mas, sim, segundo a vontade d’Aquele que nos salvou. Deixamos de ter querer e o nosso querer passa a estar submetido à vontade divina. Passamos a ser guiados pelo Espírito de Deus (Rm.8:14), passamos a ter uma vida dirigida por Deus. É, aliás, neste sentido que Jesus diz que o nascido da água e do Espírito é como o vento que sopra, que não sabe de onde veio nem para onde vai (Jo.3:8). Não dependemos mais dos nossos planos nem de nossas ideias, mas estamos, sempre, à disposição do Senhor e da Sua vontade.

- Somos propriedade peculiar de Deus, passamos a pertencer-Lhe e isto nos faz com que ajamos e estejamos onde, como e quando Ele assim desejar no cumprimento da Sua vontade. O lado positivo da santificação, o lado positivo da salvação exige, portanto, obediência e submissão ao Senhor. Coisa bem diversa do que ensinam os arautos da chamada “confissão positiva”, que veem uma absurda e antibíblica subordinação de Deus ao crente através de “determinações”, “declarações” e outras fábulas criadas para mostrar um “lado positivo” da salvação, repleto de “direitos” dos salvos. No entanto, como vemos, o lado positivo da santificação traz-nos deveres, obrigações, tarefas que nos são cometidas pelo nosso Senhor, pelo nosso Dono, pois fomos separados para sermos de Deus. É, por isso, que o apóstolo Pedro é enfático ao afirmar que fomos salvos “...para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo” (I Pe.1:2 “in medio”).

- A separação para Deus, também, tem o objetivo de nos conservar irrepreensíveis para a vinda de Jesus (I Ts.5:23). Um dos objetivos da santificação, nesta separação para Deus, é a de nos tornar insuscetíveis a qualquer censura ou repreensão, ou seja, de nos tornar exemplos e referências para todos os homens com quem convivemos. Quando somos separados para Deus, somos separados para sermos exemplo aos outros homens, para sermos testemunhas da transformação que Cristo opera no ser humano e, assim, sermos instrumentos para que os homens glorifiquem a Deus, reconheçam Sua soberania e Seu poder. Assim como os tropeços dos salvos contribuem extremamente para o descrédito em Deus e na Sua Palavra (e os tropeços são chamados de “escândalos”, que é a palavra grega para tropeço), assim também a conduta irrepreensível de um salvo é uma grande pregação e demonstração do poder de Deus aos homens.

- Além de nos fazer instrumentos para a glorificação do Senhor, a separação para Deus permite-nos conservar separados do pecado, aguardando o instante final de nossa salvação, que é a glorificação, daí porque o apóstolo Paulo ter dito que esta conservação é para a vinda do Senhor, pois, a partir de então, seremos transformados e, glorificados, ficaremos para sempre livres do “corpo do pecado”. A santificação é um dos fatores que nos mantêm preparados e vigilantes para a volta de Cristo (Hb.12:14; I Ts.5:23; Ap.19:7,8).

- É neste sentido que a santificação se equipara à “consagração”, termo muito utilizado pelos crentes pentecostais.

- Se formos ao Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, veremos que “consagração” vem do latim tardio “consecratio”, que era o ato de tornar sagrado, o oferecimento aos deuses. Sagrado é aquilo que é separado para o culto, algo cujo uso é destinado tão somente ao culto de uma divindade. O sociólogo francês Émile Durkheim, considerado o primeiro sociólogo enquanto tal, ensinava que uma das principais tarefas de uma religião era a distinção entre o que era sagrado e o que era profano, ou seja, aquilo que estava destinado ao uso no culto e o que poderia ser usado para qualquer outro fim, distinção, aliás, que nos remete, na Bíblia Sagrada, a Lv.10:10, Ez.22:26 e 44:23, textos que deveriam ser do conhecimento deste sociólogo, que era judeu.

- A consagração é, como se verifica, pelo próprio significado da palavra, a destinação exclusiva para o uso da divindade ou para fins de culto, ou seja, a consagração significa a entrega total ao Senhor. Na lei de Moisés, a consagração se encontrava regrada em Lv.27:28-34, onde se verifica que havia uma dedicação integral dos bens ou das pessoas ao Senhor, de modo perpétuo e irrevogável. A consagração faz com que o bem ou pessoa não mais pertença a quem quer que seja, mas, sim, a Deus. Neste sentido, consagração corresponde ao lado positivo da santificação, ou seja, a santificação enquanto destinação de algo para uso exclusivo do Senhor.

OBS: “...Consagração era um depósito total, completo, sem retorno. Não se podia arrepender depois do ato de consagração, não havia retorno. Aquilo que se consagra não se redime, não se resgata. (...). Consagrar é entregar tudo (...) é entregar o todo da promessa a Deus....” (ROCHA, A. Nelson. Quando a consagração é o voto da falência, p.32,37).

CONCLUSÃO:

De tudo o que vimos, pois, resta-nos tão somente seguir o conselho das Escrituras, que mostra quão importante é seguirmos a santificação, sem a qual ninguém verá a Deus: “Quem é injusto, faça injustiça ainda e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda e quem é santo, seja santificado ainda.” (Ap.22:11).



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