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AD Alagoas / Lições Bíblicas

01/06/2024

Lição 9 - RESISTINDO A TENTAÇÃO NO CAMINHO

Comentário da Lição Bíblica para o fim de semana com o Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


INTRODUÇÃO

- Prosseguindo nossa reflexão sobre a vida cristã como “o Caminho”, vamos meditar sobre a tentação.

- No caminho para o céu, temos de resistir às tentações.

- Prosseguindo o estudo da vida cristã como “o Caminho”, hoje trataremos da problemática da tentação.

- Já vimos, em lição anterior, que o cristão, em sua peregrinação terrena, enfrenta três inimigos: o diabo, o mundo e o pecado. Estes inimigos atacam o salvo principalmente por intermédio da “tentação”. Vamos aprender com Jesus como Vencer a tentação.

I - DEFININDO O QUE É TENTAÇÃO: 

- Não é à toa que o diabo é chamado, por duas vezes, nas Escrituras como “o tentador” (Mt.4:3; I Ts.3:5), que é a palavra grega “peirazon” (πειράζων), cujo significado é o de “aquele que testa, que faz experiência com, que experimenta, que faz um esforço”.

- Assim, tanto ele como os demônios diretamente procuram levar o cristão ao pecado, ou, então, se utilizam do sistema mundano para o fazer ou, ainda, provocam e atiçam a natureza pecaminosa ainda existente no salvo para que ele vá ao pecado.

- Como nossa peregrinação terrena é um constante embate contra estes inimigos, temos, como inevitável consequência, que sempre estaremos sob tentação. Aliás, o próprio Jesus em tudo foi tentado (Hb.4:15).

- A palavra "tentação" tem, em português, a mesma origem da palavra "tentativa", ou seja, vem do verbo "tentar", que envolve a ideia de se sugerir algo, de se projetar e planejar alguma coisa que não se realizou ainda. É o emprego de meios para se conseguir algo. Desta maneira, a tentação é apenas uma disposição de ânimo, não é uma alteração da realidade. Por isso, o tentado não é pecador, como nos indica, claramente, o texto de Hb.4:15.
OBS: "…A tentação ainda não é pecado, pois Cristo foi tentado, tal como nós o somos, mas permaneceu impecável (Hb.4:15; cf. Mt.4:1 e segs., Lc.22:28). A tentação só se torna pecado quando e conforme a sugestão ao mal é aceita e se acede à mesma." (PACKER, J.I. Tentação. In: J.D. DOUGLAS (org.). O novo dicionário da Bíblia, v.II, p.1581).

- A "tentação" é uma sugestão, um projeto, uma proposta para a prática de algum pecado, para uma atitude de desobediência aos preceitos estabelecidos pelo Senhor. É por isso que Deus não pode tentar pessoa alguma nem pode ser tentado por quem quer que seja, porquanto ninguém pode fazer Deus pecar nem tampouco Deus, diante de Seu caráter moral, pode fazer com que alguém peque (Tg.1:13).

- Não podemos confundir, portanto, a noção de tentação com a de provação, esta, sim, com origem em Deus. Deus, no Seu propósito de promover a contínua edificação espiritual do homem, ser que tanto ama, estabelece, dentro de Seus desígnios que o homem não consegue discernir (Is.55:8; I Co.3:11). Tudo o que Deus estabelece na vida do homem fiel é para seu bem (Rm.8:28). Por isso, a passagem narrada nem Gn.22:1 (aliás, a expressão "tentou" da versão Almeida Revista e Corrigida, foi substituída por "pôs à prova" na versão Almeida Revista e Atualizada, expressão repetida na NVI). A tentação nunca tem objetivos de edificação, mas, simplesmente, destrutivos, motivo pelo qual é distinta da provação.

II- QUAIS SÃO OS AGENTES DA TENTAÇÃO

Em Tiago nos versos 12 e 13 o apóstolo fala sobre as provações internas, isto é, as tentações. A palavra tentação na versão Almeida e Corrigida carrega a ideia de seduzir ao pecado. Tiago provavelmente tinha em mente a doutrina judia do “Yetzer ha ra'”, que é o “impulso do mal”. “Alguns judeus arrazoavam que tendo Deus criado tudo, devia também ter criado o impulso do mal, e considerando que é o impulso do mal que tenta o homem ao pecado. Em última análise é Deus que o criou, e por isso é o autor e responsável pelo mal” (Barclay, sd. p. 52). Tiago aqui REFUTA essa ideia afirmando que “Deus não pode ser tentado pelo mal, e ele mesmo a ninguém tenta”. Em vez de acusar Deus pelo mal, o homem deve assumir a responsabilidade pessoal dos seus pecados. É a sua própria cobiça que o atrai e o seduz (Tg 1.14,15). Vejamos os agentes da tentação e como devemos agir diante deles:

1- O Diabo. Do grego “diablos”, é o principal agente da tentação (Mt 4.3; Lc 4.13; 1Ts 3.5). Sobre esse inimigo, Pedro afirmou: “[…] porque o diabo, vosso adversário […]” (1Pd 5.8; ver Tt 2.8), adversário do grego: “antidikos” de “anti”, “contra” e “dike”, uma causa ou demanda legal, traz a ideia de um opositor um inimigo (Lc 18.3). Cujo propósito básico é separar o homem de Deus (2Co 11.3). Engana-se quem pensa que o diabo age de forma desordenada. Ele é um ser calculista, ou seja, que age de forma planejada para alcançar os seus objetivos malignos (2Co 2.11; 1Tm 3.7-b). O apóstolo Paulo asseverou que: “precisamos ficar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11). A palavra “ciladas” vem do grego “metodeia”, que significa: “métodos, estratagemas, armadilhas”. O diabo tem um grande arsenal de armadilhas, ele pesquisa meticulosamente (Jó 1.7; 2.2) em busca de nossos pontos vulneráveis (Zc 3.1,3), e não hesita em buscar brechas em nossa vida espiritual (1Pd 5.8), ele age insistentemente para nos levar a pecar contra Deus (Gn 39.10; Ne 6.4,5,13), não desistindo facilmente (Mt 4.1-11; ver Lc 4.13). Muitas vezes as ciladas perigosas surgem com ares de inocência, mas que são preparadas para pegar de surpresa o crente, tanto na esfera física, como moral, e espiritual.

2-A carne. Do grego “sarx”, refere-se a natureza caída, as paixões, os desejos e apetites desordenados que estão presentes em nossa natureza (1Co 10.13; Tg 1.14,15). Podemos dizer que a carne é o mais perigoso de todos os inimigos. Pois, enquanto os demais são externos, este inimigo reside em nós mesmos. “Cada um, porém, é tentado pelo PRÓPRIO MAU desejo, sendo por esse iludido e arrastado. Em seguida, esse desejo, tendo concebido, faz nascer o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte” (Tg 1.14,15 – Bíblia King James). Sabendo disto o diabo nos tenta nas nossas concupiscências. A cerca dessa “natureza” a Bíblia nos orienta a: não andarmos segundo seus impulsos (Rm 8.1-a); nos despojarmos dela (Ef 4.22); e, fazermos morrer seus desejos (Cl 3.5).

3-O mundo. O mundo aqui do grego: “kosmos” não é o planeta Terra onde vivemos, mas, é o presente século mau, o grande sistema do mal ao redor de nós (Gl 1.4; 6.14), que é governado por um príncipe (Jo 14.30; 2Co 4.4). É o governo mundial de rebelião contra Deus, e que se opõe ao Senhor Jesus e satisfaz: “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2.15-17).

III - A NATUREZA DA TENTAÇÃO DE CRISTO E COMO VENCER:

Essa expressão é frequentemente usada para se referir unicamente à tentação sofrida pelo nosso Senhor logo após seu batismo (Mt 4.1-11; Mc 1.12,13;Lc 4.1-13), mas na verdade ela se estendeu por toda sua vida. O Diabo apenas "ausentou-se dele por algum tempo" (Lc 4.13), e, assim sendo, Cristo disse na última ceia: "Vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas tentações" (Lc 22.28). 

A tentação que Cristo suportou logo após seu batismo é, contudo, de tal importância, que merece uma atenção especial. A partir da sua experiência fica claro que a tentação em si não é pecado, já que Cristo foi levado à sua tentação pelo Espírito Santo. "Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito [Santo] ao deserto, para ser tentado pelo diabo" (Mt 4.1). 

O pecado não consiste no fato de ser tentado (cf. Adão e Eva, Génesis 3.1ss.), mas em ceder à tentação. Apesar de Deus poder nos levar a uma situação de teste (Mt 6.13; cf. Tg 1.2-12), Ele próprio não nos tenta. Nós somos tentados pelo Diabo, por nossa natureza decaída e pelas nossas próprias concupiscências (1 Pe 5.8; Tg 1.14,15). 

Foram levantadas algumas perguntas. O diabo realmente elevou o Senhor Jesus Cristo até o pináculo do Templo? E ele realmente levou o Senhor a uma alta montanha e lhe mostrou os reinos desse mundo? Essas experiências devem ser interpretadas de forma figurada, como exemplos imaginários comuns no Oriente, ou literalmente? Aparentemente temos aqui uma combinação do figurativo com o literal. 

O Diabo desafiou o Senhor Jesus Cristo a subir ao pináculo do Templo e também a subir à montanha e olhar rejeitou tanto a tentação de dar um salto fantástico quanto a de adorar ao Diabo através da citação da Palavra de Deus (Mt 4.4, 7,10). Mesmo que a tentação seja tratada como visão ou alegoria, como por Calvino, ainda assim o adversário era o Diabo e a tentação era real. Mas não há razão para tratá-la de uma outra forma que não seja a literal. Devemos de fato considerá-la assim como foi registrada na Palavra de Deus. 

A natureza da tentação tríplice de Cristo. 

A ordem das tentações específicas varia em Mateus e Lucas, mas isso não é de real importância. A duração do jejum do Senhor Jesus Cristo, literalmente 40 dias, apesar de enfatizada por infiéis antigamente, não é mais considerada um problema. A questão mais importante reside na natureza das três tentações.

Se o Senhor Jesus Cristo tivesse transformado pedras em pão, Ele teria usado seu poder miraculoso para escapar do sofrimento e suprir sua própria necessidade. Assim Ele não teria mais agido como o homem perfeito enfrentando as provas e a tentação como o último Adão. Ele não teria sido alguém que "como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado" (Hb 4.15). Seu poder miraculoso deveria ser utilizado para ajudar a outros, e não a si mesmo (veja Humilhação de Cristo; Kenosis). A tentação de exibir sua divindade saltando do Templo foi uma armadilha para abusar de Deus com uma confiança descabida, em contraste com a primeira tentação, que foi a de desconfiar de sua habilidade de resistir à fome. Ela o teria levado a se afastar do caminho do dever. Nela o diabo citou a Escritura, mas apenas de forma fragmentada: "Aos seus anjos dará ordens a teu respeito" (Mt 4.6; cf. Lc 4.10). 

O tentador omitiu as palavras "para te guardarem em todos os teus caminhos" (SI 91.11). Aí está a mentira do Diabo, pois ele é um mentiroso desde o princípio (Jo 8.44; cf. Gn 3.4,5). 

A tentação de se garantir domínio e poder imediatos curvando-se ao Diabo é o argumento do interesse próprio: faça o mal e o bem virá - nesse caso, mais rápido. Cristo foi divinamente decretado o Rei de todos os confins da terra (SI 2), e esta era uma tentação para tomar um atalho para sua soberania de direito.

O propósito das provas e tentações. Deus sempre testou todas as ordens de seres racionais que Ele criou. Esse teste consiste em uma prova de confiança e obediência totais. Um teste em si não é causa de pecado. Apenas a ação do testado pode transformar o teste em uma ocasião para pecar. Os anjos eram a primeira ordem. Aqueles que criam em Deus e o obedeciam foram confirmados em justiça e se tornaram os anjos santos; aqueles que desobedeceram e se rebelaram junto com Satanás caíram. Adão e Eva se depararam com um teste de obediência; desobedeceram e caíram. Cristo, para poder redimir os homens, enfrentou testes e saiu vitorioso (Hb 5.7-9). Assim como pela desobediência do primeiro Adão todos caíram, também pela obediência do último Adão a salvação foi oferecida a todos que crerem nele como Salvador pessoal (Rm 5.19).

A natureza da santidade de Cristo - Ele nunca pecou. 

Tem havido muitos debates teológicos sobre a capacidade de Cristo de pecar, posse peccare, e a respeito de três possibilidades:

(1) Cristo poderia ter pecado, mas não o fez;

(2) Cristo tinha a capacidade de não pecar;

(3) Cristo era incapaz de pecar. O ponto essencial e o coração do debate centra-se no que constitui uma tentação real. Se Cristo não poderia ter pecado, então Ele de fato alguma vez enfrentou uma tentação genuína? Se, por outro lado, para tornar a tentação verdadeira, Ele poderia ter pecado, isto não seria blasfémia? Como Cristo poderia ter pecado se Ele é Deus? Mesmo que escolhamos a segunda alternativa e digamos que Cristo tinha a capacidade de não pecar, será que não subentendemos ainda assim que Ele era também capaz de pecar, e desse modo também impugnamos sua santidade inerente? O dilema pode ser resolvido se primeiro reconhecermos que, embora devido à natureza humana nenhum homem tenha o poder de não pecar, a natureza humana de Cristo junto com sua divina pertence à pessoa divina e é governada por essa pessoa. E a pessoa divina de Cristo que odiava o pecado e não podia aprová-lo em sua natureza divina, que por anos sofreu tentações em todos os pontos como nós sem sucumbir ao pecado (Hb 4.15). Em sua natureza humana, Cristo poderia ter pecado, mas devido à sua pessoa divina Ele não poderia fazê-lo. Assim sendo, não dizemos nem que Cristo era capaz de pecar, nem que Ele tinha o poder de não pecar, mas que Cristo não poderia pecar. Abraham Kuyper escreveu: "Mas como Jesus não assumiu uma pessoa humana, um 'homo', mas sim a natureza humana, e como não havia nele um ego humano (para realizar essa possibilitas), mas, pelo contrário, a natureza humana permaneceu eternamente unida à segunda pessoa da Trindade, de modo que o controle dessa pessoa divina faz com que seja absolutamente impossível que essa possibilitas se torne realidade" (Loci III, Cap., III, par. 6. p. 11, citado por G.C. Berkouwer, The Person of Christ, Grand Rapids. Eedermans, 1955, p. 259). Berkouwer coloca a questão em termos mais existenciais quando escreve: "A incapacidade de pecar é da sua pessoa, de seu total e inviolável desejo de fazer a vontade do Pai. É a incapacidade de desistir de seu amor que Ele leva até o final, até sua realização e consumação" (op. cit., 262). Pode-se concluir que Cristo experimentou provas e tentações reais, equiparáveis àquelas que são requeridas de seres racionais, mas que Ele foi vitorioso em todas as áreas de tentação. Foi o fato de Ele ser uma pessoa divina que o fez incapaz de pecar, apesar do fato de que Ele assumiu uma natureza humana, que poderia de outra forma ter pecado.

CONCLUSÃO:

Somente venceremos o mundo se assim agirmos, se, mesmo em meio a tantas circunstâncias contrárias, em meio a tantas adversidades, prosseguirmos em fazer o que Jesus nos manda através de Sua Palavra. Se não fizermos assim, de nada adiantará dizermos que confiamos em Deus. Os fatos demonstrarão que seremos derrotados pelo mundo, pois a nossa fé será vazia, um verdadeiro simulacro, palavras vazias que nada resolvem. Uma fé sem atitudes, uma fé sem obras, como nos ensina Tiago, é morta, é algo que simplesmente não existe (Tg.2:17).

- Vemos, portanto, que, qualquer que seja a origem da tentação, a vitória é possível, pois Deus nos põe à disposição as armas que nos permitem vencer a tentação. A tentação ou é humana (I Co.10:13), ou é diabólica (Mt.4:1), mas, em ambas as situações, Deus garante a vitória, seja porque, sendo humana, como homens temos condições de, recorrendo a Deus, obtermos a vitória; seja porque, sendo diabólica, maior é O que está conosco do que o que está no mundo (I Jo.4:4). Não há, portanto, qualquer motivo ou justificativa para cair na tentação. Por isso, guardemos o sábio conselho do cantor sacro, em hino adaptado/traduzido por Paulo Leiva Macalão: "tentado, não cedas. Ceder é pecar. Mais alto e mais nobre será triunfar ! " (hino 75 da Harpa Cristã).



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