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AD Alagoas / Lições Bíblicas

13/04/2024

LIÇÃO 02 – A ESCOLHA ENTRE A PORTA ESTREITA E A PORTA LARGA

Comentário da Lição Bíblica para o fim de semana com o Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


(Mt 7.13,14; 3.1-10)

INTRODUÇÃO

Nesta lição, aprenderemos sobre o significado da palavra “escolha” e sua relevância na compreensão da metáfora das portas e dos caminhos, considerando que a mesma no contexto pressupõe o livre arbítrio do homem. A mensagem das duas portas e caminhos, não só atende aos não conversos à fé, bem como, a todo cristão, como um instrumento de incentivo e ânimo na perseverança em nosso destino: o céu.

- Prosseguindo o estudo da vida cristã como um caminho, analisaremos hoje a escolha da porta estreita e da porta larga.

- A graça de Deus nos permite escolher a salvação.

I – A PECAMINOSIDADE DO HOMEM

- Depois de termos visto como se inicia a caminhada do homem rumo ao céu, vamos nos deter sobre este ato de escolha da porta estreita.

- Por primeiro, devemos observar que, quando o homem foi criado, foi posto no Éden num jardim formado por Deus para ele guardar e lavrar (Gn.2:15), no qual havia o necessário não só para a sua vida material (Gn.2:9,10) como também para sua vida espiritual, pois o Senhor vinha toda viração do dia para ter um momento de intimidade com o ser humano (Gn.3:8).

- Tem, portanto, que o homem se encontrava em um estado de perfeita comunhão com o Senhor, sendo Seu mordomo sobre toda a criação terrena, com poder de domínio sobre as demais criaturas, que, inclusive, nomeou (Gn.2:19), bem como o poder de modificar o que fora criado para seu proveito, até porque teria de se multiplicar por expressa ordenação divina (Gn.1:28).

- Neste estado, porém, o texto sagrado ressalta que ao homem foi dado o livre-arbítrio. O Senhor ordenou a Adão que comesse de todas as árvores do jardim, menos da árvore da ciência do bem e do mal, porque, no dia em que ele o fizesse, haveria de morrer (Gn.2:16,17).

- Na expressão divina, na qual, saliente-se, os doutores da lei judaica construíram toda a base da ética (as chamadas “Sete Leis de Noé”), vemos clarividentemente que tinha o homem o poder de escolha entre obedecer ou desobedecer a Deus.

- O primeiro elemento que notamos aqui é que se tratou de uma ordem de Deus. Deus é o Senhor de todas as coisas, tudo é Seu (Sl.24:1), pois Ele é o Criador (Gn.1:1) e Sustentador (Hb.1:3) de tudo.

- Deus ordenou porque é o Todo-Poderoso (Ex.6:3; Jó 5:17) e, como tal, tem o poder e a prerrogativa exclusivos de determinar ao homem o que este deve fazer, visto ser ele tão somente uma criatura.

- Entretanto, o Senhor quis que o homem tivesse a liberdade de escolher servi-l’O ou não e, por isso, ao estabelecer a ordem de que não deveria comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, deixou claro que o homem tinha a capacidade de fazê-lo. O homem podia comer do fruto proibido, embora não o devesse fazer.

- Dentro de Sua soberania, o Senhor também disse ao homem qual seria o efeito da desobediência: a morte.

- Lamentavelmente, ao ser tentado por Satanás, o homem cedeu à tentação e pecou, comendo do fruto da árvore da ciência do bem e do mal e, como havia dito o Senhor, morreu imediatamente, uma vez que ficou separado da comunhão com Deus, tanto que quando o Senhor chegou ao jardim naquele fatídico dia, o primeiro casal d’Ele se escondeu, já que não tinha mais como Se apresentar diante d’Ele (Gn.3:8).

- Esta separação, que é a morte espiritual, resultou também na perda tanto da moradia no jardim, pois de lá o primeiro casal foi expulso, como também de acesso à árvore da vida, a fim de que não pudesse mais ter a vida eterna (Gn.3:22-24).

- Com efeito, o fruto da árvore da vida propiciava ao homem a manutenção da sua existência física de forma perene, para que, para sempre, desfrutasse da companhia do Senhor aqui na face da Terra.

- Com o pecado, porém, não poderia haver esta existência perene, porque seria ela uma existência fora da presença de Deus, a própria condenação eterna, como, aliás, ocorrera com o diabo e seus anjos. Adão adquiriu uma natureza pecaminosa, que transmitiria a todos seus descendentes (Gn.5:3; Rm.3:9-18).

II – A PALAVRA ESCOLHA E O LIVRE ARBÍTRIO:

De acordo com Houaiss (2001, p.1206), “ato ou efeito de escolher”, “preferência que se dá a alguma coisa que se encontra entre outras”, “predileção”, “opção entre duas coisas ou mais”; “ato de eleger, eleição”; “capacidade de escolher bem, de escolher com discernimento. ”

Contextualizando o tema da lição – Como já acima definido, o termo “Escolha” pressupõe o livre-arbítrio humano em exercício na decisão de que porta e caminho o homem seguirá. É importante destacar que essa lição tanto se aplica aos não conversos, quanto àqueles que já professam a fé em Cristo, considerando que a perseverança no caminho estreito é o segredo da vitória e a meta de todo cristão ( Ap 2.7, 11, 17, 26; 3.5,12,21; Fl 3.13). Assim sendo, não há espaço para a predestinação fatalista, que atribui a Deus, a escolha de quem há de se salvar ou se perder.

O dicionário Vine (2010, pp. 608,756) diz que livre-arbítrio vem do termo grego “eklego”, “escolher, selecionar, eleger” e “eleutheros”, “liberdade de ir onde quer”. O dicionário Houaiss define como: “possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante”. A palavra livre vem do latim “liber”, que significa “livre” e o termo arbítrio “arbiter”, que é “uma pessoa escolhida para decidir sobre uma questão”.

Entende-se por livre-arbítrio a liberdade que o ser humano tem de fazer escolhas, tornando-se, consequentemente, responsável por elas e por seus respectivos resultados [...]. O poder humano de fazer escolhas é o primeiro assunto de que trata a Bíblia Sagrada [...]. O livre-arbítrio é inerente ao homem, o qual não poderia ser julgado, jamais, se as suas decisões fossem involuntárias, e ele fizesse o que não desejasse pelo fato de ser movido por uma força estranha, alheia à sua consciência e vontade” (BRUNELLI, 2016, pp. 293,295). A Declaração de Fé das AD diz: CREMOS, professamos e ensinamos que o homem é uma criação de Deus [...], dotado por Deus de livre-arbítrio, ou seja, com liberdade de escolher entre o bem e o mal [...] essa escolha continua mesmo depois da queda no Éden (Jo 7.17). Deus dotou Adão do livre-arbítrio com o qual ele era capaz tanto de obedecer quanto de desobedecer ao Criador (SOARES, 2017, pp. 77,99).

Estas duas responsabilidades implicam na capacidade de respostas. O fato deles deverem fazer estas coisas, implicava que eles poderiam fazê-las (Gn 3.6). A condenação de Deus para a atitude deles deixa claro que ambos eram moralmente livres para tomar a sua decisão (Gn 3.11,13) (GEISLER, 2010).

III– COMPARANDO OS DOIS CAMINHOS (Mt 7.13,14)

Segundo Carson (2018, p. 137), o sentido da metáfora é bem claro. Temos de imaginar dois caminhos.

A passagem de Mateus 7.12,13, nos fala de duas portas e dois caminhos; dois tipos de transeuntes; e dois destinos. Senão vejamos:

Falando sobre Duas portas e dois caminhos – Hendriksen (2010, pp. 456-457) nos diz que a ordem “porta” seguida por “caminho” se constitui em uma sequência natural, onde o significado aponta para: uma escolha inicial correta (conversão) seguida pela santificação; ou uma escolha Inicial incorreta seguida por um endurecimento gradual. No Novo Testamento a palavra estreita com referência à uma porta, só aparece em Mt 7.13,14. Em Lc 13.24 o mesmo adjetivo é usado com referência a uma “porta” escatológica (Mt 25.10). Para que possa entrar pela porta estreita, a pessoa precisa se desfazer de muitas coisas, por exemplo, o desejo ardente de possuir bens terrenos, o espírito que não consegue perdoar, o egoísmo e, especialmente a justiça própria. A porta estreita é,pois, a porta da autonegação e da obediência. Por outro lado, a “porta larga” permite entrar com a bolsa e toda a bagagem. A velha natureza pecaminosa – tudo o que ela contém e todos os seus acessórios – pode passar facilmente por ela. É a porta da autoindulgência. Essa porta é tão ampla que uma multidão enorme e clamorosa pode entrar toda de uma vez, e ainda restará muito espaço para outros. A “porta”, pois, aponta para a escolha que uma pessoa faz nesta presente vida, seja ela boa ou má.

O “caminho” ao qual a porta estreita dá acesso é “apertado”. A vereda pela qual o crente está viajando se assemelha a uma passagem difícil por entre dois penhascos. Ela se acha cercada de ambos os lados. Assim também, mesmo no caso da pessoa que já entrou espiritualmente pela porta estreita, o que permanece da velha natureza, se rebela contra a ideia de deixar de lado as más propensões e os maus hábitos de outrora. Essa velha natureza não é completamente destruída até o momento de sua morte. Mesmo estando no caminho apertado, a antiga natureza trava uma batalha diária com a nova natureza (Rm 7.15-25; Gl 5.17; 1 Pe 2.11).

Por esses caminhos e Portas, há Dois tipos de transeuntes – Aqueles que escolhem uma porta larga e o caminho espaçoso são chamados de “muitos”; aqueles que entram pela porta estreita e viajam pelo caminho apertado são chamados de “poucos”. Isso está em sintonia com Mt 22.14 “Muitos são chamados, poucos escolhidos”, e com as passagens que mencionam o “remanescente”, como Rm 9.27; 11.5, etc. Não obstante, toda companhia dos eleitos em Cristo é descrita como uma multidão que não se pode contar (Ap. 7.9).

É importante lembrar que os transeuntes da “porta larga”, ainda que aparentem “liberdade” e “felicidade”, todavia, tudo é de natureza puramente superficial, pois os que vivem na prática do pecado, são escravos do mesmo (Jo 8.34). Eles estão presos na vaidade de seus próprios pensamentos, tendo o seu entendimento obscurecido e separados da vida de Deus (Ef. 4.17-19). Por outro lado, “Grande paz têm os que amam a tua lei” (Sl 119.165; Is 26.3;43.2). Ainda que, entrar pela porta estreita e caminhar pelo caminho apertado da autonegação, dificuldade e luta, dores e asperezas, isto é especialmente verdadeiro em virtude da natureza pecaminosa que não foi completamente vencida. Para o “novo homem” (a natureza regenerada) há alegria indizível e cheia de glória (1 Pe 1.8; Rm 7.22; Fl 2.17; 3.1; 4.4). Os “poucos” que entram pela porta estreita são “afligidos, mas não esmagados; perplexos, porém não desesperados” (2 Co 4.8,9); “entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo todas as coisas” (2 Co 6.10), pois além dos tesouros que já possuem desde agora, eles sabem que riquezas maiores esperam por eles (2 Co 4.17).

Há também Dois destinos Para Hendriksen (2010, p.459), os que entraram pela porta larga e agora trilham o caminho espaçoso estão indo rumo à destruição, ou seja, estão destinados não a aniquilação, e, sim, à perdição eterna (Dn 12.2; Mt 3.12; 18.8; 25.41,46; Mc 9.43; Lc 3.17; 2 Ts 1.9; Jd 6,7; ap.14.9-11; 19.3; 20.10). Ao contrário, “O caminho da cruz leva ao lar”. É o caminho da autorrenúncia que “conduz à vida” em seu sentido pleno e escatológico: comunhão com Deus em Cristo, no céu, no novo céu e na nova terra Ap 21:2).

CONCLUSÃO:

No momento que inicia sua jornada com Cristo, o cristão deve ter a consciência de que escolheu o caminho estreito e a porta apertada para trilhar o caminho do céu. 

Isso significa que precisamos renunciar ao eu, nossos pensamentos e desejos, para que Cristo apareça (2Co 5.17). Isso só é possível por meio de um verdadeiro arrependimento, confissão de pecados e a experiência do perdão.



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