INTRODUÇÃO
Nesta lição, destacaremos o conceito bíblico do que é pregação; mencionaremos que o ministério terreno de Cristo, foi caracterizado pela proclamação das boas novas com o propósito de alcançar a todas vidas.
Na sequência do estudo sobre Eclesiologia, veremos o papel da pregação do culto.
A pregação da Palavra é o principal momento do culto.
I – A PREGAÇÃO: PRINCIPAL TAREFA DA IGREJA
- A Grande Comissão, ou seja, a tarefa que o Senhor Jesus deu à Igreja, inicia-se com a pregação do Evangelho. “Ide, pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc.16:15); “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt.28:19 NAA); “E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos, e em Seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém” (Lc.24:46,47) e “…Assim como o Meu Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós” (Jo.20:21b), o que deve ser compreendido à luz de Lc.4:43: “…Também é necessário que Eu anuncie a outras cidades o evangelho do Reino de Deus, porque para isso fui enviado”.
- Notamos, portanto, que a pregação do Evangelho é a primeira tarefa que o Senhor determinou fosse realizada pela Igreja, é um dos pontos principais da própria missão da Igreja. Não há como se pensar em Igreja sem se levar em conta que se está diante de um povo que prega o evangelho da salvação (Ef.1:13), o evangelho da graça de Deus (At.20:24).
- Bem por isso, Marcos, ao finalizar o seu evangelho, sucintamente, para mostrar o cumprimento da Grande Comissão pelos discípulos, diz que eles “…tendo partido, pregaram por todas as partes…” (Mc.16:20).
- Quis o Senhor que a salvação fosse obtida por meio da pregação do Evangelho. O apóstolo Paulo descreve esta dinâmica ao dizer que a salvação vem pela invocação do nome do Senhor, mas que tal invocação depende da fé no Senhor, fé, que, por sua vez, exige que se ouça a mensagem da salvação, oitiva que exige a pregação e pregação, que, por fim, depende do envio dos pregadores (Rm.10:13-15).
- Se a tarefa da Igreja é dar continuidade à obra salvífica de Cristo Jesus, não há como ser ela realizada se não houver a pregação do Evangelho, portanto. Como costumamos dizer, a essência do trabalho da Igreja é pregar o Evangelho aos incrédulos e ensinar a Palavra de Deus aos crentes.
- Não por acaso, a primeira tarefa desempenhada pela Igreja, no dia em que nasceu, no dia de Pentecostes do ano 29, foi pregar o Evangelho, o que foi feito por Pedro e os demais apóstolos (At.2:14,37) e o resultado disto foi a salvação de quase três mil pessoas, a primeira colheita de almas da história da Igreja (At.2:41).
- A palavra “pregar” é a palavra grega “kerysso” (κήρυσσω), enquanto “pregação” é “kerygma” (κήρυγμα), cujo significado é “proclamar, anunciar publicamente”, “a proclamação de uma mensagem cuja substância é distinta do ato” (Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Dicionário do Novo Testamento, verbetes 2782 e 2784, pp.2265-6).
- Note-se, pois, que a pregação do Evangelho é um anúncio público, uma mensagem que é entregue às pessoas em geral, onde se fala de outrem que não o pregador, onde se apresenta uma mensagem que é distinta dos pensamentos, sentimentos e vontade do pregador.
- A Igreja, portanto, precisa levar ao conhecimento dos incrédulos a mensagem de que Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo e brevemente voltará bem como fazer uma distinção entre quem prega e o assunto da pregação. Não é por outro motivo, aliás, que as Escrituras dizem que prega o Evangelho, está a pregar a Cristo (At.8:5; Rm.14:18; I Co.1:23,24; 2:2; Fp.1:15,17).
- Como diz a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, a Igreja recebeu “…também a missão de proclamar o evangelho da salvação ao mundo todo, anunciando que Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo e que em breve voltará. O evangelho é proclamado a homens e mulheres, sem fazer distinção de raça, língua, cultura ou classe social, pois ‘o campo é o mundo’ (Mt.13:38) …” (DFAD XI.6, pp.122-3).
- O Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm.1:16) e, por meio dele, se descobre a justiça de Deus de fé em fé (Rm.1:17).
- A pregação do Evangelho é a pregação da Palavra (Mc.16:20), Palavra esta que é a transmissora da fé salvífica (Rm.10:17) que, encontrando um coração disposto para crer em Jesus (Cf. Lc.1:17), germina e faz nascer uma nova criatura, como o Senhor nos mostra na parábola do semeador, em que a semente é, precisamente, a Palavra de Deus (Mt.13:3-9,19-23).
- A Igreja é “a semeadora que saiu a semear”, que tem de anunciar publicamente a Palavra de Deus, a fim de que sejam encontrados corações dispostos a crer em Jesus e, assim, iniciar a jornada de fé que os conduzirá aos céus.
II – DEFINIDO O TERMO PREGAÇÃO:
1.O verbo grego traduzido como “proclamar”, “kerysso” que quer dizer: “ser um arauto, proclamar como um arauto”, refere-se na prática à: “pregação do evangelho como a palavra autorizada (obrigatória) de Deus, trazendo responsabilidade eterna a todos que a ouvem” (GONÇALVES, 2024). Ainda podendo ser entendido como: “promulgação solene e urgente de um fato importante. Assim é descrito o anúncio do Evangelho em obediência ao ‘ide’ de Cristo” (Mt 28.18-19) (ANDRADE, 2006, p. 305).
2. Definição do termo pregação. Andrade define a pregação como sendo: “proclamação da Palavra de Deus, visando a divulgação do conhecimento divino, a conversão dos pecadores e a consolação dos fiéis” (2006, p. 303). Um dos termos usados é “kerygma”, que indica: “a mensagem do evangelho”; essa palavra aparece cerca de oito vezes no Novo Testamento (Mt 12.41; Lc 11.32; Rm 16.25; 1Co 1.21; 2.4; 15.14; 2Tm 4.17; Tt 1.3), indicando a pregação apostólica, que é a mensagem central e o fundamento do Novo Testamento (CHAMPLIN, 2004, p.367)
III – A PREGAÇÃO NO MINISTÉRIO DE JESUS
Jesus exerceu um tríplice ministério de cura, pregação e ensino da palavra de Deus: “E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mt 4.23), essa ênfase na pregação no ministério do Senhor é Jesus, é vista frequentemente nos Evangelhos “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mt 9.35), “E aconteceu, num daqueles dias, que, estando ele ensinando o povo no templo e anunciando o evangelho, sobrevieram os principais dos sacerdotes e os escribas com os anciãos” (Lc 20.1). Sua importância é ressaltada, quando essa mesma ênfase foi ordenada e confiada à igreja (Mt 28.19; Mc 16.15-18)
III –A PREGAÇÃO E SUAS CARACTERÍSTICAS NO CULTO:
-O apóstolo Paulo prevendo o fim de seus dias (2Tm 4.6,7), trouxe à tona para o jovem obreiro Timóteo, compromissos que deveriam caracterizar sua conduta como servo de Deus e da igreja do Senhor. Entre esses o de pregar o Evangelho de forma genuína, frente a um tempo de resistência à verdadeira mensagem de Deus (2Tm 4.3,4). Nesse intuito, o apóstolo destaca características na pregação:
1-Seriedade: “Conjuro-te, pois [...]” (2Tm 4.1-a). A palavra conjuro-te, do grego: “diamarturomai” que indica: “testificar sob juramento, atestar, testificar a, afirmar solenemente”, é enfática e tem peso de afirmação legal. O apóstolo elaborara detalhadamente a responsabilidade que está sobre o ministro cristão. Agora ele incumbe Timóteo de assumir este encargo em plena conscientização de que, no desempenho de suas obrigações, ele é responsável diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo (2Co 5.10).
-A pregação da Palavra era tão importante para Paulo e para o ministério da igre-ja que ele ordenou “uma ordem militar” que Timóteo continuasse a pregá-la. Paulo recorre a Cristo como testemunha de sua ordem e lembra a Timóteo que, um dia, o Senhor retornará e testará o ministério dele. O pregador infiel que acrescenta algo à mensagem ou dela subtrai será reprovado no dia do acerto de contas (Ap 22.18).
2-Fidelidade: “pregues a palavra [...]” (2Tm 4.2-a). Pela expressão “a palavra”, o apóstolo quer dizer a mensagem relativa a Cristo como Redentor, Salvador e Senhor. Este deve ser o teor da pregação cristã. Nenhum sermão é realmente sermão, a menos que deixe explícita a verdade bíblica. O pregador é um arauto de Cristo, não pode mudar a mensagem que lhe foi confiada: “porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus” (At 20.27), não pode alterar a essência da mensagem, na tentação de torná-la palatável aos homens: “Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus; antes, falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus” (2Co 2.17).
3-Urgência: “[...] instes a tempo e fora de tempo [...]” (2Tm 4.2). O pregador precisa ter um profundo senso de urgência, o verbo grego “ephistemi”, traduzido por “instar”, significa literalmente: “estar de prontidão”. A tempo e fora de tempo pode ser traduzido por “insista em todas as ocasiões, convenientes ou inconvenientes”. Esta determinação nos mostra o senso de urgência que deve caracterizar nossa pregação (At 8.26-30). Isso acarreta necessariamente a responsabilidade de corrigir e repreender (redarguas e repreendas) e o dever mais positivo de animar (exortes). Temos de provocar em todos que nos ouvem a disposição de reagir em total obediência à Palavra de Deus. Acima de tudo, o servo de Deus deve cultivar a graça da paciência (longanimidade), em seus esforços de levar as pessoas a Cristo e ministrar-lhes o ensino segundo a verdade cristã (doutrina).
CONCLUSÃO
A importância de uma lição como esta, é que em alguns lugares a Palavra de Deus, NAO tem mais primazia no culto.(1Co 14:26)”²⁶ Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. Que o Despertamento Começe já! Amém.
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