INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos sobre os
“dons ministeriais”; pontuaremos cada um [apóstolo, profeta, evangelista,
pastor e mestre] com suas especificidades; falaremos também sobre as funções do
presbítero e mencionaremos a diferença entre o diaconato e a diaconia,
mostrando que o primeiro é uam função eclesiástica para alguns escolhidos e o
segundo um serviço para todo os crentes.
I - A ESTRUTURA MINISTERIAL DO GOVERNO DA IGREJA:
1. O ministério quíntuplo.
1.1. Deus pôs na Igreja apóstolos,
profetas, evangelistas, pastores e mestres (Ef 4.11)
1.2. Apóstolo
- O termo deriva-se do grego e significa literalmente “enviado” (Lc
6.13; 9.10). Paulo foi comissionado diretamente pelo próprio Senhor (1Co
9.1; 15.8), depois de sua ascensão, para levar o evangelho aos gentios”
(At 9.1-15) (VINE, 2002, p. 407). O título “apóstolo” se aplica a certos
líderes cristãos no NT. O verbo: “apostello” significa: “enviar alguém em
missão especial como mensageiro e representante pessoal de quem o envia. O
título é usado para Cristo (Hb 3.1), os doze discípulos escolhidos por
Jesus (Mt 10.2), o apóstolo Paulo (Rm 1.1; 2Co 1.1; Gl 1.1) e outros (At
14.4,14; Rm 16.7; Gl 1.19; 2.8,9; 1Ts 2.6,7).
- O termo apóstolo no sentido especial e no sentido geral. No sentido
geral, efere-se àqueles que viram Jesus após a sua ressurreição e que
foram pessoalmente comissionados por. Ele a pregar o evangelho e
estabelecer igrejas (os Doze, Paulo e outros). Eles tinham autoridade
ímpar na igreja, no tocante à revelação divina e à mensagem original do
evangelho, como ninguém mais até hoje. O ministério de apóstolo nesse
sentido restrito é exclusivo, e dele não há repetição (1Co 15.8). Já os
apóstolos no sentido geral refere-se àqueles que são enviados pelo Senhor
Jesus e pela Igreja para levar as boas novas de salvação a outros povos
(Rm 10.13-17). Nesse sentido, existem homens que exercem um trabalho
apostólico. Podemos dizer que todo aquele que realiza a obra missionária
pode ser denominado, nesse aspecto apóstolo (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20).
a. Alguém enviado em uma missão (Mt
10.2; Lc 22.14; At 13.2)
b. Alguns requisitos podem ser
destacados para alguém ser um apóstolo:
. Ter estado com o Senhor Jesus (At
1.21,22)
. Ter sido uma testemunha da
ressurreição de Jesus (At 1.22)
c. Ter visto o Senhor (At 9.1-5)
d. Ter operado sinais e maravilhas
(2Co 12.1-5)
1.3. Profeta
- A palavra hebraica para profeta é: “navi”, que vem da raiz verbal:
“nava”. Essa palavra significa: “anunciador”. Os temos hebraicos: “roeh” e
“hozeh” também são usados para profeta. Ambos significam “aquele que vê”,
ou seja, “vidente” (1Cr 29.29). A palavra grega comumente usada é:
“prophétes” (Mt 1.22; 2.5,16; Mc 8.28; Lc 1.70,76; Ap 10.7; 11.10). O
substantivo “propheteia”, siginifica: “profecia”. Essas palavras derivam
do grego: “pro”, “antes” e, “phemi”, “falar por outrem” (CHAMPLIN, 2004,
p. 424).
- Diferença entre o dom de profeta e o dom de profecia. Quanto ao dom
de profecia (1Co 12.10-b) precisamos fazer algumas observações porque no
AT, havia um “ministério profético”, reconhecido e considerado por toda
nação. Hoje, não existe esse ministério nas igrejas cristãs. Existem
pessoas ou mensageiros de Deus, que possuem o “dom de profecia”, usado em
determinadas ocasiões, com propósitos definidos (BERGSTEIN, 1993, 113,115,116).
a. O profeta era alguém inspirado e
autorizado para falar em nome de Deus.
. Nesse aspecto, ele era um porta-voz
de Deus
b. No Novo Testamento, o profeta:
. Exortava e consolava (At 15.32) e
. Trazia revelação do futuro (At
11.27-29)
c. Contudo, a Escritura distingue o
ministério de profeta do dom da profecia
. Somente alguns eram chamados para
ser profetas (Ef 4.11)
. Porém, todos poderiam exercer o dom
da profecia (1Co 14.5,31)
1.4. Evangelista
- A palavra evangelista vem do grego: “euangelistes”, que
literalmente significa: “mensageiro de boas novas” formado de “eu” que é
“bem”, e “angelos” que é “mensageiro” (At 8.5,26,40; 21.8). Por isto,
podemos dizer que os missionários são verdadeiros evangelistas por serem
essencialmente pregadores do Evangelho. Paulo era um evangelista (1Co
1.17), bem como também Timóteo (2Tm 4.5). Uma das características de quem
recebe este dom ministerial é a dedicação ao evangelismo: “Mas o que para
mim era ganho reputei-o perda por Cristo” (Fp 3.7).
- A diferença do ministério de evangelista da função de
evangelizador. Evangelista é um termo encontrado apenas três vezes no NT:
“Felipe, o evangelista [...]” (At 21.8); “Ele mesmo concedeu uns para
evangelistas [...]” (Ef 4.11) e, “Faze o trabalho de um evangelista [...]”
(2Tm 4.5). A primeira referência é um homem como evangelista, a segunda,
ao dom de evangelista e a terceira, ao trabalho de evangelista. A chamada
especial de Deus para o ministério de evangelista está reservada a alguns
crentes (Ef 4.11), mas a chamada geral para ganhar almas é feita a todos
os crentes (Mc 16.15,19; At 1.8,9)
a. É alguém cujo ministério é
centrado na salvação de almas (At 8.5; 21.8)
1.5. Pastores e mestres
a. O pastor possui a função de
apascentar (Jo 21.16)
b. O mestre possui a função de
ensinar (Rm 12.7)
- No hebraico, “raah” tem o sentido de “pastor”. No seu sentido
literal, “um pastor” é alguém que cuida dos rebanhos de ovelhas. Os
pastores eram conhecidos como profissionais que alimentavam e protegiam os
rebanhos (Jr 31.10; Ez 34.2), que procuravam as ovelhas perdidas (Ez
34.12) e que livravam dos animais ferozes as ovelhas que estivessem sendo
atacadas (Am 3.12)” (CHAMPLIN, 2004). Na igreja local, o pastor é um guia
espiritual do povo de Deus. O termo pastor do grego “poimēn” no Novo
Testamento tem o significado de “apascentador de ovelhas”.
- Entre os dons ministeriais concedidos a igreja, encontra-se o dom
de pastor (Ef 4.11). O pastor é o responsável pela direção e pelo
apascentamento do rebanho. É “o anjo da igreja” (Ap 2.1). Serve sob a
direção do Bom Pastor, a quem pertence a Igreja (1Pd 5.2,4), e deve andar
nas suas pisadas (Jr 17.16) e sob a sua direção (Jr 3.15). Cabe ao pastor
velar pelas ovelhas, como quem tem de dar conta delas (Hb 13.17)
(BERGSTÉN, 2007, p. 116).
- A necessidade de um pastor para a igreja e as suas muitas
atribuições. “Sua missão é múltipla e polivalente. Um pastor agi como
ensinador, conselheiro, pregador, evangelizador, missionário, profeta,
juiz de causas complexas, fazer as vezes de psicólogo, conciliador,
administrador eclesiástico dos bens espirituais e de recursos humanos sob
seus cuidados, na igreja local; é administrador de bens materiais ou
patrimoniais; gestor de finanças e recursos monetários, da igreja local”
(RENOVATO, 2014, p. 114). Algumas outras atribuições do pastor são: “(a)
cuidar da sã doutrina, refutar a heresia (Tt 1.9-11); (b) ensinar a
Palavra de Deus e exercer a direção da igreja local (1Ts 5.12; 1Tm 3.1-5);
(c) ser um exemplo da pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8) e, (d) esforçar-se
no sentido de que todos os crentes permaneçam na graça divina (Hb 12.15;
13.17; 1Pd 5.2) (STAMPS, 1995, p. 1815).
- O termo mestre deriva-se do grego “didáskalos”, que significa:
“instrutor”, “doutor” ou “mestre”. É aplicado a Jesus (Mt 8.19; 12.38;
17.24; Mc 5.35; 14.14; Jo 11.28); aos mestres da Lei (Mt 9.11; 10.24,25;
Lc 2.46; 6.40; Jo 3.10); a João Batista (Lc 3.12); e ao apóstolo Paulo
(1Tm 2.7). A atividade primordial do mestre, doutor ou ensinador é cuidar
do ensino fundamental das Sagradas Escrituras. Os mestres são aqueles que
têm de Deus um dom especial para esclarecer, expor e proclamar a Palavra
de Deus, afim de edificar o corpo de Cristo (Ef 4.11,12) (STAMPS, 1995, p.
1814).
- O “dom ministerial” de Mestre ou Doutor é, sem dúvida, um dos mais
importantes e necessários à Igreja do Senhor Jesus. Por isso, ele é
mencionado nas três listas dos dons (Rm 12.6-8; 1Co 12.28; Ef 4.11). O
ensino da Palavra de Deus é indispensável e de fundamental importância
para o crescimento e a edificação da Igreja do Senhor Jesus (Rm 15.4; Cl
1.28; 2.7; 3.16). Por isso, Ele mesmo vocacionou e comissionou alguns para
serem doutores ou mestres (Ef 4.11-13). Alguns escritores erroneamente
confundem o “dom ministerial” de mestre com o “dom de ensinar” (serviço).
Mas, é importante salientar que o dom ministerial de mestre ou doutor é
exclusivo para obreiros (At 13.1-3; Ef 4.11). Já o dom de ensinar, como
dom de serviço (Rm 12.6-8) está acessível a todo cristão.
CONCLUSÃO
Assim podemos ver o ministério sob
diferentes aspectos. Foi o próprio Jesus que deu e dar Dons aos homens. Foi
Deus que pôs na Igreja alguns para o exercício de determinadas funções
específicas. Esses ministérios devem ser vistos como dons de Deus à Igreja. Ore
pelo seu Pastor. Ore pelo governo da Igreja. Ore para que governem NAO gemendo (hebreus
13:17).
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