INTRODUÇÃO
I – DEFININDO A PALAVRA IMAGEM:
- Nessa imagem que trataremos, seguindo até o item oito do Cremos da Declaração de Fé das Assembleias de Deus, que, ao afirmar que cremos na Igreja, imediatamente a identifica como “o corpo de Cristo”.
- Esta figura do corpo é trazida pelo apóstolo Paulo, pela vez primeira, na sua primeira epístola aos coríntios, quando afirma que somos o corpo de Cristo e seus membros em particular (I Co.12:27).
- Esta imagem trazida por Paulo tinha o contexto do partidarismo existente na igreja em Corinto e o apóstolo quis mostrar claramente que a Igreja é um organismo, é una, embora seus membros fossem diferentes. Trata-se, pois, de início, de uma ênfase na unidade da Igreja, o que também veremos ser o foco do apóstolo quando retoma esta figura na epístola aos efésios.
- A imagem do corpo de Cristo é extremamente rica. Por primeiro, lembra-nos que a Igreja é a continuidade da obra que o Pai mandou o Senhor Jesus vir fazer sobre a face da Terra. Para a realização desta obra, Cristo teve de Se humanizar, corpo Lhe foi preparado (Hb.10:5). Agora, que Seu corpo glorioso está nos céus, aqui na Terra esta mesma obra é realizada pela Igreja, que é o Seu corpo (I Co.12:27; Ef.5:23).
- Não é à toa que Lucas, ao iniciar o livro de Atos dos Apóstolos, diz que o evangelho que havia escrito narrava o que Jesus “começou não só a fazer mas a ensinar” (At.1:1), já indicando claramente que as narrativas que faria era a continuação da obra de Jesus por meio da Igreja.
- A presença física de Cristo na face da Terra, portanto, é a Igreja, que é o Seu corpo, preparada para realizar a obra salvífica do Senhor Jesus, anunciando o Evangelho e fazendo com que as pessoas invoquem o nome do Senhor (Rm.10:12-15). Dizer que a Igreja é o corpo de Cristo, portanto, é dizer que é ela, e só ela, quem pode dar continuidade à obra do Senhor Jesus. Ser membro em particular da Igreja é, portanto, dar prosseguimento à pregação do Evangelho iniciada por Nosso Senhor e Salvador (Mc.16:20; Hb.2:3,4).
- A imagem do corpo também nos fala da unidade da Igreja. É dito que a Igreja é “o corpo de Cristo”, de modo que não pode haver mais do que uma Igreja sobre a face da Terra. Paulo mostra-nos que há três povos no planeta: judeus, gentios e a Igreja de Deus. (I Co.10:32).
- A Igreja é una, ou seja, é um povo único e unido, que forma uma unidade perfeita. Paulo diz que se trata “de um só corpo e um só Espírito, uma só esperança de vocação, um só Senhor, uma só fé, um só batismo e um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos” (Ef.4:4,5).
- Esta unidade da Igreja, entretanto, não exclui a diversidade, mas, antes, a engloba. Assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também (I Co.12:12). - O corpo humano, embora seja único, possui milhões de células, tecidos e órgãos, com múltiplas funções e atividades, todas diferentes entre si, mas que formam uma unidade que mantém a vida e o desenvolvimento do corpo, numa perfeita harmonia, tudo sob o comando do sistema nervoso central, que se encontra na cabeça.
- De igual modo, a Igreja é una, mas tem milhões de membros em particular, cada um diferente do outro, pois, sim, devemos lembrar que Deus não fez dois seres humanos iguais e idênticos, mas criou indivíduos, ou seja, pessoas que não podem ser divididas e que são distintas umas das outras. Vivemos dias hoje em que as pessoas são tratadas como “massa”, como “homens-massa”, totalmente indistintas umas das outras, meros números, o que avilta a humanidade de cada um e que contribui celeremente para a opressão demoníaca cada vez mais intensa entre nós.
- Mas não há apenas diversidade entre os indivíduos, que são os “membros em particular” mencionados por Paulo (I Co.12:27), mas membros diferentes que se constituem nas diversas denominações e igrejas locais que surgiram ao longo da história.
- Já nos tempos apostólicos, havia uma nítida distinção entre as igrejas locais, particularmente entre as judaicas e as gentílicas, tendo o Espírito Santo orientado as lideranças da igreja a manter esta diversidade (At.15:22- 29). - Mas além destas distinções, a imagem do corpo também nos mostra que há uma interdependência entre os membros, assim como há entre as células, tecidos e órgãos do corpo humano. A diferença existente entre eles faz com que cada um tenha uma função distinta do outro, ou seja, cada um é escalado para uma função.
- Esta diversidade de funções gera uma interdependência entre os membros em particular, porque um precisa do outro para poder haver o crescimento e aumento do corpo. Assim como no corpo humano, cada célula, órgão e tecido depende do bom funcionamento dos outros para que haja progresso, para que haja desenvolvimento e, sobretudo, para que haja a sobrevivência do corpo.
- Assim, embora a salvação seja individual, vemos que o crescimento espiritual, a santificação depende desta interdependência de cada membro em particular, como o apóstolo dos gentios nos deixa claro ao falar que os dons ministeriais são postos na Igreja para o aperfeiçoamento dos santos (Ef.4:11-16), como os dons espirituais para edificação, exortação e consolação (I Co.14:3). A Imagem do corpo mostra como a salvação não elimina a sociabilidade do ser humano e como se harmoniza o plano salvífico com o propósito criador do Senhor. A imagem do corpo também nos mostra que o comando da Igreja é do Senhor Jesus. A Igreja é o corpo, mas Cristo é a cabeça da Igreja (Ef.1:22; 5:23). A cabeça é quem comanda o corpo, quem dá as ordens, quem distribui as tarefas, quem dirige. O próprio Jesus, ao revelar o mistério da Igreja, disse que a Igreja era Sua (Mt.16:18), bem como disse aos discípulos que eles O chamavam Mestre e Senhor, e faziam bem ao dizê-lo (Jo.13:13). A imagem do corpo lembra que Jesus é o Senhor e que nós somos Seus servos, bem estabelecendo a hierarquia e o comando da Igreja. - Neste aspecto, é importante dizer que Cristo é “a cabeça da Igreja, sendo Ele o Salvador do corpo”. A Igreja é um corpo e Cristo é a sua cabeça, ou seja, é algo da própria natureza da Igreja ser guiada, dirigida pelo Senhor Jesus.
- Dizer que Cristo é “o cabeça da Igreja”, como se verifica, ultimamente, em versões mais novas das Escrituras, não nos parece ser a melhor tradução. - Por primeiro, a expressão “o cabeça” era primitivamente utilizada para designar líderes rebeldes, pessoas que se insurgiam contra a ordem estabelecida, o que, efetivamente, não é o caso de Jesus Cristo, que é o Rei dos reis e Senhor dos senhores de modo legítimo e natural. Por segundo, a expressão retira a própria natureza do comando de Cristo. Dizer que Ele é “o cabeça”, indica que Ele é o líder, mas não mostra que Ele o é pelo fato de ter Ele mesmo edificado a Igreja e sido o seu fundamento, não ter atingido tal posição por força de algum acontecimento extraordinário ou imprevisto. “O cabeça” é o líder, mas quando falamos “a cabeça”, dizemos que a própria Igreja foi constituída por comando e direção do Senhor. - Como consequência de Cristo ser a cabeça, temos que é simplesmente impossível ser membro em particular da Igreja se não se estiver em obediência ao Senhor. A submissão à vontade de Deus é fundamental para que nos mantenhamos pertencendo a este povo.
- Células e tecidos que não atendem ao comando da cabeça, em nosso corpo, tornam-se doentes.
CONCLUSÃO:
Aprendemos através de imagens bíblicas o que a Igreja é e que importância ela tem.
São figuras que nos ajudam a compreender a Igreja tanto em seu aspecto institucional como funcional.
Assim, essas imagens ajudam o crente a descobrir qual o seu lugar na Igreja, o Corpo de Cristo.
Assim podemos melhor cooperar para o perfeito funcionamento da igreja local e nunca “deixar a nossa congregação Como é costume de alguns…”(Hb 10:25).
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