INTRODUÇÃO
- Na continuidade do estudo sobre as missões transculturais, abordaremos hoje o modelo de missões que nos traz a igreja de Antioquia.
- A igreja de Antioquia é o modelo de missões transculturais no livro de Atos dos Apóstolos.
I – A IGREJA LOCAL GENTÍLICA EM ANTIOQUIA
- Apesar de o Evangelho ter sido aberto aos gentios através de Pedro na casa de Cornélio, em Cesareia, cidade onde ficava o palácio do presidente da Judeia (At.10), não seria em Cesareia que se teria a primeira igreja local gentílica.
- Na verdade, os gentios salvos e revestidos de poder em Cesareia foram congregar juntamente com os judeus que já haviam aceitado a fé, sob o comando de Filipe, que ali passara a residir (At.8:40; 21:8).
- O episódio ocorrido em Cesareia não teve a devida repercussão. Com efeito, o imaginário cultural dos crentes judeus era muito arraigado. Para começar, quando retornou a Jerusalém, Pedro foi obrigado a se explicar porque tivera contato com gentios (At.11:1-18), a nos mostrar como havia ainda grande resistência para a compreensão de que a mensagem do Evangelho era para ser pregada até os confins da Terra.
- O episódio na casa de Cornélio, notadamente o fato de ele e os seus terem sido batizados com o Espírito Santo, fez os crentes em Jerusalém entenderem que até aos gentios Deus dera o arrependimento para a vida (At.11:18), mas, se ficara certo e induvidoso que o Senhor também salvava gentios, isto não representou a conscientização de que caberia aos crentes judeus pregar o Evangelho a estes gentios para que se salvassem.
- Embora tivessem percebido que Jesus queria salvar também os gentios, os cristãos de Jerusalém não haviam entendido que não há como ocorrer salvação se não há quem pregue, como, mais tarde, ensinaria o apóstolo Paulo (Rm.10:13,14).
- Por isso, mesmo diante da perseguição e da consequente dispersão, os crentes não pregavam o Evangelho senão aos judeus (At.11:19).
- Entretanto, alguns varões cipriotas e cirenenses, ou seja, judeus que haviam se convertido a Cristo em Chipre (terra natal de Barnabé) e em Cirene (região hoje pertencente a Líbia), ao entrarem em Antioquia, para onde haviam ido, Antioquia que era a capital romana da província da Síria, à qual pertencia a Judeia naquela época, passaram a anunciar o Senhor Jesus também para os gentios, certamente cientificados de que “até aos gentios Deus havia dado o arrependimento para a vida” (At.11:18).
II - Antioquia, o exemplo de uma igreja missionária
-A ordem de Jesus em Atos 1.8 é muito clara, mas os discípulos se mantem em Jerusalém, Deus permite que por inveja dos líderes das sinagogas, devido ao crescimento da igreja, Estevão seja apedrejado e em seguida, a igreja sofra a perseguição para que pudesse avançar (At.4.1-31). Exceto os apóstolos que continuaram em Jerusalém, todos os demais tiveram que sair e, por onde quer que fossem, pregavam o Evangelho (At. 8.1-4).
Encerrando o primeiro ciclo missionário da igreja (At. 1.8), alguns cristãos anônimos, dispersos de Jerusalém após a morte de Estevão, chegam a Antioquia (da Síria), cidade fundada por Seleuco Nicátor em memória de seu pai Antíoco por volta do ano 300 a.C. e capital da província da Síria, terceira cidade do império romano, só perdendo em importância para Roma e Alexandria, célebre por sua riqueza, cultura e imoralidade, distava de Jerusalém cerca de 500 quilômetros e estava localizada numa posição estratégica favorável para as missões (divisa entre o mundo grego e o semita – os dois mundos culturais da época).
Estes cristãos piedosos anunciaram a Cristo em Antioquia, fundando assim a primeira igreja gentílica que veio a ser, depois de Jerusalém, a cidade mais importante para o Cristianismo do primeiro século (At. 11.19-26).
A igreja em Antioquia foi instruída por Barnabé e Saulo – agora chamado Paulo – e tornou-se a maior igreja missionária da época, servindo como base missionária do apóstolo Paulo (At. 11.25,26).
O ensino da Palavra de Deus foi tão expressivo que em apenas um ano os novos convertidos estavam tão completamente mudados ao ponto de chamarem a atenção dos moradores locais, os quais os denominaram de Cristãos (Christianoi em grego ou Christianus em latim que aparece apenas três vezes no Novo Testamento –At. 11.26; 26.28 e 1 Pe. 4.16 e cuja desinência ão – de Cristo+ão = Cristão – significa “seguidor ou adepto de” Cristo).
Após um ano de serviço cristão em Antioquia, Paulo e Barnabé foram indicados, nominalmente, pelo Espírito Santo, para a obra missionária, sendo estes os primeiros missionários enviados ao Exterior onde fundaram diversas igrejas. Este fato fez com que a igreja em Antioquia da Síria fosse conhecida como a primeira agência missionária, ou o primeiro centro de missões de todos os tempos.
Seu exemplo como base missionária favoreceu o avanço da Igreja Primitiva para alcançar os outros povos e foi também a primeira igreja enviadora (At. 13. 1-3 – impondo sobre eles as mãos, os despediram, “é símbolo de autoridade em enviar”).
Antioquia é o exemplo a ser seguido pelas igrejas da atualidade que precisa reconhecer sua responsabilidade na vida dos seus missionários em orar, contribuir, amar, socorrer e compreender.
Os cristãos de Antioquia possuíam um caráter solidário extraordinário como foi demonstrado no envio de esmolas para a igreja de Jerusalém, quando a fome assolou esta cidade (At 11.27-30), além de ser cheia do conhecimento e livre de preconceitos, isto é, ministrava igualmente a judeus e gentios e quando alguns judeus cristãos vindos da Judéia foram visitá-la, proclamando que os gentios deveriam ser circuncidados como pré-requisito para se tornarem cristãos, foi ela que, resistindo a essa imposição, enviou a Jerusalém uma delegação encabeçada por Paulo e Barnabé para resolver este impasse – o chamado Concílio de Jerusalém (c. 50 A.D.), primeiro da história da Igreja Cristã, que aconteceu por causa das reivindicações dessa igreja; contudo, o zelo missionário e evangelístico, notabilizado pelas viagens missionárias de Paulo foi, com certeza, a característica principal dela.
A Igreja em Antioquia é caracterizada também por dar ouvidos à voz do Espírito Santo, e como consequência da ação do Espírito Santo no meio dela, veio a se tornar uma referência nos dons espirituais e ministeriais. Ela mantinha um grupo de homens de Deus como profetas e mestres na Palavra (At. 13:1) dispostos a obedecer às ordens recebidas da parte de Deus; por isso era apropriado que a cidade onde foi fundada a primeira igreja cristã gentílica, e onde os cristãos receberam seu nome característico, fosse o berço e o princípio de sustentação das missões cristãs ao estrangeiro (At. 13.1). Foi a partir desta igreja que a conquista do mundo passou a ser vista como estratégia de Evangelização de todo o mundo romano e no ano 70 d.C., com a destruição de Jerusalém, passou a ser o segundo lar da igreja cristã.
CONCLUSÃO:
Quisera eu que mais e mais cristãos semelhantes àqueles que deram origem a igreja de Antioquia existissem na nossa época. Infelizmente a atualidade nos revela uma realidade bem diferente, na qual, cada vez mais pessoas que se disponibilizam para a obra missionária têm o desejo de fama, sucesso, destaque. São poucos os que, como anônimos, querem realizar tão gloriosa obra salvadora.
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