INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo sobre as missões transculturais, veremos hoje o envolvimento de toda a Igreja nesta tarefa.
- Toda a membresia da Igreja, conforme a sua vocação, é chamada para o trabalho missionário transcultural.
-Já disse alguém: Missões se faz com os joelhos dos que Oram, as Mãos daqueles que contribuem é com os Pés dos que vão ao campo.
- A Declaração de Fé das Assembleias de Deus assim afirma : ”…O evangelho é proclamado a homens e mulheres, sem fazer distinção de raça, língua, cultura ou classe social, pois ‘o campo é o mundo’ (Mt.13:38). Jesus disse: ‘Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações’ (Mt.28:19 – ARA), e ‘e ser-Me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra’ (At.1:8). Portanto, entendemos que é responsabilidade da Igreja a obra missionária…” (DFAD XI.6, p.123).
- Tem-se, portanto, que a obra missionária é da responsabilidade da Igreja e, quando se fala em Igreja, está-se a falar de todos os membros em particular, sem qualquer exceção.
- A Grande Comissão não foi dada pelo Senhor Jesus apenas aos apóstolos. Se é verdade que eles foram “enviados” por Jesus, assim como o Senhor havia sido “enviado” pelo Pai (“enviado” é o significado da palavra “apóstolo”), naquela tarde do domingo da ressurreição, quando, inclusive, receberam o Espírito Santo (Jo.20:21,22), também não devemos olvidar que a ordem para pregação do Evangelho por todo o mundo, a toda criatura, foi dada aos discípulos todos, a toda a Igreja que estava com o Senhor reunida e assistiu à Sua ascensão (Mc.16:15; Mt.28:19,20; At.1:8,9; I Co.15:6).
I - MISSÕES RESPONSABILIDADE DE TODOS OS CRENTES
- Portanto, embora houvesse aqueles a quem o Senhor constituiu por apóstolos, que estavam à frente não só da igreja mas também da própria missão, tratava-se de um tarefa que tinha de ser desempenhada por todos os discípulos, por todos aqueles que haviam crido em Jesus Cristo como Senhor e Salvador.
- Tanto assim é que, ante o comando do Senhor que aguardassem o revestimento de poder para que pudessem cumprir a ordem dada por Jesus (Cf. Lc.24:49), não se encontravam apenas os doze, mas, sim, quase cento e vinte pessoas (At.1:15), aqueles que atenderam à convocação do Senhor, tendo eles todos sido cheios do Espírito Santo, falando em outras línguas (At.2:4).
- Ora, como todos eles foram revestidos de poder, tem-se aqui a nítida demonstração de que a Grande Comissão era dirigida a toda a Igreja, sem qualquer exceção, visto que o Senhor nada faz sem propósito e, se batizou a todos com o Espírito Santo, era porque queria que todos pregassem o Evangelho por todo o mundo a toda criatura.
- Então, de pronto, devemos estar conscientes de que é tarefa de todo membro em particular da Igreja a evangelização, a pregação do Evangelho. Como o Senhor Jesus bem explica na parábola dos talentos (Mt.25:14-30), pelo menos um talento é entregue a cada servo do Senhor e este talento é, sem dúvida, a tarefa de falar do amor de Deus na pessoa de Jesus Cristo aos pecadores, convidar-lhes a crer em Jesus e a alcançarem a vida eterna.
- Lamentavelmente, nos dias hodiernos, esta consciência já não se tem. As igrejas possuem os seus “departamentos de evangelismo”, onde estão as pessoas “chamadas para evangelizar”, como se isto fosse possível. Estes poucos irmãos abnegados levam avante a tarefa de evangelização, enquanto a esmagadora maioria dos crentes se sente confortável em estar apenas “contribuindo” e “orando”.
II - COMO FAZER MISSÕES?
Talvez você seja daqueles crentes que Ainda tem essa pergunta.
1 - ORANDO
- Quando falamos de oração temos que combater a falsa idéia sobre intercessão que consiste em qualificá-la como alguma tarefa para aqueles que não podem fazer outra coisa. Aquele que não pode ir ao campo ou não pode contribuir, vai orar. A tarefa fica relegada como uma opção ou desvalorizada em sua função. Intercessão não é tarefa de alguns, ou apenas um cumprimento de um dever cristão, mas fruto de um coração que se identifica com o coração de Deus, sensibilizando-se com a sua compaixão pelos que sofrem e principalmente pelos que ignoram a graça divina. Um coração que se afina com os propósitos de redenção para o mundo perdido. Refletiremos sobre a intercessão no episódio narrado em Números. ''Quando a congregação de Israel murmurou contra Moisés e Arão, a ira do Senhor se acendeu e este falou a Moisés dizendo: Levantai-vos do meio da congregação e a consumirei num momento; então se prostraram sobre seus rostos. E disse Moisés a Arão: Toma o teu incensário, põe nele fogo do altar, deita incenso sobre ele, porque grande indignação saiu da parte do Senhor e já começou a praga. Tomou Arão o incensário, correu ao meio da congregação fez expiação pelo povo, pôs-se em pé entre os mortos e os vivos e cessou a praga''. (Nm 16:41-48).
a. A Posição de Intercessor - Moisés e Arão prostraram-se sobre seus rostos. Deus disse: Levantai, mas eles se prostraram sobre seus rostos. É a posição de Ana no templo: ''Venho derramando minha alma perante o Senhor'' (I Sm 1:15). Jesus no Getsêmani prostrou-se sobre Seu rosto em submissão e reconhecimento da soberania divina.
b. A Urgência da Intercessão - ''Vai depressa'', ''corre''. Cada momento de demora custaria mais vidas. Quão atrasados estamos na obra de Evangelização Mundial! Ainda temos 8.000 povos não alcançados, aproximadamente 1 bilhão de pessoas que ainda não ouviram as boas novas. Metade da população do mundo sem a graça salvadora “o Cinturão da resistência (janela 10/40) a todo vapor”. Isto não significa que muitos ''Arões'' têm demorado a tomar o incensário com o fogo do altar e colocar-se diante de Deus a favor dos povos? Na verdade muitos povos estão sem intercessores. - ''Busquei dentre eles um homem que se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que não a destruísse, mas a ninguém achei'' (Ez 22:30).
c. O Preço da Intercessão - Em Êxodo 32:11-14, Moisés lembra a Deus que Israel é o Seu povo, segundo juramento que fez aos patriarcas e promessa feita à descendência: ''...então se arrependeu o Senhor do mal que dissera fazer ao povo''. O intercessor é aquele que traz a memória de Deus Seu juízo, Sua retidão, Suas promessas. Creio que, diante do pecado, da rebeldia e inconstância dos homens, os atributos divinos precisam ser lembrados para que Ele não faça juízo sem misericórdia. Prezado irmão, sejamos conscientes de que o incensário está em nossas mãos. Separemos um tempo diário para estar perante Deus a favor das nações e dos reinos com clamor vigilante.
"Vós que fazeis lembrado o Senhor, não descanseis nem deis a Ele descanso até que restaure Jerusalém, o Brasil, e todos os povos da terra" (Is 62:6-7).
2- CONTRIBUINDO
- Algumas coisas poderemos encontrar nas páginas das Sagradas Escrituras, relacionadas a manutenção financeira. Sabe-se que os discípulos abandonaram seus respectivos trabalhos seculares enquanto estavam na escola de treinamento de Jesus. Mas também nos esclarece que algumas mulheres serviam a Jesus com os seus bens (Lc 8.3). O ministério do serviço das mulheres teve importante papel no início da igreja primitiva. O Mestre e seus discípulos necessitavam ser sustentados e, tal como o Pai havia enviado corvos, uma mulher viúva e pobre e um anjo a fim de alimentarem o profeta Elias, de igual modo agora, levantava mulheres para esta importante tarefa. É interessante observar que não foram escolhidos altos comerciantes, mas mulheres que tinham histórias comuns. O médico Lucas dá-nos os nomes de três delas, como para ressaltar seu diferentes “status” sociais:
a) Maria Madalena (uma mulher pecadora que era portadora de uma casta de sete demônios, mas agora transformada);
b) Joana, mulher de Cuza, intendente de Herodes, representante da alta camada social de seu tempo, e
c) Susana, possivelmente uma dona de casa como qualquer outra. Além destas, agrega: “e muitas outras”.
- Paulo esperava que os irmãos em Roma o ajudassem financeiramente para que ele pudesse chegar à Espanha, isto é, à província romana de Hispania (Península Ibérica), considerada na época do apóstolo, como os confins da terra. Possivelmente, o pensamento de então era de que o Estreito de Gibraltar marcava o fim do Mar Mediterrâneo, portanto, o fim do mundo navegável. Romanos capítulo 15 possui algumas expressões que nos faz pensar acerca da intenção final desta carta. A nota do versículo 23 na Bíblia Anotada diz-nos: “não havia mais oportunidades de pregar Cristo onde Ele fosse desconhecido. Por isso, Paulo se propôs ir à Espanha, parando em Roma em sua viagem (v.24)”. (Bíblia Anotada, pg. 1430). O versículo 24 nos fornece um apoio a esta idéia inicial: “... penso em fazê-lo quando em viagem para a Espanha, pois espero que de passagem estarei convosco e que para lá seja por vós encaminhado, depois de haver primeiro desfrutado um pouco a vossa companhia”. O apóstolo utilizou a palavra grega (propempõ), acompanhar, e significa literalmente “enviar à frente” ou “ajudar alguém em viagem”, com os seguintes sentidos:
➢ equipar esta pessoa das coisas necessárias para a viagem;
➢ acompanhar esta pessoa em parte do caminho (1 Co 16. 6,11);
➢ ajudar aos missionários e evangelistas caminhantes (2 Co 1.16; Tt 3.13 e 3 João 5-8).
- solicitação é feita pelo próprio Paulo (1 Co 16.6), por Timóteo (1 Co 16.11); e por Zenas e Apolo (Tt 3.13). Em algumas ocasiões, a igreja em Filipos participou financeiramente nos empreendimentos missionários de Paulo (Fp 4.15,16). Sem esta participação espontânea e voluntária desta e de outras igrejas, bem como dos irmãos, seria impossível a penetração e propagação do evangelho por todo o Império Romano.
3 Envio
- Quando falamos em envio de missionários, somos confrontados com três perguntas essenciais: Quem envia? Quem são os enviados? Qual é o canal do envio?
➢ Quem envia?
a. A resposta bíblica é: Deus. Os seguintes textos comprovam que Ele é o autor tanto da chamada como do
envio.
b. “Agora, pois, vem e eu te enviarei a Faraó, para que tires do Egito o meu povo, os filhos de Israel” (Êx 3.10).
c. “A quem enviarei, e quem irá por nós?” (Is 6.8).
d. “Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás” (Jr 1.7).
e. “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos” (Mt 10.16).
f. “Portanto, ide e fazei discípulos de todas os povos (...)” (Mt 28.19). Que Deus possa continuar nos orientando no envio de missionários, pois vivemos novos tempos, e Missões apesar de urgente, Deus Ainda requer requisitos na vida de seus Enviados(Mt 4:19).
CONCLUSÃO: Quando cremos em Jesus, somos inseridos na Igreja (I Co.12:12-14), de modo que não há a menor possibilidade de um membro deste corpo ser um membro vivo se não estiver no corpo.
- Quando cremos em Cristo, somos inseridos no corpo e, portanto, nenhum missionário irá ser enviado solitariamente, por conta própria, mas sempre enviado por uma igreja local, que se encarregará de orar, contribuir e permitir que este missionário faça missões. O Espírito Santo chamou a Barnabé e a Saulo, mas eles foram enviados pela igreja em Antioquia (At.13:3), a quem foram prestar contas ao término da primeira viagem missionária (At.14:26-28).
- Hoje existem muitos “missionários free-lancer”, podemos dizer assim, que dizem ter recebido uma “chamada”, mas que não estão vinculados a igreja local alguma. Tais pessoas são desordenadas e não podem ser levadas a sério, porque Deus não muda e não há nenhum caso deste nas Escrituras e, observemos, irmãos, se isto fosse possível, o tempo apostólico era o mais oportuno para que isto acontecesse, já que, naquele tempo primeiro da igreja, não se tinha a organização que hoje se tem.
Que NÃO seja o caso, continuemos fazendo
Missões, Orando, Contribuindo e Indo(Mt 9:38)
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