INTRODUÇÃO:
Nesta semana, estudaremos a continuidade da história da salvação no Novo Testamento, a partir de Jesus, o primeiro missionário da Nova Aliança. Israel foi incapaz de compreender o plano missional de Deus em alcançar todos os povos, desenvolvendo uma visão missional transcultural. Precisamos ter uma consciência Missionaria. Entretanto, tal “consciência missionária” deve estar ligada ao propósito divino, ou seja, a submissão do amor de Deus, a um limite étnico, que faz com que NAO se condicione a salvação, mais que seja transcultural.
Afinal de contas, a Igreja é diferente dos israelitas, deles é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas, dos quais são os pais (Rm.9:9:4). Da Igreja é a missão de alcançar os povos.
I - JESUS E SUA MISSÃO COMO MISSIONÁRIO:
-Jesus declara que um dos vários aspectos de sua missão é pregar boas novas aos pobres. Ao fazer isso, ele repete o tema de boas novas de Isaías sobre restauração e libertação do povo de Deus.
-(Lucas 4: 16-30 )relata a cena de abertura do ministério público de Jesus no Evangelho de Lucas. A colocação desta cena neste ponto em Lucas destaca o importante papel que ela preenche no Evangelho de Lucas. Lucas em outros lugares geralmente segue a mesma sequência que Marcos, onde Lucas inclui os mesmos eventos que Marcos, embora ninguém esperasse que as biografias antigas seguissem a sequência cronológica. Nesta ocasião, porém, Lucas fornece uma cena não apenas mais detalhada que o paralelo de Marcos, mas antes do que em seu lugar em Marcos. A cena de Lucas prefigura alguns elementos-chave no ministério de Jesus.
Aqui Jesus aplica as palavras de Isaías 61 ao seu próprio ministério: o Espírito o ungiu para trazer libertação aos necessitados. Primeiro, sua missão era proclamar boas novas aos pobres. Durante todo o ministério de Jesus no Evangelho de Lucas, ele realmente enfatiza o cuidado de Deus pelos pobres (Lucas 6:20; 16:22) e a responsabilidade de outros de cuidar deles (12:33; 14:13; 18:22) .
Jesus também veio para libertar cativos e libertar os oprimidos; Embora Jesus não tenha literalmente libertado as pessoas das prisões (talvez para desgosto de João Batista), Jesus certamente libertou aqueles que foram oprimidos pelo diabo (Lucas 13: 12-14; Atos 10:38). Da mesma forma, de acordo com a profecia de Isaías, Jesus veio curar os cegos, como o cego pela estrada de Jericó (Lucas 18:35). De fato, ele mais tarde curou Saulo da cegueira física e moral (Atos 9:18; 26:18).
O anúncio de boas novas em Isaías 61, que Jesus cita, remonta a um tema que aparece mais cedo em Isaías (ver, por exemplo, Isaías 40: 9; 41:27; 52: 7). Nessas passagens, Deus conforta o sofrimento de Israel com a promessa de restauração. Israel será levado cativo, escravizado e empobrecido, mas Deus libertará e abençoará seu povo. Esta é uma boa notícia sobre a paz para o povo de Deus, uma mensagem de que Deus está pronto para demonstrar seu reino ou reino (Isaías 52: 7). Nos dias de Jesus, muitos judeus haviam se estabelecido novamente em sua terra, mas ainda desejavam que Deus redimisse, restaurasse e exaltasse Israel. Jesus, em sua pessoa, não apenas prega essas boas novas, mas as personifica, pois ele é o salvador do mundo.
Quando Jesus anuncia essa parte de sua missão, sua cidade natal inicialmente responde agradavelmente (Lucas 4:22). Mas então Jesus começa a aplicar a profecia de Isaías além dos oprimidos de Israel. Jesus adverte que, como profetas anteriores, ele enfrentará descrença em casa (Lucas 4:24). Elias, por exemplo, havia sido enviado a uma viúva na terra da Fenícia – da mesma região que o odiado Jezabel (4:26). Eliseu não havia curado os leprosos de Israel, mas apenas o general estrangeiro Naamã (4:27). (Depois de 2 Reis 5 falarem de Naamã, 2 Reis 7 falou de leprosos não curados na capital de Israel, Samaria. Em Lucas 17, Jesus cura um leproso samaritano junto com judeus, mesmo que os samaritanos em seus dias fossem frequentemente hostis ao seu povo. )
Uma vez que Jesus desafia o nacionalismo de seu povo, eles não ficam mais satisfeitos com suas palavras, mas de fato desejam matá-lo (Lucas 4: 28-29). Eles já sofreram o suficiente com os gentios e não querem ouvir sobre a preocupação de Deus pelos estrangeiros. Essa cena de abertura prefigura a missão de Jesus no Evangelho: alcançar os forasteiros, mesmo às custas de incorrer na inimizade dos “insiders”. Essa atividade abre o caminho para a missão da igreja (muitas vezes relutante) para não-judeus no Livro de Atos. Assim, em Atos, por exemplo, são os próprios seguidores de Jesus que precisam ser lembrados para receber os de fora (At 11: 1-3).
A mensagem de Jesus na sinagoga de Nazaré em Lucas 4 oferece um aviso severo para nós hoje. O Espírito nos capacitou a atravessar barreiras culturais e outras com a mensagem de Jesus, uma mensagem de preocupação para as pessoas, uma mensagem de justiça, libertação e salvação. Para fazer isso de maneira eficaz, porém, precisamos estar prontos para ir além das suposições de nossa própria nação ou cultura, para ficar do lado de tudo o que Deus declara em sua palavra. Jesus quer unir seus seguidores, além de todos os nossos preconceitos étnicos, nacionalistas ou outros. Que possamos continuar a missão de trazer as boas novas sobre o reino de Deus e isso com uma mensagem transcultural, sem exclusivismo.
II - O NOVO TESTAMENTO, É UM MANUAL DE MISSÕES:
-Do início ao fim, o Novo Testamento é um livro de Missões. Deve sua existência ao trabalho missionário das igrejas cristãs primitivas judaicas e gregas. Ele é mais a teologia em ação do que uma teologia em razão e conceito. “[...] Ele é em sua totalidade, uma teologia missionária, a teologia de um grupo de missionários e uma teologia em movimento missionário” (Peters, 2001, p.71).
-Jesus, o primeiro missionário do NT. O início do ministério de Jesus caracterizou-se pela ênfase de que o Reino de Deus é para todos os povos. Em suas pregações na Galileia, ele fez uma referência favorável ao ministério de Elias para com a viúva de Sarepta, bem como a bênção, bem como a bênção oferecida a Naamã, o siro (Lc 4.25-27; v. 1Rs 17.8-24; 2 Rs 5.1-14). Não é de estranhar que a simples menção desses contatos transculturais tenha sido a razão de Jesus ter sido expulso da cidade (Lc 4.29). Jesus ministrava aos estrangeiros: a mulher samaritana ( Jo 4.1-42); a mulher siro-fenícia (Mt 15.20- 28); elogiou a fé do centurião (Mt. 7.10). Seu ensino geralmente enfatizava o interesse de alcançar o mundo: Jesus falou sobre ser pastor de ovelhas de outro aprisco (Jo 10.16). Na parábola dos arrendatários da vinha, um ponto alto dos ensinos de Jesus nos evangelhos sinópticos (Mt 21.33-46; Mc 12.1-12; Lc 20.9-19), ele faz referência aos “outros lavradores” que deverão receber a vinha. A parábola do banquete do casamento (Mt 22.1-10; Lc 14.15-24), de igual modo, menciona os “estrangeiros” a quem Deus iria favorecer.
Segundo Bradford (2009, pp. 101,102) Jesus vence a barreira transcultural em pelo menos seis episódios de seu ministério, três com os samaritanos e três com gentios:
a) Mulher samaritana (Jo 4.1-42). Em sua abordagem, ele rapidamente a conduziu de um tema superficial a uma reflexão de seu estado moral e de suas práticas religiosas, demonstrando, de modo inequívoco, seu interesse na samaritana como pessoa.
b) Em outra ocasião, não interagiu diretamente com os samaritanos. Contudo, sua reação à hostilidade deles (Lc 9.53) é muito instrutiva. Ele não repreendeu os samaritanos por sua falta de hospitalidade, e sim, aos mal orientados discípulos (Lc 9.55,56). De modo sugestivo, Lucas registra a parábola de Jesus sobre o bom samaritano (Lc 10.30-37). Jesus não apenas enfrentou a rejeição transcultural, como também, mais tarde foi capaz de reagir a ela de forma generosa.
c) O leproso samaritano (Lc 17.11-19). O fato de o leproso samaritano ter voltado para agradecer (v. 16) expõe a universalidade da graça de Deus. O exercício poderoso da fé (v. 19) não estava de maneira alguma limitado a uma única cultura.
d) Centurião romano (Mt 8.5-13; v. Lc 7.1-10). Quando o centurião romano mandou chamá-lo e lhe contou sobre o servo doente, Jesus pôs-se a caminho e, ao que parece, teria entrado em sua casa. O interesse primordial de Jesus estava na pessoa necessitada de ajuda, sem importar com o contexto cultural.
e) A mulher cananeia (Mt 15.21-28; Mc 7.24-30). Neste caso, Jesus não atende prontamente a mulher cananéia, contudo, por reconhecer sua fé e humildade, concedeu-lhe o que desejava, apesar da resistência de seus discípulos (Mt 15.23). Ao fazê-lo, Jesus rompe com o costume da época ao estender suas bênçãos a representantes de outras culturas.
f) André e Felipe, trouxeram os “gregos” até Jesus (Jo 12. 20-22). Esse fato parece implicar o reconhecimento de que o ministério de Jesus alcançara seu ápice (Jo 12.232,27; 13.1; v. 2.4; 7.6,8,30; 8.20). Poucos dias depois, uma missão cuja abrangência chegaria a todos os povos haveriam de ser revelados (Jo 12.19,32).
-Os discípulos de Jesus (Mt 10.1-4; Mc 3.13-19; Lc 6.12-16). Os Evangelhos relatam pouquíssimas declarações dos apóstolos. Aqui, eles eram observadores, seguidores, aprendizes, discípulos. Para conhecer sua mente e aprender sua teologia, devemos ouvi-los falar e ler seus escritos. Nossas fontes principais são o livro de Atos e as epístolas escritas pelos apóstolos. A grande linha divisória na vida da Igreja é o Pentecostes, a linha divisória das missões evangélicas.
CONCLUSÃO:
-Notamos, portanto, que, em o Novo Testamento, temos a demonstração clara e transparente do caráter universal da mensagem do Evangelho, da sua destinação a todos os povos, nações, tribos e línguas, tanto que é esta visão multiétnica que o apóstolo João vê na sua visão daquele glorioso culto realizado no céu quando o Senhor Jesus abre os sete selos e começa a lançar o juízo sobre a Terra por não ter crido n’Ele.
- A salvação é para toda a humanidade e a diversidade cultural, criada pelo próprio Deus, não pode, de modo algum, ser um obstáculo para que o Evangelho seja pregado. A Igreja é “católica”, ou seja, universal, composta tanto de judeus quanto de gentios (Ef.2:11-22).
- A Igreja demorou para compreender isto, mas o Novo Testamento, além de nos mostrar a ordem do Senhor para a pregação do Evangelho por todo mundo e a toda criatura, também nos revela como, progressivamente, inclusive até por meio de permissão de perseguição, o Espírito Santo levou os salvos a cumprirem este propósito.
- Deste modo, a própria história revela que, quando do encerramento do Novo Testamento, com os escritos joaninos no limiar do século II, já estava a Igreja presente em todos os povos até então conhecidos, notadamente no Império Romano, mas até mesmo fora de suas fronteiras.
-
Esta conscientização missionária revelada nas “Escrituras gregas” (como é
também conhecido o Novo Testamento) precisa ser compartilhada por todos os
servos do Senhor Jesus, pois tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi
escrito para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos
esperança.
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