Ezequiel 37:7-10
INTRODUÇÃO:
Por meio do Espírito Santo, Ezequiel vê numa visão um vale de ossos secos que se transforma num exército poderoso. Isso nos faz identificar o avivamento espiritual de que é capaz. Aprendamos assim a luz da Bíblia o que é o verdadeiro avivamento espiritual e suas características históricas e bíblicas.
I – A HISTÓRIA DOS AVIVAMENTOS ESPIRITUAIS E SUAS EVIDÊNCIAS:
O escritor pentecostal Emílio Conde em seu livro “O Testemunho dos Séculos” (CONDE, 1983, pp. 31-157) relata vários movimentos de avivamento espiritual ao longo dos séculos em vários países como: “França, Alemanha, Holanda, Ilhas Britânicas, Suécia, Noruega, Dinamarca, América do Norte, China, Índia, África e Chile”. O pastor e escritor pentecostal Antônio Gilberto, em seu livro “Verdades Pentecostais” (2006, pp. 37-39) elenca na história uma série de testemunhos de personagens e grupos protestantes que atestaram a experiência do avivamento espiritual em seus dias.
1.Avivamentos espirituais no período da igreja primitiva:
• Justino (100-165 d.C). Em seus escritos, mencionou os dons espirituais em evidência nos seus dias, inclusive o dom de
falar em línguas estranhas pelo Espírito Santo (Op. Cit., p. 37).
• Montano (120-200 d.C). Apesar das oposições levantadas, este movimento teve sua sanção divina, pois sobre muitos foi
derramado o Espírito Santo, e falavam em línguas, de acordo com o testemunho de Tertuliano. Este movimento foi
realmente um Pentecostes (OLIVEIRA, 2009, p. 22).
• Irineu (130-200 d.C). Bispo de Lyon, na Gália que foi discípulo de Policarpo, bispo de Esmirna, que, por sua vez, fora
discípulo de João, o apóstolo. Declarou que no seu tempo muitos cristãos falavam línguas estranhas pelo Espírito Santo e
tinham dons, inclusive o de profecias (GILBERTO, 2006, p. 37).
• Tertuliano (160-212 d.C). Nascido em Cartago, no Norte da África, viveu intensamente a promessa da efusão do Espírito
Santo e fez-se arauto da mensagem pentecostal. Testemunha ele que, entre os cristãos daquela época, não eram poucos os
que falavam línguas, interpretavam-nas e profetizavam (ANDRADE, 2004, p. 11).
• Orígenes (185-254 d.C). Afirmou que os dons espirituais, inclusive o de línguas, eram um fato notório nos seus dias (Op.
Cit., p. 37).
2. Avivamentos espirituais no período da igreja medieval:
• Crisóstomo (347-407 d.C). Patriarca de Constantinopla relatou um caso em que três membros da sua igreja falaram pelo
espírito Santo em persa, latim e indu (Op. Cit., p. 37).
• Agostinho de Hipona (354-430 d.C). Deu testemunho de que as línguas estranhas estavam em evidência no seu tempo:
“Fazemos ainda o que os apóstolos realizavam quando impuseram as mãos sobre os samaritanos e rogaram o batismo com
o Espírito Santo. Esperamos que os convertidos falem novas línguas (OLIVEIRA, 2009, p. 24)
• Os Valdenses e os Albigenses (1140-1280 d.C). Os historiadores afirmam que entre eles haviam manifestações espirituais
em línguas estranhas, segundo o Novo Testamento (GILBERTO, 2006, p. 38).
3. Avivamentos espirituais no período da igreja da reforma protestante:
• Martinho Lutero (1483-1546 d.C). Falava em línguas e profetizava, conforme depoimento do Doutor Jack Deer, eminente
professor e historiador batista, do Seminário Teológico de Dallas. Esta informação também é encontrada nas obras: “História da Igreja Alemã”, do historiador Souer (vol. 3, p. 406), e “Pentecostes para os Dias de Hoje”, de Emílio Conde (apud 1985, p. 88, Op. Cit., p. 38).
• Os Anabatistas (1521-1550 d.C). Havia entre eles manifestações do Espírito, inclusive dons espirituais e línguas estranhas, como registra a história (Op. Cit., p. 38).
• Os Huguenotes (1560-1650 d.C). Durante a perseguição aos huguenotes, a partir de 1685, havia entre eles os que falavam em línguas transbordantes de fervor espiritual (BODDy apud GILBERTO, 2006, p. 38).
• Os Quakers (1647-1650 d.C) e os Shakers (1774-1771 d.C). Eram cristãos organizados em grupos distintos, no Nordeste da América do Norte. Dos Quakers (os tremedores) e Shakers (os puladores), diz a História da Igreja, de Philip Schaff (1882), que esses grupos havia manifestações de dons espirituais, inclusive línguas estranhas (Op. Cit., p. 38).
4.Avivamentos espirituais no período da igreja moderna:
• João Wesley (1703-1791 d.C). Diz o livro “A História da Igreja”, de Philip Schaff, edição de 1882.
Ainda é muito cedo para confirmar, pois precisamos esperar os resultados para então dizer se é ou não um mover do Espírito. mas me parece que temos um avivamento em curso.
Tom McCall diz:”Muitas pessoas dizem que lá, na capela, elas mal percebem quanto tempo se passou. É quase como se o tempo e a eternidade se fundissem, quando céu e terra se encontram. Qualquer um que tenha testemunhado o que está acontecendo pode concordar que é algo incomum e totalmente fora do script.”
Sei que para alguns acho’logos, com padrões muito idealizados sobre o que um avivamento deve ser, é necessário esperar mais. Mas minha análise a luz da Bíblia, é já há sim, um mover sobrenatural, pois já passam de duzentas horas de louvor, adoração e meditação na Palavra. Isso ja pode ser identificado como um agir do Espírito. Se um pequeno grupo ali se converter já é fruto do Espírito; se um pequeno grupo de jovens for permanentemente transformado pela PRESENÇA, Deus está reavivando a sua obra.
Há muitos no entanto que só pensam nos frutos políticos do avivamento. Grandes avivamentos já tiveram esses frutos. Entretanto, o Espírito Santo não virá para realizar o projeto político de salvar o Brasil do comunismo, nem para alimentar o fogo estranho da militância identitária. Precisamos entender, pelo contrário, que é a falta do calor do Espírito Santo no coração o que está levando muitos cristãos a trocar sua primogenitura pelo prato de lentilhas da ansiedade política religiosa.
Além disso, é claro que mesmo um grande avivamento não pode mudar imediatamente grandes injustiças estruturais, especialmente num mundo globalizado. Depois de Pentecostes, passaram-se muitas gerações até surgirem mudanças estruturais no império romano.
E se o Espírito Santo for derramado sobre alguém com uma posição política religiosa, muito diferente da sua? Não seria um grande pecado negar a obra de Deus por inveja? Devemos ter a humildade de entender que um avivamento não é o aval divino para nossos projetos, mas o chamado divino para os projetos Dele.
II – OS FALSOS E OS VERDADEIROS AVIVAMENTOS:
- Neste trimestre, o título é “Aviva a Tua obra: o chamado das Escrituras para o quebrantamento e o poder de Deus” e nos convida a estudar sobre o avivamento espiritual.
- Ora, o avivamento espiritual sendo uma iniciativa divina para que o Seu povo retome a jornada da fé, intensifique sua vida espiritual e cumpra plenamente o propósito divino a ele estabelecido é, evidentemente, uma atividade que encontra forte resistência por parte do inimigo de nossas almas.
- Assim, como temos visto ao longo do trimestre, notadamente na dispensação da graça, no tempo da Igreja, o diabo e suas hostes espirituais de maldade, diante de um avivamento, apresentam duas armas que se levantam contra a Igreja: a perseguição e as heresias.
- Através da perseguição, o adversário procura intimidar os cristãos, fazê-los recuar no cumprimento da missão evangelizadora, que é o resultado de todo verdadeiro e genuíno avivamento. Inobstante, ao longo dos séculos, a perseguição tem tido um efeito reverso. Como já dizia o pai da Igreja, Tertuliano (160-220), “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”.
- Ao lado da perseguição, surgem as heresias, os falsos ensinos introduzidos encobertamente pelos falsos mestres (II Pe.2:1) que, entretanto, são trazidas à tona pelo Espírito Santo, que as faz manifestar, de modo que há a manifestação dos sinceros cristãos e o afastamento dos hereges do meio do povo de Deus (I Co.11:19; Tt.3:10).
- A heresia, deste modo, acaba também contribuindo para a edificação do corpo de Cristo, na medida em que faz um discrímen entre os sinceros e os insinceros no meio do grupo social e traz maior iluminação e compreensão das Escrituras, o que acaba gerando crescimento espiritual.
- O diabo, astuto como é (Cf. Gn.3:1), sendo o enganador por excelência (Ap.12:9), não fica apenas nestas “duas armas” contra o avivamento, mas toma a iniciativa de imitar o avivamento espiritual, criando “falsos avivamentos”, e, com isso, desviar as pessoas de participarem de um genuíno movimento do Espírito Santo.
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