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AD Alagoas / Lições Bíblicas

14/05/2022

LIÇÃO Nº 7 – NÃO RETRIBUA PELOS PADRÕES HUMANOS

Comentário da lição bíblica para o fim de semana com Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


INTRODUÇÃO

Quando se recebe uma ofensa, a reação natural é devolvê-la com outra ofensa. Sim ou não? Vejamos as definições das palavras “retribuir” e “retaliar”; RETRIBUIR - HEBRAICO - (Strong Português) - retornar, voltar, retornar, chegar ou ir de volta. O que a Bíblia diz sobre o sentimento de vingança; VINGAR - (Strong Português) - נקם naqam vingar, tomar vingança, revidar, vingar-se, ser vingado, ser punido, tomar vingança, ter sentimentos de vingança.

Qual deve ser a postura do autêntico cristão em relação aos seus ofensores? E como superar o mal recebido através do amor?

I – A VINGANÇA NÃO É NATUREZA DO REINO

Segundo o dicionário Houaiss (2001, p. 2448) retribuir é: “pagar o feito; responder de maneira similar; corresponder; dar em troca; ato ou efeito de devolver, contraprestação; dar como retorno”. Já a definição do termo retaliar é: “aplicação da pena de Talião; infligir castigo análogo ao recebido; desagravo; desforra; revide com dano igual ao sofrido; represália; vingança; retalhar” (Idem, 2001, p. 2444).

-( 5.39 )”NÃO RESISTAIS AO MAL”. JESUS não está falando contra a administração da correta justiça aos malfeitores (cf. Rm 13.1-4). Os versículos que se seguem (vv. 43-48) indicam que Ele se refere ao caso de amarmos os nossos inimigos (v. 44; Lc 6.27). Não devemos reagir com espírito de ódio contra o mal praticado contra nós, mas de maneira que demonstre que possuímos valores centrados em CRISTO e no seu reino. Nosso tratamento para com aqueles que nos fazem mal deve ser de tal modo que os leve a aceitar CRISTO como seu Salvador (como exemplos desse espírito, compare Gn 13.1-13 com Gn 14.14, e Gn 50.19-21 com Gn 37.18-28; ver também 1 Sm 24;26; Lc 23.34; At 7.60).

É QUASE IMPOSSÍVEL VERMOS UM FILME HOJE EM DIA SEM A TEMÁTICA DA VINGANÇA PRESENTE.

A HUMANIDADE TEVE SEU INÍCIO NAS TERRAS DA ATUAL BABILÔNIA E CALDEIA (ONDE SE LOCALIZAVA O JARDIM DO ÉDEN), PORTANTO DEUS, POR MEIO DE SEUS REPRESENTANTES INSPIROU OS PRIMEIROS HOMENS A TEREM UM CÓDIGO DE LEIS PARA NAO SE AUTODESTRUÍREM TOTALMENTE. ADÃO, SETE, ENOQUE, NOÉ, ETC.... A TRADIÇÃO FOI PASSADA DE PAI PARA FILHO E NA ÉPOCA DO PRIMEIRO IMPÉRIO BABILÔNICO ESSAS LEIS SÃO COLECIONADAS EM UMA GRANDE PEDRA.

O Código de Hamurabi foi o primeiro código de leis da história e vigorou na Mesopotâmia, quando Hamurabi governou o primeiro império babilônico, entre 1792 e 1750 a.C. Esse código se baseava na Lei do Talião, que punia um criminoso de forma semelhante ao crime cometido, ou seja, “olho por olho, dente por dente”. "O Código de Hamurabi era constituído por 281 preceitos gravados em uma pedra negra e cilíndrica de diorito. Atualmente, essa pedra está exposta no Museu do Louvre, em Paris (França)." Veja mais em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/codigo-hamurabi.htm

O termo latino “lex talionis” (Lei de Talião) nem sempre e apenas se refere aos códigos de justiça que estabelecem a ideia de pena retributiva, mas se aplica à classe mais ampla de sistemas jurídicos que formulam especificamente penas para crimes específicos, que se pensa serem adequados em sua gravidade. Alguns propõem que a intenção era, pelo menos em parte, evitar punição excessiva nas mãos de uma parte privada vingadora ou do Estado. A expressão mais comum de relacionada a Lei de Talião é a famosa frase "olho por olho", mas também foram feitas outras interpretações. Os códigos legais que seguem o princípio da lei de talião têm uma coisa em comum: contra-punição 'adequada' prescrita para um crime. No famoso código legal escrito por Hamurabi, o princípio da reciprocidade exata é usado de forma muito clara. Por exemplo, se uma pessoa causou a morte de outra pessoa, o assassino deverá ser condenado à morte.

Qual era a permissão do Antigo Testamento, em caso de ofensa. Aqui a expressão é somente: “Ouvistes o que foi dito”; não, como antes, a respeito dos mandamentos do decálogo, aquilo que foi dito pelos antigos, ou para eles. Era um mandamento que todos deveriam, em caso de necessidade, exigir esta satisfação; mas eles podiam, legitimamente, insistir nela, se quisessem. “Olho por olho e dente por dente”.

A Bíblia nos diz que a vingança pertence a Deus (Rm 12.19). De maneira natural quando o homem é ofendido, a sua primeira reação é desejar a vingança (Pv 24.29). A declaração “amai os vossos inimigos” significa que os seguidores de Cristo devem demonstrar amor mesmo para com aqueles de quem não recebem nenhum afeto; ou melhor, aqueles que são declaradamente seus opositores (Mt 5.38-48; 7.1,2,12; Lc 6.27;38; Rm 12.20). Jesus ensina a que o cristão não revida o mal de acordo com a lei de Talião “olho por olho, dente por dente”, pois ele não se deixa dominar pela vingança (Mt 5.38). Assim compreendemos que a vingança pertence ao Senhor, não a nós.

II – O SINAL DO AUTÊNTICO CRISTÃO É O AMOR.

O cristão é conhecido pelo amor. Sem amor nossa ortodoxia é deficiente. A igreja de Éfeso era ortodoxa, zelava pela doutrina verdadeira, ao mesmo tempo em que repudiava os falsos apóstolos e suas heresias, mas falhou ao abandonar o seu primeiro amor. Jesus elogiou a firmeza doutrinária da igreja de Éfeso, mas a repreendeu pela sua falta de amor.

O amor é mais importante do que o conhecimento. A igreja de Corinto, influenciada pela cultura grega dava mais importância ao saber do que ao amor. O apóstolo, então, ensina a igreja que o conhecimento ensoberbece, mas o amor edifica (1Co 8.1-4). O amor é mais importante que os dons espirituais. O apóstolo Paulo adverte que ainda que eu tenha o dom de variedade de línguas, de profecia, de conhecimento e de fé, se eu não tiver amor, minha vida só produz barulho e nada será (1Co 13.1-3).

O amor é mais importante do que as mais importantes virtudes cristãs. No mesmo capítulo 13 da Carta aos Coríntios, Paulo diz: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor”. Fé e esperança são elementos fundamentais do cristianismo. Mas só o amor é transcendente e vai morar no céu. No céu não precisaremos mais de fé nem mesmo de esperança, pois lá veremos ao Senhor face a face e, apropriar-nos-emos da bem-aventurança eterna. Mas, o amor há de marcar o clima e as relações no céu.

O amor é o principal de todos os mandamentos. Jesus disse que o maior de todos os mandamentos é amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos (Mc 12.28-31). O apóstolo João nos ensina, porém, que não podemos amar a Deus a quem não vemos se não amamos os irmãos a quem vemos (1Jo 4.20). Aquele que não ama ainda está nas trevas e nunca viu a Deus, pois Deus é amor. O amor é o cumprimento da lei. A essência dos dez mandamentos é amar a Deus e ao próximo. Quem ama procura agradar a pessoa amada. Jesus disse que aquele que o ama obedece os seus mandamentos. Nessa mesma linha de pensamento, Agostinho de Hipona disse: “Ame a Deus e faça o que você quiser”.

O amor sempre busca a promoção do outro. O apóstolo Paulo diz: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm 12.10). O amor não visa seus próprios interesses. Ele não é egocentralizado, mas outrocentralizado. O amor é a apologética final. Jesus disse que somos conhecidos como seus discípulos pelo amor. “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13.34,35).

Amar o próximo era um mandamento antigo, mas agora, ganha um novo sentido e uma nova amplitude. Devemos amar como Cristo nos amou. Ele nos amou mais do que a si mesmo. Ele nos amou e deu sua vida por nós. Ele amou-nos sacrificialmente. Quem ama se entrega. Deus nos amou e deu-nos seu único Filho (Jo 3.16). Ele não poupou o seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou (Rm 8.32). Agora, devemos, também, dar a nossa vida pelos nossos irmãos (1Jo 3.16). Que Deus nos ajude a sermos uma comunidade conhecida pelo amor. Que o amor de Deus seja visto e conhecido nesta igreja e através desta igreja. Que aqueles que convivem conosco possam ser confortados pelo nosso amor.

1 Aborrecer o mal e apegar-se ao bem: “Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem” (Rm 12.9). Aborrecer o mal é negar tudo que possa prejudicar a outrem mesmo esse “outro” sendo nosso inimigo e querendo nos prejudicar: “amai os vossos inimigos” (Mt 5.44). Precisamos servir ao Senhor Jesus tendo uma atitude de perdão aos inimigos pela retribuição do mal com o bem: “A ninguém torneis mal por mal...” (Rm 12.17), e por viver em paz com todos (Hb 12.14).

2 Abençoar os que vos perseguem: “Abençoai os que vos perseguem” (Rm 12.14). Paulo no presente versículo orienta os servos do Senhor a abençoar aqueles que lhe fizeram agravo. Todavia, a orientação é abençoar até mesmo aqueles que nos querem o mal: “Bendizei o que vos maldizem” (Mt 5.44b). Jesus nos ensinou a: “Orai pelos que vos maltratam” (Mt 5.44d)

3 Retribuir o bem pelo mal: “A ninguém torneis o mal com o mal” (Rm 12.17). A Bíblia ensina que devemos sofrer o dano sem retribuir o agravo (1Ts 5.15; 1Co 6.7; 1Pd 3.9) e também “dar a outra face” (Mt 5.39; Lc 6.29), ou seja, não retribuirmos as afrontas ou os males que sofremos (Jr 18.20; Mt 5.39). Pagar o mal com o mal, devolver a agressão na mesma moeda, não expressam a graça de Deus (Mt 5.46,47). “Pagar o bem com o mal é demoníaco. Pagar o mal com o mal é retribuição humana. Pagar o mal com o bem é graça divina” (Pv 20.22; 17.13; Is 50.6; Lm 3.30).

4 Ter paz se possível com todos: “Se for possível, quando estiver em vós, tendes paz com todos os homens” (Rm 12.18). Neste presente versículo vemos que a paz é imperativa, ou seja, a Escritura ordena que no que depender de nós devemos ter paz com todos. Fomos conclamados a seguir a paz e, na medida do possível, ter paz com todos os homens (Sl 34.14; Mt 5.9; Rm 12.18; 1Co 7.15; Hb 12.14; 1Pe 3.11). Jesus nos ensinou que devemos fazer o bem àqueles que nos ofendem.

5 Deixar a vingança com Deus: “Não vos vingueis a vós mesmos amados, mas dai lugar à ira” (Rm 12.19). A vingança pertence a Deus, por isso, devemos deixar com Deus a vingança para com aqueles que nos maltratam: “Não procurem vingança, nem guardem rancor contra alguém do seu povo, mas ame cada um o seu próximo como a si mesmo. Eu sou o Senhor” (Lv 19.18). Somos frágeis e incapazes de fazer vingança com justiça. A expressão “daí lugar à ira” não deve ser entendida como o dar razão à manifestação da ira, mas sim com o sentido de dar tempo à ira para que ela se extinga, isto é, deixá-la passar. Também tem o sentido de “dar lugar à ira de Deus”, à vingança divina, uma vez que a ‘vingança pertence a Deus.

O preceito do Novo Testamento é: quanto ao próprio reclamante, a sua obrigação é perdoar a ofensa que lhe foi feita e não mais insistir na punição, não mais do que for necessário para o bem comum. E este preceito está de acordo com a mansidão de CRISTO e a suavidade do seu jugo.

CRISTO aqui nos ensina: Não devemos ser vingativos (v. 39). “Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal”; à pessoa má que lhe ofende. Aqui se proíbe, de maneira expressa e geral, a resistência a qualquer mal dirigido a nós, como se proíbe resistir à autoridade (Rm 13.2), e ainda assim isto não revoga a lei de autopreservação, e o cuidado que devemos ter com as nossas famílias. Nós devemos evitar o mal, e podemos resistir a ele, até onde isto seja necessário para a nossa própria segurança, mas não devemos pagar o mal com o mal, não devemos guardar ressentimento, nem nos vingar, nem tentar nos igualar àqueles que nos trataram de maneira injusta, mas devemos ser melhores do que eles, perdoando-os (Pv 20.22; 24.29; 25.21,22; Rm 12.7). A lei da retaliação deve ser coerente com a lei do amor: se alguém nos ofendeu, a recompensa não está nas nossas mãos, mas sim nas mãos de DEUS, a cuja ira devemos dar lugar; e algumas vezes nas mãos dos seus vice-regentes, onde isto seja necessário para a preservação da paz pública. Mas isto não justificará que firamos o nosso irmão, dizendo que foi ele quem começou, pois é o segundo golpe que cria a briga; e quando formos ofendidos, temos uma oportunidade não de justificar que o ofendemos, mas de nos mostrar verdadeiros discípulos de CRISTO, perdoando o ofensor.

III - VENCENDO O MAL RECEBIDO ATRAVÉS DO PERDÃO

O verbo “perdoar” significa: “renunciar a punir; desculpar; poupar; ver com bons olhos” (HOUAISS, 2001 p. 2185).

3.1 - Vencendo a mágoa através do perdão sem limites (Mt 18.21,22). A resposta de Jesus a pergunta de Pedro quantas vezes se devia perdoar o irmão ofensor com a sugestão de “até sete” (Mt 18.21-c), teve como resposta do Mestre “até setenta vezes sete” (Mt 18.22), o que significa dizer: de forma ilimitada. Assim como Deus amou o mundo de maneira ilimitada (Jo 3.16), devemos reproduzir este amor nos nossos relacionamentos (1Jo 3.16).

3.2 - Vencendo a mágoa através do perdão concedido (Mt 6.12). Jesus ensinou que não podemos negar o perdão aquele que arrependido nos rogar, tendo como base o caráter generoso do próprio Deus, que sempre nos perdoa quando sinceramente lhe pedimos. A Bíblia diz que Deus “está pronto a perdoar” (Sl 86.5); e, que é “grandioso em perdoar” (Is 55.7). Portanto, quando perdoamos nos assemelhamos a Deus (Lc 6.36; Ef 4.32 Cl 2.13; 1Jo 1.9; 2.12).

3.3 - Vencendo a mágoa através do perdão verdadeiro (Mt 18.35). Perdoar é mais que palavras (1Jo 3.18). Jesus ensinou que é preciso que o perdão brote do coração do íntimo do nosso ser (Mt 18.35-b). Não podemos guardar ira no coração (Ef 4.26; Tg 3.14), nem permitir que brote raiz de amargura (Ef 4.31; Hb 12.15). O perdão é: (a) uma condição da comunhão Deus (Mt 6.12,14-15); (b) ele revela se somos autênticos cristãos (Mt 3.8; 7.20); e, (c) ele é condição para Deus receber a nossa oferta (Mt 5.23,24).

CONCLUSÃO

Por último, o nosso Salvador conclui este tema com esta exortação (v. 48): “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus”. O que pode ser interpretado: De maneira geral, incluindo todas as coisas nas quais devemos ser seguidores de DEUS como filhos amados. Observe que é dever dos cristãos desejar, aspirar e perseverar em direção à perfeição na graça e na santidade (Fp 3.12-14). E devemos estudar este assunto para que possamos estar de acordo com o exemplo de nosso Pai Celestial (1 Pe 1.15-16).  

A perfeição de DEUS é mostrada à medida que Ele perdoa as ofensas, recebe os estranhos, e faz o bem aos iníquos e ingratos. A nossa responsabilidade consiste em procurarmos ser perfeitos, assim como Ele é perfeito. Nós, que devemos tanto, que devemos tudo o que somos à generosidade divina, devemos imitá-la tão bem quanto pudermos.



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