INTRODUÇÃO
- Na sequência de estudos sobre os livros dos Reis, veremos o trabalho do profeta Elias para a continuidade do ministério após a sua partida.
- Todo servo de Deus deve se preocupar na continuidade da obra do Senhor após a sua partida desta Terra.
I – A DESPEDIDA DE ELIAS:
- Na sequência do estudo dos livros dos Reis, estudaremos hoje a sucessão de Elias, ou seja, o trabalho que Elias fez para que a obra do Senhor tivesse sua continuidade após a sua partida deste mundo.
- Ao longo do trimestre, temos visto que o profeta Elias era extremamente zeloso com a Palavra de Deus, que se angustiou a tal ponto com a apostasia generalizada vivida por seu povo que pediu ao Senhor que se permitisse não chovesse, tendo sido atendido pelo Senhor (Tg.5:17).
- Este zelo fez com que o profeta, depois de devidamente experimentado pelo Senhor, voltasse a se apresentar ao rei Acabe e fizesse o desafio com os profetas de Baal e de Asera, de tal maneira que Deus atendeu à sua oração e fez com que fogo do céu descesse a fim de demonstrar a Israel que só Ele era o Senhor.
- Ainda neste zelo, o profeta, então, saindo da direção de Deus, correu até Jizreel, esperando o destronar de Jezabel e, decepcionado, caiu em depressão, tendo, porém, o Senhor o levantado.
- No monte Horebe, “o monte de Deus” (Ex.3:1), local onde Deus Se manifestara a Moisés para iniciar a libertação do povo (Ex.3) e, também, o local onde o povo firmou com Deus o compromisso de servi-l’O e de ser Seu reino sacerdotal e povo santo (Ex.19,20), Elias aprendeu a importante lição de vencer o seu “eu” e de entender que a obra de Deus não se faz solitariamente, como ele tinha achado até então.
- O profeta estava equivocado ao achar que somente ele servia ao Senhor naquele tempo. Esquecera-se de que Obadias, o mordomo do rei Acabe (e ele próprio um servo do Senhor – I Rs.18:3), noticiara a existência de pelo menos cem profetas do Senhor que haviam escapado das mãos de Jezabel (I Rs.18:13), a indicar, portanto, que não estava sozinho, como entendia e, por duas vezes, assim declarou a Deus (I Rs.19:10,14).
II - O PEDIDO OUSADO DE ELISEU:
- Por primeiro, Eliseu se dispôs a obedecer a Elias e a tê-lo como “pai espiritual”, como seu “senhor” desde o instante em que passou a segui-lo. Não fosse assim, não teria pedido ao profeta que se despedisse de seu pai e de sua mãe. Este gesto mostra, claramente, que, a partir de então, Eliseu viveria em função de Elias, seria um “filho do profeta”.
- Por segundo, a “paternidade espiritual” não é uma situação em que alguém se possa pôr de “mediador”, “intermediário” entre Deus e o “filho espiritual”. Muito pelo contrário, trata-se de uma função em que devemos nos tratar como “irmãos” (Cfr. Mt.23:8).
- Tanto assim é que Eliseu, mesmo diante das ordens de Elias para que ficasse em Gilgal, Betel e Jericó, não atendeu à recomendação do profeta e prosseguiu seguindo a Elias, pois o Senhor lhe dissera, assim como aos filhos dos profetas, que Elias seria tomado dele naquele dia. Isto é a demonstração evidente que, já no tempo da lei, o Espírito Santo atuava diretamente nos “filhos espirituais”, sem precisar do “pai espiritual” para fazê- lo.
- Por terceiro, a “transmissão do poder” não estava na capa que foi lançada por Elias, pois não foi algo dado por Elias a Eliseu. O lançamento da capa era apenas a confirmação do profeta de que o pedido de Eliseu havia sido atendido e que o próprio Espírito, que já estava em Eliseu, iria operar nele a partir de então.
- Tanto é assim que, assim que Eliseu pegou da capa de Elias, voltou e foi até a borda do rio Jordão. Ali chegando, de posse da capa, feriu as águas e indagou: “Onde está o Senhor, Deus de Elias?”. Neste momento, como diz o texto da Septuaginta, o rio Jordão não se abriu. Reproduzamos o texto, usando da Versão Antonio Pereira de Figueiredo: “E pegando na capa, que Elias lhe tinha deixado cair, feriu as águas e elas não se dividiram, e disse: Onde está ainda agora o Deus de Elias? E feriu as águas, e elas se dividiram de uma, e de outra parte, e Eliseu passou” (II Rs.3:14).
- Na Versão Almeida Revista e Corrigida, não se encontra a expressão “e elas não se dividiram”, mas é elucidativo que, no texto, há duas menções ao ferimento das águas. Por que Eliseu teria ferido duas vezes as águas? Naturalmente, porque, na primeira vez em que feriu as águas, elas não se dividiram.
III - ELISEU TOMA A CAPA DE ELIAS:
terceiro, a “transmissão do poder” não estava na capa que foi lançada por Elias, pois não foi algo dado por Elias a Eliseu. O lançamento da capa era apenas a confirmação do profeta de que o pedido de Eliseu havia sido atendido e que o próprio Espírito, que já estava em Eliseu, iria operar nele a partir de então.
- Tanto é assim que, assim que Eliseu pegou da capa de Elias, voltou e foi até a borda do rio Jordão. Ali chegando, de posse da capa, feriu as águas e indagou: “Onde está o Senhor, Deus de Elias?”. Neste momento, como diz o texto da Septuaginta, o rio Jordão não se abriu. Reproduzamos o texto, usando da Versão Antonio Pereira de Figueiredo: “E pegando na capa, que Elias lhe tinha deixado cair, feriu as águas e elas não se dividiram, e disse: Onde está ainda agora o Deus de Elias? E feriu as águas, e elas se dividiram de uma, e de outra parte, e Eliseu passou” (II Rs.3:14).
- Na Versão Almeida Revista e Corrigida, não se encontra a expressão “e elas não se dividiram”, mas é elucidativo que, no texto, há duas menções ao ferimento das águas. Por que Eliseu teria ferido duas vezes as águas? Naturalmente, porque, na primeira vez em que feriu as águas, elas não se dividiram.
- Eliseu confiara na capa de Elias e, usando dela, achava que, como havia acontecido com o profeta pouco tempo antes, com o simples uso da capa, Eliseu passaria o Jordão em seco. No entanto, as águas não se dividiram, porque Eliseu não derivara seu poder de Elias, o poder veio diretamente de Deus.
- Diante do aparente fracasso, Eliseu, então, clama a Deus. Exclama: “Onde está o Senhor, o Deus de Elias? ” E, aí então, fere as águas, que se abrem e pôde ele, então, passar a seco o rio Jordão, fazendo o seu primeiro milagre. A última lição aprendida, a do milagre, fora a primeira a ser posta em prática.
- Eliseu, ao clamar a Deus, teve a pronta resposta do Senhor. Estava, agora, em pleno exercício do ministério do profeta Elias, o ministério prosseguia, a obra de restauração espiritual de Israel e de erradicação do culto a Baal tinha um novo capítulo.
CONCLUSÃO:
Apesar de ter um trabalho e de amar a sua família, Eliseu demonstrou estar disposto a renunciar o que fosse preciso para atender a convocação divina “Então deixou ele os bois, e correu após Elias; e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei” (1Rs 19.20-a). Tal como os discípulos de Jesus abandonaram suas redes de pescar e puseram-se a segui-lo (Mt 4.20). Esta deve ser uma característica de todo aquele que de modo semelhante recebe o chamado divino. Eliseu se desfez completamente daquilo que exercia antes de receber o chamado divino, mostrando-nos claramente que dali por diante sua tarefa era outra (1Rs 19.21). O chamado de Eliseu nos ensina que ao sermos chamados por Deus devemos estar dispostos a servir. Eliseu como aprendiz aprenderia a exercer o seu chamado servindo a Elias (1Rs 19.21). Deus prepara o homem que vai usar através de um homem que já é usado por Ele. A Bíblia cita exemplos dessa verdade, eis alguns: Josué foi preparado por Deus servindo Moisés (Êx 24.13; 33.11; Nm 11.28; Js 1.1); Samuel serviu a Eli (1Sm 2.11; 3.1); Timóteo servia a Paulo, a quem ele chama de filho (1Co 4.17; 1Tm 1.2,18; 2Tm 1.2; 3.14). A chamada de Eliseu para ser o profeta, que sucederia a Elias, nos ensina como devemos proceder ao chamado divino. A disponibilidade, a renúncia e o serviço prestado para Deus no sentido de glorificá-lo e edificar a Igreja Cristo são os requisitos esperados daqueles que são chamados para servir.
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