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AD Alagoas / Lições Bíblicas

08/08/2020

LIÇÃO 6 – NEEMIAS RECONSTRÓI OS MUROS DE JERUSALÉM

Comentário da lição bíblica para o fim de semana com Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


INTRODUÇÃO:

Nesta lição estudaremos a respeito da reconstrução dos muros de Jerusalém. Veremos que Neemias foi escolhido pelo Senhor como líder para esta grandiosa obra.

Neemias era um homem íntegro que dependia inteiramente de Deus e da sua Palavra. Além de trabalhar arduamente na construção dos muros e portas, ele teve que enfrentar inimigos externos e internos. Homens que se infiltraram no meio dos trabalhadores, cujo único objetivo era atrapalhar e impedir a reforma da cidade. Porém, Neemias não se deixou intimidar pelos adversários. Aprendemos com o exemplo de vida deste servo de Deus que todas as vezes que desejamos empreender algo em favor do povo de Deus, os adversários se levantam, mas quando confiamos no Todo-Poderoso inteiramente, recebemos forças e coragem para lutar. Deus colocou em suas mãos uma importante obra: ensinar sua Palavra. Então, não desista diante dos desafios, dos inimigos e das dificuldades.

- Na sequência do estudo do período da formação da Comunidade do Segundo Templo para daí extrairmos lições sobre avivamento espiritual, analisaremos hoje a reconstrução dos muros de Jerusalém, nos dias de Neemias.

- A reconstrução do templo de Jerusalém é resultado de um avivamento espiritual.

I. DEUS RESPONDE ÀS ORAÇÕES DE NEEMIAS

 -Deus envia emissário a Neemias. Deus enviou emissário para informar Neemias acerca da situação reinante em Jerusalém. Esta pessoa foi Hanani, irmão de Neemias (Ne 1.2). Hanani contou como os judeus, que haviam retornado a Judá após o cativeiro, estavam em grande miséria. Muros fendidos, e portas queimadas a fogo, eram símbolos de miséria e de desprezo, e faziam dos moradores da cidade vítimas fáceis de assaltantes (Ne 1.3).

-Neemias, angustiado, jejua e ora. Deus despertou em Neemias uma profunda angústia pela situação de seu povo, que morava em Judá. Neemias começou a jejuar e a orar. A oração inicial de Neemias está registrada em Neemias 1.5-11. Iniciou seu período de oração no mês de quisleu (dezembro), e Deus, que ouve as orações, fez a resposta chegar no mês de nisã (março) (Ne 2.1). Temos um Deus que ouve e responde às orações do seu povo(2 Cr 7:14).

-Deus trabalha por intermédio de seu povo para realizar até mesmo tarefas consideradas humanamente impossíveis. Ele costuma moldar as pessoas com características de personalidade, experiências e treinamento de modo a prepará-las para o seu ministério, e essas pessoas não costumam sequer ter ideia do que Deus tem reservado para elas. Deus preparou e posicionou Neemias para realizar uma dessas tarefas ‘impossíveis’ da Bíblia. Neemias era um homem comum em uma posição especial. Ele estava seguro na condição de bem-sucedido copeiro do rei Artaxerxes, da Pérsia. Neemias possuía pouco poder, mas grande influência.

-Setenta anos antes, Zorobabel havia planejado a reconstrução do Templo de Deus. Treze anos haviam se passado desde o retorno de Esdras a Jerusalém, que havia ajudado o povo em suas necessidades espirituais. Agora Neemias era necessário.

-Do início ao fim Neemias orou pedindo a ajuda de Deus. Ele nunca hesitou em pedir que Deus se lembrasse dele, encerrando sua autobiografia com as seguintes palavras: ‘Lembra-te de mim, Deus meu, para o bem’. Durante a ‘impossível’ tarefa, Neemias demonstrou uma capacidade de liderança incomum. Os muros ao redor de Jerusalém foram reconstruídos em tempo recorde, a despeito da resistência e da oposição dos inimigos. Até mesmo os inimigos de Israel admitiram, de má vontade e com temor, que Deus estava com esses construtores. Não apenas isto, mas Deus trabalhou através de Neemias para realizar um despertamento espiritual entre o povo judeu. -Talvez você não tenha as habilidades específicas de Neemias ou até mesmo pense que está em uma posição onde nada pode fazer para Deus; mas existem duas formas através das quais você pode ser útil ao Senhor. Primeiro, seja uma pessoa que fala com Deus. Permita que Ele entre em sua vida e compartilhe-a com Ele — suas preocupações, seus sentimentos e seus sonhos. Segundo, seja uma pessoa que anda com Deus. Coloque em prática aquilo que você aprende nas Escrituras Sagradas. Deus pode ter uma missão ‘impossível’ para realizar através de sua vida” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1995, p.670).

II – NEEMIAS CHEGA A JERUSALÉM

- Deixamos o povo judeu na lição passada num momento de êxtase espiritual, em que se concluíram as obras do Segundo Templo, tendo, enfim, os israelitas, novamente, seu lugar de adoração a Deus.

- O templo estava reconstruído e os judeus, então, ficaram satisfeitos com a reedificação do templo, não se preocupando em reconstruir a cidade de Jerusalém, o que era fundamental, até para que se desse a devida segurança ao templo.

- Jerusalém tinha sido completamente destruída e queimada pelos babilônios e, mesmo tendo o Templo sido reconstruído, como a cidade não foi reedificada, tinha-se um lugar inseguro para se morar. Além do mais,como Jerusalém tinha sido a capital do reino, não era propriedade de nenhuma família em especial e, portanto, os exilados tinham cada qual a sua terra, a sua cidade, que não era Jerusalém. Por causa disso, com exceção dos sacerdotes e levitas que trabalhavam no templo, ninguém habitava em Jerusalém.

- Tinha-se, portanto, uma situação anômala, que, infelizmente, foi sendo perpetuada. Não havia interesse de ninguém em reconstruir a cidade. O povo retornava para o torpor espiritual, não se importava em dar segurança e estabilidade para o Templo e para o serviço de adoração ao Senhor.

- Este torpor espiritual representou um atraso no início da contagem para a redenção de Israel, pois, como dissera o anjo Gabriel a Daniel, os 490- anos somente se iniciariam quando saísse a ordem para a reconstrução de Jerusalém e, observe-se, segundo Josefo, tinha havido uma autorização do rei Dario, não uma ordem neste sentido.

- Assim, se passaram 71 anos, segundo os cronologistas bíblicos Edward Reese e Frank Klassen, até se iniciasse a reconstrução da cidade. Nesse meio tempo, aliás, o povo judeu correu risco até de extinção, quando do episódio que envolveu o primeiro-ministro do rei persa, Xerxes, que quase conseguiu matar todos os judeus, o que é narrado no livro de Ester.

III – NEEMIAS INICIA RECONSTRUÇÃO DOS MUROS

- Antes do avivamento espiritual experimentado nos dias de Neemias e que levou à reconstrução do muro de Jerusalém, tivemos, da parte de Deus, uma outra providência, que foi a de fazer com que o rei da Pérsia, Artaxerxes I, mandasse para Jerusalém o escriba hábil na lei de Moisés chamado Esdras, que teve um fundamental papel para impedir que os judeus perdessem a sua identidade como nação, algo que era iminente e muito em função desse torpor espiritual.

- O livro de Neemias relata “as palavras de Neemias, filho de Hacalias” (Ne.1:1). Neemias, cujo nome significa “Javé conforta”, “Javé consola” ou, ainda, “Javé é o meu deleite”, era um judeu que ocupava uma importante posição na corte do rei da Pérsia, Artaxerxes I Longimano, que reinou de 465 a.C. até 424 a.C. e que foi o quinto rei persa que reinou sobre os judeus. Neemias era o copeiro do rei (Ne.1:11).

OBS: “...O ofício do copeiro real era um posto de grande honra na corte persa. Estando na presença diária do rei e assistindo-o em seus momentos de descanso, o copeiro tinha muitas oportunidades de ganhar a boa vontade do monarca e obter muitos favores que eram negados a outros. Copeiros eram geralmente eunucos. Eram representados frequentemente em monumentos assírios, segurando um copo na mão esquerda e um abanador feito de folhas de palmeiras na mão direita. Um grande guardanapo, ricamente bordado e ornamentado, ficava sobre o seu ombro esquerdo para o rei enxugar os lábios com ele....” (BÍBLIA DE ESTUDO DAKE, p.782, com. Ne.1.1b).

- Tudo indica, portanto, que Neemias pertencia a uma família de judeus que não havia emigrado para a Terra Prometida com o final do cativeiro da Babilônia, ou seja, um grupo de judeus que preferiu as benesses do exílio a retornar à Terra que Deus havia dado a Israel, benesses, aliás, que só tinham aumentado durante o reinado de Xerxes I, antecessor de Artaxerxes I, que reinou de 486 aC. até 465 a.C. e onde se deram os fatos relatados no livro de Ester, quando os judeus, após a ameaça de serem destruídos, acabaram alcançando a proeminência na corte persa.

- No vigésimo ano do reinado de Artaxerxes I Longimano (este nome “longimano” significa “de mão longa”, pois, conta a história a sua mão direita era maior que a esquerda), ou seja, por volta de 445 a.C., Neemias recebe a visita de seu irmão Hanani, juntamente com outros judeus, quando, então, Neemias perguntou a respeito dos judeus que moravam na Terra Prometida (Ne.1:2).

- Entendem alguns que Hanani, como era irmão de Neemias, também morava em Susã, então a capital da Pérsia e tinha resolvido fazer uma viagem até a Terra Prometida e, ao chegar lá, pôde verificar a situação deplorável em que se encontravam os judeus, apesar da ida de Esdras treze anos antes para lá (Ed.7:7) e, confiante de que Neemias, diante da situação privilegiada que tinha na corte persa, pudesse ajudar nesta situação, retornou a Susã, fazendo-se acompanhar de alguns judeus.

- Neemias recebeu seu irmão e seus companheiros e indagou a respeito da situação em que estavam seus compatriotas, tendo, então, recebido um relato muito triste. Os judeus estavam em grande miséria e desprezo e o muro de Jerusalém estava fendido e as suas portas, queimadas a fogo (Ne.1:3).

- Alguns críticos, diante deste relato, questionam a circunstância de Esdras ter precedido a Neemias, pois, em Ed.9:9, é dito que os reis da Pérsia haviam permitido que fosse construída “uma parede em Judá e em Jerusalém”, o que significaria que haveria muros naquela época, ou seja, depois da reconstrução efetuada por Neemias. No entanto, esta “parede” de que fala o texto de Esdras não significa os “muros de Jerusalém”, mas nos fala de um “abrigo seguro” (assim traduz o texto a Bíblia de Jerusalém), que é, no contexto, o templo cuja reedificação fora autorizada por Dario e concluída em seu reinado e que cujo uso foi confirmado por Artaxerxes (Ed.6:14,15).

- Apesar de o templo ter sido reconstruído e de Artaxerxes ter determinado que Esdras ensinasse a lei aos judeus que moravam na Terra Prometida (Ed.7:1-7), o quadro trazido por Hanani e seus companheiros era desolador. O ensino da lei por Esdras e a existência do templo não haviam sido suficientes para que os judeus voltassem a ter uma vida própria e digna na Terra Prometida. Pelo contrário, reinavam a miséria e o desprezo e Jerusalém não havia sido reedificada, ficando à mercê de todos os inimigos, já que seus muros estavam fendidos e as portas queimadas a fogo, tudo tal qual havia sido deixado depois da destruição feita por Nabucodonosor, isto há 162 anos. Diante deste quadro, não havia ainda se podido organizar o povo judeu.

- Este relato traz-nos uma importante lição a respeito da estruturação do povo judeu. Não bastava a ida de Esdras, o sacerdote e escriba, para a Terra Prometida para a restauração do povo judeu. Era necessário que, além do ofício sacerdotal (que, inclusive, incluía o ensino da lei para o povo), que alguém fosse constituído para a restauração político-administrativa do povo, eis que, até a vinda do Messias, os legítimos ofícios sacerdotal e régio tinham de ser mantidos separados. Por isso, quando do retorno da primeira leva de judeus, as lideranças eram Josué (o sumo sacerdote) e Zorobabel (o herdeiro presuntivo do trono de Davi) e, agora, apesar de passados treze anos, nada havia sido restabelecido como devido visto que o rei Artaxerxes mandara apenas um sacerdote e escriba (Esdras), não se importando em constituir uma nova autoridade naquelas cercanias.

- Esta circunstância traz-nos, também, uma lição espiritual a respeito da Igreja, o povo de Deus de nossa dispensação. Agora, com Cristo, reunidos que foram os ofícios profético, sacerdotal e régio, nem por isso podemos nos comportar de modo individualista na obra do Senhor. O Senhor Jesus edifica a Sua Igreja através dos dons ministeriais (Ef.4:11-16) e espirituais (I Co.12:1-7), desta maneira, todos os dons são necessários para que a edificação se realize. Assim como a tão só presença de Esdras não pôde restaurar Judá enquanto não veio Neemias, também não há como se ter a edificação da Igreja sem que todos os dons se manifestem e sejam exercitados. Somos um corpo (I Co.12:12,15-27) e, como tal, todos são necessários para a edificação do corpo em amor (Ef.4:16).

- Muitas igrejas locais, na atualidade, encontram-se na mesma situação deplorável que se encontrava a Jerusalém dos dias de Neemias. Vivem em miséria e em desprezo, com seus muros fendidos e as portas, queimadas a fogo. Estão sem qualquer proteção da parte de Deus, sendo alvo de ataques fáceis e impiedosos do inimigo de nossas almas. E qual a razão desta penúria espiritual? Simplesmente porque, a exemplo do que ocorria nos dias de Neemias, ainda não compreenderam que há necessidade do exercício de todos os dons conferidos por Cristo e pelo Espírito Santo, porque há muitos que, de forma ditatorial às vezes, impedem o livre exercício dos dons, pois o “corpo de Cristo” é um mas tem muitos membros e cada um com uma tarefa e função específicas. Lembremo-nos disto e, certamente, a restauração virá!

- Diante de um quadro tão triste e lamentável, qual foi a reação de Neemias? Diz-nos o texto sagrado que, por primeiro, Neemias ouviu as palavras. Neemias revela aqui uma qualidade que, certamente, foi crucial para que galgasse a posição de copeiro do rei: era, antes de mais nada, um ouvinte. Como é importante que, em nossas vidas, saibamos mais ouvir do que falar. Não é à toa que Deus nos fez com dois ouvidos e apenas uma boca. Daí ter nos dito o sábio Salomão que “responder antes de ouvir é estultícia e vergonha” (Pv.18:13).

- Neemias, diante de seu irmão e dos companheiros, limitou-se a ouvir aquelas notícias, mantendo uma atitude prudente. Hanani e seus companheiros haviam procurado Neemias buscando ter dele uma solução, consideravam que Neemias era a sua esperança e, diante desta circunstância, Neemias não poderia mostrar diante dele desespero ou perplexidade, ainda que a notícia lhe chocara muito.

- Diante daqueles que vêm ao nosso encontro procurando uma saída, um conselho, uma solução, não podemos, de modo algum, externar desespero, perplexidade e, assim, trazer mais embaraço ou confusão a quem nos busca guarida. Como servos de Deus e, portanto, dotados de esperança (Rm.5:2; 8:24), não podemos externar desespero a quem nos procura, mas temos de ouvir seus relatos e, se for o caso, em privado chorar nossas misérias e perplexidade.

- Neemias ouviu as palavras de Hanani e seus companheiros e, posteriormente, já em privado, sozinho, assentou-se, chorou e se lamentou por alguns dias, jejuando e orando perante o Deus dos céus (Ne.1:4). Como sabemos que isto se deu em privado? Porque somente no mês de Nisã (correspondente a março/abril), ou seja, quatro meses depois de ter recebido as notícias tristes de Hanani e seus companheiros, o que havia ocorrido no mês de Quisleu (Ne.1:1) (correspondente a novembro/dezembro de nosso calendário), é que o rei Artaxerxes viu o semblante triste no rosto de Neemias (Ne.2:1), a indicar, portanto, que, durante todo este tempo, Neemias chorou as suas misérias em privado, sem que ninguém tivesse conhecimento disto.

- É exatamente este o comportamento que deve ter o servo de Deus. O Senhor Jesus disse que devemos entrar em nosso aposento e, em secreto, abrir nosso coração ao Pai celestial (Mt.6:6). Não podemos ser portadores de desespero e de desânimo seja diante dos irmãos, seja diante dos homens, pois isto seria um escândalo, uma pedra de tropeço para os que nos cercam. Temos de demonstrar sobriedade, equilíbrio diante do próximo, pois nossa vida deve ser, neste mundo, sóbria, justa e pia (Tt.2:12).

- Neemias ouviu as notícias e, em privado, demonstrou seu grande amor para com o seu povo. Apesar de nunca ter morado em Jerusalém, de pertencer ao grupo de judeus que resolveu não retornar à Terra Prometida, ele teve compaixão de seu povo, demonstrou ter fé nas promessas de Deus. O fato de viver em Susã não fez com que ele viesse a menosprezar ou desconsiderar seus compatriotas, mas mostrou que, apesar de sua posição, ele se sentia um judeu, alguém que, tal como Moisés, estava disposto a deixar a sua “zona de conforto”, a sua posição para participar da realização das promessas divinas.

- Neemias assentou-se e, comovido com a situação dos seus compatriotas (que nem sequer conhecia), começou a chorar. O sentimento de compaixão é indispensável para que possamos realizar a obra de Deus, para que nos disponhamos a ajudar a edificação da Igreja e a salvação dos incrédulos. Este sentimento foi manifestado por Jesus diversas vezes durante Seu ministério terreno (Mt.9:36; 14:14; 15:32; 20:34; Mc.1:41; 6:34; 8:2; Lc.7:13), deixando-nos o exemplo para que sigamos as Suas pisadas (I Pe.2:21).

- Sem que sintamos a compaixão seja por nossos irmãos, seja pelos homens em geral, não podemos jamais ser eficazes no serviço cristão, na obra do Senhor. Se Neemias não tivesse sentido compaixão pelos seus compatriotas, não tivesse sentido a mesma coisa que os judeus miseráveis e desprezados de Jerusalém estavam a sentir, não se disporia a abandonar o conforto da corte de Artaxerxes para enfrentar os desafios que se lhe apresentavam em Judá. Temos tido compaixão do nosso próximo? Temos nos disposto a deixar a “zona de conforto” para fazermos a obra do Senhor? 

IV - O LEVANTAMENTO DOS MUROS PROVOCOU OPOSIÇÃO

 -Iniciada a edificação dos muros, Sambalate e Tobias indignaram-se grandemente, e usaram várias estratégias para fazerem parar a obra. Todavia, Neemias e seus liderados, ajudados pelo Senhor, conseguiram vencer todos os obstáculos que se levantaram, e trabalharam sem cessar até à conclusão do muro. As diferentes formas de ataque dos inimigos dos judeus, e como Neemias conseguiu vencê-los, será assunto da Lição 9 deste trimestre.

-O muro foi concluído (Ne 6.15). Esta vitória teve grande repercussão. Até os inimigos tiveram de reconhecer que “O NOSSO DEUS FIZERA ESTA OBRA” (Ne 6.16). Os inimigos se levantaram para impedir a construção dos muros.

-“Os inimigos do pequeno remanescente dos judeus opunham-se à reconstrução dos muros de Jerusalém. Neemias e o povo foram alvos de zombaria, de ameaça de uso da força, de desânimo, de medo. 

Como se pode vencer a oposição à obra de Deus?

1) A zombaria foi vencida pela oração e determinação. 

2) A ameaça da força foi vencida pela oração e apropriadas medidas de segurança. 

3) O desânimo e o medo foram vencidos pela fé dos dirigentes piedosos, pelo seu incentivo” (Bíblia de Estudo Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1995, p.733).

V – OS MUROS TRAZEM ENSINOS SIMBÓLICOS:

Neemias pediu ao rei Artaxerxes cartas para os governadores que estavam além do rio para que eles lhe permitissem passar, bem como madeira para utilizar na reconstrução (Ne 1.7,8) e seguiu sua viagem com destino a Jerusalém. Ao chegar em Jerusalém Neemias não informou a ninguém o motivo de sua ida, e saiu à noite para inspecionar como estavam os muros e as portas de Jerusalém (Ne 2.2.11-16). 

*Notemos quais atitudes que Neemias tomou:

1-O povo foi convocado a reconstruir os muros. Depois de ver a condição dos muros de Jerusalém, Neemias convocou o povo para a reconstrução: “Bem vedes vós a miséria em que estamos, que Jerusalém está assolada e que as suas portas têm sido queimadas; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos mais em opróbrio” (Ne 2.17,18). Pessoas de todo tipo participaram da reconstrução: sacerdotes (v.1), ourives e perfumistas (v.8), líderes e mulheres (v.12), levitas (v.17) e comerciantes (v.32) (RYRIE, 2006, p. 463). Da mesma forma que pessoas de vários habilidades e funções diferentes trabalharam na reconstrução dos muros, na obra de Deus existe trabalho para todos. O Senhor tem dotados pessoas dos mais diversos talentos para atuarem na obra de Deus (Ef. 4.11,12).

2- Os trabalhadores receberam tarefas específicas. Neemias enfrentou muita resistência no trabalho de reconstrução dos muros de Jerusalém. A oposição se deu por parte das nações vizinhas (Ne 4.1-6), de dentro da própria comunidade judaica (Ne 5.1-13) e novamente dos povos que viviam ao redor (Ne 6.1-3). O trabalho foi repartido, para que todos soubessem o que cada um faria, e dedicaram-se com o desejo de alcançar a excelência, mas sem contender nem dividir os seus interesses (Ne 3.1-32). Nenhuma discórdia surge entre eles; somente o desejo de fazer o máximo pelo bem público. Cada israelita deu a sua cooperação para reedificar. Começando pelo extremo nordeste da cidade, em sentido contrário dos ponteiros do relógio, Neemias relaciona neste capítulo dez diferentes portões e suas seções anexas de muro, junto com os homens que os reconstruíram. Assim como no livro de Neemias, a obra de Deus exige união; pois somos um corpo (1Co 12.21-23; Ef 4.15-16), voluntariedade (Cl 3.23-24), amor (1Co 16.14), firmeza de propósito (1Co 15.58) e ações de graça (Cl 3.17). 

3-O povo foi convocado a trabalhar mesmo em meio à oposição. A Bíblia diz em Neemias 4.6 que o coração do povo se inclinava a trabalhar: “O povo estava totalmente dedicado ao trabalho” (NVI). “Os homens trabalhavam duramente” (VIVA). Em um cenário de extrema oposição, a obra não pode parar. Neemias 4.1,3 expõe os sentimentos de Sambalate e Tobias, eles “ardiam em ira”. Esse sentimento diabólico desencadeou algumas atitudes ofensivas: (a) Os que faziam a obra foram ridicularizados (Ne 4.1); (b) Os que faziam a obra foram depreciados, menosprezados (Ne 4.2); e, (c) Os que faziam a obra ouviram palavras de zombaria e desencorajamento (Ed 4.3).

4-Os muros foram reparados próximos as casas. Existiam muitas casas ao longo do muro, logo se o muro estava em ruínas essas casas estavam em perigo, pois estavam sem proteção. Quando a reconstrução começou Jedaías, Benjamim e Hassube e os Sacerdotes (Ne 3.10,23,28-30) repararam os muros na frente de suas casas. Estes cuidados com os muros em frente as casas nos remetem a proteção que devemos ter com nossa família. Não podemos evitar que nossa família sofra investidas do diabo, mas podemos proteger a nossa família das suas astutas ciladas (Ef 6.10,11). Protegemos nossa família: (a) santificando o lar (Lv 20.26; 2 Co 7.1; 1 Ts 4.7); (b) praticando o culto doméstico (Dt 6.7-9); (c) mantendo uma vida de oração e jejum (Rm 12.12; Cl 4.2; 1 Ts 5.17); (d) ensinando a Palavra no lar (Pv 22.6; At 5.42); (f) frequentando os cultos no templo (2Cr 7.15,16; Sl 122.1).

5-Os muros são símbolos da salvação. A maior proteção que o Senhor concede aos homens é salvação em Cristo, o texto bíblico declara: “[…] a quem Deus pôs a salvação por muros [...]” (Is 26.1). A salvação oferecida por Cristo protege o homem do juízo eterno e da ira futura. Essa salvação é ofertada mediante a graça de Deus (Rm 3.24,25; 5.8,10, Hb 7.25), e mediante a fé em Cristo (Rm 3.22, 24, 25, 28). Isto é, ela resulta da graça de Deus (Jo 1.16), mas, há também a resposta humana, no sentido do aceitar a Cristo enquanto Salvador (At 16.31; Rm 1.17; Ef 1.15; 2.8).

CONCLUSÃO

-A reconstrução do templo em Jerusalém é resultado de um avivamento espiritual.

- Não se deixando levar por todos os estratagemas do inimigo, Neemias pôde ver concluída a obra, o que se deu no dia vinte e cinco de Elul, num prazo recorde de cinquenta e dois dias (Ne.6:15). Não tendo dado lugar ao inimigo, não se distraindo com as artimanhas dos adversários, não se deixando enganar com os ardis, que não ignorou nem um só momento, Neemias alcançou a vitória. Assim também, se procedermos da mesma maneira, também seremos vitoriosos.

- Ao saberem todos os gentios que a obra fora concluída em prazo tão exíguo, abateram-se em seus próprios olhos, porque reconheceram que Deus fizera aquela obra (Ne.6:16).

- É isto que temos de entender enquanto estamos sobre a face da Terra fazendo a obra do Senhor. Não podemos titubear, nem deixar nos enganar pelo inimigo de nossas almas, que sempre está a se opor ao que fazemos para Deus. Temos de prosseguir realizando aquilo que Deus nos mandou, sem vacilação, numa constante vigilância, com amor e dedicação, em oração e meditação nas Escrituras. Quando a obra se concluir, os homens saberão que foi Deus quem o fez e o glorificarão por causa de nossas boas obras. A reconstrução do templo em Jerusalém é resultado de um avivamento espiritual(Hq 3:2)Que Deus reavive a sua Obra no meio dos anos.



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