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AD Alagoas / Lições Bíblicas

09/02/2019

LIÇÃO Nº 6 – QUEM DOMINA A SUA MENTE

Comentário da lição bíblica para o fim de semana com Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


INTRODUÇÃO

Na sequência do estudo sobre batalha espiritual, analisaremos a mente e que papel desempenha na luta contra as hostes espirituais da maldade. Trataremos da realidade de que o diabo age de forma astuta contra os cristãos a fim de causar-lhes danos a vida espiritual; destacaremos quais as áreas que o nosso inimigo poderá atuar no âmbito material e também o espiritual, tendo como alvo a mente humana; A mente humana é o nosso campo da batalha espiritual. Quem controla a sua mente? Quem a domina? […] A nossa batalha espiritual passa pela maneira de viver, tomar atitudes e decisões como fruto do que domina o nosso pensamento. Se a nossa mente for permeada do Evangelho, Cristo sempre prevalecerá. Mas do contrário, o Diabo governará a vida da pessoa que se encontra longe de Deus. (Revista Ensinador Cristão, Ano 20 – nº 77, p. 39). Neste comentário traremos um auxílio dentro do texto proposto em cada tópico, seguindo os objetivos específicos dados pela lição, com o objetivo de contribuir para o preparo de sua aula.

I-SOBRE A EPÍSTOLA AOS FILIPENSES

A cidade de Filipos, na Macedônia oriental, a 16 km do Mar Egeu, foi assim chamada em homenagem a Filipe II da Macedônia, pai de Alexandre Magno. Nos dias de Paulo, era uma cidade romana priv ilegiada, tendo uma guarnição militar. (STAMPS 1995, p. 1821). Quando recebera uma visão quando estava em Trôade (At 16.9), Paulo decidiu então partir para a Macedônia, pois acatara o chamado de Deus para o anúncio do Evangelho naquela cidade. Ao chegar na Macedônia, a primeira cidade em que o apóstolo pisa ao solo é Filipos (At 16.12), e ali começaram a anunciar o Evangelho a algumas mulheres, onde após a conversão de uma delas por nome de Lídia (At 16.14), Paulo e Silas caram em sua casa depois de terem sido convidados, e como disse o próprio apóstolo constrangidos a isso (At 16.15). Da prisão em Roma, Paulo então escreve esta carta com objetivos bem distintos que muitas outras, pois ele a escreve para agradecer a oferta generosa que lhe foi enviada, e também para confortá-los quanto ao seu estado na prisão, e animar aos Filipenses a esforçar-se na fé. Basicamente em questões a correção, o apóstolo somente trata acerca do cuidado com alguns líderes judaizantes e de alguns crentes com a mentalidade terrena, e também de um problema relacional entre duas irmãs na igreja: Evódia e Síntique. Diferente de muitas cartas de Paulo, Filipenses não foi escrita primeiramente devido a problemas ou conitos na igreja. Sua tônica básica é de cordial afeição e apreço pela congregação. Da saudação inicial (1.1) à benção final (4.23), a carta focaliza Cristo Jesus como o propósito da vida e a esperança da vida eterna por parte do crente. Nesta epístola, Paulo trata de três problema s menores em Filipos:  (1) O desânimo dos crentes ali, por causa da prisão prolongada de Paulo (1.12-26);  (2) pequenas sementes de discórdia entre duas mulheres da igreja (4.2; cf. 2.2-4); e  (3) a ameaça de deslealdade sempre presente entre as igrejas, por causa dos mestres judaizantes e dos crentes de mentalidade terrena (cap. 3). (STAMPS 1995, p. 1822)  Mediante a tais situações, o apóstolo aborda alguns ensinos que são riquíssimos não só para a igreja em Filipos, como também para a igreja do século 21.  (1) alegria em meio a toda s as circunstâncias da vida (e.g., 1.4,12; 2.17,18; 4.4,11-13),  (2 ) a humildade e serviço cristãos (2.1-16), e     (3) o valor incomensurável de conhecer a Cristo (cap. 3). (STAMPS 1995, p. 1822)

II – O QUE É A MENTE

-Vimos, na lição anterior, que um dos pressupostos para podermos ser vitoriosos na batalha espiritual, é conseguirmos vencer a luta interna que existe entre a carne e o espírito em nosso interior.

- Neste ponto, encontra grande relevância a questão relacionada com o domínio da mente, pois o apóstolo Paulo disse, em II Co.4:4, que o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, a indicar, portanto, que existe um domínio do inimigo sobre os entendimentos dos homens que não alcançaram ainda a salvação.

- Como se isto fosse pouco, o Senhor Jesus, ao repreender a investida de Satanás através de Pedro, em Mt.16:22,23, afirmou que o diabo conhece as “coisas que são dos homens”, embora desconheça as “coisas que são de Deus”, a indicar, portanto, que o diabo tem condições de manipular a lógica humana, de dominar o ser humano por meio dela, que nada mais é que a “mente”. Destarte, para que não venhamos a ser derrotados na batalha espiritual, temos de enfrentar esta questão da “mente”. O apóstolo Paulo chama os salvos de “homens espirituais” e afirma que tais pessoas tudo discernem espiritualmente e de ninguém é discernido (I Co.3:15) e a característica destas pessoas é que elas possuem a mente de Cristo (I Co.3:16).

- De pronto, percebemos que o apóstolo afirma que ter a “mente de Cristo” é ser “espiritual” e isto nos remete, obviamente, ao ensino de Jesus a Nicodemos, onde é dito que para ver e entrar no reino de Deus é necessário antes “nascer de novo” e “nascer da água e do Espírito”, como também que há uma diferença entre os que são “nascidos da carne” e os “nascidos do Espírito” (Jo.3:3,5,6), nascidos estes que são como o vento, que assopra onde quer e ouvimos a sua voz, não sabendo donde vem nem para onde vai (Jo.3:8). Assim sendo, logo verificamos que, para ter a “mente de Cristo”, faz-se necessário nascer de novo, nascer do Espírito e, deste modo, temos já a lição de que, como afirma a Declaração de Fé da CGADB, “…A salvação em Jesus Cristo não é um mero assentimento intelectual e, sim, um renascimento espiritual [I Pe.1:21] que se dá na vida do pecador arrependido [Ef.2:4-6; Cl.2:13]…” (X,2, p.111). 

- O salvo não é uma pessoa que se conduza pela lógica humana, por um raciocínio oriundo da própria racionalidade que Deus nos deu, mas, sim, alguém que está acessível à “lógica divina”, ao “raciocínio de Deus”, algo que está muito além do que podemos imaginar, pois os pensamentos e caminhos de Deus são muito mais altos que nossos pensamentos e caminhos (Is. 55:8,9), razão pela qual o Senhor Jesus disse ao mestre de Israel Nicodemos que os “nascidos do Espírito” são como o vento, não temos condição de saber donde vem nem para onde vão, não porque sejam eles desorientados, mas porque a orientação que recebem é do Espírito Santo, que, como Pessoa Divina, está muito além da nossa capacidade intelectual. Por isso, é importante sabermos o que significa “mente” para então saber o que significa ter a mente de Cristo e, assim, verificarmos se quem domina a nossa mente é o Senhor Jesus ou, então, o inimigo de nossas almas.

- “Mente” é a palavra grega “nous” (νους), “…o intelecto, i.e., mente (divina ou humana, em pensamento, sentimento ou vontade); (consequentemente) significando: - mente, entendimento. Substantivo que significa a mente (I) Como a sede das emoções e sentimentos, do modo de pensar e sentir, disposição, inclinação moral, equivalente ao coração (Rm.1:28; 12:2; I Co.1:10; Ef.4:17,23; Cl.2:18; I Tm.6:5; II Tm.3:8; Tt.’:15); firmeza ou presença de espírito (II Ts.2:2); indicando coração, razão, consciência, em oposição aos apetites carnais (Rm.7:23,25). (II) Entendimento, intelecto (Lc.2:45; I Co.14:14,15; Fp.4:7; Ap.13:18). (III) Como metonímia, indicando o que está na mente, pensamento, conselho, propósito, opinião, de Deus ou Cristo (Rm.11:34; I Co.2:16); dos homens (Rm.14:5). (IV) Metaforicamente, sobre coisas: sentido, significado (Ap.17:9)” (Bíblia de Estudo Palavra Chave. Dicionário do Novo Testamento, verbete 3563, p.2313).

- No Antigo Testamento, a palavra “mente” na Versão Almeida Revista e Corrigida é a tradução de três palavras hebraicas. Em Is.26:3, temos a palavra “yetser” (יצר), “uma forma; (figurado) concepção (i.e. propósito): - estrutura, coisa formada, imaginação, mente, obra. Substantivo masculino que significa forma, estrutura, propósito, imaginação. Um dos usos desta palavra era para referir-se a um recipiente de cerâmica moldado por um oleiro (i.e., aquilo que foi formado [Is.29:16]). Outro exemplo de um objeto formado era uma imagem gravada ou esculpida (Hc.2:18). O salmista disse que o homem foi formado do pó (Sl.103:14). Esta palavra também tem a conotação de algo pensado na mente, como a iniquidade no coração das pessoas (Gn.6:5); ou algo entesourado ou guardado no coração (I Cr.29:18)” (Bíblia de Estudo Palavra Chave. Dicionário do Antigo Testamento, verbete 3336, p.1689).

- A outra palavra traduzida por “mente” é “kilyah” (כליה), “…um rim (como um órgão essencial); (figurado) a mente (como o “eu” interior): - rins, coração” (Bíblia de Estudo Palavra Chave. Dicionário do Antigo Testamento, verbete 3629, p.1706). É a palavra encontrada em Sl.7:9 e 26:2. Por fim, temos a palavra “shekvi” (שכוי), “observador, i.e., (concreto) a mente:— mente, meteoro. Substantivo masculino que significa aparição celestial ou fenômeno, a mente. Esta palavra é usada em Jó para denotar a mente que recebeu entendimento (Jó 38:36). Numa pergunta retórica, o Senhor a empregou para designar a Sua soberania sobre tudo, inclusive sobre a vida de Seus servos. O significado exato deste vocábulo não está claro” (Bíblia de Estudo Palavra Chave, verbete 7907, p.1964). Esta palavra somente ocorre em Jó 38:36. 

- Pelo que se verifica, portanto, do significado das palavras nas línguas originais das Escrituras, temos que a mente é a própria individualidade do ser humano, a sua alma, pois é a alma que tem como faculdades o intelecto ou entendimento, os sentimentos e emoções como também a vontade, o “eu” interior.

- Deus criou o homem como um ser racional, dotado de intelecto, tendo, inclusive, mandado que desse nome aos animais (Gn.2:19,20), como que fazendo o ser humano descobrir que ele era dotado de inteligência e que poderia criar palavras e, com seu intelecto, dominar os demais seres terrenos.

- Deus deu ao homem, também, a capacidade de sentir, ter emoções. Tratava-se de um ser sensível, pois fora feito à imagem e semelhança de Deus, Deus que é, também, um ser sensível, um ser dotado de sentimentos. Por fim, Deus deu ao homem a vontade, pois foi feito um ser moral, que tem, portanto, a capacidade de escolher entre o bem e o mal, de fazer escolhas.

III – PREPARANDO-SE CONTRA AS INVESTIDAS EM NOSSA MENTE 

- O apóstolo Paulo, em Fp.4:8, apresenta uma “fórmula” para que o salvo possa se manter com a mente de Cristo enquanto aguarda a sua glorificação. Manda que o servo de Cristo pense em tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, em tudo que tiver alguma virtude ou algum louvor.

- O ser humano está a todo tempo pensando em algo, sua essência é a própria racionalidade, e estes pensamentos o levam a ter vontades, desejos e sentimentos. É o intelecto quem acaba guiando as demais faculdades da alma e, por isso mesmo, precisamos ter a nossa mente voltada para as coisas de Deus, precisamos ter a mente de Cristo, como já demonstrado, para que não venhamos a ter a nossa mente ocupada com coisas que desagradam ao Senhor e que nos levarão a fracassar na batalha espiritual. - Não é por outro motivo que o inimigo tem sempre procurado atacar a mente dos seres humanos, visando manter os incrédulos na cegueira espiritual, mas, também, buscando levar os salvos a abandonar a mente de Cristo e, assim, perder o discernimento espiritual e acabar sendo controlado por Satanás novamente.

- Um dos primeiros cuidados que devemos ter nesta questão é com os nossos olhos, pois eles são a entrada de tudo quanto irá se operar na nossa mente. Cristo chama os olhos de “candeia do corpo”, dizendo, ainda, que “se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz. Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!”(Mt.6:22,23).

- O patriarca Jó, de quem o próprio Deus dava testemunho de que se desviava do mal (Jó 1:8; 2:3), tinha como um dos segredos de sua integridade espiritual o cuidado que tinha com os olhos (Jó 31:1). A falta de cuidado com os olhos foi um dos fatores que levou Davi a pecar (II Sm.11:2).

- Vivemos dias em que os meios audiovisuais dominam a comunicação e, aproveitando-se disto, o inimigo tem buscado, de todas as formas, fazer com que as mentes sejam poluídas com o que não se encontra dentro dos parâmetros estabelecidos pelas Escrituras, como vemos em Fp.4:8.

- De forma particular, aliás, temos visto como a pornografia tem causado imensos males à moralidade, à família e à santidade de muitos que cristãos se dizem ser, com efeitos deletérios, pois tem gerado grandes sequelas mentais, pois o poder viciante da pornografia se equipara e até supera a muitas substâncias entorpecentes. OBS: Veja o que diz o escritor e apologeta cristão norte-americano Josh MacDowell a respeito: “…“A pornografia está atrás deles [crianças e adolescentes – observação nossa]”, diz Josh. “Dos adolescentes que viram pornografia, entre 75% e 91% não estavam em momento algum atrás dela. Pesquisadores mostram que 38% deles ficarão viciados” (…) a pornografia produz um questionamento sobre a autoridade das Escrituras, de Cristo, da Ressurreição, da Igreja e dos pais. A pornografia começa a entenebrecer a porta do cérebro para considerar as verdades da fé cristã. Logo que você se envolve na pornografia, ela assume o controle dos seus pensamentos, de seus padrões morais e de sua vida. Você precisa entender: a pornografia simplesmente assume o controle da sua vida. A pornografia assume o controle dos seus relacionamentos — o modo como você vê as pessoas, as mulheres e as crianças. E como consequência, a pornografia não deixa espaço para sua caminhada com Cristo. Não dá para você se envolver com a pornografia e ter uma caminhada saudável com Cristo…” (MORRIS, Shane. Pornografia é uma das maiores ameaças ao Cristianismo. Trad. de Júlio Severo. 22 nov. 2012. Disponível em: http://juliosevero.blogspot.com/2012/11/pornografia-e-uma-dasmaiores-ameacas.html Acesso em 14 nov. 2018). Ou, ainda, o que diz este outro artigo traduzido por Júlio Severo: “…Embora seja assombroso para muitos, os usuários de pornografia acabam pondo a religião, o casamento, o trabalho e as amizades em segundo lugar depois de seu desejo por pornografia. Eles querem mudar, voltar à vida como era antes da pornografia, mas a maioria voltará e descerá muito mais. A Dra. Mary Anne Layden, diretora do Programa de Trauma Sexual e Psicopatologia do Centro de Terapia Cognitiva da Universidade da Pensilvânia, assemelha a pornografia ao crack. Num depoimento juramentado no Senado dos EUA em novembro de 2004, ela comentou: “Esse material é potente, viciador e fica permanentemente implantado no cérebro”.…” (TRUEMAN, Patrick A. Epidemia de pornografia: estamos inundados de pornografia. Trad. de Júlio Severo. 27 nov. 2011. Disponível em: http://juliosevero.blogspot.com/2011/11/epidemia-de-pornografia-estamos.html Acesso em 14 nov. 2018).

- Não é à toa que o inimigo tem feito da mídia uma das suas principais cidadelas, pois, através dela, tem disseminado imoralidades, perversões e todo o tipo de coisa que mantém a mente das pessoas completamente alheia à santidade e às coisas que agradam a Deus e isto, a começar das crianças, que têm sido alvo de uma intensa campanha de erotização infantil, inclusive no sistema educacional, outro pilar desta investida satânica.

- Outra arma que tem sido utilizada pelo inimigo para ter vantagem no domínio das mentes humanas é a distração. Distração é, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, “falta de concentração dos sentidos no que se passa à volta; desatenção”. Vem da palavra latina “distractio”, cujo significado é “divisão, separação, afastamento, desunião, venda ao retalho”.

- Vemos, pois, que a distração é uma ação pela qual se desvia a atenção de alguém, se separa alguém de algo ou de outrem. A distração nada mais é que uma atividade que procura fazer com que as pessoas não prestem atenção nas coisas divinas, não se concentrem em buscar, saber e realizar a vontade de Deus em seu dia-a-dia.

- Conta-se que Dom Bosco (1815-1888), padre católico romano, fundador da ordem dos salesianos, em um de seus conhecidos sonhos, sonhou com os jovens de sua igreja, que, enquanto a missa se desenvolvia, eram entretidos por uma série de demônios, que faziam com que a mente dos jovens, durante a celebração religiosa, ficasse ocupada com diversas atividades, como jogos, danças, comida, música e que somente se voltaram para a missa no momento solene da consagração, voltando, após isto, a novamente estarem alheios aos que se passava. Entendeu o padre que este sonho falava das distrações que os jovens estão expostos por sugestões demoníacas e que lhes retiram a capacidade de adoração.

- Este sonho deste sacerdote romanista está em consonância com as Escrituras e bem mostra uma das principais armas utilizadas pelo inimigo, máxime em nossos dias, que são dias de grande agitação, com múltiplas atividades, onde é muito fácil operar-se a desconcentração das coisas relacionadas com nossa vida espiritual.

- Tome-se, por exemplo, a questão do tempo gasto pelas pessoas, principalmente aqui no Brasil, nas redes sociais. Recente levantamento deu conta de que o brasileiro, em média, passa 3 horas e meia diárias nas redes sociais e, lamentavelmente, sabemos que os servos de Jesus Cristo não passam este tempo com atividades concernentes ao reino de Deus, não raras vezes com atividades que são, inclusive, nocivas à nossa vida espiritual. OBS: “…Os dados são do relatório "2018 Global Digital", da We Are Social e da Hootsuite, o Brasil está entre os três países do mundo no qual a população passa, em média, mais de 9 horas do dia navegando na Internet. E é um dos dois únicos países onde o tempo diário gasto nas redes sociais supera 3 horas e meia. Portanto, bem acima da média mundial nesses dois quesitos

- A situação está tão periclitante que, a exemplo do sonho de Dom Bosco, não são poucos os que estão completamente envolvidos com o telefone celular durante os cultos, completamente alheios ao que se passa, o que dá uma ideia do quanto se dedicam ao Senhor e à vida espiritual quando estão fora dos templos.

- Diante desta agitação imensa, desta ocupação da mente com coisas completamente alheias às coisas de Deus, não é difícil descobrir como a distração tem prejudicado a vida espiritual de muitos, de como o inimigo tem conseguido, com grande êxito, “separar” a mente dos salvos de Deus e o resultado disto é a consequente perda na batalha espiritual.

- A sabedoria popular, aliás, já adiantava este quadro ao dizer que “mente vazia é oficina do diabo”, a indicar que, quando nossas mentes estão vazias daquilo que se refere às coisas de Deus ou às coisas em que há alguma virtude ou algum louvor, para nos utilizarmos da expressão do apóstolo Paulo em Fp.4:8, nossa tendência é sermos seduzidos pelo inimigo e deixarmos de ter a capacidade de servi-l’O.

- Ao interpretar o seu próprio sonho, Dom Bosco disse que a distração tirava a capacidade de oração dos jovens que se tornavam, assim, vítimas do inimigo, suas presas fáceis. E temos de concordar com o entendimento daquele sacerdote romanista.

IV- VENCENDO AOS ATAQUES DO DIABO NA MENTE

-Que estamos numa batalha contra as hostes espirituais da maldade, isto é fato (Ef 6.10-12). Ciente disto, devemos nos precaver tomando as atitudes certas a fim de vencermos esta luta. Abaixo destacaremos algumas atitudes necessárias para que tenhamos êxito nesta peleja. Notemos:

1 Renovando a mente. O homem em seu estado natural “não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura” (1 Co 2.14-a), pois ele não foi regenerado, está morto espiritualmente em seus delitos e pecados (Ef 2.1,5); está entenebrecido no entendimento (Ef 4.18); e, sob a cegueira de Satanás (2 Co 4.4). Somente quando nasce de novo é que este homem é transformado pela renovação do seu entendimento (Rm 12.2). Somente por meio dessa operação do Espírito é que o homem tem condições de vencer os ataques de Satanás “[...] o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (1 Jo 5.18).

2 Guardando a mente. Satanás é um inimigo externo. Portanto, seus ataques contra o crente se dão de fora para dentro. Ele procura diariamente introduzir na nossa mente seus dardos inflamados, logo, para vencermos precisamos guardar a mente: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23). O verbo “guardar” significa: “vigiar para defender, proteger, preservar” (HOUAISS, 2001, p. 1493). Devemos guardar o nosso coração dos ataques de Satanás, deixando-o ocupado com a oração (Mt 26.41; Ef 6.18; Cl 4.12) e a Palavra de Deus (Sl 119.11; Ef 6.17-b). Foi orando e com a mente impregnada da Palavra que Jesus venceu a mais terrível batalha na mente: a tentação no deserto (Mt 4.1-11).

3 Sujeitando a mente a Cristo. É inevitável que soframos ataques de Satanás, no entanto, devemos para vencê-los, sujeitando a nossa mente a Cristo: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). “Essa palavra é um termo militar que significa fique no seu próprio posto, ponha-se no seu lugar. Quando um soldado quer se colocar no lugar do general ele tem grandes problemas” (LOPES, 2006, p. 89). Somos exortados a amar a Deus com toda a nossa mente (Dt 11.13; Mc 12.30). Se consagrarmos a nossa vida inteiramente a Cristo, não haverá espaço para que o pecado nos domine. Só assim venceremos a Satanás (Rm 6.12,13).

4 Ocupando a mente com coisas boas. A mente vazia ou exposta a coisas ruins é terreno para a atuação do diabo. A mente humana funciona como uma esponja que absorve tudo o que vemos, ouvimos e percebemos. Sendo assim, precisamos selecionar muito bem aquilo a que assistimos, como também o que lemos e ouvimos, estes são os canais que dão acesso à nossa mente (Sl 101.3; Mt 6.22). Logo, precisamos ocupá-la com o que edifica. O apóstolo Paulo deixou bem claro que aquele que serve a Deus deve preencher a mente com o que agrada ao Senhor: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8). E, ainda: “pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Cl 3.2).

5 Usando a fé. O diabo pode enviar suas sugestões na nossa mente, a fim de nos prejudicar, no entanto, devemos rebatêlas por meio da fé: “Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Ef 6.16). Neste versículo Paulo comparou a fé com um escudo. “O escudo é a arma defensiva contra os ataques diretos do inimigo. O soldado prendia o escudo num dos braços. Esse escudo tinha a forma de um prato gigante, que servia para proteger todo o corpo. A fé diz respeito à nossa confiança e crença doutrinária. Um soldado cristão sem escudo é soldado vulnerável aos ataques satânicos. O conhecimento da Palavra de Deus forma o ‘corpo da fé’, ou seja, o escudo da fé que protege o crente contra as heresias e mentiras satânicas” (CABRAL, 1999, pp. 90,91). A fé é de vital importância para que vençamos os ataques de Satanás, pois a fé mostra que somos dependentes de Deus e que não podemos vencer sozinhos. Pedro diz também que podemos resistir ao diabo pela fé: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo” (1 Pd 5.8,9). A fé chama em nosso socorro a ajuda de Deus (1 Co 10.13; 2 Pd 2.9).

Conclusão: Como vencer esta investida do inimigo? Como disse o ex-chefe da Igreja Romana, Bento XVI, é preciso haver uma “retirada para o silêncio e para a solidão”, ter um momento de intimidade com o Senhor, algo que Jesus nos ensinou a fazer, pois sempre O vemos tendo momentos a sós com o Seu Pai (Mc.1:35; Lc.5:16; 22:41), normalmente em oração. Ele próprio repreende os discípulos por não terem podido velar com Ele nem ao menos uma hora (Mt.26:40). Em meio à agitação de nossos dias, precisamos ter um momento de intimidade com o Senhor, dedicarmo-nos às coisas divinas, orando, meditando nas Escrituras, pensando nas coisas que são de cima. Assim fazendo, venceremos mais esta tentativa de conquista da nossa mente que é a distração. Temos de pensar nas coisas que são de cima e não nas que são da terra. Esta é uma das características de quem realmente foi salvo, que ressuscitou com Cristo: a busca das coisas que são de cima (Cl.3:1,2).



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