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AD Alagoas / Lições Bíblicas

06/07/2018

LIÇÃO 2 – A BELEZA E A GLÓRIA DO CULTO LEVÍTICO

Comentário da lição bíblica para o fim de semana com Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


INTRODUÇÃO

Nesta lição de número 2, vamos aprender sobre o verdadeiro significado de Culto, sobre O culto levítico que foi estatuído por Deus, que apesar de ser temporário no plano da salvação, era um culto belo e que trazia a glória de Deus ao povo de Israel e vamos refletir que tipo de Culto estamos prestando a Deus.

I O QUE É O CULTO DIVINO?

1.1 Definição etimológica. Segundo Houaiss (2001, p. 887), a palavra “culto” deriva do Latim, “cultu”, e significa: “adoração ou homenagem a Deus”. Etimologicamente, o termo latino envolve em sua raiz a expressão “colo, colere”, que indica: “honrar, cultivar, reverenciar respeitosamente […], é o conjunto de atitudes e ritos pelos quais se adora uma divindade […] veneração, reverência, admiração, paixão externa para com alguém”. Os reformadores ortodoxos definiram culto como: “a maneira correta de honrar a Deus”. Ou seja, é: “uma tributação voluntária de louvores e honra ao Criador” (CLAUDIONOR, 2006, p. 127).

1.2 Definição exegética. Os principais termos que descrevem o ato de “culto” na Bíblia são “shachah” no hebraico significando: “inclinar-se, prostrar-se” (Is 66.22), e no grego existem duas expressões que são respectivamente “latréia” e “proskyneo” significando “baixar-se para beijar, prostrar-se para adorar; reverenciar, prestar obediência, render homenagem” (Jo 4.24; Ap. 4.3-11). O culto é o momento da adoração que tributamos a Deus o melhor que temos e marca o encontro do Senhor com os seus adoradores (Êx 25.8). Na prática cristã, o culto é o encontro do homem com Deus, que pode ser praticado individualmente ou de forma coletiva (Mt 6.6; 16.25; At 2.46; 5.42)

II – A BELEZA E A GLÓRIA DO CULTO

- Dando início ao estudo do livro de Levítico, estudaremos a beleza e a glória do culto levítico.

- Quando falamos no culto levítico, nossa tendência é de menosprezá-lo, pois se trata do culto válido e estatuído para a dispensação da lei, que, sabemos todos, é uma aliança inferior à graça, que foi suplantada pela nova aliança estabelecida por Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Mt.26:28; Mc.14:24; Lc.22:20; I Co.11:25; II Co.3:6), “o novo concerto”, que veio substituir aquele que havia envelhecido e perto estava de acabar (Jr.31:31-33; Hb.8:6-13).

- Esta é, aliás, uma das razões pelas quais alguns consideram sem importância a leitura e o estudo do livro de Levítico, já que parte substancial do livro diz respeito ao cerimonial do culto vigente no tempo da lei e é natural que se diga que, como as cerimônias da antiga aliança foram superadas pela morte de Cristo no Calvário e a instauração de uma nova dispensação, não se teria qualquer motivo para se debruçar sobre os mandamentos concernentes ao culto.

- Tal entendimento, entretanto, se, por um lado, permite que não se caia no outro extremo, qual seja, o de recuperação indevida do ritual e do cerimonialismo da lei para a adoração a Deus na atualidade, comportamento tão em voga nos dias hodiernos, onde os “judaizantes” estão a confundir a adoração em espírito e em verdade determinada pelo Senhor a partir de Sua obra salvífica (Jo.4:23,24) com práticas que não mais vigoram e não fazem qualquer sentido em nossos dias; de outro lado, tendem a uma igualmente indevida desconsideração, pois, não podemos nos esquecer de que o culto levítico foi estabelecido por Deus e, como tal, tem imenso valor e reflete não só a beleza mas a própria glória divina.

- O limiar do livro de Levítico já seria suficiente para que não incorrêssemos neste equívoco do menosprezo, visto que é dito: “E chamou o Senhor a Moisés, e falou com ele da tenda da congregação, dizendo” (Lv.1:1).

- Bem se vê, pois, que Moisés se encontrava na tenda da congregação, tenda que armara assim que voltara com as primeiras tábuas da lei, que quebrara ao se indignar ao ver o povo pecando com o bezerro de ouro (Ex; 33:7), quando o Senhor passou a lhe descrever com se faria o culto a Deus diante daquela novel situação criada com o fracasso de Israel como nação sacerdotal e a escolha de Levi como a tribo sacerdotal e da família de Arão como a linhagem de sacerdotes.

- Ora, a tenda da congregação era o lugar onde Deus falava com Moisés (Nm.7:89), de modo que temos a constatação que a determinação do culto e o seu regramento vieram diretamente do Senhor, o que faz com que o culto seja algo divino e, como tal, não pode, em absoluto, ser menosprezado.

- Os mandamentos cerimoniais fazem parte da lei e o apóstolo Paulo foi claríssimo ao afirmar que “a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom (Rm.7:12). Destarte, o culto levítico é santo, justo e bom, tem procedência divina e nada que vem da parte de Deus pode ser menosprezado e, menos ainda, desprezado. É algo que tem de ser levado em consideração e ter, da parte daqueles que servem ao Senhor, o devido respeito e admiração.

- Quando falamos em beleza, falamos de algo que diz respeito à divindade, pois, como afirma o filósofo italiano Umberto Eco (1932-2016), “belo – junto com gracioso, bonito ou sublime, maravilhoso, soberbo e expressões similares – é um adjetivo que usamos frequentemente para indicar algo que nos agrada. Parece que, nesse sentido, aquilo que é belo é igual àquilo que é bom e, de fato, em diversas épocas históricas criou- se um laço estreito entre o Belo e o Bom” (apud VILAS BÔAS, Eduardo. O conceito de belo na estética grega. 

- Ora, este laço estreito entre o belo e o bom faz com que tenhamos a relação entre o belo e o divino, visto que a bondade é algo inerente a Deus (Mt.19:17; Mc.10:18; Lc.18:19).

,)חדר( ”Quando encontramos, no texto bíblico, a palavra “beleza”, é ela a palavra hebraica “hdharah - “...substantivo feminino que significa adorno, glória. Esta palavra procede do verbo hadhar, que significa honrar ou adorar e está associado ao substantivo hebraico hadhar, que significa majestade. Em quatro das cinco ocorrências desta palavra, ela aparece no contexto de adoração ao Senhor, na ‘beleza da santidade’ (I Cr.16:29; II Cr.20:21[‘majestade santa’]; Sl.29:2; 96;9). Em outras ocasiões, a palavra expressa a glória que os reis encontram na multidão do povo (Pv.14:28)...” (Bíblia de Estudo Palavra-Chave. Dicionário do Antigo Testamento, verbete 1927, p.1602).

- A beleza, portanto, a partir de uma aparência física, de uma harmonia de formas e de detalhes, leva à ideia de conformidade com a natureza, com o Criador, a uma comunhão, a um reconhecimento da soberania divina, que nada mais é que um ambiente de adoração.

- Por isso, o culto levítico é, sim, dotado de beleza, como haveremos de ver, e também eis o motivo pelo qual, nos dias em que vivemos, dias de multiplicação da iniquidade (Mt.24:12), há um verdadeiro “culto à feiura”, uma apologia à deformidade, ao bizarro, ao grotesco, notadamente nas artes, e isto tudo porque a feiura é o contrário da beleza e temos, assim, a nítida ação do espírito do anticristo, que se levanta contra tudo o que diz respeito ao divino, inclusive o belo, o bom.

- Mas, além de termos de ressaltar a beleza do culto levítico, como uma evidência de sua procedência divina, não podemos deixar de observar que o culto levítico também é dotado de glória.

- Moisés foi chamado por Deus na tenda da congregação, onde o Senhor fazia descer a Sua glória, na coluna de nuvem (Ex.33:10). Assim, por ter provindo do próprio Deus, o culto levítico também é dotado da glória divina, e isto não pode ser desconsiderado também.

- “Glória”, que é a palavra hebraica “kabhodh” (כבדר), cujo significado é de “peso”, “...mas somente em sentido figurado num bom sentido, esplendor ou copiosidade – glorioso, gloriosamente, glória, honra, honroso. Substantivo masculino singular que significa honra, glória, majestade, riqueza...” (Bíblia de Estudo Palavra-Chave. Dicionário do Antigo Testamento, verbete 3519, p.1700).

- “...A glória consiste em honra exaltada, em louvor ou reputação, ou em alguma coisa que ocasiona o louvor ou é o objeto desse louvor. (...). A própria presença de Deus pode ser chamada de glória, por. causa de seu estado exaltado...” (CHAMPLIN, Russell Norman. Glória. In: Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.2, pp.912-3).

- Não é surpresa, portanto, que a glória de Deus se tenha manifestado precisamente na primeira cerimônia do culto levítico, quando da inauguração do tabernáculo (Ex.40:34,35; Lv.9:22-24).

- Desde que a glória de Deus se manifestou quando da instalação do culto levítico, confirmando a sua procedência divina, não há como menosprezá-lo ou desconsiderá-lo, como muitos fazem, sem deixar, no entanto, de entender seu caráter transitório e que seu estudo, doravante, tem a ver com os ensinos que ele pode nos dar em o nosso culto racional, em nossa adoração em espírito e em verdade que devemos oferecer ao Senhor.

- Outro elemento que nos permite verificar que o culto levítico possui tanto beleza quanto glória é a sua própria condição de tipologia de Cristo, Cristo que é chamado, pelo profeta Isaías, de “Renovo do Senhor, cheio de beleza e de glória” (Is.4:2). Assim, o próprio papel tipológico do culto impõe que seja ele composto de beleza e de glória.

III - PRINCÍPIOS DE ADORAÇÃO NO CULTO

É claro que a adoração do AT estava carregada de coisas que foram postas “até ao tempo oportuno da reforma” (Hb 9.10). “Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados” (Hb 9.11), o que estava envelhecido e prestes a desaparecer, passou (Hb 8. 13), mas a tudo subjaz alguns princípios atemporais que queremos observar. Notemos:

3.1 A adoração deve ser verdadeira. No AT Deus devia ser adorado do mais profundo do coração (Abel e sua fé), e não religiosamente apenas (Caim e seus frutos). Os profetas condenavam veementemente o formalismo religioso (1Sm 15.22). A aparência vazia é recusada (Dt 6.5; Is 1.10-17; 58; Ml 1.7,8), e a retidão do povo é exigida (Am 5. 24-27). O culto no AT era centralizado em Deus, que reivindica e espera isso de seu povo (Gn 8.20; 35.11, 14; Êx 3.18; 5.1; 2Cr 7.3; Ne 8.6).

3.2 A Adoração deve ser só a Deus. O texto áureo do povo de Israel, os Dez Mandamentos, começa com a ordem expressa: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). A idolatria, o ato de colocar qualquer coisa no lugar, ou ao lado de Deus é expressamente condenada (Êx 20.4-6; 1Rs 13.1; 14.7;18; Am 4.15; Os 8.1; Mq 5.13).

3.3 A adoração deve ser sacrificial. O princípio do sacrifício: substituição pelo pecado, ou oferta pacifica está estabelecido no culto do AT. Ninguém se aproximava de Deus a seu bel prazer, o sacerdote era o intermediário para oferecer sacrifícios pelos pecados do povo, bem como ofertas de adoração (Lv 1-6). O grande cume da adoração nacional era o Dia da Expiação nacional (Lv 16), onde o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos, oferecendo um sacrifício por ele, e depois no Propiciatório (a tampa da Arca da Aliança), oferecia um sacrifício pelo pecado nacional. O caminho entre o altar do holocausto e o altar do incenso (adoração) era salpicado com o sangue do sacrifício. Sem o sangue do holocausto ninguém chegaria ao altar do incenso. Este belo símbolo mostra que a adoração tem que ser sacrificial. Deus só aceita adoração de quem já foi lavado (Hb 10.22).

3.4 A adoração deve ser reverente. Moisés quando teve uma visão de Deus na sarça foi advertido que até as sandálias tirasse (Êx 3.1-5). No Sinai, o povo na presença de Deus não podia se aproximar do monte, e o temor tomou conta de todos (Êx 19. 16-25; 20.18-19). No Tabernáculo e no Templo só os sacerdotes oficiavam e o manuseio dos objetos era para ser feito com o máximo de cuidado. A presença de Deus sempre resulta em temor e prostração (1Rs 18. 38-39; 2Cr 7.1-3; Sl 95. 6; Is 6. 1-5). O adorador ao aproximar-se da Majestade divina deve fazer sabendo onde está pisando, ali é lugar sagrado (Ec 5. 1-20).

3.5 A adoração deve ser alegre. A reverência não exclui alegria. Não se pode confundir reverência com morte, formalismo, frieza. O culto no Antigo Testamento tinha muita movimentação, festa. O povo tocava, cantava, e se alegrava na presença de Deus (2Sm 6; Sl 95. 1-7; 100; 150). Os Levitas eram encarregados da execução do canto e de tocar os instrumentos (1Cr 15.16; 16.4-6; 2Cr 5. 12-14). O culto deve ser celebrativo, e exultante.

CONCLUSÃO: 

Que tipo de Culto estamos prestando a Deus?

1. Hoje temos cultos inteiramente voltados à prosperidade, nos quais as pessoas adoram a Deus por barganha para ganhar as bênçãos de Deus. Cultos voltados para a prosperidade material são um desvio da adoração correta a Deus. A evidência do amor de Deus não é prosperidade financeira, mas sua eleição e amor pactual.

2. Vemos também igrejas reestabelecendo elementos da antiga aliança (batismo no Jordão, arca da aliança e outros elementos judaicos), quando Malaquias nos mostra que viria novamente o Anjo da Aliança e Hebreus diz que tais coisas era sombras. Na adoração a Deus a pergunta não é se é proibido, mas se é ordenado.

3. Deus não se preocupa se o culto tem estrelas, artistas, homens que usam o Altar para se auto promover, mostrar seus talentos, seus dotes, como se púlpito fosse um palco. Não. Deus quer que o Culto seja feito conforme foi ordenado, e que seja feito com todo coração, em Espírito e em verdade (Jô 4:24).

4. Os cultos não são somente para celebração e festa, mas também há espaço para exortação e lamentação (Tg 4.9). Que Deus nos ajude, que em nossos cultos, Jesus não fique do lado de fora como na igreja de apocalipse (Ap 3:20).



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