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AD Alagoas / Lições Bíblicas

15/06/2018

Lição 12 - Ética Cristã e Política

Comentário da lição bíblica para o fim de semana com Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Romanos 13.1-7

INTRODUÇÃO

O crente é um súdito do reino de Deus na Terra, e como tal tem os seus deveres de cunho espiritual a cumprir com ele. Nada obstante, é também cidadão do país onde nasceu e tem para com estas obrigações cíveis, como os demais cidadãos, uma vez que recebe do Estado o amparo, a segurança, os direitos, enfim, que as leis deste lhe outorgam. Nesta lição vamos tratar do papel que cabe à Igreja dentro do contexto político do Estado, ressaltando a sua inteira independência do mesmo, da separação que deve existir entre ambo

I – UMA PERSPECTIVA BÍBLICA DA POLÍTICA

A política faz parte da vida em sociedade. Exerce influência em todas as áreas da vida, atinge a comunidade cristã. Como o cristão não vive isolado, é importante assimilar corretamente o conceito de política, pois ela produz implicações no dia-a-dia de todos. Não faz sentido o crente dizer que não quer envolver-se com ela. Ainda que não seja militante nesta área, o crente não pode se esquecer que a Palavra de Deus nos exorta a orarmos por aqueles que estão exercendo cargos políticos e autoridades governamentais, e diante disso estar informado sobre o desempenho de seus governantes, sem esquecer que eles são eleitos para trabalhar em favor da nação.

1. Deus governa todos os aspectos da vida humana, inclusive o político.

As Escrituras registram que Deus é soberano. Ele “remove os reis e estabelece os reis” “porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus” (Daniel 2.21); Romanos 13.1). O Todo Poderoso governa o aspecto político da vida no mundo; foi o Altíssimo quem estabeleceu a liderança política de José, como importante governador do Egito, e de Ester, como a rainha da Pérsia e da Média ((Atos 7.9,10; Ester 5.2).

Como cristãos vivendo em território brasileiro, que nos garante exercer a cidadania, escolher em votação os governantes do país, é preciso estar consciente, politicamente. Para exercer a cidadania de maneira correta, é necessário estar consciente sobre os direitos e deveres que possuímos, e isto demanda uma compreensão do que vem a ser o verdadeiro exercício político.

Independentemente da situação política que o Brasil se encontra, não é possível viver em sociedade sem a política, pois o desdobramento político afeta beneficiando ou prejudicando o cidadão, tanto individual como coletivamente. Por muitas décadas a política foi considerada coisa diabólica no meio evangélico. Como resultado, houve rejeição e omissão quanto aos rumos do país, e os espaços vagos deixados pelos crentes no Poder Público foram ocupados por ateus, ímpios e gente disposta a confrontar princípios de morais.

A apatia dos cristãos em exercer seu direito político-partidário deixa o Brasil nas mãos de governos contrários ã cultura judaico-cristã. O cristão deve cumprir seus deveres civis (Mateus 22.17-21). Apenas com o amadurecimento da igreja, com a conscientização e atitude proativa do crente é que esse quadro ruim será mudado para melhor.

2. Deus levanta homens que o glorifiquem na política.

Deus usou José, Ester e Daniel na esfera política (Gênesis 41.37-57; Ester 2.12-20; Daniel 2.46-49). “Quando os justos triunfam, há grande alegria; mas, quando os ímpios sobem, os homens escondem-se” (Provérbios 28.12). Quando as pessoas se colocam à disposição do Senhor, por intermédio delas o Senhor abençoa o seu povo (Gênesis 42.46-49; Ester 7.1-10; Daniel 2.1-45).

O desempenho do Presidente da República Federativa do Brasil tem a ver com a saúde da população, com a educação de nossos filhos, o valor do salário do trabalhador e o valor do benefício dos aposentados brasileiros. Todos os brasileiros têm sua responsabilidade sobre a presença e gestão de quem exerce o cargo presidencial, pois é pelo meio do voto eleitoral que o político tem a possibilidade de assentar na cadeira presidencial e decidir o futuro do povo.

A política procura definir a conduta ideal do Estado. Infelizmente, no meio cristão, há aqueles que dizem ser completamente desnecessário o envolvimento com as questões públicas. Exerçamos a nossa cidadania e sem dúvida Deus não se omitirá em fazer o que é da competência dEle na conjuntura política do Brasil.

É dever do cristão ter consciência política, agir como sal e luz neste mundo (Romanos 13.7). Precisa estar em plena condição de conduzir-se de modo digno diante de Deus, da pátria, de sua consciência e das pessoas que o cercam, reconhecendo as autoridades constituídas (1 Pedro 2.17). Compreender que a participação política é uma necessidade vital de todos os indivíduos, inclusive cristãos.

3. O Estado e a Política.

A natureza e o objetivo do Estado perpassam o magistrado civil, sua vocação tem origem no Criador, que é o Ser Supremo sobre todos e tudo. Visando a sua glória e o bem público, Deus constituiu sobre o povo magistrados civis que lhe são sujeitos, e a este fim, os armou com espada para a defesa dos bons e castigo dos malfeitores (Salmos 82.1-6; Provérbios 8.15-16; Daniel 2.20-21; e 4.25; João 19.10-11; Romanos 13.1-2; 1 Pedro 2.13-14).

Mas, o que é política? O vocábulo política significa “a arte de governar”. A palavra grega da qual política é derivada é polis, que significa ‘cidade’. Política no sentido clássico envolve a arte de fazer uma cidade funcionar bem, o termo pode apontar tanto ao modo como os governantes administram e escolhem as melhores opções para a nação, assim como o processo pelo qual o povo elege os seus representantes para o exercício do poder. Logo, a política é parte essencial da vida humana.

 À luz das Escrituras. A política é tratada com diretrizes para o relacionamento apropriado do cristão com as autoridades seculares, segundo princípios que estruturam e orientam o sistema bíblico de governo civil.

A INDEPENDÊNCIA ENTRE A IGREJA E O ESTADO

O maior prejuízo que a Igreja do senhor sofreu, através dos séculos, teve início quando o Imperador Constantino aderiu ao cristianismo, batizando-se ele e toda a sua corte, arrastando assim ao seio da Igreja todos os seus maus hábitos e a sua idolatria. Aquilo que Satanás não havia conseguido, afogando-a no sangue dos mártires que eram cruelmente lançados às feras, nas arenas do Coliseu Romano, ou nas fogueiras e outros inomináveis sofrimentos, que os obrigavam a morar nas cavernas e covas (catacumbas) mas, sem, no entanto, silenciarem quanto ao testemunho de Cristo (Hb 11.38), alcançou, no entanto, tomando o cristianismo a igreja oficial do Império, afogando os líderes da época, na “seda e na púrpura” ou seja, no pecado e na luxúria. Deste modo, sua autoridade espiritual foi aniquilada, e, os tais, para agradar as autoridades seculares, foram obrigados, pouco a pouco, a mudar o essencial, no que respeita ao culto, à doutrina e à disciplina. Tornando o cristianismo autêntico, naquilo que é hoje a Igreja Romana, que de cristã só tem o nome. Por essa razão, entendemos que a independência entre a Igreja e o Estado deve ser absoluta.

O CRENTE COMO CIDADÃO DO CÉU

A Bíblia ensina, que a Igreja está aguardando ansiosamente a sua trasladação para a sua pátria celestial (Fp 3.20,21; J0 17.16), e classifica esta expectativa como a “bem-aventurada esperança” (Tt 2.12,13). Na qualidade de cidadão do Céu, devemos viver de tal maneira a não causar escândalo nem aos gentios, nem aos judeus, nem à Igreja de Deus (1Co 10.32). Devemos nos portar com dignidade diante de todos.

INSUBMISSÃO ÀS AUTORIDADES É REBELDIA

Sem dúvida, o povo de Deus, através de todos os tempos, tem sofrido dura oposição por parte das autoridades, mas isto não nos autoriza a fazer oposição aos poderes constituídos.

Por três séculos, o Império Romano desencadeou cruel perseguição à Igreja. O apóstolo Paulo foi vítima desses poderes até a morte, mas deixou escrito: “Quem se opõe ‘as autoridades, resiste a Deus”.

É dever do verdadeiro servo de Deus, cooperar, ajudar, e acatar as ordens das autoridades para o seu próprio bem, orando por elas (1Tm 2.13). Resistir-lhes ou oporem-lhes é diabólico e traz consequências embaraçosas. (1Tm 4.12).

COMO DELIMITAR NOSSA ATUAÇÃO

Os princípios éticos devem ser observados. O púlpito da igreja não pode ser transformado em “palanque eleitoreiro”. As orientações devem ser claras, precisas e esclarecedoras, contudo, não se pode ocupar o espaço da palavra ou da adoração. As convicções cristãs devem ser conhecidas por todos bem como a posição da igreja. Se houver coerência entre o discurso e a fé cristã, certamente a igreja acatará o conselho da liderança.

Por outro lado, não se pode confundir a cruz de Cristo com ideologias partidárias. A renovação política não pode ser substituída pela transformação espiritual. A degeneração da sociedade não será resolvida ou corrigida por uma série de leis que inibam a má conduta. Somente a propagação do evangelho de Jesus Cristo pode deter o declínio e a ruína moral de nossa sociedade.

A igreja deve fazer oposição a qualquer ideia que desrespeite a mensagem do evangelho. Precisa se mobilizar para erradicar os políticos corruptos em todas as esferas. Porém, a batalha nas urnas será constante. Se usarmos apenas a ferramenta política certamente venceremos umas batalhas e perderemos outras. Mas, se cumprirmos nosso papel de sal da terra e luz do mundo, o poder do evangelho pode desarraigar para sempre a iniquidade dos corações.

Levanto a bandeira da conscientização política e sou favorável a mobilização evangélica. Entendo que o cristão deva divulgar sua posição coerente com o evangelho. No entanto, lembro que nossa luta não é contra a carne e o sangue (Ef 6.12). A Igreja não pode se limitar a fazer oposição e oferecer resistência à iniquidade no poder temporal. Não pode depositar sua confiança e esperança em decisões políticas, embora não deva subestimá-la ou negligenciá-la.

As lideranças devem promover o “voto consciente” sem descuidar-se do avivamento espiritual. O avivamento liderado por John Wesley (1703-1791) trouxe mudanças sociais na Inglaterra. Porque na realidade o mal a ser combatido é o pecado

AJUSTANDO O FOCO DA IGREJA

Durante todo o tempo que Jesus Cristo esteve aqui na terra, ele nos deixou muitos ensinamentos, e demonstrou ao mundo a sua maior missão através do seu grande amor por nós, que era libertar e salvar a humanidade. Aos seus discípulos, foi dada a missão de continuar a espalhar este amor, como também fazer novos discípulos, a igreja.

Nos dias atuais, é possível notar, que a igreja de Cristo vem perdendo o seu maior foco, no que se diz respeito à sua principal tarefa, que é anunciar ao mundo o grande amor de Deus. Mc 16: 15-16.

É verdade sim, que mundo afora, as igrejas estão cada vez mais lotadas. Mas o evangelho genuíno da Palavra, tem sido verdadeiramente pregado? Temos ensinado a essas pessoas sobre o Reino de Deus e a sua justiça?

Devemos compreender o fato de que o nosso governo não pode nos salvar! Só Deus pode. Nunca lemos no Novo Testamento sobre Jesus ou qualquer um dos apóstolos gastando qualquer tempo ou energia em ensinar os crentes a reformar o mundo pagão de suas práticas idólatras, imorais e corruptas através do governo. Os apóstolos nunca convidaram os crentes a demonstrar desobediência civil e protestar contra as leis injustas ou esquemas brutais do Império Romano. Em vez disso, os apóstolos ordenaram os cristãos do primeiro século, assim como nós hoje, a proclamar o evangelho e viver vidas que dão evidência clara do poder transformador do Evangelho.

O propósito original da igreja, dado por Deus, não se encontra em ativismo político. Em nenhum lugar na Bíblia temos o comando de gastar nossa energia, nosso tempo ou nosso dinheiro em assuntos governamentais. A nossa missão não reside na mudança da nação através de uma reforma política, mas na mudança de coração através da Palavra de Deus. Quando os crentes acham que o crescimento e a influência de Cristo podem de alguma forma se aliar com a política do governo, eles corrompem a missão da igreja. O nosso mandato cristão é espalhar o evangelho de Cristo e pregar contra os pecados do nosso tempo. Só à medida que os corações dos indivíduos em uma cultura são alterados por Cristo é que a cultura começa a refletir essa mudança.

CONCLUSÃO

O cristão não pode ser contrário a uma atividade que busca a “conduta ideal do Estado”. Como cidadãos da terra, precisamos viver num determinado local físico e social, que faz parte de um Estado, que faz parte de um País. Esses precisam ser administrados por homens de bem. Melhor seria que fossem cristãos. Que Deus nos dê sabedoria e visão.

A melhor atuação política da igreja deve ser por meio da conscientização e orientação dos seus membros, para que votem com ética e discernimento bíblico. Cabe à liderança o ensino adequado da política à luz das Escrituras, enfatizando a importância da politização sadia dos crentes e o envolvimento com as questões públicas. Por outro lado, não se recomenda o envolvimento direto da igreja local com as disputas político-partidárias ou a declaração de apoio a candidatos. O púlpito não é lugar para propaganda eleitoreira, e a igreja de Deus (Gl 1.13) não é trampolim político, mas a coluna e firmeza da verdade (1Tm 3.15).



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