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25/09/2020

Abarrotados demais para sentir fome por Deus!

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Por Tiago Cavalcanti Alves


Resumo do prefácio e da introdução do 
Livro Fome de Deus, buscando Deus por 
meio do Jejum e da Oração, John Piper, 
Editora Cultura Cristã.


Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Apocalipse 3:20


Após o entendimento da nossa necessidade diária de nos alimentarmos do nosso Pão Vivo que desceu dos céus, observemos os motivos que podem explicar uma ausência de fome por Deus em nossa vida cristã. O autor do livro defende com muita propriedade que “se você não sente desejos fortes pela manifestação da glória de Deus não é porque tenha bebido muito e esteja satisfeito. Ao contrário, é porque você tem petiscado a mesa do mundo. Sua alma está recheada com coisas insignificantes, e não há espaço para coisas importantes”[1]. Este é o nosso horizonte neste artigo. Todos sabemos que o pecado nos afasta de Deus e ele impede nossas orações, quebra nossa intimidade com o Espírito Santo. Algumas referências bíblicas podem ser destacadas nesta seara; Hebreus 12:14, Isaías 59:1-2, Tiago 4:4-5. Entretanto, não pretendemos ajustar o nosso foco nesta direção neste momento. 

Não é apenas o pecado que pode congestionar o nosso relacionamento com Deus, suas bençãos também podem ser motivo de abarrotamento[2] em nossas vidas. Por gerimos mal aquilo que nos foi confiado pelo Senhor, por sermos desproporcionais, muitas vezes, na administração dos nossos recursos, tempo e prioridades, nossas vidas passam estar abarrotadas com coisas desta vida e não conseguimos mais discernirmos os valores e a urgência do Reino de Deus. Quando nos faltar interesse para orar, alegria em meditar e estudar a palavra do Senhor e a disposição para realizarmos a obra do Senhor, que saibamos reconhecer, além dos nossos pecados volitivos[3], que nossas vidas podem estar abarrotadas com as coisas desta vida. Pois não é a glória do Senhor que se tornou insossa, que tenhamos a hombridade[4] para reconhecer que o problema está em nós e não em Deus. Vejamos duas passagens que nos trará bastante luz neste momento.

1)  A parábola da Grande Ceia

Esta parábola nos apresentará a bem-aventurança dos que discernem o Pão da Vida e se dedicam para desfrutá-lo em um verdadeiro banquete do Reino de Deus posto a nossa disposição diariamente. Jesus e seus apóstolos estavam na casa de um dos principais fariseus para comer pão (Lucas 14:1). Após curar um homem de sua enfermidade mesmo sendo um sábado, Jesus estava diante de uma mesa repleta de alimentos e alguém que também estava na mesa falou: “Bem-aventurado o que comer pão no reino de Deus”. Eles certamente deveriam estar ansiosos pelo alimento posto a mesa e também encantados com materialização do Reino de Deus na cura que acabaram de presenciar. Então, Jesus, em resposta a esta afirmação, contou a parábola da grande ceia que se encontra em Lucas 14:16-24.

É provável que quem falou sobre a bem-aventurança de comer pão no reino de Deus estava se dirigindo a um reino em sua concepção da vida eterna após a morte. Mas, Jesus, em todo o seu ministério, além de defender o paraíso após a morte, como foi feito com o ladrão na cruz em Lucas 23:43, sempre apresentou a perspectiva do reino que se torna realidade na vida dos homens no momento do arrependimento. Certa vez, ele foi interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o Reino de Deus, e em resposta Jesus defende que o seu reino já estava entre os homens (Lucas 17:20-21).

Dentro desta perspectiva, acredito que Jesus estabeleceu o desafio da parábola da grande ceia. Um banquete já está preparado, e todos nós somos convidados a participar do Pão Vivo que desceu do céu, todos nós somos convidados a nos alimentarmos do Senhor como nossa porção diária (Lamentações 3:24) e nos deleitarmos em sua tão doce presença (Salmos 37:4). Todos os que têm sede são chamado às águas que jorram no coração de todo o que nele crer (João 7:38), “sem dinheiro, e sem preço” somos chamados a comermos “pão, vinho e leite”, “a comermos o que é bom”, “a deleitar a nossa alma com a gordura” como parafraseou o profeta Isaías em Isaías 55: 1-2.

Na parábola, Jesus afirma que uma grande ceia estava preparada e que os convidados deram desculpas para não comparecerem. Um afirmou que tinha comprado uma propriedade e precisava ir vê-la, outro, respondeu que já estava com uma refeição programada, havia comprado cinco juntas de bois e iria experimentar, e o terceiro, afirmou que não podia ir porque estava recém casado. Se observarmos as justificativas que fizeram os convidados perder o interesse pelo banquete oferecido, constataremos que todos os motivos apresentados tratavam-se de coisas que a princípio não eram pecados, mas, sim, dádivas do criador. A atratividade encontrada nas dádivas de Deus fez com que eles perdessem o interesse de desfrutar do convite oferecido. O convite representava a intimidade com Jesus, os homens estavam sendo convidados para desfrutarem da presença do Pão Vivo que desceu do céu, a adorarem o Pai em espírito e em verdade, a entrarem no Santo dos Santos com ousadia a partir da mediação de Jesus, a se deleitarem na palavra de Deus e em cumprir a vontade Dele em suas vidas. Mas, eles estavam ocupados demais para que pudessem dedicar tempo e atenção para o convite do Reino de Deus. Como descreve o versículo na epígrafe deste artigo, Jesus estava às portas, batendo e buscando alguém que estivesse disponível e interessado em desfrutar de um banquete em sua presença.

Quando Jesus descreveu o que impedia aqueles homens de desfrutar de sua presença, afirmou que eles estavam abarrotados demais para poder aproveitar a oportunidade que lhes fora oferecida. A aplicação desta verdade em nossas vidas nos ensina que podemos ser maus mordomos daquilo que Deus tem nos dado para zelar e administrar e podemos perder de aproveitar o Reino de Deus em nossas vidas como nossa prioridade. O autor do livro trás profundidade nesta seara:

“O maior inimigo da fome por Deus não é o veneno, mas a torta de maçã. Não é o banquete dos perversos que enfastia o nosso apetite pelo céu, mas o infindável beliscar à mesa do mundo. Não é a obscenidade num filme, mas os chuviscos da trivialidade do horário nobre que sorvemos todas as noites. Isso porque todo mal que Satanás pode fazer, quando Deus descreve o que nos impede de banquetear à mesa do seu amor, é um pedaço de terra, uma junta de bois e uma esposa (Lc 14:18-20). O maior adversário do amor de Deus não são seus inimigos, mas suas dádivas. E os apetites mais mortais não são pelo veneno do mal, mas pelos simples prazeres da terra. Isso porque quando estes tomam o lugar do apetite pelo próprio Deus, dificilmente a idolatria é identificável e torna-se quase incurável.”[5]

2)  A semente semeada entre os espinhos

A parábola do Semeador foi apresentada como uma chave interpretativa para entendermos todas as demais parábolas. Jesus costumava ensinar por parábolas com a finalidade de explicar e ilustrar de forma detalhada os princípios e valores do Reino de Deus para seus discípulos. Seguindo a instrução de Jesus em Marcos 4:13, encaixaremos esta chave para nos auxiliar na compreensão do que pode congestionar nossas vidas em nosso crescimento e frutificação no Reino de Deus.

Na parábola do semeador, observemos que Jesus destacou um grupo de pessoas que não conseguem gerar frutos por terem sido “sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida”, Lucas 8:14. Em outro ponto ele disse: “mas os cuidados do mundo, as fascinações da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera”, Marcos 4:19. O que está em jogo aqui não se trata de pecados carnais, mas sim de se ocupar com os cuidados de um campo, o prazer de desfrutar cinco juntas de bois e de se devotar a um casamento em detrimento do processo de crescimento e frutificação do reino de Deus. Vejamos relevante contribuição do autor: “Os deleites da vida e a fascinação... [pelas demais ambições] – essas coisas não são más em si mesmas. Não são vícios. São dádivas de Deus. São a carne, a batata e o café, e a jardinagem, a decoração, as viagens, os investimentos, assistir TV, navegar na internet, fazer compras, exercícios, coleções e bate-papo essenciais. E todas elas podem se tornar substitutos mortais de Deus.

- E o jejum?.... Há!!!! Como ele é importante para nos proteger dos efeitos mortais dos prazeres inocentes, da fascinação e dos cuidados da vida. Ele nos exercitará e nos fortalecerá para descongestionar nossas vidas; ele fortalecerá a doçura da Palavra de Deus, nosso interesse pelo banquete celestial e pelo crescimento e frutificação do Reino de Deus em nossas vidas; verdadeiramente ele nos servirá como uma ferramenta celestial para cortarmos os “espinhos”. Não apenas o jejum de alimentos, mas experimente se abster de alguma dádiva de Deus, de algo que você perceba que está sendo desproporcional em suas escolhas no exercício de sua mordomia, experimente sacrificar aquilo que tem roubado a sua atenção, o seu foco e suas prioridades por um período determinado a fim de dedicar-se ao banquete que está preparado para você. A questão engloba todas as coisas que poderiam ser um substituto para Deus, coisas que são legítimas em si mesmas, mas que devem ser resistidas se estiverem nos privando do banquete celestial.

O Reino de Deus precisa ser abraçado como quem encontra com a Pérola de Grande Valor e o Tesouro Escondido, com alegria precisamos nos desprender num exercício diário de negar-se a si mesmo. Que possamos nos descongestionar dos cuidados desta vida e dos prazeres inocentes que roubam o nosso tempo de estar desfrutando do banquete celestial preparado para nós. Precisamos ajustar nossos pensamentos para o Senhor e para o seu Reino (Filipenses 4:7-8, Colosenses 3:1-3) e entender que o melhor lugar para estarmos na gestão do nosso tempo e prioridades é aos pés do nosso Senhor como fez Maria escolhendo a melhor parte. Caminhamos para a conclusão deste artigo com as palavras de Jesus destacando a brilhante escolha de Maria: “Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada”,  Lucas 10:41- 42. Que possamos buscá-lo com todo o nosso coração, com todas as nossas forças e com todo o nosso entendimento. Vigiemos pelos espinhos que impedem o nosso crescimento e a nossa frutificação espiritual com a prática do jejum, não deixemos que o nosso casamento, nossas propriedades e as possibilidades de entretenimento nos façam insensíveis ao convite de um banquete preparado para nós.



[1] Página 17 do livro em questão.

[2] Quando utilizamos a expressão abarrotamento neste artigo, entenda algo que está cheio em demasia ao ponto de congestionar os caminhos do reino de Deus em nossas vidas.

[3] Pecados deliberados, associados à prática de uma ação pecaminosa. Não associado a uma omissão.

[4] Retidão de caráter; dignidade; honradez.

[5] Página 10 do livro em questão.

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