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O último sábado, dia 30 de maio, amanheceu coberto de nuvens e a chuva caiu forte em nossa cidade. O vento soprava frio e invadia as nossas casas pelas brechas de nossas portas e janelas. Parecia o dia perfeito para ficarmos recolhidos e o clima nos trouxe calma e certa melancolia, talvez, quem sabe, nos dando um sinal de que teríamos, logo mais, uma grande e terrível notícia. E foi assim que aconteceu.

Não demorou e as redes sociais, ainda muito cedo, disparavam a notícia: Pr. Jairo Clementino acaba de falecer. O mundo desabou sobre nossas cabeças e o chão desapareceu sob nossos pés. Naquele instante, ninguém queria acreditar. Achávamos que tudo não passava de um grande pesadelo e que logo mais estaríamos acordando.

Atordoados, corremos para nosso grupo da COMADAL. Lá, já estavam centenas de postagens, cada um escrevendo o que seus corações mandavam e alguns, como eu, dizendo apenas “sem palavras”.

Naquele momento tão difícil, a gente tentava entender e aceitar tudo o que estava acontecendo, mas era muito difícil. Uma dor e uma grande saudade já nos dominavam. E a pergunta que fazíamos era: “Como será agora sem o pastor Jairo Clementino?”. Pastor de congregação, administrador da igreja, competente, bom articulador, bem relacionado, amigo de todos, alegre, cooperador fiel do nosso presidente. Ficamos todos perdidos com nossas interrogações.

Procuramos nos consolar ligando para os demais companheiros, tentando compartilhar a dor e o sofrimento comuns entre nós naquele momento. E o sábado segue com suas horas intermináveis, com sua chuva, seus ventos e seu frio. Um dia todo triste. Um dia para esquecer.

A tarde finalmente chega, e nós não temos mais nada o que fazer, a não ser nos despedir do nosso amigo Jairo. E lá, mais uma vez, derramamos as nossas lágrimas.

Nosso presidente Rev. José Orisvaldo Nunes de Lima, visivelmente abalado, buscou forças não se sabe onde para realizar a cerimônia. Certamente, uma das mais difíceis da sua vida. Em suas palavras, nos contou uma história que comoveu a todos. Disse que há vários anos foi enviado à cidade de Novo Lino para ministrar um seminário para os obreiros da igreja e lá conheceu um menino de 12 anos, de calças curtas e com caderno e lápis na mão. Como só havia adultos na sala, o pastor lhe perguntou o que ele estava fazendo ali. O menino respondeu que iria participar da aula de teologia. Então o pastor faz a seguinte pergunta: “Como é seu nome?”.  “Jairo”, responde o menino.

Naquele instante, o Espírito Santo revelou ao pastor José Orisvaldo Nunes que ali, diante dele, de calças curtas, estava um futuro grande obreiro. Naquela sala, aos 12 aos de idade, começou a história ministerial do pastor Jairo Clementino, uma história vitoriosa e admirável.

A tarde do sábado se aproxima do fim. Com coroas de flores e salvas de palmas, seus irmãos e amigos se despediram de um grande homem.

Sua partida, aos 47 anos, deixa um grande vazio, o qual sentiremos por muito tempo nos púlpitos das nossas igrejas, em nossas festas, reuniões e viagens. Nunca mais iremos abraçá-lo, mas nos consola saber que desde sábado, dia 30, ele já está sendo abraçado por todos os homens de Deus que também estão do outro lado.

Nos dói muito, mas Deus quis assim.

Pr. Erivaldo Teixeira dos Santos