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Pesquisadores da Universidade de Kingston, em Londres, encontraram evid?ncias de que pessoas com a doen?a de Alzheimer apresentam n?veis menores de vitamina D armazenada no organismo, se comparadas a pessoas saud?veis ou pacientes que utilizam medica??o para o tratamento dos sintomas cognitivos da doen?a. O artigo foi publicado na edi??o de novembro do peri?dico Current Alzheimer Research.

Durante seis meses, os pesquisadores analisaram amostras de sangue de 105 pessoas, divididas em tr?s grupos: pacientes de Alzheimer tratados com acetilcolinesterase (que ameniza os sintomas cognitivos causados pela doen?a), pacientes que n?o usavam rem?dios e um grupo de controle composto por pessoas que n?o apresentavam a doen?a.

Os pacientes que n?o utilizavam a medica??o tinham baixos n?veis de vitamina D2 armazenada no organismo, enquanto as pessoas dos demais grupos apresentam n?veis normais. Para os autores do estudo, os inibidores de aceltilcolinesterase podem contribuir para a absor??o de vitamina D2 pelo organismo, o que explicaria porque as pessoas que n?o ingerem o medicamento teriam os n?veis mais baixos da vitamina armazenados.

Armazenamento - Existem dois tipos de vitamina D. A D2 ? obtida por meio de alimentos, principalmente peixes e derivados do leite. J? a D3 ? produzida pelo organismo em contato com a radia??o solar. A vitamina D2, ap?s ser processada pelo organismo, ? armazenada. Ap?s esse processo, ela ? denominada 25OHD2.

No caso desse estudo, os pacientes que n?o estavam se tratando tinha n?veis baixos de 25OHD2, apesar de terem n?veis mais altos de vitamina D2 em sua ?forma bruta?, ou seja, a forma encontrada nos alimentos, do que os demais participantes da pesquisa. Para observar esses resultados, os pesquisadores desenvolveram um exame de sangue capaz de mostrar as quantidades das diversas varia?es de vitamina D no organismo.

Perspectivas - De acordo com Declan Naughton, coordenador do estudo, o pr?ximo passo da pesquisa ? descobrir a raz?o para esse baixo n?vel de vitamina D2 em sua forma armazenada. "Por se tratar de um estudo observacional, n?s mostramos que pacientes de Alzheimer apresentam n?veis muito baixos de vitamina D2 armazenada, mas ainda n?o sabemos se o Alzheimer influencia a vitamina ou o contr?rio", afima Naughton. Para ele, s?o necess?rios mais estudos nessa ?rea, mas as descobertas atuais podem abrir um caminho para interven?es m?dicas que corrijam os n?veis de vitamina D nos pacientes.

Ivan Okamoto, neurologista do Hospital Albert Einstein, explica que ainda n?o existem muitos estudos sobre a rela??o entre a vitamina D e o Alzheimer , mas ela tem sido muito utilizada por geriatras, que recomendam suplementa?es para pacientes que apresentam baixos n?veis da subst?ncia. Para ele, apesar de ainda ser cedo para saber aonde a rela??o entre a vitamina D e o Alzheimer vai levar, pequenas descobertas podem causar uma grande repercuss?o no futuro. "Antigamente n?o se falava sobre algumas prote?nas que existem no c?rebro e que hoje s?o as principais causadoras de altera?es identific?veis na doen?a", afirma.

A vitamina D est? relacionada com a forma??o de ossos e dentes, al?m da prote??o contra doen?as cardiovasculares e neurol?gicas. "A maioria das pessoas associa a vitamina D com a exposi??o ao sol. A ideia de que a falta da forma armazenada [da vitamina] originada de alimentos como ?leos de peixe pode estar relacionada ao desenvolvimento e progress?o do Alzheimer certamente deve ser mais pesquisada", afirma Naughton.

De acordo com dados do Minist?rio da Sa?de, aproximadamente 1,2 milh?o de pessoas vivem com Alzheimer no Brasil.