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AD Alagoas / Lições Bíblicas

12/11/2022

LIÇÃO Nº 7 – A RESPONSABILIDADE É INDIVIDUAL

Comentário da lição bíblica para o fim de semana com Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


Ezequiel 18:20

INTRODUÇÃO

  • Para além da responsabilidade individual, a Palavra de Deus se posiciona contra o fatalismo, isto é, contra a ideia de que tudo está determinado por um rígido destino.
  • A Salvação é individual. Essa deve ser nossa perspectiva de vida. Cada um de nós daremos conta de nossos atos a Deus.
  • Ninguém queira culpar A ou B, por seus pecados. É melhor se arrepender para alcançar o perdão de Deus.

- Na sequência do estudo do livro do profeta Ezequiel, estudaremos seu capítulo 18.

- Cada um dará conta de seus atos perante Deus

 I – NOSSA RESPONSABILIDADE DIANTE DE DEUS É PESSOAL.

- Deus continuava a dar mensagens ao povo cativo que estava em Babilônia por intermédio do profeta Ezequiel.

- Estava a mostrar que a ira divina viria sobre o povo por causa de suas transgressões ao longo dos séculos.

Desde que o templo fora construído, Israel insistira em desobedecer a Deus e, assim, como determinado no “pacto palestiniano”, haveria de perder a posse da terra de Canaã, como, aliás, já havia acontecido com as dez tribos do reino do norte.

- Em virtude de toda a pregação a respeito do juízo iminente sobre o povo de Judá, intensificada após o início do ministério profético de Jeremias, que já durava 36 anos, o qual dizia que, por causa dos erros de Manassés, avô do rei Josias, o povo seria levado cativo (Jr.15:4), passou a ter acolhida no meio do povo um provérbio, a saber: “Os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos se embotaram”.

- Este dito popular era uma espécie de autojustificação da geração dos dias do profeta Ezequiel. Em suma, estavam eles a dizer que o povo estava pagando pelos pecados dos seus pais, dos seus antepassados, que o castigo que estava sendo anunciado era em virtude dos pecados das gerações anteriores, em suma, que os judaítas do tempo de Ezequiel não eram culpados, estavam respondendo pelos males cometidos pelos seus pais.

- A ideia de que há uma espécie de “castigo hereditário” caminhou no meio dos israelitas. Mesmo diante do esclarecimento que será dado por Deus na mensagem que analisaremos hoje, o fato é que, mesmo nos dias de Jesus, havia este pensamento, como se vê no episódio narrado pelo evangelista João a respeito da cura do cego de nascença, quando os discípulos perguntam ao Senhor Jesus porque aquele homem nascera cego, e uma das hipóteses era porque seus pais haviam pecado (Jo.9:2).

 - Esta ideia de que os filhos respondem pelos erros dos pais parece ter tido origem na afirmação do Senhor a Moisés de que “visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração” (Ex.34:7).

- Tal afirmação, porém, em momento algum estava a dizer que o Senhor puniria os filhos por causa do pecado dos pais. É preciso verificar o contexto da afirmação.

- Por primeiro, devemos lembrar que este dito do Senhor se deu quando Deus desceu numa nuvem esse pôs junto a Moisés, quando este havia subido ao monte para clamar por misericórdia pelo povo que havia acabado de cometer o pecado do bezerro de ouro.

- Deus Se apresenta a Moisés como “JEOVÁ, o SENHOR, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade, que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão, e o pecado: que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração” (Ex.34:6,7).

- Notemos, a princípio, que, em resposta à intercessão de Moisés (Cf. Ex.32:30), Deus Se apresenta como um Deus de misericórdia, como o Deus que perdoa o pecador, como Aquele que é longânimo e que limita a ação da Sua ira, ao contrário da ação de Sua beneficência, que é ilimitada.

- Portanto, este texto não está, de modo algum, a dizer que Deus irá punir os filhos e os filhos dos filhos pelos pecados de seus pais, de seus ascendentes, mas, sim, que irá limitar as consequências destes pecados até a terceira e quarta geração. O Senhor mostra aqui que Sua justiça é cercada da misericórdia e que não tem prazer algum que as consequências dos pecados de outros se perpetuem entre as gerações vindouras.

- O pecado gera consequências que abalam as gerações futuras. O próprio Deus, ao lançar o juízo sobre o primeiro casal, lançou consequências daquele primeiro pecado que acompanhariam toda a humanidade durante toda a sua história, como, por exemplo, a morte física e a necessidade do trabalho para a sobrevivência.

- No entanto, em virtude da misericórdia divina, os pecados subsequentes teriam consequências que não iriam alcançar senão a terceira e quarta geração. Ademais, o texto é bem claro ao mostrar que se está diante de um Deus que não tem o culpado por inocente, ou seja, não iria permitir que alguém fosse punido por culpa de outrem.

- Tanto que é neste texto que se encontram os famosos “treze atributos da misericórdia divina” (piedoso, aberto ao arrependimento, perdoador, compassivo, gracioso, tardio em irar-Se, magnânimo em Sua bondade, verdadeiro, preservador da bondade para milhares de gerações, perdoador da iniquidade se houver arrependimento sincero, perdoador da rebeldia quando houver arrependimento sincero, perdoador do erro quando houver arrependimento, purificador do arrependido). Portanto, não seria num texto em que Deus mostra a Sua misericórdia que Ele diria que viria a punir alguém por algo que não fez.

- De qualquer modo, havia este provérbio sendo dito e repetido no meio dos israelitas, como se fosse uma verdade, como se fosse algo que deveria ser acreditado pelo povo. Aqui vemos, nitidamente, o perigo de se tomarem como verdades crenças que não têm origem em Deus, pensamentos oriundos da imaginação ou do pensamento de alguém que são rapidamente repetidos e difundidos no meio do povo.

- Costumamos dizer que há um “dom” no meio do povo de Deus que não foi dado pelo Senhor, o “dom de papagaio”, por meio do qual as pessoas passam a repetir o que ouviram e acharam bom ou bonito e, de tantas repetições, aquilo passa a ser uma verdade, algo em que todos creem.

- Era o que acontecia nos dias de Ezequiel: o provérbio era crido por todos e era necessário que o Senhor retirasse este pensamento, que não correspondia à realidade das coisas.

II - SALVAÇÃO OU MALDIÇÃO HEREDITÁRIA?

-O que significa a salvação em Cristo?

-Nossa salvação só é possível por meio dos méritos, da misericórdia e da graça de Jesus Cristo. A doutrina de Cristo nos ajuda a entender que, por meio de Sua graça, podemos aprender o evangelho, receber as ordenanças e prosseguir no caminho que conduz à vida eterna(Ef 2:8).

-Maldição hereditária é a ideia de que uma pessoa é penalizada pelas ações de suas gerações passadas. Nos últimos anos a maldição hereditária tornou-se muito popular dentro de certos círculos evangélicos. Campanhas e mais campanhas prometem desfazer qualquer tipo de enrosco do passado.

Segundo os adeptos dessa prática, maldições lançadas ou causadas pela conduta de pecado de antepassados, podem interferir e prejudicar a vida de uma pessoa na atualidade. Diante dessa ideia, logo alguém se pergunta: O que a Bíblia diz sobre maldição hereditária? Realmente um cristão pode ser vítima de maldição hereditária?

É bíblico Salvação ou maldição ?

Geralmente a referência bíblica mais utilizada para defender essa ideia de maldição hereditária é um texto registrado no capítulo 20 do livro de Êxodo, onde lemos:

Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.
(Êxodo 20:5)

Esse texto é bem claro e dispensa maiores comentários. Basicamente ele diz que Deus visita o pecado dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração. Em outras palavras, nesse texto Deus alerta sobre as consequências terríveis da maldade dos pais nas gerações que se seguem. O texto também enfatiza a severidade do juízo divino sobre tal conduta de iniquidade.

Já no livro de Números, ao falar com aquela mesma geração de Israel, Deus dá o seguinte veredito:

E que todos os homens que viram a minha glória e os meus sinais, que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram à minha voz,
Não verão a terra de que a seus pais jurei, e nenhum daqueles que me provocaram a verá.
(Números 14:22,23)

Porém, nos versículos seguintes, vemos uma declaração do próprio Deus que é realmente muito interessante:

Mas os vossos filhos, de que dizeis: Por presa serão, porei nela; e eles conhecerão a terra que vós desprezastes.
Porém, quanto a vós, os vossos cadáveres cairão neste deserto.
E vossos filhos pastorearão neste deserto quarenta anos, e levarão sobre si as vossas infidelidades, até que os vossos cadáveres se consumam neste deserto.
(Números 14:31-33)

Note que nesse caso os pais foram punidos, mas os filhos não herdaram o castigo dos pais. A prova disto é que os filhos permaneceram no deserto até que a geração dos pais passasse. Assim que os pais morreram, eles puderam entrar na terra prometida.

Mas e agora? Será isto uma contradição bíblica? Por que Deus falou no livro de Êxodo que visitaria o pecado dos pais nos filhos, e no livro de Números Ele disse que não visitaria?

Felizmente a Bíblia interpreta a própria Bíblia. Assim, as Escrituras nos provam que não há qualquer contradição nelas. No livro de Ezequiel encontramos uma passagem que explica exatamente essa questão de maldição hereditária. O Senhor disse através do profeta Ezequiel:

Que é que vocês querem dizer quando citam este provérbio sobre Israel: “Os pais comem uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotam?”
(Ezequiel 18:1,2)

Perceba que os israelitas se sentiam injustiçados, pois, segundo eles, estavam pagando pelos pecados de seus pais. Isso significa que os israelitas estavam dizendo que sofriam por pecados que eles não cometeram. O contexto histórico dessa passagem fala de Israel no cativeiro babilônico.

Os judeus estavam cobrando Deus acerca disso, argumentando que eles só estavam ali por causa do que seus pais haviam feito. Em outras palavras, eles estavam alegando estar sob um tipo de maldição hereditária. Mas Deus respondeu ao povo de forma bastante clara:

Juro pela minha vida, palavra do Soberano Senhor, que vocês não citarão mais esse provérbio em Israel.
Pois todos me pertencem. Tanto o pai como o filho me pertencem. Aquele que pecar é que morrerá.
(Ezequiel 18:3,4)

No decorrer do capítulo 18, através do profeta Ezequiel, Deus explica detalhadamente o que os judeus tinham entendido errado. Entre os versículos 5 e 13, Deus dá o exemplo de um homem íntegro e justo que anda nos caminhos do Senhor. Porém esse homem íntegro tem um filho perverso e desobediente.

Deus então diz que o pai, o homem justo, viverá (Ezequiel 18:9). Quanto ao filho iníquo, mesmo o pai tendo sido justo, esse filho será castigado e morrerá. Portanto, ele será culpado por sua própria morte (Ezequiel 18:13).

Entre os versículos 14 e 19, Deus avança em sua explicação falando que esse filho perverso também tem um filho. Mas o filho desse homem iníquo não comete os erros de seu pai (o filho perverso do homem íntegro). Ao contrário disso, ele olha para os pecados do pai e não os repete. Dessa forma, Deus afirma que Ele não será castigado pelos pecados de seu pai (Ezequiel 18:17).

No versículo 19, Deus já antecipa a pergunta que certamente o povo de Israel faria. Com isso, Ele interpreta sua própria palavra no livro de Êxodo:

Contudo, vocês perguntam: “Por que o filho não partilha da culpa de seu pai?” Uma vez que o filho fez o que é justo e direito e teve o cuidado de guardar todos os meus decretos, com certeza ele viverá.
(Ezequiel 18:19)

Claramente Deus ensina que a vida reta e justa, de acordo com os seus mandamentos, torna o individuo livre de qualquer maldição hereditária. Sendo assim, Deus explica que seu juízo visita a iniquidade dos descendentes de homens ímpios que andam pelo mesmo caminho perverso de seus antepassados. Mas esse castigo divino vem sobre eles devido aos seus próprios pecados, pecados estes que são similares aos que seus pais cometeram.

Aquele que pecar é que morrerá. O filho não levará a culpa do pai, nem o pai levará a culpa do filho. A justiça do justo lhe será creditada, e a impiedade do ímpio lhe será cobrada.
(Ezequiel 18:20)

O cristão já está salvo de toda condenação (Rm 8:1)

Obviamente todos aqueles que estão em Cristo Jesus, de forma alguma estarão debaixo de qualquer tipo de maldição hereditária. O apóstolo Pedro conhecia o ensino do Senhor em Ezequiel 18, e entendeu que o sacrifício de Jesus nos liberta de todas as maldições.

Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver que lhes foi transmitida por seus antepassados,
mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito,
conhecido antes da criação do mundo, revelado nestes últimos tempos em favor de vocês.
(1 Pedro 1:18-20)

O apóstolo está dizendo que o pecado é a maldição hereditária transmitida por nossos primeiros pais. Quando Adão caiu, ele lançou toda sua descendência na maldição do pecado. Porém essa maldição não é quebrada com campanhas, orações fortes, supostos votos e quantias financeiras. A maldição do pecado é quebrada na obra redentora de Cristo no Calvário. Ele se fez maldito em lugar de seu povo e os redimiu, satisfazendo assim a justiça de Deus (cf. Gálatas 3:13).

Portanto, se alguém vier tentar lhe apavorar com esse negócio de maldição hereditária, fique tranquilo. Diga que você é um cristão verdadeiro, que crê que Jesus é o Filho de Deus e que morreu em seu lugar. Explique que o sacrifício d’Ele é suficientemente poderoso para garantir uma vitória permanente sobre qualquer tipo de maldição (cf. 1 Pedro 1:23).

Da parte de Deus vem um chamado ao arrependimento: “[...] arrependam-se!” (Ez. 18.30b – NVI). Não há outro caminho para a santidade, a não ser por meio do arrependimento (Ez 14.6; 33.11; Jr. 25.5; 35.15).

CONCLUSÃO: 

Concluímos dizendo que  o Senhor é bem claro ao povo de Israel: “Portanto Eu vos julgarei, a cada um conforme os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor JEOVÁ; vinde e convertei-vos de todas as vossas transgressões, e a iniquidade não vos servirá de tropeço. Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes e criai em vós um coração novo e um espírito novo: pois por que razão morreríeis, ó casa de Israel? Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor JEOVÁ; convertei-vos, pois, e vivei” (Ez.18:30-32).

- Essa declaração do Senhor é a demonstração do Seu amor, da Sua vontade salvadora. Deus está pronto para perdoar (Is.55:6,7), mas é preciso que haja uma decisão neste sentido da parte de cada ser humano, que ele creia que Deus existe e é perdoador daqueles que O buscam. Não é por outro motivo que as Escrituras dizem que o justo viverá da fé (Hc.2:4; Rm.1:17). É esta a resposta que Deus espera de cada um de nós, que creiamos n’Ele e, por Lhe darmos crédito, façamos o que Ele nos manda.



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