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AD Alagoas / Lições Bíblicas

15/10/2022

LIÇÃO 03 - AS ABOMINAÇÕES DO TEMPLO

Comentário da lição bíblica para o fim de semana com Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


(Ezequiel 8:6)
INTRODUÇÃO:


-Ezequiel é levado pelo Senhor ao templo em Jerusalém para presenciar as abominações que eram feitas ali, na própria casa de Deus.
-O lugar mais sagrado da terra santa se tornou o centro das abominações e isso serve como prenúncio da apostasia generalizada dos fins dos tempos.
-Vamos com ajuda de Deus, aprender sobre a definição da palavra “abominação”; Sobre as abominações do templo no período do profeta Ezequiel; Em seguida a perigo da prática da idolatria e Porque em nossos dias NÃO devemos seguir a idolatria. NAO estamos isentos desse perigo. A idolatria leva o ser humano e até mesmo uma nação a ruína moral e espiritual.


I – AS VISÕES E AS ABOMINAÇÕES


-Segundo o dicionário Houaiss significa: “ato ou efeito de abominar; repulsa, aversão, execração” (2001, p. 22). Quatro vocábulos hebraicos são assim traduzidos. Assim, os termos hebraicos envolvidos refletiam tais usos, como: “hegez” (carnes de animais proibidos); “shigguz” (ódio à idolatria); “piggul” (repugnância à carne sacrificial estragada). A mais comum dessas palavras, “to'ebah”, era usada para indicar qualquer tipo de abominação, o que se aplica ao contexto do capítulo oito do Livro de Ezequiel. A idolatria repele a ordem própria das coisas e perverte a ideia da divindade, substituindo-a por uma variedade qualquer das simulações humanas, deixando de lado a adoração ao Deus único (Dt 17.4,5; 2Rs 23.13; Dn 9.27; 11.31; 12.11). A idolatria não apenas perverte a ideia de divindade, mas também é uma irresponsabilidade moral, porque, através dela, o homem é iludido acerca de quem ele tem responsabilidade. Outrossim, a prática da idolatria tem produzido muitas práticas desumanas, violentas e corruptas” (CHAMPLIN, 2004).

Com frequência, Deus dava visões ao profeta Ezequiel pelo Espírito Santo (Ez 1.1; 8.3; 40.2; 43.3). No capítulo oito do seu livro, ele diz que no sexto ano, no sexto mês, no quinto dia do mês, estando em casa, no momento em que os anciãos estavam diante dele, a mão do Senhor veio sobre ele e o transportou em visões, da terra de Babilônia a Jerusalém (Ez 8.1-3). Ali o profeta viu as abominações que estavam dentro do templo. Notemos:

-A porta do Norte era uma das três que davam acesso do átrio externo do Templo para o átrio in-terno, as outras duas olhavam para o leste e o sul, respectivamente (Ez 8.3). O registro bíblico nos mostra que Manassés tinha colocado uma imagem de madeira de Aserá, a deusa cananita, na casa do Senhor (2Rs 21.7), e embora 2Crônicas 33.15 narre como ele subsequentemente a removeu, deve ter reaparecido, porque o rei Josias mais tarde mandou retirá-la para ser queimada ao lado do ribeiro Cedrom (2Rs 23.6). “As palavras de Ezequiel dão a impressão de que um dos sucessores de Josias tinha feito outra, colocando-a ao lado do porte do Norte” (TAYLOR, 1984, p. 90).
-Abominação na porta do átrio: adoração a animais (Ez 8.7-13). Na segunda parte, a visão segue, o profeta aos poucos é impelido pelo Senhor a seguir em frente a parte mais interior do templo, porque coisas maiores veria (Ez 8.6-b). A localidade exata disto não pode ser identificada. Percebe-se que al-go estava sendo praticado em segredo, e o profeta é informado como obter acesso a es-ta câmara e ali ele é surpreendido com os anciãos em flagrante idolatria. Um dos anciãos é identificado pelo profeta como: “Jazanias filho de Safã” (Ez 8.11). Safã foi o escrivão que ajudou Josias a purificar e renovar a religião nacional (2Rs 22.8-10). Seu filho no caso estava em apostasia. Eles estavam queimando incenso as pinturas na parede, que segundo o profeta tinha imagem de répteis e de animais (Ez 8.10). Taylor nos informa que “as divindades-serpentes conhecidas nas religiões egípcias, cananitas e babilônicas dão motivo para supor que este incidente reflete a in-fluência generalizada das seitas estrangeiras sobre o culto israelita, cultiva-das, sem dúvida, por motivos mais políticos do que puramente religiosos” (1984, p. 91).

-Abominação na porta da entrada: adoração a natureza (Ez 8.14-15). Provavelmente imediatamente fora do recinto sagrado, à entrada da porta do norte que dava para o átrio exterior do Templo e Ezequiel viu as mulheres chorando ao deus pagão Tamuz. Tamuz era um deus babilônico da vegetação. Acreditava-se que “quando a vegetação morria no outono, o povo lamentava, julgando ser aquilo a morte do ídolo” (STAMPS, 2012, p. 1180). Acrescenta-se ainda que parte da lenda diz que o grande dilúvio de lágrimas de seus devotos o trazia de volta à vida, como as chuvas da primavera dão vida nova à terra” (CHAMPLIN, 2001, p. 3220). Taylor também afirma que: “o culto associado a ele era parcialmente um ritual de luto, mas também incorporava ritos de fertilidade. Tomou-se extremamente popular no Oriente Próximo antigo e no Mediterrâneo Oriental, onde assumiu formas gregas e se ligava com os nomes de Adônis e de Afrodite. As indicações da sua influência nos tempos do Antigo Testamento são poucas, mas uma delas pode ser achada em Isaías 17.10-11, o plantio de ‘jardins de Tamuz’” (1984, p. 92).

- A adoração aos astros (Ez 8.16). A abominação suprema estava para ser praticada na própria entrada do templo do Senhor, conforme a descrição de Ezequiel. Ali, no lugar em que deveriam estar chorando e clamando a Deus, no entanto, os sacerdotes estavam deliberadamente virando as cos-tas a Ele. Russel Shedd (2008, p. 1161), nos diz que “era natural para os povos antigos adorar o mais poderoso objeto que lhes era visível, mas que ficava fora do seu alcance, que o nome ‘sol’ soava como um nome próprio, divino. É por isso que a palavra não consta na história da criação, sendo substituída por luzeiro” (Gn 1.14-19).

-Amamos realmente a Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e de todo o nosso pensamento, ou procuramos dividir os nossos interesses, a nossa vida, entre Deus e outras coisas?

- Não nos esqueçamos de que esta “imagem de ciúmes” pode ser nós mesmos, o nosso “eu”, que pode, muitas vezes, querer prevalecer em lugar de Deus.

- Se não damos exclusividade ao Senhor, se temos uma “imagem de ciúme”, estamos causando a repugnância de Deus, estamos a cometer abominação e, deste modo, estamos chamando para nós mesmos o juízo divino, estamos abrindo mão de nossa salvação. Pensemos nisto!

- Ao dizer ao profeta que aquela “imagem de ciúme” era uma abominação, o Senhor ainda disse a Ezequiel que esta atitude fazia com que Deus Se afastasse do Seu santuário (Ez.8:6).

- Quando passamos a querer dividir o lugar de Deus, que deve ser exclusivo, com outras coisas, estamos afastando Deus do Seu santuário que, em nossos dias, somos nós mesmos, pois, quando cremos em Jesus como Senhor e Salvador, tornamo-nos casa do Senhor (Hb.3:6).

- Entretanto, se a casa deixar de ser casa de Deus para ser casa de outros deuses, não estaremos mais a conservar firme e a glória da esperança até o fim, como diz o escritor aos hebreus, e, por isso mesmo, o Senhor Se afastará de nós, deixando, portanto, a casa “desocupada, varrida e adornada” (Cf.Mt.12:44).

- E o que acontece com esta “casa desocupada”? O Senhor Jesus nos diz que será ela ocupada pelo diabo e seus anjos e o antigo servo de Deus será ainda mais escravizado pelo maligno, praticando atos piores que os que cometia antes de ter um dia alcançado a salvação (Mt.12:43-45; Lc.11:24-26).

II - A IDOLATRIA LEVA A APOSTASIA


-A palavra idolatria no latim, “eidolon” que significa “ídolo”, e “latreuein” que quer dizer “adorar”. Esse termo refere-se à adoração ou veneração a ídolos ou imagens, quando usado em seu sentido primário. Porém, em um sentido mais lato, pode indicar a veneração ou adoração a qualquer objeto, pessoa, instituição, ambição, etc., que tome o lugar de Deus, ou que lhe diminua a honra que lhe devemos (CHAMPLIN, 2004, p. 206).

-Adorar a criatura em vez do Criador, dar as costas para o Senhor e a Sua Palavra, trocar as promessas divinas pelas imaginações humanas, eis o que faziam aqueles vinte e cinco homens, eis o que fazem muitas lideranças em nossos dias, trazendo filosofias e doutrinas de homens (Is.29:13; Mc.7:7; Tt.1:14) e de demônios (I Tm.4:1) para por elas se guiar.

-Esta, aliás, é a última e, pelo contexto, a maior de todas as abominações, porque é a que corrompe o próprio culto a Deus, que impede que se adore ao Senhor, pondo em lugar do Criador a criatura, impedindo que as pessoas pudessem ter acesso ao Senhor, como obstáculos que eram aqueles homens entre o pórtico e o altar.

- Depois de terem enchido a terra de violência, o povo judaíta tornava a irritar ao Senhor com as abominações na Sua casa e, ao fazerem isso, numa expressão um tanto quanto enigmática, eles teriam de “chegar o ramo ao seu nariz” (Ez.8:17)

- Matthew Henry, o grande comentarista bíblico, assim explica esta expressão: “...uma expressão proverbial que talvez denote a sua intenção de escarnecer a Deus e o seu menosprezo contra Ele. Eles suspiravam nas cerimônias dele, como os homens fazem quando colocam um ramo em seus narizes. Ou talvez este fosse algum costume usado pelos idólatras em honra aos ídolos a que serviam....” (Comentário bíblico edição completa – Antigo Testamento: livros proféticos – Isaías até Malaquias. Trad. de Valdemar Kroker, Haroldo Jansen e Degmar Ribas Júnior, p.653).

-O Senhor demonstra toda a Sua soberania, pois a Sua condição de juiz decorre de Seu senhorio sobre todas as coisas. Todas as coisas lhe pertencem (Sl.24:1) e, por isso mesmo, temos de prestar contas a Ele de tudo que nos confiou, pois nada é nosso, tudo é d’Ele (I Cr.29:11-14).

- Assim, ante a impenitência do povo judaíta, que, a começar dos superiores até os mais simples do povo se recusavam a obedecer a Deus e cometiam abominações na própria casa do Senhor, chegara o momento do juízo, da aplicação do castigo, da destruição mesma do povo.

- Observemos que Deus é bom e d’Ele só vem o bem (Tg.1:17) mas também d’Ele vem o castigo, como reação ao pecado do homem e à recusa em se arrepender (o que é a impenitência).

-- Qual é a nossa reação diante das abominações que vemos sendo cometidas no meio da casa de Deus nos dias hodiernos?

- Consentimos com tais abominações, seja participando delas, seja nos omitindo e permitindo que elas sejam impunemente cometidas? E aqui impossível não nos lembrarmos da célebre afirmação do pastor batista norte- americano Marthin Luther King Jr. (1929-1968): “O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons.”

- O apóstolo já nos adverte de que são tão dignos de morte os que cometem os pecados como os que consentem que eles sejam cometidos (Rm.1:32).

- Os justos são aqueles que suspiram e gemem ao ver as abominações serem cometidas. Muito provavelmente, não tinham qualquer condição de impedir que elas fossem cometidas, até porque, consoante já tivemos oportunidade de verificar ao analisar as revelações dadas ao profeta, aqueles que deveriam zelar pela observância da lei eram os primeiros a praticar as abominações.

- No entanto, mesmo na sua impotência, na sua pouca força social, política e econômica, aquele remanescente fiel não deixava de suspirar e gemer por causa da prática do pecado, de pedir a Deus que agisse e que fizesse cessar aquele estado de coisas.

- Assim são os justos deste período de princípio de dores, como nos mostra o próprio Senhor Jesus ao descrever a igreja de Filadélfia, tipo da igreja que será arrebatada, ao afirmar que se trata de uma igreja que tem pouca força, mas que, mesmo assim, guardou e não negou a Sua Palavra (Ap.3:8).

- Jamais concordemos com a apostasia espiritual de nossos dias, jamais pratiquemos ou consintamos com a prática das abominações que se estão a fazer na casa do Senhor. Continuemos a confiar em Deus e a suspirar e gemer, e o Espírito Santo estará conosco também nesta atitude (Rm.8:26), pedindo que o Senhor venha fazer cessar este lamentável estado de coisas.

CONCLUSÃO:



-- Mas, será que não temos alguma “imagem de ciúmes” em nós? Temos adorado única e exclusivamente ao Senhor ou temos em nós algum “concorrente” em relação ao Senhor?

- Amamos realmente a Deus de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e de todo o nosso pensamento, ou procuramos dividir os nossos interesses, a nossa vida, entre Deus e outras coisas?

- Não nos esqueçamos de que esta “imagem de ciúmes” pode ser nós mesmos, o nosso “eu”, que pode, muitas vezes, querer prevalecer em lugar de Deus.

- Se não damos exclusividade ao Senhor, se temos uma “imagem de ciúme”, estamos causando a repugnância de Deus, estamos a cometer abominação e, deste modo, estamos chamando para nós mesmos o juízo divino, estamos abrindo mão de nossa salvação. Pensemos nisto!

- Ao dizer ao profeta que aquela “imagem de ciúme” era uma abominação, o Senhor ainda disse a Ezequiel que esta atitude fazia com que Deus Se afastasse do Seu santuário (Ez.8:6). A Deus a glória!



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