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AD Alagoas / Lições Bíblicas

28/08/2022

LIÇÃO No 9 – A SUTILEZA DO MOVIMENTO DOS DESIGREJADOS

Comentário da lição bíblica para o fim de semana com Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


Hebreus 10:25

INTRODUÇÃO


- Na sequência do estudo dos ataques contra a Igreja de Cristo, veremos hoje o movimento dos desigrejados.
- O movimento dos desigrejados não tem o menor respaldo bíblico.
-Precisamos entender que cada vez mais aumentam os sinais da vinda de Cristo dentro das igrejas. Esse é mais um que devemos ter todo cuidado.
-Nas últimas décadas, os desigrejados, ou os também conhecidos como “os sem igreja”, cresceram em escala exponencial. São pessoas que dizem ser cristãs, mas não estão filiadas à igreja nenhuma. Paradoxalmente, esse grupo religioso, que diz não possuir hierarquia religiosa, código doutrinário nem tampouco nenhuma estrutura arquitetônica onde possa se reunir, diz ser o legítimo modelo de igreja do Novo Testamento. Nesse aspecto, acredita reproduzir os cristãos primitivos. As outras igrejas, por possuírem estrutura organizacional, são consideradas como apóstatas ou desvios do modelo original mostrado no Novo Testamento. Nesta lição, procuraremos entender a natureza desse fenômeno religioso, destacando tanto seu aspecto social como também espiritual. Dessa forma, a nossa análise procurará entender como pensa um desigrejado, suas crenças e práticas. Feito isso, mostraremos a verdadeira natureza da igreja neotestamentária que, ao contrário do que os desigrejados afirmam, não é apenas um organismo, mas também uma organização. Assim mostraremos a importância da Igreja no plano de Deus e como cada membro da Igreja possui uma gloriosa missão.

I – A IGREJA E SUA EDIFICAÇÃO


- Depois da morte e ressurreição de Cristo, revela-se o mistério de Cristo (Ef.3:1-6): a Igreja.
- A Igreja é o novo povo de Deus, o povo formado por judeus e gentios que, pelo sangue de Cristo, passam a ter comunhão com Deus, perdoados que estão dos seus pecados, um povo espiritual, assim como o seu Senhor, um povo destinado a se reunir aos santos do passado para povoar a Nova Jerusalém, a Jerusalém celeste, onde se reeditará a comunhão eterna e perfeita que havia entre Deus e a humanidade antes que o pecado entrasse no mundo (Ap.21:3).

- A palavra “igreja” surge, pela vez primeira, nas Escrituras, no evangelho segundo Mateus (Mt.16:18), quando é declarada pelo próprio Jesus que, assim, revela o “mistério de Cristo”, como o apóstolo Paulo chamou a “igreja” na epístola aos efésios. É a palavra grega “ekklesia” (εκκλησια), cujo significado é “reunidos para fora”, “chamados para fora”. A palavra “ekklesia”, porém, já havia sido utilizada na Versão Grega do Antigo Testamento (a chamada Septuaginta) para traduzir a palavra hebraica “qahal”, que as nossas versões em língua portuguesa costumam registrar como “congregação”.

- Mas “igreja” não é apenas uma “reunião”, mas é o conjunto dos “reunidos para fora”, ou seja, daqueles que foram chamados, convocados, para sair do lugar onde estavam, da sua habitação, como, aliás, acontecia toda vez que Moisés tocava as duas trombetas de prata no deserto, sinal de que todo o povo deveria sair das suas habitações e comparecer até a frente do tabernáculo. A “igreja”, pois, não é um povo que se formou por vontade própria, mas que foi resultado de um chamado, de uma ação divina. Por isso, Jesus diz que edificaria a Sua igreja e o apóstolo Paulo a denomina de “lavoura de Deus” e “edifício de Deus” (I Co.3:9). A igreja não é uma criação humana, mas, sim, divina, é algo que se construiu pela vontade do Senhor. É uma “reunião” que não é obra de homem algum, mas do próprio Deus.

- A igreja não é uma reunião a esmo, sem propósito nem tampouco lugar. A igreja é o conjunto dos “reunidos para fora”, ou seja, é um povo que está “fora”, que se encontra em um lugar distinto e diferente do dos demais povos. Ora, sabemos que a humanidade, por causa do pecado, encontra-se longe de Deus (Pv.15:29; Is.46:12; Mc.7:6), mas, quando aceita o chamado do Senhor, crendo em Jesus como seu único e suficiente Senhor e Salvador, pelo sangue de Cristo deixa de ficar longe e passa a estar perto do Senhor (Dt.30:14; Sl.145:18; At.2:39; Ef.2:13,14). Por isso, a igreja é formada por aqueles que estão “fora” do pecado, “fora” do mundo, “fora” das trevas. Há, portanto, uma verdadeira oposição entre a “igreja” e o “mundo”.

II – QUEM É A IGREJA


-“edificarei a Minha Igreja” (Mt.16:18).

-Quem é esta pedra? Esta pedra é o próprio Cristo, como nos indicam o texto, o contexto interno e a correlação com os demais textos bíblicos. Senão vejamos.

- O texto refere-se a um diálogo entre Jesus e Pedro, logo após Pedro ter dito que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo. Diante desta declaração, Jesus disse que aquilo havia sido uma revelação do Pai a Pedro e, acrescentando a revelação, disse que Seu discípulo era Pedro, ou seja, o nome que Jesus havia dado a Pedro tinha como significado “pedra”, mas que sobre “esta” pedra, ou seja, Jesus Se refere a Si próprio, pois usa o pronome demonstrativo “esta”, que indica a coisa ou a pessoa mais próxima da pessoa que fala (e a pessoa mais próxima de Jesus naquele instante, que era quem estava a falar, não era ninguém a não ser o próprio Jesus). Assim, o próprio texto indica-nos que Jesus Se referia a Si mesmo quando indica qual seria a pedra fundamental da Igreja.

- Mas, fora a interpretação gramatical do versículo, temos o próprio contexto interno, ou seja, a relação com os demais versículos da passagem bíblica. Toda a passagem gira em torno da identidade de Jesus. Jesus pergunta a Seus discípulos quem os homens dizem ser o Filho do homem. Depois dos relatos advindos da população contemporânea de Jesus, o Senhor quer saber a opinião dos discípulos e Pedro, então, declara que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo. Jesus, então, adverte que aquilo não era algo que Pedro tivesse obtido pela sua própria inteligência, mas uma revelação divina e a complementa dizendo que o nome “Pedro” que Ele mesmo havia dado ao Seu discípulo era também um símbolo, uma indicação, revelando, então, que a verdadeira pedra, que era Ele próprio, além de ser o Cristo, seria o fundamento de um novo povo, a Igreja, “o mistério de Cristo”. O contexto fala-nos da identidade de Cristo e, portanto, esta pedra só pode ser o próprio Jesus, pois é este o assunto que está sendo tratado na passagem bíblica.

- Mas não bastassem estas evidências textuais, o fato é que as Escrituras, mesmo, em outros textos, mostram que o fundamento da Igreja é Jesus Cristo e nunca o apóstolo Pedro. O primeiro a nos indicar isto é o próprio Pedro, que, por ser quem estava dialogando com Jesus, é o mais apropriado intérprete das palavras do Mestre. Pedro, bem ao contrário dos romanistas, tendo ouvido o que Jesus falou, ensinou, anos depois, que o fundamento da Igreja é Jesus: “E chegando-vos para Ele — pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós, também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo...” (I Pe.2:4,5). Pedro, portanto, confirma que a pedra, o fundamento da Igreja é Jesus.

- O apóstolo Paulo também caminha no mesmo sentido, ao mostrar que o fundamento da Igreja é Jesus: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” (I Co.3:11). Dúvida alguma, pois, pode haver quanto ao verdadeiro fundamento da Igreja. A verdadeira Igreja, pois, não tem outro fundamento a não ser Jesus Cristo.

- Mas, além de fundamento, Jesus é, também, a cabeça da Igreja, ou seja, o Seu governante, o Seu rei, o Seu comandante (Ef.1:22; 5:23). Jesus foi constituído Senhor sobre todas as coisas (Mt.28:18; Rm.14:9) e não deixaria de sê-lo com relação à Sua Igreja, que Ele comprou com o Seu próprio sangue (At.20:28). Tendo criado a Igreja, nada mais natural que seja o seu Senhor, o seu Rei, o seu Governante. Por isso, todos os membros da Igreja, por maior autoridade que tenham, não passam de ministros de Jesus, ou seja, de Seus servidores (Mt.20:25-28; Mc.10:34-37; Jo.13:13-17;Ef.3:7).

III. VISÃO E PRÁTICA DO MOVIMENTO DOS DESIGREJADOS


1. Um ensino anti-institucional. Os desigrejados são contra toda forma de organização e institucionalização da Igreja. Alegam que na Igreja Primitiva não havia instituição alguma. Dizem que a institucionalização da Igreja só começou quando Constantino, o imperador romano, assumiu as rédeas da Igreja e a converteu numa organização. Assim, a Igreja passou a ter um clero, um código doutrinário e um credo que passou a regulamentá-la. Para eles, nada de regras, sermões e muito menos organização institucional. Da mesma forma, alegam que toda forma de estrutura arquitetônica, como templos, são inovações desse cristianismo apóstata. Na visão dos desigrejados, a Igreja não necessita de estrutura formal alguma. Ela pode, por exemplo, ser encontrada em uma lanchonete ou em um café da esquina quando dois desigrejados se encontram. É evidente que a Igreja existe fora de uma estrutura física e arquitetônica, contudo, a não utilização de templos por parte dos cristãos primitivos se deu por razões contextuais (cf. At 1.6-14). Estavam debaixo de perseguição e não tinham morada certa, além do fato de serem extremamente carentes. Naquele contexto, a igreja nos lares era perfeitamente justificável (cf. Rm 16.3-5). Contudo, não há nada na Bíblia que deponha contra o uso de templos ou casas de oração. Se o propósito de um templo é congregar o povo para adorar ao Senhor, o que há de mal nisso?


2- Ora, diante de tudo o que observamos sobre a Igreja, podemos conceber que alguém possa alcançar e permanecer no caminho da salvação sem a Igreja? Evidentemente que não!

- Entretanto, nos últimos anos, vem crescendo assustadoramente entre os que cristãos se dizem ser o pensamento de que se pode servir a Deus sem que se esteja em comunidade, sem que se pertença a qualquer grupo social chamado igreja local.

- Muitos passaram a defender esta ideia por causa dos escândalos, ou seja, dos fatos que envolveram normalmente lideranças eclesiásticas que foram apanhadas cometendo atos completamente contrários à Palavra de Deus, demonstrando uma hipocrisia de vida, uma falsa religiosidade.

- Muitos começaram a dizer que as igrejas eram imperfeitas, eram estruturas que não poderiam existir e que, portanto, depois que Jesus veio ao mundo para salvar a humanidade, cada indivíduo poderia ter ligação direta com Deus, através de Cristo e que nenhuma estrutura social eclesiástica estava mais a valer, a ser necessária.

3- A primeira meia-verdade dito por este movimento, chamado de “desigrejados’, porque defendem eles que não se precisa da igreja para alcançar a salvação, porque a salvação se dá pela fé em Jesus e é individual.

- Por primeiro, como dizer que alguém que crê, em Jesus não considere que a Igreja é o povo criado por Jesus? Foi Jesus quem disse que iria edificar a Sua Igreja. Como dizer que se crê em Jesus se não se crê que há uma Igreja fundada pelo próprio Jesus? Como se recusar a pertencer à Igreja, dizendo ser crente em Jesus, se Jesus é a cabeça da Igreja?

- Por segundo, não resta dúvida de que a salvação é individual. Mas, quando somos salvos, somos inseridos no corpo de Cristo, que é a Igreja. É o que nos diz o apóstolo Paulo que nos mostra que todos os crentes são batizados em um Espírito, formando um corpo (I Co.12:13).

- Assim, embora a salvação seja individual, cada um tenha de crer em Jesus para alcançar a salvação, esta pessoa, ao crer, é inserida em um povo, que é a Igreja, passa a ser membro em particular do corpo de Cristo (I Co.12:27).

- Alguém pode dizer: pois então, quando se fala em “Igreja”, se está a falar do “corpo de Cristo”, este “corpo místico”, esta “igreja universal”, que é a “reunião dos salvos”, que não é nenhum grupo social, não é nenhuma denominação. Não podemos confundir a “Igreja”, de que todo salvo faz parte, com as “igrejas”, “criadas pelos homens” e “nunca previstas por Jesus”.

5- Temos que tal pensamento não tem qualquer respaldo bíblico. As quase três mil pessoas que creram em Jesus no dia de Pentecostes passaram a se reunir num grupo social em Jerusalém (assim como os “forasteiros romanos” que se converteram em Roma).

- O texto bíblico diz que estas pessoas que se converteram, primeiro se batizaram nas águas e, depois, se agregaram (At.2:41), ou seja, passaram a fazer parte de um grupo, grupo este que passou a conviver,

6- Um ensino anticlerical. Se por um lado os desigrejados são contra toda forma de institucionalização da Igreja, por outro são contra também todo e qualquer sistema de governo da igreja. Isso significa que os sem-igreja são contra, por exemplo, presbíteros, diáconos, bispos e pastores (cf. Ef 4.11-14). Acreditam que na Igreja Primitiva não havia organização nenhuma e muitos menos qualquer estrutura clerical. Na verdade, os desigrejados não gostam de estar debaixo de liderança alguma. Da mesma forma que são contra o institucionalismo e toda forma de estrutura arquitetônica para a igreja, não aceitam que alguém esteja na posição de autoridade sobre eles. Acreditam que agindo assim estão vivendo de acordo com o modelo da Igreja Primitiva (cf. Hb 13.17).

CONCLUSÃO:
A pandemia do COVID-19 trouxe um maior isolamento das pessoas e, como nunca, o inimigo trabalhou para incutir na mente das pessoas de que elas poderiam servir a Deus sozinhos, quando muito em ambiente familiar, participando de uma “igreja on line”. A porcentagem de sedizentes cristãos que não voltaram a congregar depois da normalização das atividades pós-pandemia é assustadora. A falácia do desigrejamento alcançou ainda mais força e intensidade.

- A comunhão, a convivência exigem o contato interpessoal, não é possível participar de uma “igreja virtual”, de uma “igreja on line”, de servir a Deus no “metaverso”. É, como vimos, “comer e beber”, “ter tudo em comum”, compartilhar a sua vida com o irmão. Tomemos cuidado com estes ardis satânicos, com estas armadilhas diabólicas, antes que seja tarde demais.



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