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AD Alagoas / Lições Bíblicas

02/02/2019

L I Ç Ã O 5 - Um Inimigo que Precisa Ser Resistido

Comentário da lição pra o fim de semana com o pr. Jairo Teixeira Rodrigues


Texto: Tiago 4.1-1 O

INTRODUÇÃO

“Essa seção da epístola de Tiago é, em outras palavras, um chamado à santidade. A carta é dirigida aos cristãos do primeiro momento da história sagrada. Tiago mostra que resistir ao Diabo já era um bom começo. A presente lição esclarece por que devemos resistir às paixões e mostra ainda que a amizade com o mundo é inimizade contra Deus. Um bom início de preparação para a aula desta semana é estudar a Carta de Tiago. Assim, é possível compreender bem contexto em que se encontra a seção que nos interessa. Logo, será possível perceber em seus estudos que o contexto da seção versa a respeito do "chamado à santidade". Esse procedimento é importante porque a ausência dele permite ao movimento moderno de "batalha espiritual" distorcer e forçar tanto o texto bíblico.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]

- Tiago, o Justo, um dos irmãos de Jesus (Mt 13.55; Mc 6.3), é o autor dessa epístola. Convertido após a ressurreição de Jesus (Jo 7.3-5; At 1.14; 1 Co 15.7; Gl 1.19), tornou-se líder da igreja em Jerusalém, e é apontado por Paulo como um dos pilares da igreja (Gl 2.9). No capítulo 4.4-7, Tiago afirma que amar ao mundo é inimizar-se com Deus e que aquele que é amigo do mundo por isso mesmo se constitui em inimigo de Deus. É importante o que Tiago quer dizer. Note o que disse Jesus: "Ninguém pode servir a dois senhores" (Mt 6.24). Tiago explica que o conflito dentro de nós está entre nossos deleites pecaminosos e o desejo de cumprir a vontade de Deus, uma atitude que o Espírito Santo colocou dentro de nós (v. 5). A fonte do conflito entre os cristãos muitas vezes são coisas materiais, ele então, atribui dissensões, assassinatos e guerras ao materialismo – o que João também adverte os cristãos sobre cobiçar o que no mundo há (1Jo 2.15,16). No versículo 7 encontramos duas ordens: primeiro, devemos sujeitar-nos a Deus, abandonando nosso orgulho egoísta (v. 1-6). Sujeitar-se ao Senhor também implica revestir-se de toda a armadura de Deus, uma imagem que inclui tudo, desde depositarmos nossa fé nele a mergulharmos na verdade da Palavra de Deus (Ef 6.11-18). Segundo, devemos resistir a qualquer tentação que o diabo lançar em nosso caminho. 

I - A EPÍSTOLA DE TIAGO

“A Epístola de Tiago é o escrito mais antigo do Novo Testamento e tem por objetivo evitar desentendimentos entre os discípulos de Cristo. Segundo a maioria dos expositores bíblicos, a sua composição não vai além do ano 45 d.C.

- A epístola de Tiago é datada por volta de 45 d. C., bem antes do primeiro concílio em Jerusalém, que se deu por volta de 5 O d. C., o que torna a mais antiga epístola do Novo Testamento. Segundo o historiador Flávio Josefo, Tiago foi morto por volta do ano 62 d. C.

O Tema. Ao separar a fé das obras, a epístola enfatiza o cristianismo prático e nos dá munição para resistir ao Inimigo e ao pecado. Tiago retoma o tema tratado no capítulo anterior sobre a "amarga inveja em sentimento faccioso em vosso coração" (Tg 3.14), próprio de uma sabedoria "terrena, animal e diabólica" (Tg 3.15) e presente na vida daqueles primeiros cristãos. Esses problemas vêm atravessando os séculos e hoje não é diferente, pois o problema da natureza humana permanece o mesmo. O ensino aqui está tratando do caráter cristão que precisa ser afinado com o sentimento de Cristo.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]

- A pequena epístola de Tiago, provavelmente um dos primeiros livros do Novo Testamento, oferece orientações práticas para conduzir cristãos no seu serviço ao Senhor. É interessante notar a praticidade do conteúdo apresentado, sem rodeios e sem enfeites, Tiago trata de temas do cotidiano, por exemplo, ele afirma sobre a sabedoria humana (v. 15,16), que nada mais é que interesse próprio, então não se deve vangloriar-se dela; Não ser apenas tardio para falar, mas deve-se abandonar também a mentira! Se a sabedoria se manifesta sem boa conduta e mansidão, ela não vem do alto. Na verdade, ela é caracterizada como terrena; prudente, segundo os padrões do mundo; sensual (do grego psuchikos), no sentido de natural em oposição a espiritual, e diabólica.

II - OS DELEITES DA VIDA

“Tiago emprega aqui uma metáfora que ainda hoje usamos em nossos debates, discussões e conversas sobre dificuldades nas mais diversas áreas da vida. Uma palavra usada com frequência pelo apóstolo Tiago nesta epístola é o verbo resistir (Tg 4.6,7; 5.6), entre outros o termo usado é: “anthistemi”, que quer dizer: “colocar-se contra, opor-se, batalhar contra”, mostrando a necessidade do cristão não se deixar vencer pelos inimigos da caminhada cristã que geram lutas e conflitos (Tg 4.1). Pelas palavras, o apóstolo deixa claro que havia divisões e disputas carnais entre os crentes. Ele nos fala sobre alguns desses conflitos que estavam acontecendo no seio da igreja e que devem ser resistidos. 

2.1 Conflitos pessoais (Tg 4.1). Tiago nos mostra que a fonte dos conflitos exteriores surgem de dentro do próprio homem (Tg 4.1-b) veja também (Mt 15.18,19; Mc 7.20-23; Gl 5.20). A palavra “prazeres” não significa necessariamente paixão sensual; nesse caso, é apenas cobiça. A cobiça está em operação nos membros do corpo e estimula a carne e gera problemas” (WIERSBE, 2008, p. 765). A carne é a natureza caída, isto é, as paixões, os desejos e apetites desordenados que nela residem (1Co 10.13; Tg 1.14,15; Gl 5.16-21). Paulo exorta-nos a entregar os membros de nosso corpo ao Espírito Santo, a fim de não cumprimos os desejos da carne (Rm 6; Gl 5.16-26; Ef 4.22-30).

2.2 Conflitos interpessoais (Tg 4.1,2). As causas das guerras e contendas não são meramente econômicas ou intelectuais, mas morais. Como não havia nenhuma guerra civil nessa época, Tiago parece considerar principalmente a ideia de “brigas pessoais e ações judiciais, rivalidades e facções sociais e controvérsias religiosas” (BRUCE, 2009, p. 2157). Em Tiago 4.1 a expressão “guerra” no grego “polemos” refere-se a “querelas e rixas”, enquanto “contendas” no grego “machai” traduz-se como “conflitos e batalhas”. O apóstolo tinha em mente não as guerras entre as nações mas as discussões e divisões entre os próprios cristãos. A Bíblia exorta-nos a viver em comunhão, unidade e diante de possíveis questões e desentendimentos praticar o perdão (Sl 133; 2Co 13.11; Ef 4.2; Fp 2.1-4; Cl 3.13).

1. Guerras e pelejas (v.1). Há quem afirme que essas guerras e pelejas sejam uma referência às disputas internas que havia entre os judeus de Jerusalém nos levantes contra Roma. A população da Judeia estava dividida nessa época sobre a luta pela libertação do poder romano. Mas não é disso que Tiago está falando aqui. Essas palavras metafóricas são pesadas e mostram o nível das disputas entre os crentes por causas dos deleites, ou seja, os maus desejos interiores (v.2). Não se trata aqui de debates teológicos entre os mestres. A expressão "guerras e pelejas" refere-se às discussões acirradas sobre "o meu e o teu", e isso é muito grave.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]

- “Por que existem conflitos, discórdias e males entre as pessoas cristãs? Tiago, o meio-irmão do Senhor, retoricamente, pergunta: "Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites que nos vossos membros guerreiam?" (v.1). Esta é a origem dos conflitos e das discórdias que o autor da epístola descreve na seção bíblica 3.1-3. Quão enganoso e destrutivo é o coração humano! No terceiro capítulo, Tiago demonstra que a maioria das nossas desavenças e tramas perversas é fruto da ambição, ignomínia e sede de vermos o nosso desejo realizado. E qual o objetivo desta realização? O deleite! O líder da igreja de Jerusalém expõe a nudez da alma humana. Daí é que surgem muitas frustrações espirituais e da própria alma. O indivíduo tem uma relação com Deus não segundo a vontade divina, mas a sua própria, pois colocaram em sua cabeça que as bênçãos de Deus são para os seus deleites e prazeres. Neste ponto, Tiago é taxativo: "Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites" (4.2,3). "Porque não pedis", Tiago destaca esta expressão para compará-la, logo em seguida, com a outra posterior: "Pedis e não recebeis". Porque alguém pede a Deus e não recebe, já que o nosso Senhor prometeu dar-nos tudo o que pedíssemos em seu nome? Esta é uma pergunta que só pode ser respondida à luz de um autoexame sincero, pois a Palavra responde com clareza: "Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites". Temos de ter o cuidado, para não confundirmos a vontade de Deus com a nossa própria. Não podemos usar o nome de Deus para realizar as vontades e os prazeres particulares. Deus não se usa! Portanto, desafie a classe para um autoexame honesto, sincero e transparente à luz da Palavra de Deus. Nada é melhor que o homem desnudar-se na presença do Altíssimo. O nosso Pai sabe o que está em nosso coração e qual a nossa verdadeira motivação de vida diante dEle. Num tempo dominado pelas ambições e prazeres humanos, a palavra ensinada por Tiago chega a uma ótima hora e desafia-nos a olharmos para nós e perguntarmo-nos: o que há em meu coração?” (Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 59, p.41.)

“2. Os deleites. Ou maus desejos que eram a motivação dessas pelejas: "dos vossos deleites" (v.1).  O termo "deleites" (vv. 1,3) é hedoné que aparece cinco vezes no Novo Testamento para descrever deleites ou prazeres ilícitos (Lc 8.14; Tt 3.3; Tg 4.1,3; 2 Pe 2.13). Originalmente significava o prazer experimentado pelo sentido do paladar, posteriormente por meio dos outros sentidos e da mente; no período helenista, o conceito se restringiu ao significado de "gozo sensual, deleite sexual". É a procura indiscriminada do prazer. O hedonismo permeia o pensamento pós-moderno. Hoje, qualquer esforço disciplinado ou o mínimo de sacrifício para se atingir um objetivo são tratados com profundo desgosto.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]

- “1. Desejos Errados e Desastre Espiritual (4.1,2b) - Tiago dá uma resposta afirmativa à sua própria pergunta, mas ele sabe que é a mesma resposta que seus leitores ouvirão de uma consciência acusadora. Vocês colocaram seu coração naquilo que o mundo pode lhes dar e, como resultado, vocês estão em dificuldade. Desejos mundanos conflitam uns com os outros. Esses deleites (“prazeres”, ARA), que nos vossos membros guerreiam (v. 1), perturbam vossa própria paz de espírito, por isso vocês brigam e matam e espalham o conflito aos outros. O principal problema é que vocês permitem que desejos profanos possuam seu espírito. Esses desejos, se impuros e incontrolados, levam ao desastre espiritual. Se analisarmos esse texto de acordo com 3.14, ele é melhor interpretado por: sois invejosos (“matam”, cf. KJV e NVI e ARA), combateis e guerreais de maneira figurativa. Não é provável que essas coisas tenham, na verdade, ocorrido na comunidade cristã. Tanto Tiago quanto seus leitores cristãos estariam familiarizados com a interpretação de Jesus de que abrigar o desejo perverso consistia, na ótica de Deus, na violação dos mandamentos (cf. Mt 5.21-22). A maioria dos tradutores modernos entende que o versículo 2 apresenta duas sentenças equilibradas, ou seja: “Vocês desejam, mas não possuem; por isso cometem assassinato. E vocês são invejosos e não conseguem obter; por isso, lutam e brigam” (NASB). (A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 181-182).

“3. Cobiçosos e invejosos (v.2). A versão bíblica ARC (Almeida Revista e Corrigida) omite aqui o verbo "matar" que consta do texto grego: "Vocês cobiçam e nada têm; matam e sentem inveja" (Nova Almeida Atualizada). Esse homicídio não é literal; diz respeito ao ódio, que é como homicídio aos olhos de Deus (Mt 5.21,22; 1 Jo 3.15). A cobiça é o desejo excessivo de possuir o que pertence ao outro, e a inveja é um sentimento de tristeza e pesar pela alegria, felicidade e sucesso de outra pessoa. O cristão deve se contentar com o que tem (Lc 3.14; Fp 4.12; Hb 13.5). Cabe aqui ressaltar que esse ensino não é uma apologia à pobreza e à miséria, pois não é pecado desejar e buscar, de maneira lícita, tudo o que é útil à vida, desde que os nossos desejos sejam afinados com os de Deus.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]

- “Cobiçais” No grego é ‘nepithumeo’, desejar, anelarpor, em bom ou em mau sentido. É óbvio que aqui isso deve ser entendido de maneira prejudicial. Tal palavra era com frequência usada para indicar as paixões sexuais descontroladas; mas o presente contexto não limita seu sentido a isso. “Os desejos aqui descritos tornam-se tão fortes, que as pessoas estão prontas até para matar (versão NTLH), com a finalidade de conseguir aquilo que querem. A palavra “matar” pode ser interpretada como uma hipérbole para o ódio e a amargura. Em lugar de reavaliarem os seus desejos, as pessoas descritas por Tiago recorrem à inveja, a lutas, a disputas, e a coisas piores do que estas. Mas, apesar de todo o seu egoísmo e antagonismo para conseguirem o que desejam, elas ainda não podem alcançar estas coisas. Por que? Nós aprendemos (desde quando tivemos o nosso primeiro triciclo até quando dirigimos o nosso primeiro automóvel) que os desejos satisfeitos não trazem tanta satisfação quanto prometem. Algumas vezes, conseguimos realmente aquilo que queríamos, e então descobrimos que ainda não temos aquilo de que realmente necessitávamos - a profunda satisfação que somente nos vem quando somos justificados para com Deus. Se confiarmos somente nos nossos desejos, eles apenas nos levarão às coisas desta terra, e não às coisas de Deus. Em resumo, a mensagem de Tiago é: Nada tendes, porque não pedis a Deus. Em outras palavras: “Vocês não têm o que querem porque não querem a Deus””. (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 682).

“4. Adúlteros e adúlteras (v.4).

-Tiago assim adverte: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?”

(Tg 4.4). O apóstolo não faz referência aqui ao adultério físico, mas sim ao espiritual. Todo o conceito está baseado na ideia do Antigo Testamento que apresenta ao Senhor como o marido de Israel e a Israel como a esposa do Senhor (Is 54.5;)

 -Tiago continua a linguagem metafórica usada desde o Antigo Testamento para descrever a apostasia de Israel e sua infidelidade a Javé, seu Deus. A infidelidade a Deus é em si mesma um adultério espiritual. Tiago especifica que se trata de um assunto que envolve homens e mulheres. Assim como a intimidade, o amor, a beleza, o gozo e a reciprocidade que o casamento proporciona fazem dele o símbolo da união e do relacionamento entre Cristo e a sua Igreja (2 Co 11.2; Ef 5.31-33; Ap 19.7). A antítese segue nessa mesma linha de pensamento, pois de igual modo a infidelidade de Israel, da Igreja ou de um cristão é chamada na Bíblia de adultério espiritual, ou prostituição e fornicação espiritual (Jr 3.8; Ez 16.32; Ap 2.2 O).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]

- “A chocante palavra “adúlteros” descreve claramente a infidelidade espiritual das pessoas e tenciona despertá-las para que encarem a sua verdadeira condição espiritual. Estes crentes estavam tentando amar a Deus e ter um romance com o mundo. O fato de D2eus expressar, nos termos mais fortes possíveis, a importância da fidelidade deve nos inquietar. Os padrões bíblicos de comportamento pessoal, conjugal e espiritual estão sob constante ataque de erosão. Nós somos constantemente bombardeados pela mensagem da transigência. Do ponto de vista do mundo, nós devemos ser flexíveis, tolerantes ao pecado, e complacentes. Mas isto não funciona, porque a amizade do mundo é inimizade contra Deus. Para os crentes, o mundo e Deus são dois objetos distintos de afeto, mas são completamente opostos. O mundo é o sistema do maligno, que está sob o controle de Satanás; ele representa tudo o que é contrário a Deus. Ter amizade com o mundo, portanto, é adotar os seus valores e desejos (veja também Rm 8.7,8; 2 Tm 4.10; I Jo 2.15-17). Estes crentes podem amar verdadeiramente a Deus, mas também são atraídos pelos benefícios do sistema deste mundo. Eles adoram a Deus, mas podem desejar a influência, os padrões de vida, a segurança financeira, e talvez um pouco da liberdade que o mundo oferece. A busca destas coisas só irá minar a generosidade, os cuidados, e a divisão de recursos que deveriam caracterizar os cristãos. Qual é, então, o relacionamento adequado de um crente com o mundo? Alguns usaram declarações bíblicas como esta de Tiago como a base para uma retirada radical do “mundo”. Mas a retirada não é a solução. Embora seja verdade que nós somos chamados para estar no mundo mas não pertencer a este mundo (Tg 17.14), deveríamos amar as pessoas deste mundo o suficiente para lhes transmitirmos o Evangelho. Para fazermos isto, precisamos nos relacionar com elas sem nos relacionar com as coisas deste mundo que são contrárias a Deus (veja 1 Jo 3.15-17).” (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 682-683).

III - RESISTINDO AO INIMIGO

“A ideia de Tiago, ao concluir essa seção da epístola, é a mesma exortação que fez o apóstolo Pedro, inspirado por Levítico 11.44; 19.2; 2 O.7: "mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo" (1 Pe 1.15,16).

1. Tiago apresenta a receita para resistir ao Inimigo. Ele mostra que o Espírito Santo está em nós (v.5), o que é confirmado em outras partes do Novo Testamento (1 Co 3.16; 6.19; Ef 2.22). Na verdade, o cristianismo é a única religião do planeta que tem o Espírito Santo (Jo 14.16,17). Assim, o Espírito Santo em nós não quer um coração dividido: "É com ciúme que por nós anseia o espírito, que ele fez habitar em nós?" (v.5, Nova Almeida Atualizada). Essa vantagem nos permite viver uma vida santa e resistir ao Inimigo. Nisso temos a ajuda de Deus, que "resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes" (v.6).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]

- “O Espírito tem “ciúmes” (Tg 4.5). Nessa passagem, um aspecto muito importante ressaltado por Tiago sobre o nosso relacionamento com Deus é que o “Espírito, que em nós habita, tem ciúmes” (v. 5). A construção do versículo 5 no original grego não é muito clara, podendo esse texto significar que o espírito humano tem a tendência natural “de opor-se a Deus e ao próximo”, o que estaria implícito na expressão traduzida como “ciúmes”; ou então que o Espírito Santo tem ciúmes de nós, isto é, zelo intenso por nós. A maioria esmagadora dos comentaristas bíblicos, à luz do que afirmam o final do versículo 4 e o início do versículo 6, prefere a segunda interpretação para o versículo 5, que é também a interpretação aceita por mim: Tiago quer dizer aqui que o Espírito Santo de Deus tem ciúmes de nós. O Consolador, aquEle que intercede por nós e em nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26,27) e se entristece frente aos nossos pecados (Ef 4.30), o nosso Ajudador, que nos guia na caminhada espiritual e no relacionamento com o Pai celestial através de Cristo (Rm 8.5-11), tem um forte, intenso e amoroso zelo por nós.” (Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 119-120).

“2. A submissão a Deus. Essa submissão e humildade a Deus é descrita de várias maneiras, como "resistir ao diabo" (v.7) e se aproximar de Deus; limpar as mãos, "vós de duplo ânimo" (v.8). O duplo ânimo diz respeito aos crentes indecisos e divididos em suas decisões entre Deus e o mundo (Tg 1.8). Jesus disse que ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6.24). As mãos são instrumentos das ações e o símbolo de toda a conduta. Para que elas sejam limpas, é necessário primeiro um coração purificado (Sl 24.4; 1 Pe 1.22).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]

- “O apóstolo explica em detalhes como se dá essa submissão a Deus, no que ela consiste. Em primeiro lugar, diz ele que é preciso se aproximar de Deus, isto é, buscá-lo sinceramente: “Chegai-vos a Deus” (v.8a). A consequência disso é que Deus se chegará a nós (v. 8b) — ou seja, teremos comunhão com Ele e seremos abençoados pela sua presença em nossas vidas. “Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração” (Jr 29.13). Em segundo lugar, é preciso se arrepender dos pecados e mudar de atitude: “Limpai as mãos, pecadores” (v.8c). Ter as mãos limpas fala de chegar-se a Deus com a consciência limpa devido ao arrependimento sincero. Paulo fala de levantar as mãos em oração diante do Senhor “sem ira nem contenda” (1 Tm 2.8), purificado. Em terceiro lugar, é preciso dar fim ao “duplo ânimo” (v.8d), isto é, ao hesitar entre Deus e o mundo, ao coxear entre a vontade de Deus e as paixões pecaminosas. Em quarto lugar, “purificai o coração” (v.8e), que significa aqui ter um coração sincero, sem falsidade, sem maldade. Só os puros de coração verão a Deus (Mt 5.8), isto é, só os sinceros de coração poderão ter um relacionamento real com Deus. Ao final, Tiago reforça a necessidade de arrependimento sincero, de quebrantamento verdadeiro perante Deus: “Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza” (v.9)”. (Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 122-123).

“3.A Fidelidade e a prudência (1Pe 5.8,9). Na batalha contra o diabo devemos estar munidos do escudo da fé: “tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Ef 6.16), para resisti-lo firmemente: “ao qual resisti firmes na fé” (1Pe 5.9), não podemos acreditar nas mentiras de Satanás nem dar crédito às suas falsas promessas (Gn 3.4,5). Sobre essa batalha Pedro também advertiu: “Sede sóbrios e vigiai [...]” (1Pd 5.8), as palavras sobriedade e vigilância mostram o equilíbrio e a prudência que devem reger os soldados dessa guerra contra o diabo. Precisamos agir como o governador Neemias, que, em tempo de ameaças, colocou metade de seus homens empunhando as armas e a outra metade trabalhando (Ne 4.16), precisamos manter os olhos abertos.

“4.A humilhação e os resultados. Tiago continua com as suas exortações: sentir as nossas misérias, lamentar, chorar, substituir o riso pelos lamentos, sentir angústia e nos humilhar diante de Deus (v.9). Essas exortações resultam em bênçãos, entre elas, a de que o Diabo fugirá de nós, e o Senhor nos "exaltará" (v.1 O). Trata-se de uma vitória completa em Cristo.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]

- “À medida que Deus se aproxima de nós, devemos sentir a nossa falta de merecimento. Afinal, estamos obtendo a permissão de nos aproximarmos do Deus santo e perfeito. Tiago descreveu um longo processo espiritual nos oito últimos versículos. Ele começou descrevendo as pessoas em conflito umas com as outras e consigo mesmas. A seguir, ele descreveu a origem de tais conflitos nos desejos inapropriados, que são motivados, em grande parte, pela tentativa de permanecer próximas tanto do mundo como de Deus. O desmascarar de uma vida como esta e a convocação dos crentes à humildade pode não ser uma mensagem bem recebida. A rendição pode não vir com facilidade. Desejos arraigados há muito tempo podem reagir com desobediência. O arrependimento poderá ter que incluir a recordação do quanto nós nos afastamos do caminho de Deus antes de termos retornado. Estes termos diferentes, misérias, lamentações, pranto e tristeza captam a luta de uma alma que se aproxima de Deus. Existe uma morte que está acontecendo. É um chamado ao arrependimento profundo e sincero. O riso das pessoas (o riso escarnecedor que se recusou a levar o pecado a sério) e a sua alegria com os prazeres do mundo precisam ser completamente transformados - em tristeza pelos seus pecados (veja também Lc 6.25). Até que isto ocorra, não há espaço para o riso da liberdade verdadeira e a alegria do Senhor. A vida cristã envolve alegria, mas, quando nós percebemos os nossos pecados, precisamos nos lamentar, para que possamos nos arrepender. Somente depois da lamentação é que podemos passar para a alegria na graça que Deus nos dá”. (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 684). “Sujeitar-se a Deus, submeter-se a Ele, ou, como acrescenta Tiago ainda, humilhar-se diante do Senhor. O resultado dessa atitude é claro: “Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará” (v. 10 — grifo meu). Em suma, Tiago nos ensina nessa bela passagem de sua epístola que não há vitória sobre as paixões pecaminosas e nem exaltação espiritual na vida do cristão sem humilhação diante de Deus, sem submissão total à sua vontade, que se dá através desses quatro passos acima elencados a partir de seu próprio texto. E mais: vivendo assim, não teremos, inclusive, conflitos entre nós, porque nossas motivações, desejos e formas de agir estarão completamente harmonizados com a perfeita vontade do Senhor.” (Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 123). “Humilhar-nos perante o Senhor e admitir a nossa dependência dele significa reconhecer que o nosso valor vem somente de Deus. É reconhecermos a necessidade desesperada que temos de sua ajuda e sujeitarmo-nos à sua vontade para a nossa vida. Embora nós não mereçamos a graça de Deus, Ele nos alcança no seu amor e nos dá valor e dignidade, apesar dos nossos defeitos humanos. Quando fazemos isto, a promessa é certa: Ele nos exaltará e nos dará honra. Um dos exemplos bíblicos mais comoventes desta verdade é encontrado na parábola de Jesus sobre o pai que perdoa (veja Lc 15.11-32). O filho tinha tomado a sua herança e saído de casa para ser amigo do mundo. Somente depois que se encontrou falido em todos os aspectos é que ele se arrependeu e, entristecido, voltou para casa. O filho confessou ao seu pai que era indigno de ser chamado de filho. Mas o pai o exaltou e o recebeu de volta à família. O ato de retornar exigiu submissão. As palavras de arrependimento do filho rebelde exigiram humildade. O resultado final foi uma grande alegria. A humildade perante Deus será seguida da nossa exaltação.” (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 685).

CONCLUSÃO

“Tiago relaciona uma série de exortações que, se praticadas em conjunto, resultarão na completa resistência ao Inimigo de nossa alma.  O que Deus espera de nós é que sejamos santos como Ele é santo. Resistir ao Inimigo, no contexto de Tiago, resume-se em que cada um de nós sujeitemos-nos à vontade de Deus e cheguemos-nos a Ele; e devemos ainda purificar as mãos e limpar o coração. É essa dependência de Deus que nos leva à vitória em Cristo.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 5, 3 Fev, 2019]

- Tiago abre o capítulo 4 perguntando: “Donde vêm as guerras e pelejas entre vós?”. Em seguida, responde retoricamente: “Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?” (v.1). Aqui, o líder da igreja de Jerusalém denuncia o tipo de sabedoria que estava predominando na igreja: a terrena, animal e diabólica. Por quê? Ora, entre aqueles crentes havia “guerras e pelejas” e “interesses dos próprios deleites”, enquanto os menos favorecidos estavam à margem dessas ambições. Estava nítido que eles não semeavam a paz. Nós possuímos desejos legítimos à luz da Bíblia, a realização profissional, pessoal e o desejo de uma melhor qualidade de vida são anseios de todo homem, e as Escrituras não proíbem isso. Entretanto, o problema existe quando esse anseio torna-se uma obsessão, um desejo cego, colocando o Senhor nosso Deus à margem da vida para eleger um ídolo: o sonho pessoal. A partir dos ensinamentos do Senhor Jesus, desfrutaremos da verdadeira felicidade em Deus. Apesar dos ataques de Satanás contra os servos de Deus, temos em Cristo a graça necessária para resisti-lo, certos de que, em conservarmos a nossa vida diante do Senhor, o diabo não poderá nos vencer, antes, fugirá de nós.


O conteúdo e as opiniões expressas são de inteira responsabilidade de seu autor.



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As Quarta-feiras 10:00h as 17hs - Círculo de Oração

As Sextas-feiras 18:30h - Culto de Oração

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