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AD Alagoas / Lições Bíblicas

24/11/2018

LIÇÃO 08 – ENCONTRANDO O NOSSO PRÓXIMO

Comentário da lição bíblica para o fim de semana com Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


(Lc 10.25-37)

INTRODUÇÃO

Nesta lição será abordada uma das mais conhecidas parábolas contadas por Jesus: “a parábola do bom samaritano”; Vamos aprender que “Amar ao próximo inclui amar até mesmo aqueles que nos aborrecem, pois encontramos em Deus o maior exemplo de que tal amor é possível.”

I – AS CIRCUNSTÂNCIAS DA PARÁBOLA E A PARÁBOLA PROPRIAMENTE DITA:

- Na sequência de estudos das parábolas de Jesus, analisaremos a parábola do bom samaritano, mais uma parábola que somente é registrada por Lucas.

- Como já dito ao longo do trimestre, Lucas foi o evangelista que mais parábolas registrou, dentro do seu objetivo de anunciar Jesus como o homem perfeito para as pessoas de cultura grega, como era o caso do próprio evangelista, o único não judeu a participar da elaboração das Escrituras Sagradas, e não havia, dentro dos parâmetros culturais gregos, apresentar alguém como homem perfeito se não fosse ele dotado de sabedoria (I Co.1:22) e a utilização de parábolas era um indicativo de que Jesus era não somente sábio, mas a própria sabedoria de Deus (Lc.11:49), pois de elementos corriqueiros do cotidiano podia extrair profundas e novas verdades espirituais.

- Esta parábola, segundo os cronologistas bíblicos Edward Reese e Fran Klassen, foi proferida quando Jesus inicia o Seu ministério na Pereia, logo após terem retornado os setenta discípulos que haviam realizado um “estágio de evangelização” (Lc.10:1-12), em novembro de 28 d.C.

- Como se trata de uma parábola registrada por Lucas, temos a circunstância em que ela foi proferida, como

resposta a uma justificativa de um doutor da lei que havia indagado o Senhor Jesus sobre o que seria necessário fazer para se herdar a vida eterna, pergunta que foi devolvida por Nosso Senhor com outra pergunta, para que o doutor da lei respondesse ao que havia perguntado, tendo, então, o doutor da lei respondido com os dois grandes mandamentos: o amor a Deus e o amor ao próximo. Jesus, então, disse-lhe que fizesse isso e alcançaria a salvação, mas o doutor da lei, então, querendo se justificar, perguntou-lhe quem era o seu próximo e, em resposta, o Senhor Jesus contou, então, a parábola do bom samaritano (Lc.10:25-29).

A parábola do bom samaritano é mais uma das narrativas do Senhor Jesus, encontrada apenas no registro do evangelista Lucas. Embora exista uma passagem semelhante (Mt 22.34-40; Mc 12.28-31), porém, há diferenças, notavelmente na cronologia e no fato de que nos demais o resumo é dado por Jesus, mas aqui na passagem em apreço pelo intérprete da lei. Notemos ainda outras informações:

1.1 A motivação do anúncio da parábola. Enquanto Jesus ensinava, levantou-se um doutor da lei, fazendo uma pergunta cujo propósito era colocar o Senhor à prova, ou seja, em uma situação embaraçosa: “[...] um certo doutor da lei, tentando-o, e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” (Lc 10.25); isto quer dizer que sua pergunta não foi feita sinceramente mas, para fazer com que Jesus não conseguisse responder à altura, e que tivesse uma oportunidade de se colocar em superioridade. Para corrigir tal atitude bem como mostrar, qual deve ser a conduta dos seus seguidores, a saber, fazer o bem a todas as pessoas, o Mestre conta esta famosa parábola do bom samaritano (Lc 10.25-37).

1.2 Um homem que descia de Jerusalém para Jericó (Lc 10.30). 

Jericó estava situada a cerca de vinte e sete quilômetros a noroeste de Jerusalém, estando a cerca de mil metros abaixo desta cidade, de modo que em uma viagem como a deste homem seria necessário enfrentar uma descida bastante íngreme. Era um caminho que corria entre desfiladeiros rochosos com curvas imprevistas que o faziam um lugar ideal para os salteadores (BARCLAY, sd, p.120). Sobre o homem ferido não se tem qualquer informação, além dos acontecimentos de sua jornada. Seu nome não é informado, nem mesmo a sua raça é declarada: “[...] descia um certo homem de Jerusalém para Jericó” (Lc 10.30-a). No entanto, a implicação da história é que ele era judeu, visto que, grande parte da essência e da força da história dependem deste fato. Embora tenha uma atenção especial no texto, ele não é a figura central, de modo que ele faz simplesmente o papel do próximo.

1.2.2 Um sacerdote (Lc 10.31). Um grande número de sacerdotes viviam em Jericó e subiam até Jerusalém quando chegava o seu período de servir no Templo. Este sacerdote, em particular, poderia vir, do Templo ao término do seu período de uma semana de serviços. Sendo assim, ele provavelmente passou para o outro lado da estrada para evitar a profanação cerimonial, o que interferiria em suas funções sacerdotais por algum tempo (Nm 19.11; Lv 21.1). De qualquer forma, alguma outra coisa era mais importante para ele do que a vida de um homem mesmo a vida de um semelhante judeu: “[...] descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo” (BEACON, 2006, p. 414).

1.2.3 Um levita (Lc 10.32). Os levitas ajudavam os sacerdotes executando os serviços necessários no Templo (Nm 1.47-54). Qualquer que fosse o motivo que levou a ambos, o sacerdote e o levita, a passarem pelo seu semelhante judeu sem ajudá-lo, a ênfase é a mesma: o que importa é o que lhes faltou, e não o motivo pelo qual não agiram. Eles estavam quase (se não inteiramente) desprovidos de amor pelo seu próximo: “E, de igual modo, também um levita, chegando àquele lugar e vendo-o, passou de largo”.

1.2.4 Um samaritano (Lc 10.33). Os samaritanos eram descendentes de casamentos mistos de judeus nos dias do cativeiro; eles inventaram sua própria adoração, uma forma mista de judaísmo e paganismo (2Rs 17.22-31; Ed 4.1,2), com um templo próprio no monte Gerizim (Jo 4.20-23); eram considerados impuros pelos judeus (2Rs 17.29; Mt 10.5; Jo 4.9). Por isso, os samaritanos eram odiados pelos judeus e, evidentemente, a maioria dos samaritanos tinha um sentimento similar pelos judeus (Jo 4.9; 8.48). O importante é que um homem que não tinha nenhuma razão especial para ajudar este judeu e quase toda a motivação racial para não ajudá-lo, foi movido de compaixão por um ser humano que estava sofrendo. Embora esse ser humano pertencesse a uma raça odiada, ele parou e o ajudou, fazendo por ele o máximo que podia. É muito importante destacarmos os verbos que aparecem na atitude do samaritano mostrando seu grande amor pelo próximo: “chegou, viu, moveu, aproximou, atou, aplicou, pôs, levou, cuidou, deu, pagou” (Lc 10.33-35). Um caso interessante sobre os samaritanos é o relato dos 10 leprosos curados quando apenas um voltou reconhecendo a graça de Deus, e este, era um samaritano (Lc 17.11-19).

1.3 Propósito da parábola. Nenhum outro segmento dos ensinos de Jesus sofre tanto nas mãos de alguns intérpretes como as parábolas. Muitos abordam essa passagem usando o método alegórico, esse entretanto não é o método correto de se interpretar uma parábola. O texto mostra nitidamente que ao escriba que queria pegar Jesus em contradição com as minúcias da Lei, é surpreendido pela responsabilidade da graça: “[...] amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. [...] respondeste bem; faze isso, e viverás” (Lc 10.27,28). O doutor da Lei queria manter a discussão em nível teórico e filosófico, mas o Senhor o conduz ao campo prático do amor e da ação em benefício do próximo: “Disse, pois, Jesus: Vai, e faze da mesma maneira” (Lc 10.37). A parábola do bom samaritano destaca a verdade de que compaixão e cuidado são intrínsecas à fé salvadora e à obediência a Cristo. Amar a Deus deve ser também amar ao próximo: “Mas um samaritano que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu- se de íntima compaixão” (Lc 10.33).

II – CARACTERÍSTICAS DO AMOR VERDADEIRO ILUSTRADO NO BOM SAMARITANO

2.1 Altruísta. Segundo o dicionário (2001, p. 171) a palavra altruísta, quer dizer: “sentimento de quem põe o interesse alheio acima do próprio”, ou seja, uma pessoa altruísta está mais preocupada com o interesse do próximo do que com o seu. O samaritano colocou sua agenda pessoal em segundo plano para servir. Ele “[...] ia de viagem [...]” (Lc 10.33), tudo ficou para trás: viagem, negócios, perigo de assaltantes, para salvar aquele homem agonizante. Notemos até que ponto o samaritano ajudou o judeu: (a) Ele lhe prestou um imediato socorro emergencial; (b) Ele o levou para uma hospedaria, onde o homem poderia receber os cuidados necessários enquanto convalescia; (c) Ele pagou a conta antecipadamente; e (d) Ofereceu mais assistência caso fosse necessária. Ele não negligenciou nenhum tipo de ajuda que pudesse prestar. Assim sendo, altruísmo é acima de tudo, uma demostração de amor, pois, o amor não busca os seus interesses (1Co 13.5; Fp 2.4).

2.2 Empático. Um sentimento que fica evidenciado no samaritano é a empatia, ou seja, “a ação de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria nas mesmas circunstâncias” (Lc 6.31). Sobre ele nos é dito: “[...] vendo-o, moveu-se de íntima compaixão” (Lc 10.33). O samaritano nem procurou saber quem era o necessitado a sua frente, sua religião ou mesmo a sua nação; agiu como que o que se passava fosse com ele mesmo ou um dos seus. Quando temos este amor de Deus servimos bem a todos, servimos bem à obra do Senhor, sem interesse em qualquer recompensa (Mt 7.12 ver ainda Lv 19.18; Mt 22.40; Rm 13.8,10). A ajuda deve ser prática, e não deve consistir simplesmente em sentir pena da pessoa (Tg 2.14-17). É provável que o sacerdote e o levita sentiram algum tipo de dó pelo ferido, mas não fizeram nada. A compaixão, para ser verdadeira, deve gerar atos (Tg 2.26; 1Jo 3.17,18).

2.3 Imparcial. Quando o doutor da Lei perguntou a Jesus: “quem é o meu próximo” (Lc 10.29), Jesus contou-lhe então a parábola do bom samaritano, demonstrando que o verdadeiro amor não faz acepção de pessoas (Tg 2.1,8,9); pois, o homem que havia sido assaltado e espancado não foi ajudado pelo sacerdote e nem pelo levita, mas, foi socorrido por um samaritano, que não olhou para sua nacionalidade (Lc 10.25-37). Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos são os dois maiores mandamentos na Lei (Mt 22.34-40; Mc 12.28-34; Lc 10.25-27). A acepção de pessoas é uma atitude contrária à lei do amor (At 10.4; Rm 2.11; Ef 6.9; Tg 2.9), por isso, devemos amar a todos (Gl 6.10; 1Ts 3.12), inclusive nossos inimigos (Mt 5.44; Lc 6.27,35). “O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13.10). Qualquer pessoa que está em necessidade é nosso próximo, nossa ajuda deve ser tão ampla como o amor de Deus (Jo 3.16).

III –OS ENSINAMENTOS DA PARÁBOLA

- Jesus, nesta parábola, diz-nos Lucas, quis ensinar quem era o próximo, a fim de que dúvida alguma se tivesse quanto ao segundo grande mandamento da lei, que é o do amor ao próximo, mandamento cujo cumprimento, ao lado do primeiro, que é o amor a Deus, são necessários para que se possa herdar a vida eterna.

- É este o objetivo da parábola e, portanto, ao interpretá-la, devemos ter nossa atenção voltada para este tema, ainda que se possam extrair aplicações, que foram até mencionadas neste estudo, que, entretanto, não se constituem no âmago e na essência do ensino pretendido por Nosso Senhor e Salvador.

- A parábola ensina-nos que qualquer pessoa é nosso próximo. O próximo é qualquer ser humano e não podemos herdar a vida eterna se não amarmos as outras pessoas, independentemente de quem elas sejam. Na parábola, Jesus fez tornar-se o próximo um samaritano, que era, sabidamente, dentro da cultura judaica, a última pessoa que poderia assumir tal posição, já que os samaritanos odiavam os judeus e vice-versa.

- Somente pode herdar a vida eterna quem levar em conta que o próximo é qualquer pessoa e que todo ser humano é imagem e semelhança de Deus e, portanto, deve ser respeito, considerado e,

sobretudo, amado. Assim como Deus ama todas as pessoas, a ponto de ter mandado Seu Filho Jesus Cristo para morrer em lugar delas todas, nós, também, devemos amar a todos, indistintamente.

- Viver sem levar em conta o outro, sem considerar o outro como o próximo, é não ser discípulo de Cristo, é ser apenas um religioso, um egoísta, que não terá outro destino senão o da perdição eterna, o da condenação eterna.

- Ser uma pessoa religiosa não é ser uma pessoa salva e o Senhor Jesus deixa isto bem claro ao mostrar as personagens do sacerdote e do levita, pessoas que, no conceito religioso da época, seriam “modelos de santidade”, mas que, por serem egoístas, não se enquadravam na qualidade de “próximo” e se não formos o “próximo” e não amarmos o “próximo”, estaremos na mesma condenação.

- Jesus amou a todos os homens e morreu por eles. Seus discípulos devem agir da mesma maneira, se é que são imagem de Cristo e irmãos d’Ele, de maneira que devemos refletir para saber se temos sido, ou não, o samaritano da parábola.

CONCLUSÃO

Aqui aprendemos que o amor não aceita limites na definição de quem é o próximo. Enquanto todas as sociedades e seus segmentos sociais acabam levantando barreiras para separá-las das demais pessoas, os discípulos de Cristo devem olhar para os seres humanos com igualdade, pois o próprio Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34). Que cada cristão seja um “bom samaritano” no sentido bíblico; que cada servo de Deus seja uma bênção para seu próximo. 

REFERÊNCIAS

BARCLAY, William. Comentário do Novo Testamento. 

HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.



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