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AD Alagoas / Lições Bíblicas

24/05/2018

Lição 9- Ética Cristã e Planejamento Familiar

Comentário da Lição Bíblica para o fim de semana com Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


Leitura Bíblica: Gênesis 1.24-31

INTRODUÇÃO

O casamento, no plano divino, pressupõe o nascimento de filhos. Nele, estão inseridos a criação dos filhos, o sustento deles e todo o cuidado indispensável para o desenvolvimento humano. Por conseguinte, dentre outros deveres do casal, o planejamento familiar é importantíssimo. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 9, 27 Maio 18)

Há numerosas áreas de complexidade moral que confrontam o cristão. Embora a ética cristã básica seja bastante simples (o amor), muitas vezes é bem difícil de ser aplicada. Os assuntos de controle da natalidade e do aborto são exemplos-chaves das dificuldades”. (Norman Geisler, Ética Cristã, p. 180). Para o cristão, ter ou não ter filhos, não é apenas uma questão biológica, mas uma decisão que envolve fé, amor e obediência aos princípios de Deus para a família. A Palavra de Deus é o nosso supremo guia quanto à verdade e norma de vida; é o único e suficiente guia para julgar aquilo que cremos e fazemos. Considerando isto, um casal cristão tem o dever de planejar sua vida sexual de tal modo que possam gerar filhos e estes sejam desejados como dádiva divina. O mandamento de gerar descendentes é muito abrangente e inclui a responsabilidade de providenciar as necessidades físicas, emocionais, intelectuais e espirituais dos filhos. Embora entendamos que o poder de planejar, reconhecemos que o controle final não pertence ao homem, assim como todos os outros setores da vida, está subordinado à vontade divina. “Tanto a concepção irresponsável de filhos até o limite da capacidade biológica da mulher, como a limitação egoísta do número de filhos, são ambos igualmente condenáveis.” (Prof. Arnaldo J. Schmidt). 

 l – O CONCEITO GERAL DE PLANEJAMENTO FAMILIAR

  1. Controle de natalidade. Não é planejamento familiar, mas procedimentos de políticas demográficas com o objetivo de diminuir ou até mesmo impedir o nascimento de crianças. Tais medidas são adotadas pelos governos totalitários para refrear o aumento da população de um país. Nesse caso, regular o número dos filhos é visto como solução para erradicar os níveis de pobreza, bem como alternativa para a preservação do meio ambiente e o melhor uso dos recursos naturais. Por ordem do Estado o número de filhos é limitado à revelia da vontade dos pais. Para esse fim são utilizados métodos contraceptivos e até a esterilização permanente. Em países totalitários ocorrem denúncias do uso do aborto, e até do infanticídio, como soluções para o controle de natalidade. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 9, 27 Maio 18)

Há de se diferenciar ‘controle de natalidade’ e ‘planejamento familiar’. O primeiro podemos definir como de aspecto político com fins de redução do tamanho da família e controle populacional. Para isto, são desenvolvidas políticas direcionadas aos países em desenvolvimento, com vistas a frear seu crescimento demográfico, que compreende políticas que terão como contrapartida toda e qualquer técnica contraceptiva e abortiva para frear o crescimento populacional.

Essa ideia de utilizar o controle de natalidade como método de diminuir os nascimentos, vem das teorias malthusiana e neomalthusiana, teorias demográficas que analisam o alto índice populacional de um país como o fator principal de seu baixo desenvolvimento econômico, colocando em vista que os países com maiores índices de desenvolvimento econômico tem baixo crescimento populacional, e conseguem esse fato a partir da utilização dos controles de natalidade” (Wellington Souza Silva. ‘Controle de natalidade’. Disponível em:https://www.infoescola.com/geografia/controle-de-natalidade/. Como exemplo de pais que adotou esta política durante décadas com fins de controle populacional, a República Popular da China (país que tem a maior população do mundo, com mais de 1 300 000 000 de habitantes)adotou a ‘Política do Filho Único’, regulamentando por lei que os casais não podem ter mais do que um filho, penalizando caso tenham um segundo filho, ou mais, tendo como objetivo facilitar o acesso da população do país a um sistema de saúde e educação de qualidade. Essa política vigorou de 1970 até 2015, em outubro de 2015, no entanto, o governo chinês aboliu a lei por conta do envelhecimento da população, ao passar a permitir até dois filhos por família.

  1. Planejamento familiar. Diferente do “controle de natalidade”, que consiste em evitar o nascimento dos filhos por meio do controle estatal, a proposta do “planejamento familiar” é a de instituir a paternidade-maternidade responsável. Trata-se de uma decisão voluntária e sensata por parte dos pais quanto ao número de filhos que possam ter com dignidade. No planejamento familiar fatores diversos são analisados, tais como: a saúde dos pais, as condições da família (renda, moradia, alimentação), o espaçamento de tempo entre uma e outra gestação. No contexto cristão, quanto ao número de filhos, o casal deve buscar orientação divina por meio da oração, submeter-se à direção do Espírito Santo e levar em conta o bom senso (Rm 14.21-23). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 9, 27 Maio 18)

Por planejamento familiar ou planeamento familiar, entende-se o conjunto de ações que têm, como finalidade, contribuir para a saúde da mulher e da criança, permitindo, às mulheres e aos homens, escolher quando querem ter um filho, o número de filhos que querem ter, o espaçamento entre o nascimento dos filhos e o tipo de educação, conforto, qualidade de vida e condições sociais e culturais que seus filhos terão” (WIKIPÉDIA). Com o Planejamento familiar intenciona-se controlar o número de filhos e o intervalo entre gestações com o objetivo de garantir o bem estar tanto da criança como do casal. Nesse aspecto, não há nada de errado para o casal cristão, aliás, é uma atitude louvável, sensata e digna; cabe apenas ressaltar que o planejamento é humano mas cabe à Deus, em sua sublime soberania, a consecução do planejado.

Não se deve concluir que, porque alguns usos do controle da natalidade são egoístas todos são egoístas. Na realidade, há várias situações em que o controle da natalidade pode ser a coisa altruísta ou certa para se fazer. (1) Por exemplo, adiar a família até que se possa cuidar dela melhor pode ser uma ação muito sábia e altruísta. Se razões psicológicas, econômicas, ou educacionais indicassem um tempo futuro melhor para a família, então não será moralmente errado esperar. Para a maioria dos casais que se casam na idade usual, algum programa de limitação artificial da família é uma necessidade emocional e económica. (2) Além disto, se o controle da natalidade pode ser usado para limitar o tamanho da família conforme a capacidade dos pais de prover para ela, então a pessoa não peca. As Escrituras conclamam o homem a prover pelos seus (1 Tm 5:8) e planejar para o futuro. “Pois, qual de vós,” disse Jesus, “pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?” (Lc 14:28). E quem argumentaria que uma família não é mais importante do que uma torre? (3) Além disto, refrear-se de ter filhos por razões da saúde (física ou mental) não é errado como tal. Na realidade, será errado trazer filhos para o mundo se fosse destrutivo para os pais e/ou as condições fossem destrutivas para os filhos. (4) Finalmente, não é errado evitar ter filhos por algum propósito moral superior tal como Jesus se referiu em Mateus 19:12. Os homens podem dedicar-se voluntariamente ao celibato, ou passar sem filhos em prol do reino de Deus. Enquanto a espécie não estiver sendo ameaçada pela sua abstenção e enquanto a sua dedicação for para o bem dos outros, não é errado usar o controle da natalidade para evitar terem seus próprios filhos. Há, na realidade, algumas vocações e chamadas legítimas e necessárias na vida, para as quais uma família seria uma desvantagem, mas uma esposa seria uma ajuda.” (‘O cristão, o controle da natalidade e o aborto’. Disponível em:http://www.cacp.org.br/o-cristao-o-controle-da-natalidade-e-o-aborto/.

O QUE AS ESCRITURAS DIZEM SOBRE O PLANEJAMENTO FAMILIAR

-A FAMILIA E A PROCRIAÇÃO DA ESPÉCIE

Deus apresentou ao primeiro casal todas as demais criações terrenas e disse-lhe: “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28). A frutificação e a multiplicação da espécie humana foram o meio planejado por Deus para que o homem pudesse dominar a Terra. Deus garantiu em Seu plano que a humanidade teria livre acesso aos bens terrestres: “E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento (…) Eis que vos tenho dado toda a erva que dá semente e que está sobre a face de toda a terra; e toda a arvore em que há fruto que dá semente, ser-vos-á para mantimento” (Gn 1.29-30). Deus planejou também o modo de segurança: “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Assim também devemos orientar nossos filhos para vida, principalmente para que sejam esposos e pais exemplares

A procriação (Gn 1.28; Sl 127.3). Por isso, Deus criou “macho e fêmea”. Adão tinha liberdade de comunicar-se verbal, social e fisicamente com sua esposa. A união, portanto, entre marido e mulher foi estabelecida por Deus, para a multiplicação da raça humana. A vida íntima entre os dois deve ser mantida, pois é uma coisa pura e nobre conservar o “leito sem mácula” (Hb 13.4). Sem discussão, sem rivalidade

Toda família a seu serviço. Deus quer toda família servindo a Ele e à sua obra (Êx 10.9; Ef 3.15). O Diabo luta para separá-la, mas Deus sempre deseja ajuntá-la. Vivamos, pois, juntos na igreja, na oração, nos cultos, no lar, na escola dominical. Sempre juntos! A família é composta de pai, mãe e filhos. Jamais confundamos a família com grupos de pessoas, ou família no sentido de uma raça. Às vezes, o termo família, na Bíblia, significa o que se abriga debaixo de nosso teto (Ex 12.4).

Em outras ocasiões, refere-se a Israel (Is 5.7). Deus ordenou que Noé e seus familiares entrassem na arca (Gn 7.1,7). O carcereiro de Filipos foi batizado com toda a sua casa (At 16.33).

III – ÉTICA CRISTÃ E O LIMITE DO NÚMERO DE FILHOS

Contudo existam pesadas responsabilidades recaindo sobre os pais, é seu dever manter o lar o mais atrativo possível. O círculo doméstico deve ser para as crianças o mais atrativo lugar do mundo, o local onde se cultivem afeições, em vez de serem reprimidas, pois a vida diária determina o futuro e a responsabilidade maior dos pais é que seus filhos sejam conduzidos aos pés de Cristo.

1. A questão do fator de multiplicação.

Para não-cristãos e descrentes, o fato de uma pessoa engravidar é visto como situação sem muita importância por parte de alguns segmentos da sociedade. Por outro lado, há quem queira veementemente gerar um bebê, por conta da infertilidade; quando a reprodução in vitro já é uma realidade.

Planejar o nascimento de filhos é uma situação ética que precisa ser analisada à luz da Palavra de Deus e ensinada pelas lideranças eclesiásticas. Entre os crentes, que pouco contato têm com este tema nas igrejas, alguns fazem oposição a toda espécie de restrição ao planejamento de número de filhos, invocam o texto bíblico “crescei-vos e multiplicai-vos” para argumentar que não é correto evitar a gravidez, considerando que estabelecer a limitação do número dos filhos seria desobediência ao mandamento de procriação, e nesta lógica sem respaldo bíblico contextualizado, ensinam que a mulher deve gerar filhos descontrolada e indefinidamente.

Em se tratando de ética cristã, o assunto causa preocupação. Os filhos são para toda a vida. Portanto, antes da paternidade e maternidade é extrema a necessidade de buscar ao Senhor em oração. A circunstância para o cristão, em ter ou não ter filhos não é somente uma questão biológica, trata-se de uma escolha que abarca fé, amor e obediência às normas estabelecidas pelo Criador para a família. Se um casal passa a se conhecer intimamente, com ou sem contracepção, deve estar preparado para a possibilidade de gravidez. No plano divino, casar-se presume o nascimento de filhos. Consequentemente, colocar um ser humano no mundo, leva o casal à obrigação de prover o sustento dentre outras atribuições. O que nos leva a considerar que a preparação familiar é fundamental para uma família estável.

O cristão não precisa afligir-se quanto ao planejamento familiar. A ordenança para procriar foi emitida em caráter global, não foi destinada de maneira individual. O mandamento é “geral”, não deve ser considerado “específico”. Deus ordenou a reprodução da raça humana, não a reprodução de cada pessoa.

Desde que o planejamento familiar não seja feito por meios abortivos, tal atitude não é pecaminosa e não trará prejuízos ao casal, pois não contraria a Bíblia Sagrada. O aborto é pecado, o planejamento familiar não é pecado Consulte e medite: Jeremias 1: 5; Salmo 139. 13-16.

As Escrituras ensinam a responsabilidade com a nossa família. Paulo admoesta sobre a questão da multiplicação, dizendo que se uma pessoa crente não cuida bem de seus parentes, principalmente dos pais e filhos, que são partes dela mesma, age pior do que as pessoas incrédulas e por não reconhecer essa obrigação nega a sua fé (1 Timóteo 5.8).

2. A questão ética no planejamento familiar.

O Criador não fez a mulher fértil todos os dias. Agraciou o exemplar humano feminino com apenas três dias férteis a cada mês, numa clara indicação que as mulheres não têm a obrigação de conceber filhos a vida inteira. Portanto, em si, a atitude em planejar o número de filhos não é pecado e nem fator que desabone eticamente quem está envolvido nesta questão.

Também, o Criador das famílias não determinou qual deveria ser o número de filhos. Quando marido e esposa se tornam pais de apenas uma criança, eles já se multiplicaram, cresceram em número. O erro, no que se refere a conduta cristã em postura ética, encontra-se no fato da realização do planejamento familiar agindo com a presunção de não pedir a aprovação divina para o projeto da construção do seu lar (Tiago 4.13-15).

Maus exemplos: A esposa demonstra possuir vaidade ao negar-se a procriar para não alterar a suposta beleza do corpo. E em semelhante modo censurável, o marido expressa atitude egoísta ao não querer ter filhos, apenas para esquivar-se da responsabilidade paternal.

CONCLUSÃO 

No lar que prevalece a verdadeira cortesia, ela parece vir ao encontro já na soleira da porta. Pode se sentir a amável recepção na entrada. Uma agradável atmosfera permeia a casa, de maneira indescritível e inconfundível.

Enfim, adiar o nascimento dos filhos até que se conquiste condições financeiras ou de saúde para que possa cuidar melhor da família; determinar a quantidade dos filhos para que se possa criá-los com dignidade, escolher a época propícia para o nascimento entre um e outro filho para melhor acolher mais uma criança, não deve ser considerada atitude anticristã e antiética. Mesmo assim sempre será louvável consultar à vontade soberana do Senhor em tudo que fizermos, inclusive quanto a bênção de se viver a vida conjugal ao lado que quem amamos.



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