INTRODUÇÃO
Ao falar do tabernáculo como o local de culto na Antiga Aliança, o autor sagrado detalha alguns dos seus principais utensílios. Ele mostra que tem em mente o culto quando usa a palavra grega latreia. Essa palavra é usada em outros trechos (Hb 9.1,6,9,14) com o sentido de adoração ou serviço sagrado. É perceptível que a doutrina do sacerdócio de Cristo domina boa parte da epístola e muita coisa que foi dita sobre o assunto é enfatizado novamente aqui. A intenção é contrastar a antiga adoração prestada pelo sistema sacerdotal da Antiga Aliança e o serviço prestado por Cristo no tabernáculo eterno da Nova Aliança. Com Cristo, o culto a Deus passou a ter uma glória maior do que no antigo pacto, pois Ele substituiu os símbolos rituais pela realidade da verdadeira adoração. STRONGS (NT 2999: λατρεία) define latreia como o “serviço de Deus” ‘τοῦ Θεοῦ’. Na Bíblia grega, o serviço ou adoração de Deus de acordo com os requisitos da lei levítica. “Utilizando o método de comparação, com a finalidade de exaltar o Filho de Deus, o escritor destaca no presente texto a superioridade do sacerdócio de Cristo. O trabalho sacerdotal no Antigo Testamento não era puramente humano, mas um ministério de intercessão instituído por Deus em favor dos homens. O Eterno determinara, de antemão, que os sacerdotes viessem da família de Arão, prefigurando o surgimento de Cristo como o verdadeiro Sumo Sacerdote; aquele que se ofereceria como oferta pelos pecados de toda a humanidade. Dentre outros, sua superioridade é aqui destacada no fato de Ele não se exaltar, mas glorificar aquele que disse: “Tu és meu Filho, hoje te gerei”. O Filho de Deus viveu entre nós sem pecado, aprendeu pela obediência e trouxe-nos eterna salvação. ”. Antes de falar sobre as glórias do sacerdócio de Cristo, o escritor apresenta em retrospecto o ministério levítico, descrevendo o Tabernáculo com seus dois compartimentos, o Lugar Santo e o Santo dos Santos. Havia algo de belo e majestoso nessa antiga administração do culto e serviço sacerdotal, o qual, pelo contraste, enaltece a glória da nova ordem cristã.
I. O CULTO E SEUS ELEMENTOS NA ANTIGA ALIANÇA
O culto e seus utensílios. Na Antiga Aliança, a função principal do Tabernáculo era a de servir como o lugar de encontro entre Deus e o homem. Era nesse recinto, relativamente simples, que Deus encontrava-se com seu povo: “…à porta da tenda da congregação, perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali” (Êx.29:42). Este lugar era santo, consagrado ao culto de Jeová, o Deus vivo e eterno. Em nossos dias a presença de Deus se manifesta na igreja por meio do Espírito Santo que habita nos crentes (Ef.2:21,22).
O Tabernáculo era composto de três partes principais: o Pátio; o lugar santo e; o Santo dos santos. O autor da Epístola demonstra profundo conhecimento sobre o culto na Antiga Aliança quando fala do tabernáculo e dos seus utensílios. Ele tem em mente estas principais divisões do Tabernáculo (Hb.9:1-5).
a) O Pátio –“Farás também o pátio do tabernáculo” (Êx.27:9). Esse Pátio tinha um formato retangular e media cerca de 45 metros de comprimento por 22,5 metros de largura (Êx.27:18), levando em consideração o valor do côvado de 0,45m.
O Tabernáculo era cercado por cortinas e havia uma única entrada para ele. O Pátio cercado por cortinas simbolizava a separação que deve haver para adoração a Deus. Mattew Henry diz que o “pátio era um tipo da igreja, fechada e separada do resto do mundo, encerrada por colunas, indicando a estabilidade da igreja, fechada com o linho limpo, que está escrito que é a justiça dos santos (Ap.19:8). Esse eram os átrios pelos quais ansiava Davi e onde ele anelava residir (Sl.84:2,10), e onde o povo de Deus entrava com louvor e agradecimentos” (Sl.100:4).
O Pátio ficava na parte mais exterior do Tabernáculo e era descoberto. Isso significa que quem está ali (e a maioria dos crentes ainda estão no pátio) está exposto às intempéries do tempo – sol, chuva, ventos, etc., além de tipificar a primeira experiência que todo homem deve ter para com Deus. Esta fase nos fala que o Pátio é somente uma parte do caminho a ser percorrido, ou seja, ainda é necessário percorrer até o Lugar Santo e, depois, até o Santo dos santos onde está a presença de Deus.
b) O Lugar Santo. Este lugar é uma fase mais interior do Tabernáculo. É ali que adentramos na presença do Eterno, pois todos os mobiliários do lugar santo são de ouro, e o ouro nos fala da divindade, nos fala da realeza e da eternidade. Nesse lugar ficavam o Castiçal de ouro, a Mesa dos pães da proposição e o Altar do incenso. Estima-se que este lugar media 9 metros de extensão.
c) O Santo dos Santos. Este é o lugar mais interior do Tabernáculo. Ali havia somente a Arca do concerto, o objeto mais sagrado de Israel. Neste lugar somente o sumo sacerdote poderia entrar, e apenas uma vez no ano (Hb.9:7), para aspergir sobre o propiciatório (a tampa da Arca) o sangue que havia sido derramado do sacrifício anual feito para expiação dos pecados de todo o povo (Lv.16:14,15; 17:11). Hoje, tal expiação não é mais necessária, porque Jesus, o nosso Sumo Sacerdote por excelência, já entrou na presença do Pai oferecendo o seu próprio sangue como propiciação definitiva pelos nossos pecados (Rm.3:24,25; Hb.9:11-15; 10:10,12), de maneira que todos aqueles que o recebem como único e suficiente Salvador e Senhor, aceitando seu sacrifício em nosso favor e entregando suas vidas totalmente a Ele, têm livre acesso à presença de Deus (Hb.10:19-23).
Ao tratar do estudo do simbolismo, devemos perguntar-nos: que significam os objetos e ritos para os israelitas? A seguir, qual é o verdadeiro significado do Tabernáculo para os cristãos de hoje? Não nos convém ser dogmáticos ao interpretar os pormenores, mas devemos buscar na medida do possível a interpretação neo-testamentária.
a) OS MÓVEIS DO PÁTIO. Mostravam como o homem pode aproximar-se de Deus e restaurar a comunhão com Ele.
– O Altar dos holocaustos. Este era o lugar de completa dedicação a Deus, pois ali se ofereciam os sacrifícios de holocausto que simbolizavam inteira consagração. Os que são perdoados e reconciliados devem seguir os passos daquele que se ofereceu em completa submissão à vontade divina.
O Altar dos holocaustos é o primeiro passo para o homem aproximar-se de Deus; é nele aonde acontece a expiação; sem remissão de pecados não há comunhão com Deus. Sua mensagem é: “Sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb.9:22). Para o povo de Deus do Novo Testamento a remissão foi efetuada no Calvário, onde Cristo se sacrificou por nossos pecados. Assim como o homem perseguido podia agarrar-se aos chifres do Altar para escapar do vingador ofendido, o pecador pode agarrar-se simbolicamente à Cruz, e mediante a fé encontrar abrigo seguro para a sua alma. As pessoas que depositam sua fé em Cristo têm um altar (Hb.13:10), e são reconciliadas com Deus mediante a Cruz (2Co.5:18-21) tendo desse modo acesso ao Pai (Rm.5:2).
– A Pia de cobre. O segundo passo para aproximar-se de Deus e preparar-se para ministrar nas coisas sagradas é simbolicamente representado pela Pia de cobre. Ali os sacerdotes se lavavam antes de oficiar nas coisas sagradas. Demonstra que é necessário purificar-se para servir a Deus: “a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb.12:14). O crente se limpa “com a lavagem da água, pela palavra” (Ef.5:26), e pela “regeneração” e “renovação do Espírito Santo” (Tito 3:5).
b) OS MÓVEIS DO LUGAR SANTO.Indicavam como a nação sacerdotal podia prestar culto a Deus e servi-lo de uma forma aceitável. Alguns estudiosos da Bíblia pensam que na obra de Cristo encontra-se o simbolismo destes móveis: o Altar do incenso, representa a Cristo, o nosso intercessor; a Mesa dos pães, representa a Cristo, o pão da vida e; o Castiçal, representa a Cristo, a luz do mundo. Apesar da bênção resultante destas interpretações tradicionais, convém-nos buscar o simbolismo dos móveis considerando primeiro a ideia que eles transmitiam aos israelitas e a seguir o que o Novo Testamento indica no tocante a eles.
Tendo em vista que os que oficiavam no Lugar Santo eram os sacerdotes comuns, simbolizando os crentes (1Pd.2:9; Ap.1:6), é lógico considerar que o uso dos móveis desse lugar prefigurava o culto e o serviço dos cristãos.
– Altar do incenso. Estava no centro do Lugar Santo. Este móvel ensina-nos que uma vida de oração é imprescindível para agradar a Deus, já que o incenso simbolizava a oração, o louvor e a intercessão do povo de Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento (Sl.141:2; Lc.1:10; Ap.5:8; 8:3). Assim como o perfume do fumo que o incenso desprendia subia ao céu, os louvores, as súplicas e as intercessões sobem ao Senhor como cheiro agradável.
Duas vezes por dia acendia-se o incenso sobre o altar e provavelmente ardia durante o dia todo. Isto ensina que os filhos de Deus devem ser constantes na oração.
Acendia-se o incenso com o fogo do altar dos holocaustos, o que nos leva a notar que a oração aceitável ao Senhor se relaciona com a expiação do pecado e a consagração do crente.
Também se destaca a importância do fogo para consumir o incenso. Se o incenso não ardia, não havia cheiro agradável. Igualmente, o crente necessita do fogo do Espírito Santo para que faça arder o incenso da devoção (Ef.6:18). As orações frias não sobem ao trono da graça.
Finalmente, observamos que o sumo sacerdote espargia sangue sobre os cantos do altar do incenso uma vez por ano, demonstrando que, embora o culto humano seja imperfeito (Rm.8:26, 27), somos “agradáveis a si no Amado” por seu sangue expiador e sua intercessão perpétua (Ef.1:6, 7; Rm.8:34; Hb.9:25).
– Mesa dos pães da proposição. A frase “pães da proposição” significa literalmente “pães do rosto”, e em algumas versões da Bíblia se traduz “pão da presença”, pois o pão era colocado continuamente na presença de Deus. Os doze pães colocados na mesa representavam uma oferta de gratidão a Deus da parte das doze tribos de Israel, pois o pão era ao mesmo tempo uma dádiva de Deus e fruto dos esforços humanos. Por isso, o povo reconhecia que havia recebido seu sustento de Deus e ao mesmo tempo consagrava a ele os frutos de seu trabalho. Portanto, a mesa dos pães refere-se também à mordomia dos bens materiais.
– O Castiçal de ouro. Simbolizava o povo de Deus, Israel. Ensinava que Israel devia ser “luz dos gentios” (Is.49:6; 60:1-3; Rm.2:19), dando testemunho ao mundo por meio de uma vida santa e da mensagem proclamada do Senhor. O apóstolo João utiliza a figura do castiçal: representa as sete igrejas da Ásia como sete castiçais (Ap.1:12-20); portanto, o castiçal prefigura a Igreja de Jesus Cristo. Assim como o tronco do castiçal unia os sete braços e suas lâmpadas, assim também Jesus Cristo está no meio de suas igrejas e as une. Embora as igrejas locais sejam muitas, constituem uma só Igreja em Cristo. Também Jesus disse aos seus seguidores: “Vós sois a luz do mundo” (Mt.5:14).
Era necessário encher o castiçal com azeite puro de oliveira a fim de que ardesse e iluminasse ao seu redor, continuamente. O azeite é, pois, símbolo do Espírito Santo. Se o crente não tem a presença e o poder do Espírito em sua vida, não será uma boa testemunha. Todos os dias um sacerdote trazia azeite fresco para o castiçal, de modo que a luz ardesse desde a tarde até ao amanhecer (Êx.27:20,21). Do mesmo modo o crente necessita receber todos os dias o azeite do Espírito Santo (Salmo 92:10) para que sua luz brilhe diante dos que andam na escuridão espiritual.
Diante do exposto, nota-se que os móveis do Lugar Santo ensinam como os filhos de Deus podem prestar culto e serviço ao seu Senhor. Todos os aspectos do culto representados por cada móvel são importantes, mas o lugar central que o altar do incenso ocupava parece indicar que a atividade relacionada com este é o mais importante. Como a mesa dos pães e o castiçal ou candeeiro estavam relacionados com o altar do incenso, a consagração e o testemunho do crente estão relacionados com a vida de oração. Se o crente não tem comunhão com Deus, logo deixará de consagrar ao Senhor os frutos de seu trabalho e sua luz deixará de alumiar os homens.
c) OS MÓVEIS DO SANTO DOS SANTOS. Este é o lugar mais interior do Tabernáculo. Ali havia somente a Arca do concerto, o objeto mais sagrado de Israel. Para os israelitas o lugar santíssimo e em especial o propiciatório (tampa da Arca) representavam a imediata presença de Deus. Ali se manifestava a Shekiná (hb. “habitar”), o fogo ou glória de Deus que representava sua própria presença. No Propiciatório, o mais perfeito ato de expiação era realizado uma vez por ano pelo sumo sacerdote. Hoje, tal expiação não é mais necessária, porque Jesus, o nosso Sumo Sacerdote por excelência, já entrou na presença do Pai oferecendo o seu próprio sangue como propiciação definitiva pelos nossos pecados (Rm.3:24,25; Hb.9:11-15; 10:10,12).
– A Arca da Aliança. Era um cofre de 1,15m por 0,70m, construído de acácia e revestido de ouro por dentro e por fora. Sobre a coberta da Arca ficavam dois querubins (seres angelicais) diante um do outro, feitos de ouro, que com suas asas cobriam o local conhecido como “propiciatório” (tampa da Arca). O Propiciatório recebia este nome porque era o lugar da expiação, onde estava simbolizada a misericórdia. Neste lugar Deus manifestava a sua glória. Para o crente de hoje estas coisas servem de “alegoria para o tempo presente” (Hb.9:9), onde Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote, entrou de uma vez para sempre com seu próprio sangue para fazer propiciação por nossos pecados e expiá-los. É interessante notar a relação que existe entre o “propiciatório” e as palavras do apóstolo Paulo quando disse, referindo-se a Cristo: “ao qual Deus propôs para propiciação” (Rm.3:25). As figuras dos querubins, com as asas estendidas para cima, e o rosto de cada um voltado para o rosto do outro, representavam reverência e culto a Deus.
A Arca só podia ser carregada pelos levitas (Nm.9:15-17; 2Sm.6:1-15), que a carregavam nos ombros, assim como faziam com todas as peças do santuário (Nm.7:9). Dentro da Arca havia três objetos: as duas tábuas da Lei, um vaso com Maná, e mais tarde se incluiu a Vara de Arão. Todos esses objetos lembravam a Israel o concerto firmado no Sinai e o amor de Deus.
As tábuas da lei. Simbolizavam a santidade de Deus e a pecaminosidade do homem; também lembravam aos hebreus que não se podia adorar a Deus sem se dispor a cumprir sua vontade revelada.
O Maná. Moisés, sob ordens divinas, ordenou que fosse colocado diante do Senhor um vaso contendo um gômer (3,7 litros) cheio de maná (Êx.16:32,33). Este recipiente seria guardado para as gerações futuras. Simbolizava a constante provisão divina. O fornecimento do maná era diário. A lição de Deus para Israel, como também para os cristãos, é que os crentes têm de depender de Deus dia após dia – “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (Mt.6:11).
A Vara de Arão que florescera. A Vara nos fala da autoridade conferida a alguém. A Bíblia diz que Deus fez com que essa Vara miraculosamente florescesse para confirmar diante do povo a chamada de Arão para ser o sumo sacerdote (Nm.17:7-11; Hb.9:4). Nossa autoridade quando colocada diante de Deus brota, aparece para que todos vejam e saibam que nosso ministério foi realmente dado a nós por Deus.
– O Véu. Separava o Lugar Santíssimo do Lugar Santo e excluía todos os homens com exceção do sumo sacerdote; acentuava que Deus é inacessível ao homem pecador. Somente por via do mediador nomeado por Deus e do sacrifício do inocente podia o homem aproximar-se de Deus. Pela obra de Cristo no Calvário, “o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo” (Mt.27:51). Agora essa separação está desfeita, rasgada, e os crentes têm acesso à presença de Deus (Hb.10:19, 20; 4:14-16; Rm.5:1,2). Aleluia!
II. O CULTO E SEUS ELEMENTOS NA ANTIGA ALIANÇA
O CULTO E SEUS UTENSÍLIOS.
A semana passada o autor demostrou ter muito conhecimento, ao falar do tabernáculo e dos seus utensílios.
O autor tem na mente as duas principais divisões do antigo santuário, o lugar santo, onde estavam o candelabro e a mesa dos pães da preposição.
E o segundo compartimento onde ficava a arca da aliança e o incensário de ouro, o santo dos santos que estavam divididos apenas por cortinas.
O CULTO: SEUS OFICIANTES E LITURGIA.
Existia toda uma tipologia bíblica e cada componente do tabernáculo tinha uma simbologia,
O candelabro por exemplo representava o testemunho do povo de Deus; a mesa dos pães da proposição, representava a comunhão com Deus;
O altar do incenso representava a oração, e a Arca do Concerto a presença de Deus. No lugar santo os sacerdotes entravam todos os dias para prestar culto
Enquanto no lugar santíssimo, só o sumo sacerdote entrava uma vez por ano para oficiar. Todo esse serviço prestado
Não passava de uma sombra que não resolvia o problema da culpa. Cristo entrou no santo dos santos para resolver o problema do pecado e da culpa
III – A EFICÁCIA DO CULTO NA NOVA ALIANÇA
UMA REDENÇÃO ETERNA.
A diferença entre a antiga e a nova aliança era muito grande e podia se ver no contexto de cada uma.
O culto levítico com seus rituais trazia apenas pureza cerimonial enquanto que o sacrifício de Cristo na cruz trouxe a redenção eterna,
Ou seja, “libertação mediante o pagamento de um preço” esse é o significado da palavra grega “lytrôsis” ou seja: “redenção”.
UMA CONSCIÊNCIA LIMPA.
Os sacrifícios da antiga aliança, tinham um aspecto cerimonial, eles não conseguiam tratar com o problema interno do homem,
Esses sacrifícios cobriam os pecados da humanidade, mas não removiam.
Com tudo o sacrifício de Cristo na cruz, purifica e limpa a consciência tornando-a apta para a adoração a Deus.
UMA HERANÇA ETERNA.
A purificação tem um efeito imediato e vem através do sangue do Jesus, isso vemos na palavra do autor (Hb 9:15),
Quando ele afirma que os chamados receberam a promessa da herança eterna. Essa herança eterna, traduzida do grego Kleronomia
Traz o sentido de algo que alguém por direito possui. Já no Novo Testamento é usado em relação a coisas terrenas e celestiais (Lc 12:13),
Dando um sentido de que Cristo nos chamou para uma aliança incorruptível (1 Pe 1:4), por esse motivo a nossa herança é celestial, espiritual e eterna.
IV – A SINGULARIDADE DO CULTO DA NOVA ALIANÇA
O SANTUÁRIO CELESTE.
Nós vimos na aula passada, que o tabernáculo terrestre é um tipo de santuário celeste, onde Cristo tem o oficio de sumo sacerdote (Hb 9:24).
O culto na antiga aliança em seu santuário terrestre era apenas uma sombra onde o santuário celeste é a realidade.
Entendemos que o verdadeiro modelo de adoração não pode ser visto se olharmos para a terra e sim para o céu.
UM SACRIFÍCIO SUPERIOR.
O serviço que era prestado pelos sacerdotes no culto de adoração do Antigo testamento é contrastado com o serviço de Cristo na nova aliança.
Os sacerdotes precisavam repetir o seu sacrifício ao contrário de Cristo que fez apenas um sacrifício e não precisou de sangue de animais (Hb9:25).
O culto realizado no antigo concerto era imperfeito, porque os seus sacerdotes eram imperfeitos também.
O verdadeiro culto é perfeito e só foi possível porque o cordeiro de Deus deu-se em nosso lugar.
UMA PROMESSA GLORIOSA.
O culto na antiga aliança é encerrado com uma frase de promessa:
“Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação” (Hb 9:28).
O autor aos Hebreus resume a obra de Cristo, dizendo que “se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 9:26).
Agora comparece por nós no céu (Hb 9:24), mas aparecerá para levar-nos ao seu lar (Hb 9:28). A base destes “três tempos de salvação” está consumada na cruz do calvário.
CONCLUSÃO
A adoração terrena da antiga aliança era imperfeita, incompleta. Enquanto o novo pacto é firmado em princípios celestiais, eternos e perfeitos.
A nossa adoração é superior a antiga aliança porque o nosso Senhor encontra-se acima dos anjos.
Se vivêssemos no período do Antigo Testamento, em vez de levarmos ao santuário uma Bíblia, levaríamos um animal para que, após ser sacrificado, propiciasse o perdão de nossos pecados. Assim era no passado. Ainda que todo aquele cerimonial fosse sombra do que acontece no céu (Hb 8:5;10:1) e apontasse para Jesus (Hb 9:23-28), era um cerimonial incapaz de purificar completamente o pecador(Hb10:4), valia como símbolo do sacrifício de Cristo, único, completo e perfeito. Toda riqueza espiritual, como uma nova aliança com Deus, uma herança eterna e o perdão dos pecados, nos são possíveis pela graça, mediante a fé em Cristo (Ef 2:8,9).
Que privilégio o nosso, o de ter nascido depois do sacrifício de Cristo e de conhecer nos evangelhos a história da salvação e a eficácia do sacrifício de Jesus!
“Ainda que Deus não respondesse mais a nenhuma de minhas orações, eu O louvaria a vida inteira por aquilo que Ele fez por mim na cruz do Calvário” (A.W.Tozer).
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