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AD Alagoas / Lições Bíblicas

16/02/2018

LIÇÃO 7- JESUS, SUMO SACERDOTE DE UMA ORDEM SUPERIOR

Comentário da Lição Bíblica para o fim de semana sob a responsabilidade do Pr. Jairo Teixeira Rodrigues


INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Caro (a) professor (a), a Lição desta semana trata de um assunto muito especial: o sacerdócio perfeito e eterno de Jesus. Isso significa que estudaremos como todo o sistema de sacrifício levítico, apresentado no Antigo Testamento, deu lugar ao sacrifício completo de Jesus no Calvário. Sim, veremos que Jesus Cristo, e só Ele, tinha todas as prerrogativas para mudar o sacerdócio e a Lei. E foi isso que o nosso Senhor fez! Por isso, dedique-se para compreender o melhor que puder o capítulo 7 de Hebreus.

INTRODUÇÃO

O autor da Carta, está construindo uma posição lógica e exegética com a finalidade de despedaçar completamente qualquer dependência remanescente do judaísmo. Ele precisa convencer esses cristãos hebreus de três coisas.

Em primeiro lugar, que o sacerdócio de Cristo anula e substitui completamente toda estrutura monolítica do sacerdócio judaico e da adoração no Templo. Não pode mais haver uma contemporização do conceito da coexistência. Os odres velhos não podem conter o vinho novo, nem a veste velha ser remendada com pano novo. O antigo terminou, abandonado por Deus, e precisa ser abandonado pelos cristãos.

Em segundo lugar, Jesus Cristo, em seu sacerdócio, inaugurou uma nova aliança entre Deus e seu povo, tornando a antiga aliança obsoleta com suas formas ritualísticas e sacerdotais.

Esta nova aliança é o cumprimento do significado simbólico da antiga, e igualmente o cumprimento das grandes predições do AT acerca desta substituição. A nova aliança, portanto, não deveria ser nenhuma surpresa para eles e deveria ser adotada prontamente e com gratidão. Ela é qualitativamente superior à antiga em todos os sentidos, visto que inclui a substância em vez da sombra. Esta substância é essencialmente uma perfeição pessoal do adorador, descrita de diversas maneiras como repouso, acesso ao “Santo dos Santos” e santificação.

Em terceiro lugar, a pessoa e obra de Cristo são definitivas e cancelam todas as outras opções. Tendo conhecido a Cristo, não tem como voltar atrás. Não podem mais encontrar abrigo em Moisés da ira vindoura. A tentativa em fazê-lo resultará em julgamentos e conseqüências eternas excedendo em muito a desgraça que a raça havia experimentado previamente por causa da desobediência.

Ao estabelecer este tipo de argumentação, o raciocínio do autor é inteiramente judaico. Muitos elementos têm uma afinidade com o helenismo judaico-alexandrino, como é representado por Fílon, mas outros são compatíveis com a hermenêutica rabínica de Jerusalém. Um ponto de concordância entre essas duas posições era a sua alta consideração pelo AT como a Palavra de Deus divinamente inspirada. Nada era supérfluo ou sem significado.

Mas Hebreus difere tanto de Fílon quanto dos judeus palestinos no princípio hermenêutico básico que sustenta toda a carta, a saber, que Cristo é a chave para a interpretação das Escrituras judaicas. “Para Hebreus”, diz Sowers, “o verdadeiro significado da Bíblia não é desvendado por um exegeta inspirado, como é o caso de Fílon, mas, sim, por Cristo, para o qual aponta todo o AT”.

Ele, portanto, reconhece textos que provam o que está querendo dizer que não seriam reconhecidos como tais por um exegeta que olhasse através de lentes hermenêuticas diferentes. Mas existem motivos de sobra para acreditar na base histórica e teológica de que ele foi fiel ao princípio introduzido pelo próprio Cristo no caminho de Emaús (Lc 24.27) e que estruturou o pensamento dos apóstolos e da Igreja Primitiva.

Nos capítulos seguintes, portanto, o autor interpreta vários textos cristológicos. O primeiro — e possivelmente o mais crucial — é Salmo 110.4: “Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque”.

Deste versículo depende sua polêmica de que Cristo é legitimamente o sumo sacerdote, nomeado por Deus, mas de uma ordem diferente e superior à levítica, e, por esta razão, substituindo a ordem levítica para sempre. Ele já citou o texto (5.6) e referiu-se a ele duas vezes (5.10; 6.20). O autor agora está pronto para expandir o seu argumento.

MAS QUEM É MELQUISEDEQUE? POR QUE JESUS É UM SACERDOTE SEGUNDO A ORDEM DE MELQUISEDEQUE, EM VEZ DA ORDEM LEVÍTICA?

Melquisedeque é um personagem enigmático na história bíblica. Mas ele foi um verdadeiro adorador, no meio de uma gente idólatra e corrompida. Exerceu o papel de rei e sacerdote, sem fazer parte da linhagem de Israel. “E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14.18). Sua ordem sacerdotal, com aspectos peculiares, tornou-se um tipo do sacerdócio de Cristo, que em tudo, é superior a todas as ordens sacerdotais. O aparecimento e desaparecimento repentinos de Melquisedeque no livro de Gênesis são misteriosos. Melquisedeque e Abraão se conheceram pela primeira vez depois da vitória de Abrão contra Quedorlaomer e seus três aliados. Melquisedeque ofereceu pão e vinho a Abraão e aos seus homens que estavam muito cansados, demonstrando amizade. Ele abençoou Abraão em Nome de El Elyon (“Deus Altíssimo”) e louvou a Deus por ter dado a Abraão vitória na batalha (Gn 14.18-20). O Dicionário Bíblico Wycliffe (CPAD, 2006) assim apresenta esta personagem do Antigo Testamento: “Em hebraico Malkisedeq ou ‘rei da justiça’, é mencionado em Gênesis 14.18; Salmo 110.4; Hebreus 5.6,10; 6.20; 7.1,10,11,15,17. No livro de Gênesis ele é um rei-sacerdote cananeu de Salém (Jerusalém) que abençoou Abrão quando este retornou depois de salvar Ló, e a quem Abrão pagou o dízimo. Quanto à religião, ele era ‘sacerdote do Deus Altíssimo’ (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1247). Este sacerdote é um tipo de Cristo e de seu sacerdócio; seu sacerdócio não estava limitado à raça humana ou à tribo, sendo, portanto, universal. Sua realeza não foi herdada de seus pais. E essa realeza também não foi transmitida a um descendente; e assim ela era eterna. Assim, em Melquisedeque temos uma tipologia de Cristo e de seu sacerdócio eterno e universal. 

  1. Um sacerdócio com realeza. O autor sacro destaca que Melquisedeque era um sacerdote-rei. Como sacerdote, recebeu dízimos de Abraão e como rei governava sobre Salém (Hb 7.2). Embora os reis tivessem alguma participação no culto da Antiga Aliança (2 Sm 6.12-14; 1Rs 3.4,15; 9.25), todavia, a função sacerdotal levítica, de oferecer sacrifícios e representar o povo diante de Deus, cabia somente aos sacerdotes (1Sm 13.9,13; 2 Cr 26.16-18). Eles não eram reis. A ordem do sacerdócio levítico não previa a existência de um sacerdote-rei. A existência de um sacerdote-rei, portanto, no contexto bíblico só poderia acontecer se este fosse de outra ordem. Jesus, que era da tribo de Judá, é levantado por Deus como sumo sacerdote segundo essa nova ordem, da qual Melquisedeque é o tipo (SI 110.4). (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 7, 18 fev 18)

Como já vimos, Melquisedeque é uma figura histórica, citado em duas passagens do Antigo Testamento e é, em certos aspectos, um tipo de Cristo (Cf. Gn 14.17-24; Sl 110.4). Salém é Jerusalém – a primeira referência à cidade de Jerusalém se encontra em Gn 14.18, onde aparece como Salém. Com o seu nome atual, Jerusalém, aparece pela primeira vez em Josué 10.1, onde reinava Adoni-Zedeque, que se uniu a quatro outros reis para lutarem contra Jerusalém. A união do rei e o sacerdote em Jerusalém haveria de levar Davi (o primeiro israelita a sentar-se no trono de Melquisedeque) a entoar cânticos sobre um Melquisedeque mais grandioso que havia de vir (SI 110.4). Sobre Melquisedeque, Antônio Neves de Mesquita escreve em sua obra intitulada Estudo no livro de Gênesis (JUERP): “Alguns querem que seja Cristo, no seu estado de pré-encarnação, mas esta teoria está em conflito com o Sal. 110:4 e com o teor geral das Escrituras, que fazem Cristo e Melquisedeque duas personalidades distintas e dois sacerdotes também distintos, um prefigurado no outro. Uma coisa não pode ser prefigurada em si mesma. Quem era, pois, esse homem? Um anjo? Não. Do pouco que sabemos dele, cremos que era um homem pio que permanecia fiel à religião de Noé, ou ao primitivo monoteísmo e neste caráter era um sacerdote como Jetro, sogro de Moisés

Além dessas passagens esse personagem aparece no livro apócrifo 2Enoch, conhecido também como Enoch Eslavo. Neste apócrifo há uma sessão que se chama “Exaltação de Melquisedec”. Nela se conta como ele nasceu de uma virgem (Sofonim), esposa de Nir, irmão de Noé. Nasceu depois que sua mãe morreu. Sentou-se na cama ao lado do corpo da mãe, e, quando nasceu, era já desenvolvido, vestido e falando bendizia ao Senhor. Havia já os vestidos do sacerdócio. 40 dias após seu nascimento o arcangelo Gabriel o leva até o Jardim do Édem, sendo salvo do dilúvio, sem ter que ir para a Arca de Noé. Talvez a frase em Hebreus 7,3 tenha esse backgroud: Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem começo nem fim de vida como o Filho de Deus, Melquisedec permanece sacerdote para sempre. Também em Qumran, na gruta 11, foi encontrado um texto que fala de Melquisede (1Q13 – 11QMelch). Neste texto ele é visto como um ser divino a quem é dato também o títolo de Elohim. Segundo esse texto será ele que proclamará o dia da expiação e julgará os povos.” (ROSA, Luis: Melquisedeque. Disponível em:http://www.abiblia.org/ver.php?id=732

  1. Um sacerdócio firmado na justiça. Mostrando a tipologia sobre o sacerdócio de Melquisedeque, o autor destaca que este fora “rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz” (Hb 7.2). A figura histórica de Melquisedeque como rei de Salém aparece em Gênesis 14.18-20 no contexto da guerra de cinco reis contra quatro no vale do Rei. O nome Melquisedeque, cujo significado original era “Sedeque é rei”, é interpretado pelo autor de Hebreus como “rei de justiça” (Hb 7.2). É fora de qualquer dúvida que Melquisedeque é um tipo de Jesus, que reinaria com justiça e cujo reinado não teria fim (Is 32.l;Jr 23.5; Lc 1.33). (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 7, 18 fev 18)

O significado do nome é muito discutido. Hebreus 7,1 diz que Melquisedeque significa “rei de justiça”; além disso, ele é “rei de Salém”, isto é, “rei de paz”. O Comentário acima quanto ao nome Melquisedeque – nome hebraico, ou a junção de duas palavras hebraicas “melqui” que significa “meu rei” e “sedeque” que significa “justo”. Portanto, e segundo o Dicionário Wycliffe [Dicionário Bíblico Wycliffe. led. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1247], Melquisedeque significa, “meu rei justo” oi “rei da justiça”; o significado normalmente é baseado na palavra hebraica “melek”, que significa “rei” e “tzedek” (“justo”), assim, talvez haja um equívoco quando o comentarista afirma acima: ‘cujo significado original era “Sedeque é rei”’.  A opinião tradicional diz que Melquisedeque era um verdadeiro adorador do Senhor (conforme Josefo, Irineu, Calvino, KD, Leupold, et ai). Se a data da vida de Abraão (aprox, 2000 a.C.) estiver correta, então Melquisedeque viveu antes da substituição de El como principal deus dos cananeus. A adoração a Baal-Hadade foi estabelecida pela invasão dos amorreus no início do 2º milênio a.C.. Note o leitor que no mundo cananeu e fenício existe o deus Suduk ou Sudek, assim, admitir que o significado seja “Sedeque é rei”, leva este tipo ou figura de Cristo ao patamar de sacerdote de uma divindade pagã – Sudek. Porém, como lido em Hb 7.1, Melquisedeque era “Sacerdote de El Elion” – o Deus Altíssimo. Por isso o texto afirma que primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz. (v.2) Assim, seu ministério era legítimo diante de Deus e reconhecido perante os homens. Justiça e paz são características do Messias e apontam para Jesus que exerceu os ofícios de profeta, sacerdote e rei (Cf. Is 9.6, 7; Sl 110.1, 4). E somente por Jesus podemos ser justificados e termos paz com Deus – Rm 5.1. Segundo Gardner [LIÇÕES BÍBLICAS CPAD – ADULTOS – 2º Trimestre de 2017, Lição 3], “Melquisedeque conhecia a Deus por meio de uma tradição que se espalhou após o Dilúvio ou devido a uma revelação sobrenatural. Percebeu que Abraão servia ao mesmo Deus”. O certo é que ele cria em Deus e o servia, pois era sacerdote “do Deus Altíssimo”.

  1. Um sacerdócio com legitimidade divina. O versículo três de Hebreus sete — “sem pai, sem mãe, sem genealogia” —, deve ser visto como um contraste entre o sacerdócio levítico e o de Melquisedeque. O sacerdócio levítico dependia da genealogia para se legitimar. Quem não fosse da tribo de Levi não podia oficiar como sacerdote. É exatamente isso o que o autor quer mostrar, pois assim como o sacerdócio de Melquisedeque não dependia de genealogia para mostrar sua legitimidade sacerdotal, da mesma forma o sacerdócio de Cristo era também legítimo por pertencer a uma ordem superior, a ordem de Melquisedeque.

Não há registro de genealogia e sucessão nas Escrituras em relação a Melquisedeque. Ele aparece do nada e desaparece sem deixar rastro. Não tem predecessor nem sucessor. O silêncio das Escrituras nesse ponto é incomum.[Carson, D. A. Comentário Bíblico Vida Nova, Vida Nova, SP, 2009, p. 2005.] Esta falta de informação a respeito do nascimento fortalece a tipologia de Melquisedeque em relação a Cristo.[Comentário Bíblico Moody, Hebreus, p. 38.] Ele é semelhante ao Filho de Deus no sentido de que ele prefigura o seu sacerdócio singular e que nunca tem fim. Assim, ele foi semelhante a Cristo no sentido de que o seu sacerdócio foi universal (v.1); foi real (vv.1, 2; cf. Zc 6.13); foi justo (v.2; cf. Sl 72.2; Jr 23.5; 1Co 1.30); foi pacífico (v.2; cf. Sl 72.7; Is 9.6; Rm 5.1); e interminável (v.3; cf. vv.24, 25). Seu nome (meu rei é justiça) e seu título – rei de Salém (em hebraico “paz”) (rei de paz) indicam o Messias, cuja pessoa e ministério se caracterizam pela justiça (Is 32.1; Jr 23.5; Ml 4.2; 1 Co 1.30) e pela paz (1Cr 22.9; Zc 9.10; Ef 2.14,15). Estas duas graças se encontram em Cristo, de modo perfeito. Quando o autor da Epístola aos Hebreus escreve: “Sem pai, sem mãe” (Hb 7.3) não significa que este personagem literalmente não tivesse pais nem parentes, nem que era anjo. Significa tão somente que as Escrituras não registram a sua genealogia e que nada diz a respeito do seu começo e fim. Por isso, serve como tipo de Cristo eterno, cujo sacerdócio nunca terminará. Vivendo sempre para interceder (Hb 7.25). Cristo vive no céu, na presença do Pai. (8.1), intercedendo por todos os seus seguidores, individualmente, de acordo com a vontade do Pai (cf. Rm 8.33,34; 1Tm 2.5; 1 Jo 2.1 Lição 11; 13 de  Dezembro  de 2015; Melquisedeque Abençoa Abraão. [http://auxilioebd.blogspot.com.br/2017/04/licao-3-melquisedeque-o-rei-de-justica_

CRISTO, UM SUMO SACERDOTE E SACRIFÍCIO PERFEITO:

Agora que Cristo veio, foi providenciado um sacerdócio e sacrifício melhor, e um meio melhor para que o cristão possa se aproximar de Deus e chegar-se ao trono da graça através do sangue de Cristo. Neste novo e melhor concerto vemos a habilidade salvadora do novo Sacerdote: “E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, mas Este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7:23-25).

No sacerdócio de Arão, cada sacerdote tinha um final definitivo para o seu serviço, causado pela sua própria morte: “E Moisés despiu a Arão de suas vestes, e as vestiu em Eleazar, seu filho; e morreu Arão ali sobre o cume do monte” (Nm 20:28). Josué 24:33 diz: “Faleceu também Eleazar, filho de Arão” (Josefo menciona 83 sumo sacerdotes diferentes, começando com Arão e indo até a destruição do Templo em 70 a. D.). Assim não havia sacerdotes permanentes e duradouros. A glória do novo sacerdócio é que ele é eterno. A linhagem de Arão era mutável, transitória, temporal, interrupta e transferível. Em contraste, o sacerdócio de Nosso Senhor Jesus Cristo é imutável, inalterável, ininterrupto e intransferível. Portanto, Ele é capaz de realizar aquilo que o sacerdócio do Velho Testamento nunca pôde. Ele é capaz de remover o pecado pelo Seu Sacrifício perfeito, e a aplicação do sacrifício permanece para sempre devido à Sua vida infinita.

Em 7:15-17 o escritor declara que o sacerdócio de Cristo não se assemelha à ordem Levítica, mas à ordem de Melquisedeque. A razão disso é que o sacerdócio de Cristo não está baseado no mandamento carnal, e sim no poder da Sua vida ressurreta eterna.

Este é o fato sendo estabelecido pelo escritor, ao associar o sacerdócio de Cristo com o de Melquisedeque — que a pessoa que abençoou Abraão não teve princípio nem fim registrados e, no entanto, ele era um “sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14:18).

Assim o sacerdócio de Cristo não está confinado à ordem terrestre do concerto de Moisés. Não é temporal, nem é uma sombra, mas a própria realidade: “Os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés foi divinamente avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou. Mas agora alcançou Ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas” (8:5-6).

SEU SACERDÓCIO COMPARADO

No final de Hebreus 6 e no cap. 7 o escritor retoma sua exposição sobre o assunto do sacerdócio, e reintroduz Melquisedeque e sua comparação com o Filho de Deus (7:1). A descrição definitiva deste homem vem no final do v. 3: “permanece sacerdote para sempre”, e se refere à descrição dele, tipicamente, em relação ao Senhor Jesus. Sabemos muito pouco deste homem além da narrativa de Gênesis 14. Abraão ou o reconheceu como alguém que adorava o Deus Altíssimo, ou ouviu falar dele através de outros, porque ele ofereceu livremente o dízimo dos seus despojos de guerra, e isso indica algum contato ou conhecimento prévio.

Abraão recebeu o alimento e a bênção deste sacerdote depois da sua vitória, e logo em seguida Melquisedeque desaparece da história. Ele é o primeiro a ser chamado de sacerdote nas Escrituras. Precisamos afirmar cuidadosamente que seria enganoso tomar como literal a descrição da genealogia de Melquisedeque, no v. 3. O significado da afirmação é que não há registro de pai e mãe. No importante registro das genealogias do sacerdócio não haveria menção deste nome. Obviamente ele tinha ascendência natural, e por isso não deve ser considerado uma pessoa miraculosa e misteriosa; mas sim que sua genealogia não é encontrada no registro do sacerdócio levítico. Talvez ajude destacar que, embora já sugerido, a aparição de Melquisedeque em Gênesis 14 não é uma Teofania. (“Teofania” é o nome dado a uma aparição do Senhor Jesus Cristo aqui na Terra antes da Sua encarnação). (N. do E.).

O escritor aos Hebreus declara: “Considerai, pois, quão grande era este” (Hb 7: 4). Um dos requisitos para ser sacerdote era a necessidade de ascendência humana.

Isto é um argumento forte contra esta aparição ser o Cristo pre-encarnado. Outra razão por não ser Cristo é que no Velho Testamento, Teofanias vinham e iam. Davam a mensagem e não ficavam na Terra permanentemente para oficiar como sacerdote ou rei. Este homem, quem quer que fosse, é mencionado como sendo o rei de Salém (Jerusalém). Quando as Escrituras comparam Cristo com o sacerdócio de Melquisedeque, lemos: “… feito semelhante ao Filho de Deus” (7:3).

O que é enfatizado nas Escrituras são algumas semelhanças paralelas no ministério, mas não na natureza do seu ser. Assim, desta maneira ele era um tipo de Cristo no seu papel mediador, mas não era o próprio Cristo. O autor contrasta os dois sacerdócios. O Senhor Jesus não serviu como sacerdote na Terra porque Ele não era da tribo de Levi, e sim de Judá: “Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo Moisés nunca falou de sacerdócio” (7:14).

De novo em 8:4: “Ora, se Ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei”. Como já vimos no Velho Testamento o sacerdote tinha que ser um descendente de Levi. Os sumo sacerdotes que oficiavam perante Deus tinham que ser descendentes de Arão, bisneto de Levi. Para ser um sacerdote da ordem de Arão era necessário traçar seus ancestrais até Arão, mas ser um sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque era por nomeação Divina. Esse sacerdócio visto tipicamente e simbolicamente em Melquisedeque é cumprido essencialmente no Filho de Deus. Não faria mal algum usar esta verdade como confirmação da eterna Filiação de Cristo. Da Sua relação de Filho com o Pai não há princípio nem fim, nem há qualquer pensamento de sujeição ou inferioridade no Seu eterno relacionamento de Filho com o Pai.

O Senhor Jesus Se tornou um eterno sacerdote “segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110:4; Hb 5:6; 6:20 ; 7:11, 17, 21). Ele é o eterno Filho que uma vez morreu, foi ressuscitado e continua para sempre no Seu sacerdócio, baseado na “virtude da Sua vida incorruptível” (7:16).

Portanto, Sua função de mediador na ordem do sacerdócio de Melquisedeque é superior. Este novo sacerdócio é baseado na promessa: “e visto como não é sem prestar juramento (porque certamente aqueles, sem juramento, foram feitos sacerdotes, mas Este com juramento por aquele que Lhe disse: Jurou o Senhor, e não Se arrependerá; Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque)” (7:20-21), e também baseado nEle como aquele que o pode garantir como o Mediador do Novo Concerto (7:22-28).

Este é um sacerdócio perfeito que permanece para sempre. Diferente do antigo que mudava, este é administrado pelo eterno Filho de Deus para todos aqueles que estão na casa de Deus (9:15-10:21). Enquanto os sacerdotes Levitas ministravam somente a uma nação, o sacerdócio de Melquisedeque ministra a todos. Melquisedeque também prefigurava o Senhor Jesus, em que seus títulos se referem a Cristo como Rei de justiça e de paz (7:2).

CONCLUSÃO

Nesta lição, vimos que o autor da carta agora reverte ao argumento deixado no capítulo 5, versículo 10, no qual se referia a Cristo como Sumo Sacerdote de um serviço divino, de ordem mais elevada do que aquela estabelecida sob a lei mosaica. Jesus Cristo ofereceu apenas um sacrifício por nossos pecados. É desse Sumo Sacerdote que precisamos! Estamos sujeitos a pecar diariamente, até várias vezes por dia; precisamos, portanto, ter a possibilidade de nos voltar para ele em busca de socorro espiritual. Como nosso Sumo Sacerdote, Jesus Cristo nos dá a graça e misericórdia de que precisamos para não pecar. Mas, se pecarmos, ele é nosso Advogado junto ao trono de Deus (1Jo 2.1,2).



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